sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O Primeiro Fruto do Espírito


Sermão nº 1782
Por Charles H. Spurgeon (1834-1892)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Jan/2019
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S772
Spurgeon, Charles H.- 1834-1892
O primeiro fruto do Espírito / Charles H.
Spurgeon
Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves – Rio
de Janeiro, 2019.
51p.; 14,8 x21cm
1. Teologia. 2. Pregação. 3. Alves, Silvio Dutra.
I. Título.
CDD 252
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Introdução pelo Tradutor:
O amor do qual Spurgeon falará neste sermão é o amor ágape, ou amor espiritual, ou ainda o amor sobrenatural que não é simples amor de afeto natural, pois dele é dito ser fruto do Espírito Santo.
É a este amor que várias passagens das Escrituras aludem, como as seguintes:
“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.” (João 13.1).
É evidente que sendo também homem perfeito, que Jesus tinha afeto natural e amor à humanidade, mas o tipo de amor que Ele dedicou a seus discípulos era mais do que simples amor natural, que qualquer pessoa pode possuir, mas o amor perfeito de Deus que nunca permite que ele desista daqueles que são seus. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto
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conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.3435). O amor aqui recomendado aos discípulos era mais do que o afeto natural, pois nosso Senhor diz que o amor deles de uns aos outros deveria ser da mesma qualidade do Seu amor espiritual, e esta seria uma marca que de fato eles eram seus discípulos, pois ninguém pode amar com este amor sobrenatural, caso não pertença a Jesus. “15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, 17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. 19 Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
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20 Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. 21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. 22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo? 23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. 24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14.15-24).
Somente aqueles que estão cheios do Espírito Santo, e por conseguinte, que são instruídos, dirigidos e capacitados por Ele, podem amar com o mesmo amor com que Deus nos ama. E uma das grandes evidências da existência desse amor em nós, é que ele nos inclina a guardar os mandamentos de Jesus, sobretudo no que se refere a negarmo-nos a nós mesmos, a carregar
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a cruz diariamente e segui-lo, buscando fazer a Sua vontade em todas as coisas. “9 Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. 11 Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. 12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. 14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. 15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. 16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso
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fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. 17 Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. 18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. 19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.” (João 15.9-19). “9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; 10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. 11 Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. 12 Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
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13 Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos. 14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. 15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. 16 Eles não são do mundo, como também eu não sou. 17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. 20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.
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22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. 24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. 26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.” (João 17.9-26). Podemos ver quantas instruções Jesus deu sobre a importância e a necessidade de os crentes viverem no Seu amor, pelo Espírito Santo, pois, foi para este propósito mesmo que foi enviado pelo Pai ao mundo, de modo que o pecador pudesse ser resgatado àquela condição boa de alma, pela qual fica habilitado a
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participar da unidade amorosa na Trindade Divina. Não haveria sentido em que Deus mantivesse em funcionamento por tantos séculos seguidos um mundo que está inteiramente entregue ao pecado e sujeito ao governo de Satanás, caso não houvesse uma eleição em graça em curso daqueles que em suas próprias épocas são chamados a sair do mundo e virem para Jesus, de modo a serem transportados das trevas para a luz, e da potestade de Satanás para o poder de Deus. É por causa dos vasos de honra que Deus tem suportado com grande longanimidade e por tanto tempo os vasos de ira, preparados para a perdição eterna. (Romanos 9.22). E tudo isto é explicado pelo grande amor sobrenatural de Deus por toda a sua criação, pois, de outro modo, não teria nenhum outro motivo que o prendesse ao compromisso de fazer o bem a seres que sempre se rebelam continuamente à Sua vontade, de modo que seria de se esperar que os sujeitasse desde há muito a um castigo eterno, pelo qual a honra de Sua santidade, da Sua Justiça e Lei, pudessem ser vindicados.
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Quando analisamos detidamente as características do amor, conforme são destacadas pelo apóstolo Paulo em I Coríntios 13, nós concluímos que o amor ao qual somos exortados pela Palavra é de fato muito mais do que mero afeto natural, pois do amor divino e espiritual é dito não se alegrar com a injustiça, senão com a verdade, ou seja, ele não pode aprovar e folgar com aquilo que for contrário à Palavra de Deus, a qual é a verdade. Se temos o mandamento de ser gratos por tudo, e estarmos sempre alegres, ou contentes, não podemos contudo estar alegres e gratos por aquelas coisas que são contrárias à vontade de Deus, pois é somente nEle que temos o padrão de tudo o que é verdadeiro e aprovado. Jesus é o grande modelo da verdade, do caminho e da vida, pelo qual devemos moldar a nossa conduta. Daí dizer o apóstolo João que não tinha maior alegria do que ver seus filhos espirituais andando na verdade. Na medida em que nos afastamos da prática dos mandamentos de Deus, e da capacitação recebida pela graça operante do Espírito Santo, nada pode ser esperado além de iniquidade, e
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esta é a causa do esfriamento do amor divino em nós. Temos muitas aflições neste mundo, mas é o amor de Deus em nós, que nos leva a tudo sofrer e suportar com paciência. Quando nos afastamos da comunhão com o Senhor por permitirmos ser vencidos pelas tribulações, chegando a murmurar e a tirar os olhos da misericórdia e graça do Senhor, pelas quais poderíamos ser capacitados a perseverar em meio às aflições, imediatamente percebemos o quão fracos somos em nós mesmos para poder permanecer contentes e gratos por tudo, e em todas as circunstâncias. Mas, pela grande paciência e longanimidade que há no amor divino, somos socorridos tão logo nos voltemos para Ele arrependidos e pedindo em oração que não permita que sejamos vencidos pela impaciência e amargura, que nos afastam da comunhão com Ele. Que ainda que as tribulações não sejam removidas, que Ele nos conceda graça e força para poder suportá-las sem murmurar. Sem este espírito conduzido pelo amor divino, seremos de pouca ou nenhuma utilidade para servir a Deus na obra do Evangelho, porque é
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pelo amor que somos impulsionados a tudo fazer e sofrer para proclamar o nome de Cristo, para que almas sejam salvas e edificadas por Ele. Como podemos falar de um Cristo vivo, e apresentá-lo a outros quando não temos a Sua vida e poder se manifestando em nós? Afinal, a pregação do Evangelho não consiste em meras palavras mas em demonstrações de poder e do Espírito Santo. “4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, 5 para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” (I Coríntios 2.4,5). “Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder.” (I Coríntios 4.20) “18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras, 19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho
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divulgado o evangelho de Cristo,” (Romanos 15.18,19). O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, mas se o próprio Senhor Jesus Cristo não operar em nós para produzir fé na Palavra que estiver sendo pregada ou ensinada, nenhuma transformação real acontecerá, porque é pela Sua virtude e poder que somos salvos, mediante o poder do Espírito Santo que atua eficazmente em nós. E todos estes atos, mesmo os de disciplina e correção, são atos de amor, porque é pelo Seu grande amor que o Senhor tudo opera em todos. O amor é a força e o propulsor que o movimenta em direção aos pecadores, para apanhá-los do grande nada em que se encontram, e em toda a miséria espiritual que foi produzida neles pelo pecado, para iniciar uma obra de restauração delicada e demorada até conduzi-los à Sua própria imagem.
