Deus criou o
primeiro casal e ordenou que se multiplicasse a sua descendência até que se
enchesse a face da Terra, sendo que dentre estes se proveria de alguns para
estarem com Ele para sempre, por meio da transformação deles para além da
natureza terrena, dotando-os de uma nova natureza espiritual, para assim,
poderem estar em comunhão com eles, uma vez que Deus é espírito, e convém ser
adorado, servido e amado em espírito.
Estes escolhidos para serem
adotados como filhos de Deus, o seriam por pura misericórdia, em razão da
condição caída deles no pecado, e que sob a justiça divina encontravam-se sob a
condenação de morte eterna, de modo que o próprio Deus assim se expressou
quanto à Sua soberania em julgar os seres morais que havia criado como homens:
“Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.”
(Romanos 9.15).
O apóstolo o aplica no contexto do seu ensino sobre a eleição:
“6 E não pensemos
que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato,
israelitas;
7 nem por
serem descendentes de Abraão são todos
seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 Isto é, estes
filhos de Deus não são propriamente os da carne,
mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.
9 Porque a
palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho.
10 E não ela
somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque,
nosso pai.
11 E ainda não eram os
gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito
de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que
chama),
12 já fora dito
a ela: O mais velho será servo do mais moço.
13 Como está escrito:
Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.
14 Que
diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!
15 Pois ele
diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.
16 Assim,
pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua
misericórdia.
17 Porque a
Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em
ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra.
18 Logo, tem
ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.”
(Romanos 9.6-18).
Agora, não é pelo fato de que são poucos os escolhidos de Deus, nem por
isso Ele deixou de exigir um comportamento responsável perante Ele, segundo a
obediência à Sua Lei, e especialmente à natural que imprimiu na consciência de
todo homem, quanto ao que seja justo e injusto, inclusive aos que não são
escolhidos, de modo que vemos vários juízos divinos que foram e têm sido
exercidos em toda a história da humanidade, em razão dos pecados que são
praticados na Terra.
Além destes juízos temporais e localizados há um juízo eterno de fogo
consumidor, determinado para ser realizado no Dia do juízo final, quando todos
comparecerão perante Ele, em espírito para prestarem contas de suas obras.
Nós temos uma grande certeza quanto a isto, conforme revelado nas
Escrituras, pelo que sucedeu aos anjos eleitos que foram preservados na
presença de Deus no céu, e os anjos caídos que foram sujeitados ao abismo e à
condenação eterna.
Então, quanto a ter misericórdia de quem quer, isto se aplica aos que
Ele elegeu no Seu amor eletivo, para serem poupados, e aos não eleitos para
serem condenados.
Só há um meio de um ser moral viver de modo santo, obediente e agradável
a Deus, a saber, sujeitando-se totalmente a Ele, em ser educado e revestido
pela Sua graça, e onde há rebelião e resistência contra isto, não há
alternativa para Deus senão a de submeter o rebelde a um juízo de condenação
eterna.
Se aos anjos caídos não foi exibida qualquer misericórdia, todavia aos
homens caídos esta tem sido mostrada a todos os que se arrependem em têm fé em
Cristo para ser o Senhor e Salvador deles, unindo-se a Ele em espírito.
Assim, para aqueles que vivem na prática do pecado, resistindo à graça
de Deus que está sendo oferecida em Jesus, livremente, pela pregação do
Evangelho, por mais bem-sucedidos que eles sejam nas coisas deste mundo, melhor
seria que nunca tivessem nascido, porque se morrerem nesta condição de
incredulidade, segundo as palavras do próprio Senhor Jesus Cristo, estarão
chorando e rangendo os dentes sob um fogo atormentador que jamais se apagará
pelos séculos dos séculos sem fim.
