“Então, lhes
falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si
mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer,
o Filho também semelhantemente o faz.” (João 5.19)
Nesta e em várias passagens da Bíblia há um
claro testemunho da submissão total de nosso Senhor Jesus Cristo à vontade de
Deus Pai, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.
É somente quando compreendemos a essência e extensão da Sua própria
submissão, que podemos também entender o que é esperado de todos nós, que somos
adotados como filhos de Deus por meio da fé nEle.
Não é por falta de ensinamentos e exemplos que nos foram deixados, tanto
na vida dos profetas, de Jesus e dos apóstolos, que podemos justificar uma
conduta independente de nossa parte e descompromissada com Deus e Sua vontade,
uma vez que o nosso dever é claramente revelado a nós nas Escrituras.
Para qual outro propósito principal nos é ordenado pelo Senhor que nos
neguemos a nós mesmos e tomemos diariamente a nossa cruz, para podermos seguir
os Seus passos? Se não fosse para uma completa absorção da nossa vontade na
vontade do Pai, de modo que não busquemos o que seja a nossa própria vontade
senão a dEle? Tanto deve ser este o principal objetivo da nossa abnegação
porque se fosse somente para melhorias espirituais em nós mesmos, como por
exemplo, a obtenção de um temperamento manso e calmo, que é de grande valor,
todavia, qual seria a glória de Deus nisto, caso o buscássemos,
independentemente de buscarmos conhecer a vontade objetiva do Senhor para as
nossas vidas ministeriais, com o intuito de servi-lo e obedecê-lo, de modo que
tudo o que fazemos fosse somente para a Sua exclusiva glória?
Mas, este único exemplo apenas toca a superfície deste grande oceano da
submissão que é devida a Deus, e da qual podemos aprender, pelo menos nocionalmente
nos ensinamentos e exemplo que nos foram deixados pelo próprio Jesus. Dizemos
nocionalmente, porque o que importa mesmo é que aprendamos esta submissão na prática,
e não apenas no conhecimento do registro das Escrituras. Jesus nos deixou um
exemplo não apenas para ser conhecido, mas sobretudo praticado e obedecido.
Há várias razões para esta submissão à Pessoa e
vontade de Deus, e não seria possível para nós explicarmos todas elas, até
mesmo porque muito disso tem sido reservado por Deus à Sua exclusiva soberania
e autoridade.
Nunca é demais lembrar que o próprio Jesus, em relação
ao Pai, declara Sua dependência de receber dEle a revelação da Sua vontade
Paterna, para que Ele, como Filho Unigênito amado, possa cumpri-la cabalmente,
pois é nisto que se encontra a razão da Sua existência como Segunda Pessoa da
Trindade Divina, e todo o Seu prazer, assim como do próprio Pai.
Ele declara expressamente que é somente do conhecimento
do Pai, o dia, a hora, o momento exato em que deve voltar à Terra para julgar
os ímpios e inaugurar o Milênio.
Muito do que Ele fez em Seu ministério terreno,
foi-lhe revelado progressivamente pelo Espírito Santo, conforme a vontade do
Pai, e isto explica a necessidade que Jesus tinha de estar permanentemente em
oração, para que tudo o que fizesse, fosse realizado dentro da esfera da
vontade do Pai.
Tem sido assim conosco?
Temos nos ocupado em conhecer diariamente qual seja
a vontade de Deus para nós, para que façamos aquilo em que Ele nos comprometeu
consigo mesmo, ou temos sido descuidados em relação a isso?
É certo que pela vontade expressa do Pai, muitas
coisas nos são permitidas para serem feitas independentemente de consultarmos a
Sua vontade Divina, mas, antes dessas coisas, e em primeiro lugar, com prioridade
absoluta, importa fazer aquilo que nos tem sido ordenado para ser feito, e não
raro, teremos que renunciar a muitas coisas ou adiá-las, para que esta prioridade
seja cumprida.
Como poderia haver harmonia e comunhão entre todos
os santos no céu, caso a cada um fosse dado agir segundo a própria vontade? Já
não temos exemplos suficientes aqui embaixo do que acontece quando cada pessoa
age de modo independente e carnalmente?
“1 De onde
procedem guerras e contendas que há entre vós? De
onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?
2 Cobiçais e nada
tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer
guerras. Nada tendes, porque não pedis;
3 pedis e não
recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.
4 Infiéis, não
compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele,
pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou
supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o
Espírito, que ele fez habitar em nós?
6 Antes, ele
dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos,
portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos
a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos,
pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.