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“Mas o fruto do Espírito é amor.” (Gálatas 5:22)
O pior inimigo que temos é a carne. Agostinho costumava orar com frequência: “Senhor, livra-me daquele homem mau, eu mesmo”.
Todo o fogo que o diabo pode trazer do inferno poderia nos causar pouco dano se não tivéssemos tanto combustível em nossa natureza. É o pó que reside no velho homem que é nosso perigo perpétuo. Quando estamos nos protegendo contra inimigos do lado de fora, não devemos esquecer de estar continuamente em nossa torre de vigia contra o inimigo de dentro. "A carne luta contra o Espírito". Por outro lado, nosso melhor amigo, que nos ama melhor do que nós mesmos, é o Espírito Santo. Nós somos chocantemente esquecidos do Espírito Santo, e nisso é de temer que o entristecemos grandemente, contudo estamos imensamente endividados a Ele, de fato, devemos nossa existência espiritual ao Seu divino poder. Não seria apropriado comparar o amor do Espírito Santo com a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, assim como, por implicação, estabelecer uma escala de graus no amor, pois o amor do Espírito regenerador é infinito, assim como o é o amor do Filho redentor.
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Mas ainda por um momento, vamos definir essas duas exibições de amor lado a lado. Não é a habitação do Espírito de Deus igual em benevolência à encarnação do Filho de Deus? Jesus habitou em uma pura humanidade própria, o Espírito Santo habita em nossa humanidade, que está caída e ainda imperfeitamente santificada. Jesus habitou em Seu corpo humano, tendo-o perfeitamente sob Seu próprio controle, mas, infelizmente, o Espírito Santo deve disputar o domínio dentro de nós, e embora Ele seja o Senhor sobre nossos corações, ainda assim há um poder maligno dentro de nossos membros, fortemente entranhado e obstinadamente empenhado em resistir a Deus. “A carne luta contra o Espírito e o Espírito contra a carne.” Nosso Senhor Jesus habitou em Seu corpo apenas por cerca de 30 anos, mas o bendito Espírito de toda a graça habita em nós para sempre, através de todos os dias de nossa peregrinação, a partir do momento em que Ele entra em nós pela regeneração, Ele continua em nós, tornando-nos qualificados para sermos participantes da herança dos santos na luz. Você que canta: “Oh, é amor, é maravilhoso”, em referência ao nosso Senhor Jesus e à Sua cruz, cante também em referência ao Espírito Santo e à Sua longanimidade. Ele olha para nós de dentro e, portanto, Ele vê as câmaras de imagens onde os
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ídolos ocultos ainda permanecem. Ele vê nossas ações, não de fora, pois lá, talvez, elas possam ser julgadas favoravelmente, mas Ele as distingue de dentro, nas suas fontes e na poluição daquelas fontes, em suas correntes principais e em todos os seus redemoinhos laterais e águas de retorno.
Ó irmãos, é maravilhoso que este bendito Espírito não nos deixe em indignação, nós O hospedamos tão mal; nós o honramos tão pouco. Ele recebe tão pouco de nossa adoração afetuosa que Ele poderia muito bem dizer: “Eu não vou mais ficar com você”. Quando o Senhor entregou Seu povo à espada romana, ouviu-se no templo em Jerusalém um som de asas batendo, e uma voz gritando: "Vamos sair daqui." A presença divina justamente poderia ter nos deixado também por causa de nossos pecados.
É o amor incomparável que fez com que o Espírito Santo suportasse nossa má conduta e comportamento vexatório. Ele permanece enquanto o pecado se introduz no Seu templo! Ele faz Sua morada real onde o mal assalta seu palácio! Ai! Que um coração onde o Espírito se digna a habitar seja sempre uma via de tráfego egoísta ou incrédulo!
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Deus nos ajude a adorar o Espírito Santo no início de nosso sermão e a fazê-lo com ainda mais reverência no final!
O Espírito Santo quando Ele entra em nós é o autor de todos os nossos desejos pela verdadeira santidade. Ele se esforça em nós contra a carne. Esse conflito santo que nós travamos contra nossa corrupção vem inteiramente dEle. Sentar-nos-íamos em escravidão voluntária à carne, se Ele não nos pedisse seriamente pela liberdade.
O Bom Espirito também nos leva no caminho da vida. Se somos guiados pelo Espírito, diz o apóstolo, não estamos debaixo da lei. Ele nos conduz por meios gentis, atraindo-nos com cordas de amor e laços de homem. “Ele me guia”. Se dermos um único passo no caminho certo, é porque Ele nos guia, e se perseveramos nesses muitos anos no caminho da paz, tudo se deve à Sua orientação, mesmo daquele que certamente nos introduzirá e nos fará gozar o descanso prometido - “E todas as virtudes que possuímos, e toda vitória conquistada, e todo pensamento de santidade, vêm somente dEle”.