Pior ainda será para todos aqueles que chegaram a ter algum conhecimento
da verdade do evangelho e não se firmaram nela, e especialmente ser serviram de
motivo de escândalo para outros por terem se intrometido no ministério da
Palavra, conforme dizer do apóstolo Pedro:
“17 Esses tais
são como fonte sem água, como névoas impelidas por
temporal. Para eles está reservada a negridão das
trevas;
18 porquanto,
proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões
carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que
andam no erro,
19 prometendo-lhes
liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois
aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
20 Portanto,
se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são
vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.
21 Pois
melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que,
após conhecê-lo, volverem para trás,
apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado.
22 Com eles
aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou
ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” (II
Pedro 2.17-22).
Deus é a Majestade Soberana e eternas do céu, o único Senhor e Criador
do universo e tudo o que nele há, de maneira que faz o que quer e não deve
explicação de seus atos a qualquer um, e importa ser conhecido, obedecido e
amado por todos aqueles que trouxe à condição de existência eterna, porque
seres morais não podem ser aniquilados, e se pudessem, talvez Deus o fizesse,
para por um fim ao sofrimento daqueles que são Seus inimigos.
Mas, importa que o castigo seja eterno para que aqueles que foram
eleitos, ou mesmo outros que Deus vier a criar depois deles, tenham um exemplo
objetivo da aplicação da justiça divina no castigo daqueles que resistem à Sua
vontade, para que o Seu temor esteja sempre diante deles, de modo a jamais
desejarem se afastar da Sua graça, pela qual são preservados de pecar.
O dia do Juízo está cada vez mais próximo, sobretudo em nossos dias em
que o evangelho já foi anunciado em todas as nações, o que é um sinal de que o
edifício da Igreja já se encontra em sua forma final, de maneira que se
manifeste a volta de Jesus a este mundo.
Felizes são aqueles que a bem de suas almas dão a devida consideração ao
ensino da Palavra de Deus quanto ao que é necessário para se escapar do citado
Juízo.
Não terá sido por falta de oportunidade, que sendo concedido por Deus
que vivessem por tanto anos neste mundo, nunca se voltassem para ouvir e
praticar as verdades que são anunciadas por toda parte, e especialmente na
Bíblia, que hoje se encontra ao alcance de qualquer pessoa, inclusive de forma
eletrônica e digital.
Todo aquele que se voltar para Cristo e buscando arrepender-se de seus
pecados, será por Ele recebido e jamais será lançado fora, conforme a Sua
promessa. E fiel é o que prometeu.
Apesar de todo o amor, bondade e
misericórdia de Deus para com os pecadores, não são poucos os que questionam a
eleição alegando que isto não é justo, a saber, salvar alguns e sujeitos outros
à condenação.
Todavia que injustiça ou falta de
amor e bondade há da parte de Deus quando elege alguns para serem salvos,
quando todos sem exceção deveriam ser condenados justamente?
Acrescente-se que esta eleição
para que pudesse ser efetivada exigiu o alto preço de satisfação da justiça
divina pelo sacrifício do próprio Senhor Jesus Cristo no lugar dos
transgressores.
Não se trata apenas de eleger
para livrar da condenação, mas para que os eleitos venham a ser as pedras vivas
de um edifício espiritual perfeito e santo, de modo que para tanto, há
necessidade de busca voluntária deste aperfeiçoamento espiritual em Jesus
Cristo, e é evidente que não são poucos os que não se sujeitam a isto.
Não se pode negar a Deus o Seu
infinito poder e onipresença e onisciência, pelos quais pode conhecer de
antemão a todos, segundo estas disposições favoráveis ou desfavoráveis, antes
que sejam chamados à existência.
Não foi este o caso de Jeremias,
que respondeu favoravelmente ao chamado de Deus para ser profeta para as
nações, como tem sido de fato até os nossos dias, por tudo o que Deus nos deu a
conhecer através dele, por sua palavra? O Senhor declara que conheceu Jeremias
antes mesmo de formá-lo no ventre de sua mãe, e o mesmo testemunho nos é dado
pelo apóstolo Paulo quanto à sua chamada para o ministério apostólico.
