Há somente um evangelho pelo
qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e
especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações
incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de
salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as
verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou
omitidas.
Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a
seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender
que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita
entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas
diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a
Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem
perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento
espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras
seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo
meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo
que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os
redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o
de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam
debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem
transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos
seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça
divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus
pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do seu sangue, porque a lei
determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento
substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores,
assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria
contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado,
eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria
ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça
feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício,
Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por
si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da
natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi
gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser a de alguém que fosse
humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos
redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de
Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e
importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para
nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a
Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes,
para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a
vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é
apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro
caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é
estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que
sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e
santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do
pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com
Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza
espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e
mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não
fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que
ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens
bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o
resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus
poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia
da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está
inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da
salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque
não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não
perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma
de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que
tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas
imperfeições e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus,
mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não
foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a
Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé
nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da
sua salvação.
É por graça porque alguém pagou inteiramente o preço
devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado
somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo
poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto
da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra com Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos,
pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como
temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados
em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que
busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer
impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e
completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até
mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida
deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver
hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessadas em
demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudesse alcançar algum favor da parte
de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz
que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados
e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a
nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para
a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários
para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina,
no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova
criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está
ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois
tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se
inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se
encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e
não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do
mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas
naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo
qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quanto partirmos para a
glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação
dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o
nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo
desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que
nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da
fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por
meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação,
inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da
geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o
quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da
salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e
assim sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada
possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se
dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o
pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem
perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que
costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela
palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por
meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da
Palavra de Jesus Cristo.
Estamos registrando adiante algumas passagens
bíblica que são referentes a tudo o que foi escrito anteriormente:
“31 Eis aí vêm dias,
diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de
Judá.
32 Não conforme
a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar
da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os
haver desposado, diz o SENHOR.
33 Porque
esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também
no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
34 Não ensinará jamais
cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao
maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus
pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31.31-34)
“38 Eles serão o meu
povo, e eu serei o seu Deus.
39 Dar-lhes-ei
um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias,
para seu bem e bem de seus filhos.
40 Farei com
eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o
bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se
apartem de mim.” (Jeremias 32.38-40).
“25 Então,
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
26 Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo;
tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei
dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos,
guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36.25-27)
“1 Vendo
Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse,
aproximaram-se os seus discípulos;
2 e ele
passou a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados
os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados
os que choram, porque serão consolados.
5 Bem-aventurados
os mansos, porque herdarão a terra.
6 Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
7 Bem-aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados
os limpos de coração, porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados
os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino
dos céus.
11 Bem-aventurados
sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós.
12 Regozijai-vos
e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois
assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.”
(Mateus 5.1-12)
“1 No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava
no princípio com Deus.
3 Todas as
coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que
foi feito se fez.
4 A vida
estava nele e a vida era a luz dos homens.
5 A luz
resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
6 Houve um homem
enviado por Deus cujo nome era João.
7 Este veio
como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a
crer por intermédio dele.
8 Ele não era a
luz, mas veio para que testificasse da luz,
9 a saber, a
verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
10 O Verbo
estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele,
mas o mundo não o conheceu.
11 Veio para
o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas, a
todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que creem no seu nome;
13 os quais não nasceram
do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14 E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do
Pai.
15 João
testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que
vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim.
16 Porque
todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre
graça.
17 Porque a
lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a
verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais
viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (João
1.1-18)
“3 A isto,
respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.
4 Perguntou-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao
ventre materno e nascer segunda vez?
5 Respondeu
Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de
Deus.
6 O que é nascido
da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te
admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
8 O vento
sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo o que é nascido
do Espírito.
9 Então, lhe
perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus:
10 Tu és mestre
em Israel e não compreendes estas coisas?
11 Em
verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e
testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso
testemunho.
12 Se,
tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos
falar das celestiais?
13 Ora,
ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem
[que está no céu].
14 E do modo
por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem
seja levantado,
15 para que
todo o que nele crê tenha a vida eterna.
16 Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
17 Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele
crê não é julgado; o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3.3-18)
“1 Eu sou a
videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
2 Todo ramo
que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá
fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
3 Vós já estais
limpos pela palavra que vos tenho falado;
4 permanecei
em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira,
assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
5 Eu sou a
videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.1-5).
“13 Ao
meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais
resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo.
14 E, caindo
todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua
hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra
os aguilhões.