O Espírito Santo não apenas cria a competição interior contra o pecado, e o agonizante desejo de santidade, e nos leva adiante no caminho da
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vida, mas Ele permanece dentro de nós, tomando sua residência, e um pouco mais, pois o texto sugere uma firmeza ainda mais imutável de residência em nossos corações, já que de acordo com a figura, o Espírito lança raízes dentro de nós. O texto fala de “fruto”, e o fruto vem apenas de uma base enraizada, ele não poderia ser concebido em conexão com uma estadia transitória, como a de um homem viajante. As estacas de tendas que são empurradas para o chão para a tenda de um árabe não dão frutos, pois eles não permanecem em um lugar, e na medida em que eu leio sobre o “fruto do Espírito”, eu me conforto com a sugestão, e concluo que Ele pretende habitar em nossas almas como uma árvore permanece no solo quando o fruto é dado por ela.
Vamos amar e bendizer o Espírito Santo! Deixe o altar de ouro do incenso perfumar esta terra com o doce sabor da adoração perpétua ao Espírito Santo! Que nossos corações cordialmente cantem para Ele esta solene doxologia –
“Nós Te damos, Espírito Santo, louvor,
Que em nossos corações de pecado e desgraça
Surgem as nascentes da graça,
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E na glória ilimitada fluindo.”
I. Agora, chegando ao nosso texto eu vou destacar os assuntos contidos nele, e a primeira coisa que minha mente percebe é A VENTILAÇÃO SEPARADORA. Eu gostaria de poder usá-lo, mas é muito melhor que ele permaneça onde está, pois “o ventilador está em Sua mão e Ele puramente limpará Seu chão.” A alça deste leque é feita da primeira palavra do texto, aquela conjunção adversativa, “Mas”. “Mas o fruto do Espírito é o amor”! Aquele “mas” é colocado ali porque o apóstolo estava mencionando certas obras da carne, todas as quais ele remove como palha, e então expõe em oposição a elas “o fruto do Espírito”. Se você vai ler o capítulo, você notará que o apóstolo usou nada menos que dezessete palavras; eu poderia quase dizer dezoito, para descrever as obras da carne. A linguagem humana é sempre rica em palavras porque o coração humano está cheio dos males múltiplos que essas palavras denotam. Nove palavras são usadas aqui para expressar o fruto do Espírito, mas para expressar as obras da carne - veja quantas estão reunidas! O primeiro conjunto dessas obras da carne que devem ser retiradas são as falsificações do amor ao homem. O amor falsificado é uma das coisas mais vis do céu. Essa palavra celestial, o amor, foi arrastada na lama
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da paixão impura e do desejo imundo. A licenciosidade, que vem da adoração de Vênus, ousou levar para si um nome que pertence apenas à adoração pura de Jeová. Agora, as obras que falsificam o amor são estas: “adultério, fornicação, impureza, lascívia”. Falar de “amor” quando um homem cobiça a esposa do seu próximo, ou quando uma mulher viola o mandamento: “Não cometerás adultério”, é pouco menos que pura blasfêmia contra a santidade do amor. Não é amor, mas luxúria, amor é um anjo e cobiça um demônio.
As purezas da vida doméstica são corrompidas e suas honras são desonradas quando o vínculo matrimonial é desconsiderado. Quando homens ou mulheres falam de religião e são infiéis à sua aliança matrimonial, eles são hipócritas vis. Mesmo os pagãos condenaram essa infâmia, não deixem que os cristãos a tolerem.
A próxima obra carnal é "fornicação", que mal foi censurada entre os pagãos, mas é severamente condenada pelo cristianismo. É um sinal infeliz dos tempos em que, nesses dias corruptos, surgiram alguns que tratam esse crime como uma leve ofensa, e até tentam prover sua indulgência mais segura por meio de decretos legislativos. Chegou a isso? O governador civil
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tornou-se um apoiador para os desejos das mentes corruptas? Que não seja uma vez nomeado entre vocês, como se tornam santos.
“Impureza” é uma terceira obra da carne, e inclui aquelas muitas formas de ofensa grosseira que contaminam o corpo e privam-no de sua verdadeira honra. Nós trazemos a impureza acompanhada com "lascívia", que é o cordão que se baseia na impureza, e inclui toda a conversa que excita as paixões, todas as canções que sugerem a lascívia, todos os gestos e pensamentos que levam à gratificação ilícita. Infelizmente, temos muito desses males nesses dias, não apenas abertamente em nossas ruas, mas de formas mais secretas. Eu detesto o assunto. Todas as obras de arte que são contrárias à modéstia são aqui condenadas, e a poesia mais agradável se cria imaginações impuras. Essas coisas impuras são as obras da carne no estágio de putrefação - os próprios vermes que se amontoam dentro de uma alma corrompida. Enterre essas coisas podres da nossa vista! Só as descubra por um instante que uma santa repugnância possa ser causada em toda alma cristã, e que possamos fugir delas como do sopro da peste. No entanto, lembre-se, ó você que se considera puro, e imagine que você nunca transgrediria tanto, que mesmo nessas crenças abomináveis, professantes de
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alto nível caíram, sim, e crentes sinceros confiando em si mesmos entraram nesta vala, de onde eles escaparam com infinita tristeza, para ir com ossos quebrados pelo resto de sua peregrinação. Ai, quantos que pareciam limpos escaparam da poluição caíram tanto que tiveram que ser salvos como pelo fogo! Oh, que possamos manter nossas vestes não manchadas pela carne, e isso não podemos fazer a menos que esteja no poder e energia do Espírito de santidade. Ele deve purgar esses males de nós e fazer com que Seus frutos abundem em nós, para que as ações da carne sejam excluídas para sempre. O ventilador é usado em seguida contra as falsificações do amor a Deus. Refiro-me às falsidades da superstição - “Idolatria e feitiçaria” - “mas o fruto do Espírito é amor”. Infelizmente, há alguns que caem na idolatria, pois confiam em um braço de carne e exaltam a criatura no lugar do Criador, "o seu Deus é o seu ventre, e eles se gloriam na vergonha deles". O bezerro de ouro da riqueza, os santuários de prata do artesanato, a deusa da filosofia, a Diana da moda, o Moloque do poder, estes são todos adorados em vez do Deus vivo. Aqueles que professam reverenciar o verdadeiro Deus, ainda geralmente o adoram de maneiras que Ele não ordenou. Assim diz o Senhor: “Não terás outros
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deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.” Contudo, temos cristãos (assim chamados) que dizem que obtêm ajuda no exercício da devoção a partir de imagens. Veja como seus lugares de reunião são exibidos com fotos, imagens e coisas que têm o sabor da Roma antiga. Que idolatria é abertamente realizada em certos edifícios pertencentes à Igreja Nacional! Que adoração sensual é agora aprovada! Os homens não podem adorar a Deus hoje em dia a menos que seus olhos, ouvidos e narinas sejam gratificados. Quando estes sentidos da carne estão satisfeitos, eles estão satisfeitos consigo mesmos, “mas o fruto do Espírito é amor”. (Nota do tradutor: mas quando algum deles se converte realmente a Cristo, passando a ter a habitação e direção do Espírito Santo em seus corações, a ordenança de Deus imediatamente se cumpre neles, pois passam a abominar aquelas imagens que antes eles adoravam, pois a inclinação gerada pelo Espírito neles é para a obediência e adoração exclusivas a Deus, que é espírito.)