“1 Palavras
de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na
terra de Benjamim;
2 a ele veio
a palavra do SENHOR, nos dias de Josias, filho de Amom e rei de Judá, no décimo
terceiro ano do seu reinado;
3 e também nos dias
de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, até ao fim do
ano undécimo de Zedequias, filho de Josias, rei de Judá, e ainda
até ao quinto mês do exílio de Jerusalém.
4 A mim me
veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo:
5 Antes que
eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da
madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.
6 Então, lhe
disse eu: ah! SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma
criança.
7 Mas o
SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu
te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás.
8 Não temas
diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR.
9 Depois,
estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e o SENHOR me disse: Eis que ponho na
tua boca as minhas palavras.
10 Olha que
hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para
arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares
e para plantares.” (Jeremias 1.1-10).
Há então esta chamada especial da
parte de Deus para alguns dos eleitos, não somente no sentido da salvação e
inclusão na Sua família celestial, mas para a execução de ofícios especiais
para a construção do edifício da Igreja, e para repreender, exortar até mesmo
reinos e nações.
Não há de se questionar jamais a
justiça, a bondade e a misericórdia de Deus em razão da eleição, porque esta
não é realizada mediante méritos, qualificações ou grandeza dos escolhidos. Ao
contrário, até mesmo os que são desprezíveis e que nada são para o mundo, Deus
escolhe para si, porque não faz acepção de pessoas.
“26 Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram
chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos,
nem muitos de nobre nascimento;
27 pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e
escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
28 e Deus
escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para
reduzir a nada as que são;
29 a fim de
que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
30 Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção,
31 para que,
como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (I Coríntios
1.26-31).
A porta da salvação pela graça, mediante a fé, estará aberta para
qualquer um que vier a Cristo para fazer dEle o Seu soberano Senhor, e para ser
salvo por Ele, e na plena certeza de que não será rejeitado, se o fizer pelo
motivo correto, a saber, o de desejar servi-lo em santidade de vida.
Há também aqueles que objetam que o modo de justificação, ou aplicação
da graça a pecadores não é algo racional e lógico, porque se todos são
considerados culpados debaixo da cabeça de Adão, por terem recebido toda a sua
herança genética dele, como pode agora Deus justificar alguns por simplesmente
crerem em Cristo, pois, neste caso, eles não estavam ligados a Ele antes de
serem justificados.
Entretanto, os tais não sabem que há de fato uma descendência em Cristo
para a justificação, uma vez que todo aquele que nEle crê é nascido dEle por um
novo nascimento espiritual, pois assim como Adão é a cabeça designada por Deus
para a geração natural da humanidade, Cristo é a cabeça para a geração
espiritual, pois o primeiro foi feito apenas alma vivente, mas o último é
espírito vivificante.
Ele é designado nas Escrituras como Príncipe da Paz, Pai da eternidade
etc. É pai dos que alcançam a vida eterna porque é nEle que eles são gerados de
novo, por um novo nascimento que lhes comunica uma nova natureza espiritual, de
modo que são chamados de novas criaturas em Cristo Jesus.
Por isso Jesus lhes ordena que a ninguém chamem, ou considerem, no que é
relativo à vida eterna e à salvação, de Mestre, Guia ou Pai, porque Ele foi
escolhido da parte de Deus para ser isto para eles, e somente Ele.
De modo que se alguém deseja ter vida eterna, deve ir a Cristo para
recebê-la e a nenhum outro.
Ele é a Videira verdadeira pela qual os ramos vivem.
Ele veio para nos dar esta vida, que é vida em abundância, porque é a
Sua própria vida que nos é comunicada através do Espírito Santo.
Assim, há uma ligação real dos crentes com Cristo, muito maior do que a
que há entre eles e Adão, ligação esta que a propósito há de desaparecer
totalmente, porque tudo o que receberam de Adão está determinado a desaparecer.
Esta é a razão porque este corpo físico deve morrer ou ser transformado em
corpo sobrenatural e espiritual recebido de Cristo no dia do arrebatamento.