15 Então, eu
perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu
sou Jesus, a quem tu persegues.
16 Mas
levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te
apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me
viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda,
17 livrando-te
do povo e dos gentios, para os quais eu te envio,
18 para lhes
abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de
Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança
entre os que são santificados pela fé em mim.” (Atos 26.13-18).
“19 Ora,
sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale
toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus,
20 visto que
ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que
pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
21 Mas agora,
sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos
profetas;
22 justiça de Deus
mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há
distinção,
23 pois todos
pecaram e carecem da glória de Deus,
24 sendo
justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo
Jesus,
25 a quem
Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para
manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância,
deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
26 tendo em
vista a manifestação da sua justiça no tempo
presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.
27 Onde,
pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo
contrário, pela lei da fé.
28 Concluímos, pois,
que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da
lei.
29 É,
porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos
gentios? Sim, também dos gentios,
30 visto que
Deus é um só, o qual justificará, por fé, o
circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.
31 Anulamos,
pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma!
Antes, confirmamos a lei.” (Romanos 3.19-31).
Romanos – 4
1 Que, pois,
diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a
carne?
2 Porque, se
Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante
de Deus.
3 Pois que
diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para
justiça.
4 Ora, ao
que trabalha, o salário não é
considerado como favor, e sim como dívida.
5 Mas, ao
que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a
sua fé lhe é atribuída como justiça.
6 E é assim
também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui
justiça, independentemente de obras:
7 Bem-aventurados
aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;
8 bem-aventurado
o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.
9 Vem, pois,
esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou
também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão
para justiça.
10 Como,
pois, lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado
ou ainda incircunciso? Não no regime da circuncisão, e sim
quando incircunciso.
11 E recebeu
o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve
quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que creem, embora
não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça,
12 e pai da
circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos, mas
também andam nas pisadas da fé que teve Abraão, nosso pai, antes de ser
circuncidado.
13 Não foi por
intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube
a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé.
14 Pois, se
os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa,
15 porque a
lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há
transgressão.
16 Essa é a razão por que
provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme
a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei,
mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós,
17 como está escrito:
Por pai de muitas nações te constituí.),
perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência
as coisas que não existem.
18 Abraão,
esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de
muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 E, sem
enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido,
sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara,
20 não duvidou,
por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se
fortaleceu, dando glória a Deus,
21 estando
plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera.
22 Pelo que
isso lhe foi também imputado para justiça.
23 E não somente
por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta,
24 mas também por
nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado,
a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus,
nosso Senhor,
25 o qual foi
entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa
da nossa justificação.
Romanos – 5
1 Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo;
2 por intermédio de
quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes;
e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações,
sabendo que a tribulação produz perseverança;
4 e a perseverança,
experiência; e a experiência, esperança.
5 Ora, a
esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo, que nos foi outorgado.
6 Porque
Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu
tempo pelos ímpios.
7 Dificilmente,
alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a
morrer.
8 Mas Deus
prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores.
9 Logo,
muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira.
10 Porque, se
nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu
Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida;
11 e não apenas
isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de
quem recebemos, agora, a reconciliação.
12 Portanto,
assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram.
13 Porque até ao regime
da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em
conta quando não há lei.
14 Entretanto,
reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo
sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir.
15 Todavia, não é assim o
dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram
muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem,
Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos.
16 O dom,
entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento
derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas
ofensas, para a justificação.
17 Se, pela
ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os
que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio
de um só, a saber, Jesus Cristo.
18 Pois assim
como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre
todos os homens para condenação, assim também, por um
só ato de justiça, veio a graça sobre
todos os homens para a justificação que dá vida.
19 Porque,
como, pela desobediência de um só homem,
muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um
só, muitos se tornarão justos.
20 Sobreveio
a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a
graça,
21 a fim de
que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse
a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.
Romanos – 6
1 Que
diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais
abundante?
2 De modo
nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
3 Ou,
porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua morte?
4 Fomos,
pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos
nós em novidade de vida.
5 Porque, se
fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente,
o seremos também na semelhança da sua ressurreição,
6 sabendo
isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do
pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
7 porquanto
quem morreu está justificado do pecado.
8 Ora, se já morremos
com Cristo, cremos que também com ele viveremos,
9 sabedores
de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a
morte já não tem domínio sobre ele.
10 Pois,
quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto
a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós
considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
12 Não reine,
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas
paixões;
13 nem ofereçais cada
um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas
oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a
Deus, como instrumentos de justiça.