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O amor é a arquitetura mais perfeita, pois “o amor se acumula”; o amor é a música mais doce, pois sem ele nós somos como um bronze que soa ou címbalo que retine; o amor é o incenso mais escolhido, pois é um sacrifício de aroma suave; o amor é a vestimenta mais adequada - “Acima de tudo, o amor, que é o vínculo da perfeição”. Oh, que os homens se lembrem de que o fruto do Espírito não é a elegância do florista, do escultor ou do chapeleiro. mas o amor do coração. O fruto do Espírito não é idolatria - a adoração de outro deus ou do verdadeiro Deus segundo a maneira da vontade carnal de adorar. Não, esse fruto é amor obediente ao único Deus vivo. "Feitiçaria" também é uma obra da carne. Sob esta cabeça, podemos agrupar tudo o que é curioso no invisível, aquele rasgar do véu que Deus pendurou, interferir com os espíritos dos mortos, aquela necromancia que se chama espiritualismo, e cortejar espíritos familiares e demônios - isso não é o verdadeiro fruto do Espírito, mas o fruto de uma raiz amarga. Irmão e irmã cristãos, bruxarias modernas e feitiçaria devem ser abominadas e condenadas, e você será sábio para manter-se afastado deles,
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tremendo para ser encontrado agindo em concerto com aqueles que amam as trevas em vez da luz, porque suas ações são más. A idolatria e a feitiçaria são causadas pela falta de amor a Deus e são evidências de que a vida do Espírito não está na alma. Quando você vier a amar a Deus de todo o seu coração, você não adorará a Deus da maneira que você mesmo concebeu, mas você perguntará: “Como me aproximarei do Deus Altíssimo?” E você tomará sua direção da parte da palavra inspirada do Senhor. O culto que Ele prescreve é o único culto que Ele aceitará. O ventilador está funcionando agora, e eu me pergunto se está operando em algum presente aqui? Mas, em seguida, esse grande ventilador leva embora com seus “mas” todas as formas de ódio. O apóstolo menciona “ódio” ou uma inimizade habitual aos homens, geralmente combinada com uma autoestima da própria pessoa. Certos homens apreciam uma antipatia a todos que não são de sua facção, enquanto detestam aqueles que não são de seu grupo e que se opõem a eles. Eles são desdenhosos com os fracos prontos para se ofender, e pouco se importam se eles dão ou não. Eles se deliciam em estar em minorias de um, e quanto mais mal-cheirosos e combativos eles podem ser, mais eles estão em seu elemento. A "variação"
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também, com suas aversões perpétuas, brigas e contendas, é uma obra da carne. Aqueles que se entregam a isso são contrários a todos os homens, empurrando seus ângulos para os olhos de todos e procurando ocasiões de encontrar falhas e conflitos. “Emulações” - isto é, ciúmes. O ciúme em todas as suas formas é uma das obras da carne. Não é cruel como a sepultura? Há um ciúme que adoece se outro é elogiado e se aniquila se outro prospera. É uma coisa venenosa e pica como uma serpente. É uma serpente a propósito, mordendo os calcanhares do cavalo, para que o cavaleiro caia para trás. "Ira" é outro feito da carne. Quero dizer a fúria da paixão irada e toda a loucura que vem dela. "Mas eu sou um homem de temperamento muito rápido", diz um deles. Você é cristão? Se assim for, você está fadado a dominar essa força do mal, ou isso vai arruinar você. Se você fosse um santo de Deus no mais alto grau de todos, mas neste ponto, isso o deixaria para baixo, sim, a qualquer momento um espírito irado poderia fazer você dizer e fazer aquilo que lhe causaria sofrimento para a vida toda. A "contenda" é uma forma um tanto mais branda, mas igualmente parte do mesmo mal, se não arder com tanta rapidez e fúria, embora seja um fogo lento aceso pela mesma chama do inferno que a paixão mais
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ardente. O amor contínuo de contenda, a sensibilidade mórbida, a consideração arrogante da própria dignidade de alguém, que se unem para produzir conflito, são todas coisas más. Qual é o respeito que é devido a criaturas pobres e pecadoras como nós? Suponho que, se qualquer um de nós obtivesse nosso “devido respeito”, não gostaríamos muito, poderíamos pensar que a justiça nua era bastante escassa em sua apreciação. Desejamos nos sentir lisonjeados quando clamamos por “respeito adequado”. Respeito, na verdade! Por que, se tivéssemos o devido, estaríamos no inferno mais baixo! Então nosso apóstolo menciona “sedições”, que ocorrem no estado, na igreja e na família. No que diz respeito à nossa vida na igreja, esse mal se mostra em oposição a todo tipo de autoridade ou lei. Qualquer tipo de ação oficial na igreja deve ser criticado porque é oficial. Qualquer tipo de regra é objetada porque cada homem deseja ter a preeminência e não será o segundo. Deus nos salve deste fermento maligno! Heresia é esse tipo de ódio que faz com que todo homem se estabeleça para criar sua própria religião, escreva sua própria bíblia e pense em seu próprio evangelho. Nós ouvimos falar de “todo homem seu próprio advogado”, e agora estamos chegando a ter “cada homem seu próprio deus,