Cristo é a pedra fundamental do edifício sobre o qual está sendo erigido
para a glória de Deus.
Ele é o Pastor de um só rebanho de muitas ovelhas.
Ele é o marido de uma esposa sem mancha, ruga ou qualquer coisa
semelhante.
Ele é a cabeça do corpo formado por crentes.
Por vários modos as Escrituras designam a união vital de Cristo com os
eleitos. Eles estão unidos pelos laços indestrutíveis de um amor eterno, e que
os conduz a uma comunhão íntima de uns com os outros, o que, a propósito, nunca
houve em relação a Adão e à sua descendência natural.
Destacaremos adiante algumas citações de Thomas Boston, sobre o modo de
realização da eleição divina.
Antes de tudo, devemos perguntar:
Como Cristo, o Filho de Deus, tornou-se o segundo Adão? E então, como o pacto foi feito com ele?
Primeiro, como Cristo, o Filho de
Deus, se tornou o segundo Adão? Isso nós podemos
ver em duas coisas.
1. O Pai quis e planejou que seu
próprio Filho, a Palavra eterna, deveria, com o propósito de misericórdia para
com a humanidade perdida, assumir sua natureza e tornar-se homem. Ele viu que o sacrifício e a oferta de animais não responde ao
caso; a dívida era maior do que a ser paga
a essa taxa; a redenção de almas não poderia
ser gerenciada, mas por uma pessoa de infinita dignidade: portanto, tendo
proposto que o atributo querido da misericórdia ilustrado no caso da humanidade
perdida, ele quis que a natureza humana se unisse no tempo à natureza divina,
na pessoa do Filho.
E aqui está o Filho, como a Palavra eterna, a segunda pessoa da Trindade
gloriosa, não tendo nenhuma relação mais próxima com o homem do que como seu
soberano Senhor Criador, prontamente concordou: Heb. 10: 5,6 " Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e
oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; não te deleitaste
com holocaustos e ofertas pelo pecado. "- Verso 7, " Então, eu
disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para
fazer, ó Deus, a tua vontade." O Verbo eterno consentiu em ser
feito carne, para que toda a carne não pereça: ele consentiu em se tornar
homem, em união pessoal numa natureza humana, isto é, um corpo verdadeiro e uma
alma racional, de acordo com o destino eterno de seu Pai. Esta foi uma instância de condescendência incrível. O consentimento do mais alto monarca de deixar de lado sua vestes de
majestade, vestir-se de trapos e tornar-se um mendigo, não é para ser comparado
com isso. Nem o consentimento do mais alto
anjo para se tornar um verme, não deve ser nomeado em um dia com o eterno Filho
de Deus, que é igual ao Pai, por seu consentimento em se tornar homem: porque
distância entre a natureza divina e a humano é infinita; enquanto a distância entre a natureza angelical e a
natureza dos vermes da terra, é apenas finita.
Agora, o efeito disso foi que, por
meio disto, o Filho de Deus foi constituído Mediador substancial, ou Mediador
em relação à natureza, entre Deus e o homem. Sendo desde
a eternidade Deus igual ao Pai, ele ficou tão relacionado ao céu: e tendo
desde a eternidade consentido em se tornar homem, ele permaneceu relacionado à
terra: pois, embora ele não assumisse realmente a natureza do homem até a
plenitude dos tempos designados pelo Pai; ainda, uma
vez que ele desde a eternidade consentiu em assumi-lo, e foi impossível que seu
consentimento faltasse em vigor, ele foi reconsiderado por lei, para todos os
efeitos, como se ele tivesse realmente encarnado.
Um tipo disso em sua mediação
substancial era a escada de Jacó, que foi "posta sobre a terra, e o topo
dela alcançou o céu", Gen 28:12. Um emblema
claro da natureza divina e humana em Cristo, como Mediador substancial, havia
um caminho aberto para uma comunicação pela paz entre o céu e a terra. Assim, nosso Senhor Jesus aplica a si mesmo: João 1:51: "Em
verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem.", como na escada de Jacó,
Gn 28:12.