9 Afligi-vos,
lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em
tristeza.
10 Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.1-10).
Neste texto, o apóstolo Tiago está falando da necessidade desta submissão
absoluta por parte dos crentes, à vontade de Deus, pela busca de um viver em
santidade, não se conformando ao mundo, para que possa haver unidade e comunhão
real no Espírito.
Sem nos submetermos à vontade Deus e à Sua Palavra,
jamais seremos achados mortificando a carne e vencendo o pecado, o diabo e o mundo,
porque conforme vemos no testemunho do apóstolo, é por Deus nos conceder a Sua
graça que o conseguimos.
Todavia, que nunca se pense que isto é obtido uma
vez, e daí para a frente já não mais necessitamos buscá-lo com um espírito
manso, submisso e humilde. Não, os suprimentos de graça devem ser renovados diariamente
sobretudo pelo exercício da oração e da meditação na Palavra, e disposição para
testemunhar as virtudes de Jesus em nossas próprias vidas.
Jesus é o modelo supremo de submissão, mansidão,
humildade e de obediência à vontade de Deus, e não é sem razão que Ele nos é
dado pelo Pai para ser seguido por nós em Seu caráter, virtudes, santidade,
porque foi para isto mesmo que fomos chamados, a saber, a razão da nossa criação
e vocação é para sermos à exata imagem e semelhança de Jesus, conforme
testificam as Escrituras.
Votamos a dizer que não poderia jamais haver um céu
de paz e harmonia, sem que todos os que lá se encontram submetam suas próprias
vontades à de Deus Pai.
É nos dirigindo ao mesmo Centro Bendito de onde
procede toda a vontade que é boa, perfeita e agradável, para cada um de nós,
que podemos também ser achados em paz e em comunhão espiritual uns com os outros.
Por isso é tão essencial que se mortifique de fato o
pecado, e isto já deve começar aqui embaixo, pois estamos sendo aperfeiçoados
para a vida perfeita do céu.
Quando não negamos a nossa própria vontade quem
sempre há de prevalecer é o homem carnal, o velho homem ou criatura, que não
está sujeito à vontade de Deus e nem mesmo pode estar.
Dependemos de ser ensinados, instruídos, guiados,
capacitados pelo Espírito Santo para esta nova vida que é espiritual, celestial
e divina. Lembremos que ela não nos vem da parte de nada que seja desta mundo,
pois é inteiramente procedente do céu, e penetra em cada crente para
estabelecer nele o Reino de Deus e a Sua justiça.
Todo o nosso discurso será em vão enquanto não nos
convencermos que o grande motivo da criação tanto de homens quanto de anjos é
para que eles façam a vontade de Deus. Esta, por sua vez, para ser obedecida, deve
antes ser buscada e conhecida. Por isso somos ordenados a bater, pedir, buscar,
e a sermos realmente diligentes para tal propósito. Se falhamos nisto, teremos
falhado em tudo o mais que se refira ao verdadeiro objetivo da vida.
A vida eterna encontra-se somente em Deus Pai, e ela
deve ser buscada em Jesus Cristo que foi ordenado pelo Pai, para concedê-la a nós.
Nunca será demais lembrarmos que apesar de o Pai ter
dado ao Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, o poder de ter vida em si mesmo, vida
independente, poder para dá-la e reassumi-la como Ele fez em sua morte e
ressurreição, e além de tudo isso, poder de comunicar a vida eterna aos eleitos
de Deus, que se encontravam mortos em delitos e em pecados, todavia, Ele não
vive por Sua própria vontade, mas sempre fazendo a vontade do Pai. Quanto mais
então, não cabe a nós, criaturas que somos, fazer o mesmo, porque Aquele que não
é criatura, sendo também Deus, o faz, que argumento teremos para justificar o
fato de não o fazermos?
Veja o testemunho do próprio Jesus nas passagens a
seguir:
“17 Mas ele
lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
18 Por isso,
pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente
violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai,
fazendo-se igual a Deus.
19 Então, lhes
falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si
mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer,
o Filho também semelhantemente o faz.
20 Porque o
Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe
mostrará, para que vos maravilheis.
21 Pois assim
como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica
aqueles a quem quer.
22 E o Pai a
ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento,
23 a fim de
que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o
Filho não honra o Pai que o enviou.
24 Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas
passou da morte para a vida.
25 Em
verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou,
em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26 Porque
assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter
vida em si mesmo.
27 E lhe deu
autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28 Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão:
29 os que
tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
30 Eu nada
posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo,
porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.
31 Se eu
testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é
verdadeiro.