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cada homem sua própria Bíblia, cada homem seu próprio instrutor”. Depois desta obra da carne, vem “inveja, Não tanto o desejo de enriquecer a si mesmo à custa de outro, como um desejo de empobrecê-lo, e puxá-lo para baixo apenas por causa dele. Esta é uma forma muito ácida de ódio não diluído e deixa apenas uma forma mais forte de ódio. Desejar a desonra do outro meramente por inveja de sua superioridade é simplesmente demoníaco e é uma espécie de assassinato da melhor vida do homem. A lista é devidamente fechada por "assassinatos" - uma pedra angular adequada para coroar esse edifício diabólico, por aquilo que é ódio, senão assassinato? E o que é o assassinato, senão o ódio dando todo o seu fruto? Aquele que não ama tem dentro de si todos os elementos que fazem um assassino. Se você não tem um sentimento geral de benevolência para com todos os homens, e um desejo de lhes fazer bem, o velho espírito de Caim está dentro de você, e isso só precisa ser irrestrito e vai dar um golpe fatal, para deixar seu irmão morto aos seus pés. Deus lhes salve, homens e irmãos, cada um de vocês, da dominação destes princípios obscuros de ódio, que são as obras da carne em sua corrupção. “Mas o fruto do Espírito é amor.”
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Da próxima vez que você começar a ferver de raiva, que você sinta uma mão tocando você e fazendo com que você ouça um sussurro de voz suave, “Mas o fruto do Espírito é amor.” Da próxima vez que você disser: "Eu nunca mais vou falar com esse homem, não suporto ele", pense que você sente um vento fresco abanando sua testa febril e ouve o anjo da misericórdia dizendo: "Mas o fruto do Espírito é o amor". Da próxima vez que você estiver inclinado a criticar todo mundo, e colocar seus irmãos perto dos ouvidos, e criar uma briga geral, eu oro para que você deixe os sinos tocarem: “Mas o fruto do Espírito é o amor.” Se você deseja encontrar é fácil fazê-lo, você pode começar comigo e ir até o último membro jovem que foi admitido na igreja, e você não terá que olhar muito antes de poder espionar algo que precisa ser melhorado. Mas até que ponto você vai escolher buracos em nossos casacos? Sempre que estiver empenhado no negócio dos grunhidos, pare por um momento e ouça as Escrituras admoestarem você: “O fruto do Espírito é amor”. Quando você fica indignado porque foi maltratado e pensa em devolver o mal por mal, lembre-se desse texto, "O fruto do Espírito é amor". "Ah", você diz, "foi vergonhoso!" Claro que foi, e, portanto, não o imite, mas, pelo
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contrário, busque a bênção, porque " o fruto do Espírito é o amor.” O ventilador está em ação: Deus assopre seus joios, meus irmãos e os meus também! A próxima coisa que o ventilador expulsa é o excesso de autoindulgência - “embriaguez, festejo e coisas assim”. Infelizmente, o povo cristão deveria precisar ser alertado contra essas ofensas de animais, e ainda assim precisam disso. A taça de vinho ainda tem seus encantos para professantes. Nem isso é tudo, não é apenas que você bebe em excesso, mas você pode comer em excesso, ou vestir seu corpo com muita suntuosidade, ou pode haver algum outro gasto de dinheiro em sua própria gratificação que não esteja de acordo com a vida sóbria. A embriaguez é uma daquelas transgressões das quais Paulo diz, “os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.” A revelação que torna a noite horrível com suas canções - chama-os uivando e você está mais perto do alvo - a revelação que gasta hora após hora em entretenimento que aquece o sangue, e endurece o coração, e afugenta todo pensamento sólido, não é para nós que renunciamos às obras das trevas, para nós há uma alegria maior, a saber, sermos enchidos com o Espírito Santo, e “o fruto do Espírito é amor”.