2. O Pai o escolheu para liderar
a eleição; para ser o último Adão, chefe
federal e representante da vontade soberana deve lançar-se sobre vasos de
misericórdia e registrados no livro da vida; uma cabeça e
representante com quem ele pode fazer a nova aliança para a vida e salvação
para eles.
E para isso também ele
prontamente concordou, consentindo em ser o último ou o segundo Adão, chefe e
representante da eleição; para sustentar suas pessoas, e
transacionar em seu nome: Isa. 43: 1:
"Eis-me aqui e os meus eleitos em quem a minha alma se deleita".
Salmo 89:19: "Exaltei um escolhido dentre o povo." 1 Cor.
15:47," O segundo homem é o Senhor do céu."
A brecha entre Deus e o homem era
maior do que para ser eliminada por um mero intermediário, que viaja entre as
partes em desacordo, reconcilia-os com palavras simples. Não poderia haver aliança de paz entre Deus e os
pecadores sem reparação dos danos causados à honra de Deus através do pecado,
e sem honrar a santa lei por uma obediência exata: mas essas coisas estão além
do alcance deles, Cristo o Filho de Deus diz: "Eis que eu venho; estou
contente em tomar o lugar deles, e
me colocar no lugar deles como um
segundo Adão."
Agora, o efeito disso foi que, por esse meio, ele foi constituído no
último Adão, ou o segundo homem, 1 Coríntios. 15:47; Mediador oficial ou Mediador em respeito ao ofício, entre Deus e o
homem, 1 Tim. 2: 5, 6, "Porquanto
há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se
deve prestar em tempos oportunos." Sendo chamado de seu Pai
para aquele cargo, e tendo abraçado a chamada, ele foi investido no ofício e tratado
como tal, antes do mundo começar, Tito 1: 2. E de fato ele, e ele apenas, estava apto para isso. As duas famílias do céu e da terra estão em guerra,
não poderia haver paz entre eles,
a não ser através de um mediador.
Em segundo lugar, deve ser
perguntado: Como o pacto foi feito com Cristo como segundo Adão? E isso também pode ser considerado em duas coisas.
1. O Pai projetou um certo número
de homens perdidos, para ser os membros constituintes daquele organismo
escolhido para a vida eterna, de cujo corpo Cristo seria a cabeça designada; e ele os deu a Cristo para esse fim: Filipenses 4: 3, "Meus cooperadores de trabalho, cujos nomes estão no livro
da vida". João 17: 6: "Eles eram teus, e tu mos deste". Estes foram uma companhia escolhida, a quem a graça livre e soberana
escolheu dentre a humanidade, com um propósito de amor, e deu ao segundo Adão
por uma semente; por qual motivo se diz que ele
foi escolhido nele, Ef. 1: 4; estando no
decreto de eleição posto sobre ele como a pedra
fundamental, para ser edificado sobre ele, e obter salvação por ele, 1 Tes. 5: 9; cujo decreto, no que se refere
aos membros eleitos, é, portanto, chamado livro da vida; sendo como se fosse o rolo que o Pai deu ao segundo Adão, eleito,
contendo os nomes daqueles designados para ser sua semente, para receber vida
por ele.
Agora, nosso Senhor Jesus, em pé
como segundo Adão, chefe da eleição, aceitou o presente de determinadas pessoas
eleitas ou escolhidas por seu Pai: João 17: 6: "Eram teus, e tu mos
deste." Verso. 10, "todas as minhas coisas são tuas, e
as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado."
Quando a aliança foi feita entre
o Pai e o Filho, nenhum dos eleitos estava em existência; e ele aceitou o presente deles, tendo o prazer em tomá-los em particular
por seu corpo místico, pelo qual ele fez o pacto com seu pai. E, em sinal disso, ele manteve como seu o livro da vida contendo seus
nomes, que, portanto, é chamado de livro da vida do Cordeiro, Apo 21.27.