32 Outro é o que
testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de
mim.” (João 5.17-32).
“Porque eu desci do céu, não para
fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” (João
6.38).
“41 Ele, por
sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava,
42 dizendo:
Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha
vontade, e sim a tua.” (Lucas 22.41,42).
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele
que me enviou e realizar a sua obra.” (João 4.34).
“37 Todo
aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim,
de modo nenhum o lançarei fora.
38 Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou.
39 E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
40 De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6.37-40).
“16 Respondeu-lhes
Jesus: O meu ensino não é meu, e sim daquele que me
enviou.
17 Se alguém quiser
fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é
de Deus ou se eu falo por mim mesmo.
18 Quem fala
por si mesmo está procurando a sua própria glória; mas o
que procura a glória de quem o enviou, esse é
verdadeiro, e nele não há injustiça.” (João 7.16-18).
Disso também dão testemunho os profetas e os Salmos:
“6 Sacrifícios e
ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não
requeres.
7 Então, eu
disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito;
8 agrada-me
fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua
lei.
9 Proclamei
as boas-novas de justiça na grande congregação; jamais
cerrei os lábios, tu o sabes, SENHOR.
10 Não ocultei
no coração a tua justiça; proclamei a tua fidelidade e a tua salvação; não
escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade.” (Salmo 40.6-10).
“1 Eis aqui o
meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz;
pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os
gentios.
2 Não clamará, nem
gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
3 Não esmagará a cana
quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o
direito.
4 Não desanimará, nem se
quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua
doutrina.
5 Assim diz
Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto
produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam
nela.
6 Eu, o SENHOR,
te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador
da aliança com o povo e luz para os gentios;
7 para
abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo
e do cárcere, os que jazem em trevas.” (Isaías 42.1-7).
Da submissão de Jesus ao Pai deram também testemunho os apóstolos:
“3 Nada façais por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a si mesmo.
4 Não tenha
cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada
qual o que é dos outros.
5 Tende em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
igual a Deus;
7 antes, a
si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo
se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
9 Pelo que
também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de
todo nome,
10 para que
ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra,
11 e toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.”
(Filipenses 2.3-11).
Nosso Senhor Jesus Cristo demonstrou na prática até que ponto Ele estava
submisso ao Pai e comprometido com a Sua vontade, ao ter caminhado
voluntariamente para se entregar à morte ignominiosa da cruz.
Cabe destacar que a mesma disposição em submissão é requerida dos crentes
conforme palavras do apóstolo João:
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e
devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (I João 3.16).
“5 Por isso,
ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não
quiseste; antes, um corpo me formaste;
6 não te
deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado.
7 Então, eu
disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para
fazer, ó Deus, a tua vontade.
8 Depois de
dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não
quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com
isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei),
9 então,
acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Remove o primeiro para estabelecer o segundo.
10 Nessa
vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus
Cristo, uma vez por todas.
11 Ora, todo
sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer
muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados;
12 Jesus, porém, tendo
oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos
pecados, assentou-se à destra de Deus,
13 aguardando,
daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado
dos seus pés.
14 Porque,
com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo
santificados.” (Hebreus 10.5-14).
O que se diz da submissão de Jesus, também se aplica ao Espírito Santo.
“12 Tenho
ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis
suportar agora;
13 quando
vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o
que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.
14 Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu e
vo-lo há de anunciar.” (João 16.12-14).
Tudo o que Jesus fez em seu ministério terreno foi pela direção e poder
do Espírito Santo, mas ao derramar o Espírito Santo a partir do Pentecostes,
tudo o que o Espírito faz é por receber de Jesus e para glorificá-lo.
Qual argumento mais poderoso necessitaríamos para nos convencer de vez da
importância de não buscarmos fazer a nossa própria vontade, senão somente a de
Deus?
“27 E, se eu
expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles
mesmos serão os vossos juízes.
28 Se, porém, eu
expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o
reino de Deus sobre vós.” (Mateus 12.27,28).
Quanto a este assunto muito importante de se fazer a vontade de Deus,
temos muitos argumentos nas Escrituras para tanto, como por exemplo na própria
abertura das palavras da oração Dominical, que resume em modelo tudo o que
importa se lembrado, buscado e realizado em nossa relação com Deus. Não se diz
ali “seja feita a Tua vontade assim na terra como é feita no céu”? Não se diz também
que “o nome de Deus deve ser santificado por nós”? Se a primeira petição aponta
para o efeito, o resultado esperado, que é se fazer a vontade de Deus, a
segunda aponta para o meio como isto deve ser feito, ou seja, vivendo nós em
verdadeira santificação. Para isto fica subentendida a necessidade de um novo
nascimento do Espírito Santo e de uma negação do nosso ego para a crucificação
e despojamento da carne que é o princípio operativo do pecado que reside em nós.