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II. A segunda coisa que vejo no texto é UMA JOIA - essa joia é o amor. “O fruto do Espírito é o amor”. Que diamante inestimável é este! É totalmente incalculável em valor. Que graça celestial é o amor! Tem seu centro no coração, mas sua circunferência varre, como onipresença, ao redor de tudo! O amor é uma graça de alcance ilimitado. Nós amamos a Deus; é a única maneira pela qual podemos abraçá-lo completamente. Podemos amar o todo de Deus, mas não podemos conhecer o todo de Deus. Sim, amamos a Deus e até mesmo amamos a parte de Deus que não podemos compreender ou mesmo conhecer. Nós amamos o Pai como Ele é. Nós amamos o Seu querido Filho como Ele é. Nós amamos o sempre abençoado Espírito como Ele é. Em seguida, por amor a Deus, amamos as criaturas que Ele criou. É verdade, numa medida que - “ora melhor aquele que ama tanto o homem quanto o pássaro e os animais”. Cada pequena mosca que Deus fez é sagrada para as nossas almas como criatura de Deus. Nosso amor sobe ao céu, senta-se entre os anjos e logo se curva entre eles na atitude mais humilde, mas no devido tempo nosso amor se aprofunda, visita as cavernas da depravação, aplaude os sótãos da pobreza e santifica os antros da
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blasfêmia. porque ama os perdidos. O amor não conhece nenhum pária. Não fala das “massas cadentes”, pois nenhuma delas se desviou de seu respeito. O amor espera o bem de todos e planeja o bem para todos, enquanto ele pode voar para a glória, pode descer para a tristeza. O amor é uma graça que tem a ver com a eternidade, pois nunca deixaremos de amar Aquele que nos amou primeiro. Mas o amor também tem a ver com este mundo presente, pois deve alimentar os famintos, vestir os nus, cuidar dos doentes e libertar o escravo. O amor se deleita em visitar os órfãos e as viúvas, e assim ganha o tributo - “Eu estava com fome e me deste de comer: eu estava com sede, e me deste de beber: eu era um estranho e tu me acolheste; nu e tu me vestistes; adoeci, e me visitastes; eu estava na prisão e viestes a mim.” O amor é uma virtude muito prática, caseira, e, no entanto, é tão rico e raro que somente Deus é seu autor. Ninguém, a não ser um poder celestial, pode produzir esse linho fino; o amor do mundo é arrependido. O amor tem a ver com amigos. Com que carinho se aninha no seio parental! Como docemente sorri dos olhos de uma mãe! Quão intimamente
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une duas almas em laços matrimoniais! Quão agradavelmente anda pelos caminhos da vida, apoiando-se no braço da amizade! Mas o amor não se contenta com isso, ele abraça seu inimigo, ela amontoa brasas de fogo sobre a cabeça de seu adversário, ora por aqueles que impiedosamente o perseguem. Isto não é uma joia preciosa? Que coisa terrena pode ser comparada a ela? Você deve ter notado que na lista dos frutos do Espírito está o primeiro - "O fruto do Espírito é o amor". É o primeiro porque, em alguns aspectos, é o melhor; primeiro, porque lidera o caminho; primeiro, porque se torna o princípio motriz e estimulante de todas as outras graças e virtudes. Você não pode conceber algo mais forte e mais benéfico e, portanto, é o primeiro. Mas veja o que segue em seus calcanhares. Dois brilhantes atendem-no como damas de honra, esperando uma rainha. “O fruto do espírito é amor, alegria, paz”, aquele que tem amor tem alegria e paz. Que companheiros excelentes! Amar muito é possuir um profundo deleite, um porão secreto do vinho da alegria que nenhum homem pode provar de outra maneira. Aquele que ama é como Deus, que é o Deus da paz. Verdadeiramente os mansos e amorosos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz. É calmo e sossegado, aquele cuja alma
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está cheia de amor. Em seu barco, o Senhor está ao leme, dizendo aos ventos e ondas: “Paz; aquietai-vos!” Aquele que é todo amor, embora tenha que sofrer, ainda contará toda alegria quando ele cair em diferentes provações. Veja então o que é uma joia preciosa que tem tantos brilhantes reluzentes colocados ao seu lado. O amor tem isto por sua excelência, que cumpre toda a lei; você não pode dizer isso de qualquer outra virtude. No entanto, enquanto cumpre toda a lei, não é legalista. Ninguém nunca amou porque foi exigido dele; um bom homem ama, porque é da sua natureza fazê-lo. O amor é livre - sopra onde quer, como o Espírito Santo sopra onde quer. O amor, na verdade, é a própria essência da liberdade do coração. Pode muito bem ser honrado, pois embora seja uma verdadeira graça do evangelho, todavia, cumpre toda a lei. Se você tem a lei e o evangelho docemente combinados, você a tem no fruto do Espírito, que é o amor. O amor, além disso, é divino, pois Deus é amor. O amor é o que nos prepara para o céu, onde tudo é amor. Venha, doce Espírito, e descanse sobre nós até que nossa natureza seja transformada na natureza divina por nos
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tornarmos chamas ardentes de amor. Oh, que isso seja assim conosco hoje mesmo! Observe, amado, que o amor de que estamos falando não é um amor que vem dos homens por causa de sua constituição natural. Conheço pessoas carinhosamente afetuosas por natureza, e isso é bom, mas não é amor espiritual, é fruto da natureza e não da graça. Uma disposição afetuosa é admirável e, no entanto, pode tornar-se um perigo, levando a um desmedido afeto, a um medo tímido de ofender ou a uma idolatria da criatura. Eu não condeno a amabilidade natural, pelo contrário, eu gostaria que todos os homens fossem naturalmente amáveis, mas eu não teria nenhuma pessoa que pensasse que isso o salvaria, ou que isso é uma prova de que ele é renovado. Somente o amor que é o fruto do Espírito pode ser considerado como uma marca da graça. Algumas pessoas, lamento dizer, são naturalmente azedas, parecem ter nascido na estação de maçãs ácidas e se alimentado de vinagre. Eles sempre tomam uma visão das coisas em busca de falhas. Eles nunca veem o esplendor do sol e, no entanto, são tão claros que descobriram suas manchas. Eles têm uma grande especialidade de poder para discernir
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coisas que era melhor não ver. Eles não se lembram de que a Terra tem se mostrado estável e firme por séculos, mas eles têm uma lembrança viva do terremoto, e eles tremem mesmo agora quando falam sobre isso. Tais pessoas precisam clamar pela habitação do Espírito de Deus, pois se Ele entrar nelas, seu poder logo superará a tendência ao azedume, pois “o fruto do Espírito é o amor”. O amor espiritual não é encontrado em lugar algum sem o Espírito e o Espírito não habita em parte alguma no coração, a menos que o amor seja produzido. III. Eu vejo no texto uma terceira coisa, que é uma FOTO, uma figura rica e rara pintada por um Mestre, o grande criador de todas as coisas belas, o espírito divino de Deus. O que ele diz? Ele diz: "O fruto do Espírito é amor". Temos visto muitas belas imagens de frutas, e aqui está uma. O grande artista esboçou frutos que nunca crescem nos jardins da terra até serem plantados pelo Senhor do céu. Oh, que cada um de nós possa ter uma vinha em seu seio e produzir abundância desse amor que é “o fruto do Espírito”. O que isso significa? "Fruto", como o amor é um fruto? A metáfora mostra que o amor é uma coisa que sai da vida. Você não pode buscar frutos de algo morto. Os pilares que