2. O Pai propôs-lhe como segundo
Adão, a nova aliança para a vida e salvação para eles, em todo o teor,
promessas e condições das mesmas; tratando nele com todas aquelas pessoas
particulares da humanidade perdida e que foram eleitas para a vida, e dadas a
ele, assim como ele tratou com toda a humanidade em Adão na primeira aliança. As promessas aqui propostas foram realmente grandes e gloriosas; mas com a condição ou termos em que foram propostas,
eram extremamente altos.
No entanto, como o primeiro Adão, permanecendo como chefe e
representante de todos a sua semente natural, entrou na primeira aliança com
Deus, aceitando a promessa, nos termos e condições nela propostos, que ele se
comprometeu a cumprir; então nosso Senhor Jesus sendo
elevado como segundo Adão, cabeça e representante das pessoas
particulares da humanidade perdida, por nome de eleitos para a vida, e dados a
ele como sua semente espiritual, entrou na segunda aliança com seu pai; aceitando suas promessas, mediante os termos e condições nela proposto; consentindo e se envolver em cumprir a mesma, para eles. E assim a aliança da graça foi feita, e concluiu, entre o
Pai e Cristo, o segundo Adão, desde toda a eternidade; sendo a segunda aliança, em relação à ordem e
manifestação para o mundo, embora tenha sido a primeira a existir: 1 Cor. 15:47, "O segundo homem é o Senhor do céu. " Isa.
53:10, "verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR
prosperará nas suas mãos." Tito 1: 2: "Na esperança da
vida eterna, que Deus que não pode mentir prometeu antes que o mundo
começasse." Salmo 40: 6-8: "Sacrifícios e
ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não
requeres. Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito;
agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua
lei."
(Poucos chegam a entender que a salvação dos eleitos foi toda ela
baseada na aliança feita na Trindade divina antes mesmo da criação do mundo. O
Pai garantiu prover todos os meios necessários para fortalecer o Filho e
guardá-lo e protege-lo para a realização da Sua grande missão. O Filho se
comprometeu na aliança a fazer tudo o que fosse necessário para que os eleitos
fossem redimidos, justificados e glorificados, e o Espírito Santo, por Sua
parte, em regenerá-los e santifica-los. Muitas outras operações estão
envolvidas nesta aliança que foi feita na Trindade, especialmente entre o Pai e
o Filho, de modo que tudo o que fosse necessário para o aperfeiçoamento dos
eleitos até a condução deles à glória final fosse realizado sem qualquer falha.
É nesta aliança que repousa a segurança eterna da salvação dos crentes, e não
neles próprios, como nem mesmo poderia ser, uma vez que sendo criaturas, estão
sujeitos à fraqueza, e indubitavelmente ficariam perdidos em qualquer aliança
que fosse feita diretamente com eles, tal como foi o caso de Adão.)
Agora, Cristo, o segundo Adão,
dando esse consentimento, levou sobre ele um caráter triplo, de peso e importância
sem paralelos.
(1.) O parente-redentor na
aliança,
(2.) A garantia da aliança, e,
(3.) O Sacerdote da aliança.
A mediação de Cristo
percorre toda a aliança. E há várias outras partes dessa
mediação, que respeitando às promessas de aliança, pertencem à sua
administração. Mas estas que eu tenho agora
mencionado, respeitam à condição da aliança e, portanto, pertencem à sua
realização.
I. Cristo, o parente-redentor da
aliança
Nosso Senhor Jesus Cristo, o
segundo Adão, dando seu consentimento na aliança, como lhe foi proposto pelo
Pai, se sustentou como parente
redentor na aliança: Jó 19:25:
"Eu sei que meu Redentor vive, e que ele se levantará no último dia na
terra ".