Não temos portanto aqui, o ensino de meras palavras para serem pronunciadas em
oração, mas a indicação do modo pelo qual nos importa viver para o agrado de
Deus.
Tudo o que se refira à vida espiritual gira e gravita em torno disso, e
sem isso, não há real sentido espiritual em tudo o que fizermos.
“1 Finalmente,
irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes,
quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais
fazendo, continueis progredindo cada vez mais;
2 porque
estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor
Jesus.
3 Pois esta é a vontade
de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da
prostituição;
4 que cada
um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,
5 não com o
desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;
6 e que,
nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque
o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos
claramente, é o vingador,
7 porquanto
Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
8 Dessarte,
quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus,
que também vos dá o seu Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 4.1-8).
“1 Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
3 Porque,
pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo
além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus
repartiu a cada um.
4 Porque
assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os
membros têm a mesma função,
5 assim também nós,
conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos
outros,
6 tendo, porém,
diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia,
seja segundo a proporção da fé;
7 se ministério,
dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo;
8 ou o que
exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que
preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com
alegria.
9 O amor
seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem.
10 Amai-vos
cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos
outros.
11 No zelo, não sejais
remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;
12 regozijai-vos
na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração,
perseverantes;
13 compartilhai
as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade;
14 abençoai os que
vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos
com os que se alegram e chorai com os que choram.
16 Tende o
mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos,
condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.
17 Não torneis
a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante
todos os homens;
18 se possível,
quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;
19 não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito:
A mim me pertence a vingança; eu é que
retribuirei, diz o Senhor.
20 Pelo contrário, se o
teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de
beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
21 Não te
deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12.1-21).
“27 Porque
todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas
as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe
subordinou.
28 Quando,
porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho
também se sujeitará àquele que todas as coisas
lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (I Cor 15.27,28).
“17 Por esta
razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.
18 E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito,
19 falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais,
20 dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5.17-21).
“12 Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,
de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.
13 Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós;
14 acima de tudo
isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição.
15 Seja a paz
de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual,
também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
16 Habite,
ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão, em vosso coração.
17 E tudo o
que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3.12-17).
Quando somos persuadidos da verdade conforme ela é em Jesus Cristo, aí
então é que podemos ver e entender que de fato o Seu reino não é deste mundo, e
quão abominável para Deus é aquilo que o mundo considera elevado. Quando foi que
o mundo estimou a submissão? A virtude necessária para a comunhão é considerada
pelo mundo como uma grande fraqueza, e é tida em grande desprezo. Disso devemos
nos cuidar portanto, especialmente em nossos dias que que se vê rebelião por
toda parte.
Tão preciosa e necessária é a submissão a quem é devida, que nos é
recomendada não apenas em relação a Deus, mas aos mais velhos, às autoridades,
aos patrões, e dos filhos aos pais, das esposas aos maridos, e em tudo devemos
honrar a quem a honra é devida. Como atenderemos ao mandamento divino sem que
tenhamos um espírito diferente do de Cristo que é manso e humilde de coração?
O que responde por toda a violência e rebelião que são vistas no mundo,
inclusive nas próprias famílias? Falta de submissão de uns aos outros.
Por isso Jesus diz que no reino de Deus o menor é como o maior, e o
maior como o menor. Que o maior é o
servo de todos.
“42 Mas Jesus,
chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados
governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e
sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
43 Mas entre
vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o
que vos sirva;
44 e quem
quiser ser o primeiro entre vós será servo de
todos.
45 Pois o próprio Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos.” (Marcos 10.42-45).
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam
por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria
e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hebreus 13.17).
“13 Sujeitai-vos
a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao
rei, como soberano,
14 quer às
autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como
para louvor dos que praticam o bem.
15 Porque
assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais
emudecer a ignorância dos insensatos;
16 como
livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da
malícia, mas vivendo como servos de Deus.
17 Tratai
todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.
18 Servos,
sede submissos, com todo o temor ao vosso Senhor, não somente se for bom e
cordato, mas também ao perverso;
19 porque
isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente,
por motivo de sua consciência para com Deus.” (I Pedro 2.13-19).
“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais
velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade,
porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.” (I
Pedro 5.5).
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