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sustentam essas galerias nunca produziram nenhum fruto, e nunca o farão, pois são de ferro duro e nenhuma seiva de vida circula dentro deles. Uma árvore morta não produz frutos. Deus implanta uma vida espiritual nos homens, e então dessa vida vem o amor, como o fruto do Espírito. O amor aparece como um crescimento. O fruto não começa perfeitamente maduro imediatamente da árvore. Primeiro vem uma flor; então uma formação minúscula que mostra que a flor se pôs. Então uma fruta aparece, mas é muito azeda. Deixe-a em paz por um tempo e permita que o sol a amadureça. Aos poucos ela se enche, e lá você tem a maçã em todas as proporções de beleza, e com um sabor suave que encanta o paladar. O amor surge no coração e aumenta por um crescimento seguro. O amor não é produzido lançando a mente no molde da imitação, ou fixando a graça na maneira do homem como algo fora dele. As criancinhas vão a uma loja onde seus pequenos gostos são considerados, e compram paus nos quais as cerejas foram amarradas, mas todo mundo sabe que elas não são o fruto das varas, elas estão limitadas a elas. E assim nós conhecemos pessoas que tomaram emprestado um maneirismo afetuoso e um estilo doce, mas elas não são naturais para elas, elas não são amor verdadeiro. Que palavras
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doces! Que frases delicadas! Você vai entre eles e a princípio você fica surpreso com o afeto deles, você é uma “irmã querida” ou um “irmão querido”, e você ouve um “querido ministro”, e você vem ao “querido Tabernáculo” e canta queridos hinos para aquelas velhas e queridas melodias. A conversa deles é tão doce, que é apenas um pouco pegajosa, e você se sente como um pássaro que está sendo pego no melaço. Isso é nojento, adoece um. O amor é um fruto do Espírito, não é algo assumido por um homem, mas algo que cresce em seu coração. Alguns homens consomem sua conversa com palavras pretensiosas, porque sabem que o fruto de que é feito é amargo. Nesse caso, sua doçura não é afeto, mas afetação. Mas o amor verdadeiro, o verdadeiro amor a Deus e ao homem, vem de um homem porque está nele, trabalhado internamente pela operação do Espírito Santo, a quem o fruto pertence. O resultado da humanidade regenerada é que o homem não vive mais para si mesmo, mas para o bem dos outros. O fruto pede também cuidado. Se você tem um jardim, logo saberá isso. Tivemos uma profusão de flores em nossas pereiras este ano, e por algumas semanas o tempo estava quente além do calor de abril, mas noites de geada se seguiram e cortaram quase todos os frutos.
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Outros tipos de frutos que sobreviveram à geada estão agora em perigo devido ao tempo seco que desenvolveu uma variedade infinita de fungos e insetos, de modo que nos perguntamos se algum deles sobreviverá. Se superarmos essa provação e o fruto crescer bem, ainda esperamos ver muitas peras caírem antes do outono, porque um verme devorou seus corações e efetivamente as destruiu. Assim é com a vida cristã. Eu vi um trabalho pois o Senhor prosperou esplendidamente, como uma vinha frutífera, quando de repente veio uma noite gelada e as esperanças afeiçoadas foram cortadas, ou então novas ideias selvagens desceram como pragas de insetos e a fruta foi estragada. Ou, se o trabalho escapou dessas causas de dano, alguma imoralidade em um membro importante ou um espírito briguento apareceu de surpresa, como um verme no centro da maçã, e caiu para nunca mais florescer. "O fruto do Espírito é o amor." Você deve cuidar de seu fruto se quiser ter algum na loja no final do ano. E assim deve todo cristão estar muito atento sobre o fruto do Espírito, para que de alguma forma ele não seja destruído pelo inimigo. O fruto é a recompensa do lavrador e da coroa e glória da árvore. O Senhor coroa o ano com Sua bondade, dando frutos no devido tempo, e verdadeiramente o santo fruto do amor é a recompensa de Jesus e a honra de Seus
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servos. Quão doce é o fruto do Espírito! Eu digo “fruto” e não frutos, porque o texto diz isso. A obra do Espírito é uma, seja ela conhecida pelo nome de amor, ou alegria, ou paz, ou mansidão, ou gentileza ou temperança. Além disso, é constante; o fruto do Espírito é dado continuamente em sua estação. É reprodutivo, pois a árvore se multiplica por seus frutos, e o cristianismo deve se espalhar pelo amor, alegria e paz dos cristãos. Que o Espírito de Deus trabalhe em você, queridos irmãos, e você será frutífero em toda boa obra, fazendo a vontade do Senhor, e você criará outros como você, que, quando seu tempo terminar, ocupará seu lugar, e dará frutos ao grande Lavrador. IV. Por fim, você vê no meu texto A COROA. "O fruto do Espírito é amor." Façamos um diadema do texto e, amorosamente, o coloquemos na cabeça do Espírito Santo, porque Ele produziu no povo de Deus essa coisa preciosa que é chamada de "Amor". Como vem o amor celestial em corações como o seu e o meu? Em primeiro lugar, porque o Espírito Santo nos deu uma nova natureza. Há uma nova vida em nós que não estava presente quando chegamos ao mundo pela primeira vez e
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esta nova vida vive e ama. Deve amar a Deus que o criou e ao homem que é feito à Sua imagem. Clama, “Meu Pai” e a essência dessa palavra, “Meu Pai”, é amor. O Espírito de Deus nos trouxe novos relacionamentos. Ele nos deu o espírito de adoção para com o Pai. Ele nos fez sentir nossa fraternidade com os santos e conhecer nossa união com Cristo. Não estamos em nossos relacionamentos como costumávamos ser, pois éramos “herdeiros da ira como os outros”; mas agora somos "herdeiros de Deus, co-herdeiros de Jesus Cristo" e, consequentemente, não podemos deixar de amar, pois somente o amor pode fazer com que a nova relação seja plenamente desfrutada. O bendito Espírito também nos trouxe novas obrigações. Nós éramos obrigados a amar a Deus e servi-Lo como criaturas, mas nós não o fizemos, agora o Espírito Santo nos fez sentir que somos devedores ao infinito amor e misericórdia através da redenção. Cada gota do sangue de Jesus clama a nós para amar, Cada gemido de outro escuro Getsêmani clama amor. O Espírito de Deus opera em nós, de modo que cada fragmento da cruz nos leva a amar. O amor de Cristo nos constrange, devemos amar, pois o Espírito tomou das coisas do Cristo amoroso e as revelou a nós. O Espírito de Deus entrou em nós de tal maneira que fez o amor ser nosso deleite.