Segundo a lei de Moisés, quando
um homem não era capaz de agir por si mesmo, afirmar e usar seu próprio
direito, que era semelhante a ele, tinha o direito de agir por ele, entrando em
seu lugar e ficando de pé à sua direita. E este foi
chamado seu Goel; o que significa corretamente um parente-redentor. Daí que a palavra às vezes é traduzida como parente; como em Números 5: 8, "Se o homem tiver nenhum
parente (Goel) para recompensar a transgressão." Rute 3:12, " Eu sou teu
(Goel) parente próximo: no entanto, existe um parente (Goel) mais próximo do
que eu.”
Às vezes é convertido em Redentor;
como Prov. 23:11, "Seu (Goel) Redentor é poderoso." Isa. 47: 4, "Quanto
ao nosso (Goel) Redentor, o Senhor dos Exércitos é o nome dele." Alguém que
está agindo nessa capacidade, é chamado a fazer a parte do parente, ou
redentor, por direito de parentes, Rute 3:13; e 4: 6.
No entanto, alguém pode se
recusar a fazer a parte do parente; como o parente-redentor de Rute fez, que renunciou
ao seu direito a Boaz, e em sinal tirou seu próprio sapato e o deu a Rute 4: 6,
7, 8.
Agora, Cristo, o segundo Adão viu pecadores, seus parentes bastante
arruinados e incapazes de agir por si mesmos. Nenhum deles
conseguiu resgatar a si mesmo e muito menos seu irmão. Nem os anjos, próximos a eles no mundo racional, não se
intrometem na redenção; tendo certeza que eles não
poderiam ter deixado de estragar sua própria herança, nem também não livraram
seus pobres parentes. Se ele deveria ter recusado, e
tirado o sapato para eles, ou para qualquer outro de toda a criação, não houve
quem se atrevesse a recebê-lo, nem o pé nele. "Eu olhei",
diz ele, “e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me
sustivesse; pelo que o meu próprio braço me trouxe a salvação, e o meu furor me
susteve.", Isa. 63: 5. Ele assumiu
o caráter de seu parente-redentor; e dele, como
tal, Jó fala na passagem prevista, que eu imagino ser assim expresso no
original: "Eu sei, que meu parente-redentor vive:
e fim ele se levantará sobre o
pó." Em que palavras Jó conforta-se com a visão de Cristo como seu
parente-redentor vivo, mesmo em seus dias, em relação à sua natureza divina; e como o último ou o segundo Adão (em oposição ao
primeiro, Êx 4: 8, 9; Dt 24: 3, 4.) a saber, o último ou o segundo Adão
Redentor, em oposição ao antigo ou primeiro destruidor de Adão; acreditando firmemente que aquele que se une a si na natureza humana, deve com certeza
levantar-se sobre o pó da terra e fazer a parte do parente para ele; como o outro, tendo o fôlego da vida respirou em suas
narinas, levantou-se e estragou tudo.
Agora, havia quatro coisas que o parente-redentor
deveria fazer por seu parente, incapaz de agir por si mesmo; tudo o que Cristo, o segundo Adão assumiu no pacto.
1. Ele deveria se casar com a viúva de seu parente falecido, para
levantar sementes para seu irmão. Boaz foi
lembrado por Rute, cap. 3: 9, "Disse ele:
Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua
serva, porque tu és resgatador." Compare os versículos
10–13; cap. 4:10; e Ezequiel 16: 8. “estendi sobre ti as abas do meu
manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e entrei em aliança contigo,
diz o SENHOR Deus; e passaste a ser minha."
Nossa natureza estava em condição confortável e frutífera, enquanto a
imagem de Deus impressa então em Adão permaneceu com ele; mas essa imagem está sendo removida, na morte
espiritual causada por seu pecado, houve uma absoluta esterilidade, quanto aos
frutos da santidade, em nossa natureza assim deixada. Mas o nosso parente-redentor consentiu em se casar com a viúva. Ele se comprometeu a assumir a nossa natureza humana em particular,
tomando sua carne da família de Adão. Assim foi
previsto, que seu corpo não deve ser feito de nada, nem de qualquer coisa que não
foi derivada de Adão como original. Foi uma
partida baixa, de fato, para ele; e teria sido
assim, mesmo que a família de Adão estivesse em seu estado
primitivo e esplendor: mas agora era considerado em profundidade de pobreza e
desgraça. No entanto, sendo necessário para a
nossa redenção, ele o consentiu, como nosso parente-redentor.
Assim, na plenitude do tempo, ele foi feito de uma mulher, filha da
família de Adão, Gal. 4: 4, e também era filho de Adão,
Lucas 3: 23–38. Assim, foi lançada uma base
para o casamento místico dos crentes com ele; qual
casamento místico não pertence à condição e ao cumprimento da aliança adequadamente,
chamado. E o grande fim, subordinado à glória
de Deus, pela qual essa união mais íntima e combinada com a nossa natureza foi
penetrada pelo nosso parente-redentor, era para torná-lo novamente frutífera
nos frutos da verdadeira santidade: e sem ele nossa natureza teria permanecido
sob absoluta esterilidade nesse ponto, do mesmo modo que a natureza dos anjos
caídos.
2. Ele deveria resgatar a herança
hipotecada de seu pobre parente, Lev. 25:25, "Se teu irmão ficar pobre, e
tiver vendido algumas de suas possessões, e se algum de seus parentes vier para
resgatá-la, ele deverá resgatar aquilo que seu irmão vendeu; "ou
melhor", então virá em seu parente-redentor, que está perto dele; e ele resgatará aquilo que seu irmão vendeu." Nosso
pai, Adão, se tornou pobre através do trato fraudulento do tentador com ele, pois
vendeu completamente a herança da vida eterna por um pedaço de fruta proibida:
e seus filhos ainda mais pobres, através de sua própria culpa pessoal, haviam
se colocado cada vez mais longe da vida eterna.
Eles não poderiam ter levantado
entre todos, o que teria resgatado tanto quanto a parte de um homem. No entanto, exceto que fosse redimido, eles nunca poderia ter tido acesso
à herança. Portanto, o segundo Adão, como Parente-redentor,
assumiu o ônus da redenção sobre si mesmo, e concordou em pagar o preço dessa
compra; "morrendo por nós, para que
possamos viver junto com ele ", 1 Tes. 5:10. (Com isto, foi também
cumprida a exigência da Lei, pois era dever do parente-próximo resgatar o que
foi perdido pelo parente pobre. Nosso Senhor cumpriu perfeitamente a Lei, para
que morrendo sob a Lei, pudesse ser justificado para ser o nosso pleno
Redentor.)
3. Ele deveria resgatar seu pobre parente em cativeiro, pagando o preço
de sua redenção: Lev. 25:47, "Quando o
estrangeiro ou peregrino que está contigo se tornar rico, e
teu irmão junto dele empobrecer e vender-se ao estrangeiro, ou peregrino que
está contigo, ou a alguém da família do estrangeiro,", verso
48: "depois de haver-se vendido, haverá ainda resgate para ele; um
de seus irmãos poderá resgatá-lo:" Verso
52 " Se restarem poucos anos até ao Ano do
Jubileu, então, fará contas com ele e pagará, em proporção aos anos restantes, o preço do
seu resgate."
Sendo vendido nos lombos de nosso primeiro pai, fomos escravizados sob a
maldição da lei. Então nós somos por natureza os escravos
da lei e, consequentemente, escravos do pecado e de Satanás, para nunca ser
libertados sem resgate, o valor total de muitas almas. Esse resgate foi declarado na aliança; ou seja, que
o parente-redentor deve dar-se em
resgate por seus pobres parentes: e ele concordou com isso, para adquirir a
liberdade deles, 1 Tim. 2: 5, 6. O resgate foi grande,
alma por alma, corpo por corpo; uma pessoa
de infinita dignidade para seus pobres parentes em cativeiro. Mas ele consentiu em assumir a forma de um servo, para que eles sejam
libertado; entediado na porta da lei, para
que eles possam ser libertados de sua escravidão.
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