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(Nota do tradutor: Uma das grandes provas que Deus é de fato amor, é que quando o Espírito Santo passa a habitar em nós, imediatamente o amor de Deus é derramado em nossos corações, e passamos a amar assim como Deus ama.) Que prazer é quando você pode pregar um sermão cheio de amor para aqueles a quem você prega ou quando você pode visitar o pobre, cheio de amor para quem você aliviar! Estar na esquina da rua e contar sobre o amor de Jesus - por que, não é uma tarefa cansativa para o homem que faz amorosamente, é sua alegria e sua recreação. O serviço sagrado em que a emoção do amor é satisfeita é tão agradável para nós como para um pássaro voar ou para um peixe nadar. O dever não é mais escravidão, mas escolha; a santidade não é mais restrição, mas perfeita liberdade; e autossacrifício torna-se a própria coroa de nossa ambição, a mais alta altura a que nosso espírito pode aspirar. É o Espírito Santo que faz tudo isso. Agora, meu querido leitor, você tem esse amor em seu coração? Julgue pela sua relação com Deus. Você vive sem oração? Você raramente lê a Palavra de Deus? Você está ficando indiferente quanto a ir e adorar com o Seu povo? Ah, então, temo que o amor de Deus não esteja em você.
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Mas se você sente que tudo que tem a ver com Deus, você ama - Sua obra, Seu serviço, Seu povo, Seu dia, Seu livro - e que você faz tudo o que está em você para espalhar Seu reino, tanto pela oração, ou por boca a boca, pela sua liberalidade, e pelo seu exemplo, se você ama você pode facilmente ver, eu acho, e há muitas maneiras pelas quais você pode testar a si mesmo. Bem, suponha que para ser satisfatoriamente respondida, então eu tenho essa outra pergunta - você e eu - que podemos dizer: "Senhor, você sabe que eu te amo" - nós bendizemos suficientemente o Espírito Santo por nos dar esta joia de amor. ? Se você ama a Cristo, então diga: “Este amor me é dado, é uma planta rara, uma exótica; nunca saiu do meu coração natural. Ervas daninhas crescerão rapidamente lá, mas não esta flor justa.” Bendiga o Espírito Santo por isso. "Oh, mas eu não amo a Deus como devo!” Não, irmão, eu sei que você não ama, mas bendiga a Ele que você o ama no todo. Ame a Deus pelo fato de que Ele o levou a amá-lo, e esse é o modo de amá-lo mais. Ame a Deus por deixar você amá-lo. Ame-o por tirar a pedra do seu coração e dar-lhe um coração de carne. Pela pequena graça que você vê em sua alma, dê graças a Deus. Você
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sabe que quando um homem está doente, o médico lhe diz: “Você não está bem por um longo tempo, mas espero que você esteja se recuperando.” “Sim”, diz o homem, “sinto-me muito doente, mas ainda acho que estou um pouco melhor. A febre é menor e o inchaço está diminuindo.” Ele menciona algum pequeno sintoma, e o médico está satisfeito, porque sabe que isso indica muito, a doença já passou da crise. Abençoe a Deus por um pouco de graça! Culpe a si mesmo que você não tenha mais graça, mas louvai-o por saber que você tem alguma. Foi o tempo quando eu daria meus olhos e ouvidos para poder dizer: "Eu amo a Deus", e agora que eu O amo, eu daria meus olhos e ouvidos para amá-lo mais. Eu daria tudo o que tenho para conseguir mais amor em minha alma, mas sou grato por pensar que tenho uma medida de amor verdadeiro e sinto seu poder. Seja grato ao Espírito Santo. Adore a Ele especialmente e peculiarmente. Você diz: "Por que especialmente e peculiarmente?" Eu respondo - porque ele é muito esquecido. Algumas pessoas dificilmente sabem se existe um Espírito Santo. Deixe o Pai e e o Filho serem igualmente adorados, mas tenha cuidado em referência ao Espírito Santo, pois o fracasso da igreja em direção à Santíssima Trindade reside
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principalmente em um esquecimento da obra graciosa do Espírito Santo. Por isso, pressiono-o sobre você e peço-lhe que louve e magnifique o Espírito Santo e caminhe diligentemente em toda gratidão afetuosa para com Ele todos os seus dias. À medida que seu amor aumenta, deixe sua adoração do Espírito Santo tornar-se cada dia mais e mais evidente, porque o amor é Seu fruto, embora seja seu princípio vital. Ao Deus do Amor, eu recomendo a todos vocês. Amém. PARTE DA ESCRITURA LIDA ANTES DO SERMÃO - GALÁTAS 5. Gálatas – 5 1 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. 2 Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. 3 De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. 4 De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
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5 Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. 6 Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. 7 Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? 8 Esta persuasão não vem daquele que vos chama. 9 Um pouco de fermento leveda toda a massa. 10 Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação. 11 Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Logo, está desfeito o escândalo da cruz. 12 Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia. 13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para
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dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. 14 Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 15 Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. 16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. 18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não
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herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. 22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. 25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. 1 Cor – 13 1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
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3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
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12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

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