14 Porque o
pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e
sim da graça.
15 E daí? Havemos
de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo
nenhum!
16 Não sabeis
que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a
quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a
justiça?
17 Mas graças a Deus
porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de
doutrina a que fostes entregues;
18 e, uma vez
libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
19 Falo como
homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos
membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade,
assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a
santificação.
20 Porque,
quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça.
21 Naquele
tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos
envergonhais; porque o fim delas é morte.
22 Agora, porém,
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto
para a santificação e, por fim, a vida eterna;
23 porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Romanos – 7
1 Porventura,
ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o
homem toda a sua vida?
2 Ora, a
mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive;
mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal.
3 De sorte
que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com
outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera
se contrair novas núpcias.
4 Assim,
meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por
meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou
dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.
5 Porque,
quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em
realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.
6 Agora, porém,
libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo
que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.
7 Que
diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria
conhecido o pecado, senão por intermédio da
lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
8 Mas o
pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte
de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado.
9 Outrora,
sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri.
10 E o
mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para
morte.
11 Porque o
pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me
matou.
12 Por
conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.
13 Acaso o
bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o
pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a
morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.
14 Porque bem
sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do
pecado.
15 Porque nem
mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que
prefiro, e sim o que detesto.
16 Ora, se faço o que não quero,
consinto com a lei, que é boa.
17 Neste
caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que
habita em mim.
18 Porque eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita
bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
19 Porque não faço o bem
que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
20 Mas, se eu
faço o que não quero, já não sou eu
quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.
21 Então, ao
querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
22 Porque, no
tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 mas vejo,
nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz
prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
25 Graças a Deus
por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente,
sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
Romanos – 8
1 Agora,
pois, já nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus.
2 Porque a
lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porquanto
o que fora impossível à lei, no que estava enferma
pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne
pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o
pecado,
4 a fim de
que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 Porque os
que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se
inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
6 Porque o
pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para
a vida e paz.
7 Por isso,
o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de
Deus, nem mesmo pode estar.
8 Portanto,
os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Vós, porém, não estais
na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de
Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele.
10 Se, porém, Cristo
está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado,
mas o espírito é vida, por causa da justiça.
11 Se habita
em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que
ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo
mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
12 Assim,
pois, irmãos, somos devedores, não à carne
como se constrangidos a viver segundo a carne.
13 Porque, se
viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.
14 Pois todos
os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos
de Deus.
15 Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados,
mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
16 O próprio Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
17 Ora, se
somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.
18 Porque
para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem
ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
19 A ardente
expectativa da criação aguarda a revelação dos
filhos de Deus.
20 Pois a
criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por
causa daquele que a sujeitou,
21 na esperança de que a
própria criação será redimida do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
22 Porque
sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.
23 E não somente
ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito,
igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de
filhos, a redenção do nosso corpo.
24 Porque, na
esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o
que alguém vê, como o espera?
25 Mas, se
esperamos o que não vemos, com paciência o
aguardamos.
26 Também o
Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos
orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis.
27 E aquele
que sonda os corações sabe qual é a mente
do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.
28 Sabemos
que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados segundo o seu propósito.
29 Porquanto
aos que de antemão conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos.
30 E aos que
predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também
glorificou.
31 Que
diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que
não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o
entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele
todas as coisas?
33 Quem
intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita
de Deus e também intercede por nós.
35 Quem nos
separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou
perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como está escrito:
Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos
considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Em todas
estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.
38 Porque eu estou
bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem
as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Gálatas – 3
1 Ó gálatas
insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo
exposto como crucificado?
2 Quero
apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas
obras da lei ou pela pregação da fé?
3 Sois assim
insensatos que, tendo começado no Espírito,
estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
4 Terá sido em vão que
tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão.
5 Aquele,
pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós,
porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
6 É o caso de
Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7 Sabei,
pois, que os da fé é que são filhos
de Abraão.
8 Ora, tendo
a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os
gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os
povos.
9 De modo
que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
10 Todos
quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo
de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não
permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
11 E é evidente
que, pela lei, ninguém é justificado diante de
Deus, porque o justo viverá pela fé.
12 Ora, a lei
não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos
por eles viverá.
13 Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14 para que a
bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim
de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
15 Irmãos, falo
como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez
ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa.
16 Ora, as
promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E
aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu
descendente, que é Cristo.
17 E digo
isto: uma aliança já anteriormente confirmada
por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode
ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa.
18 Porque, se
a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas
foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.
19 Qual,
pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que
viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de
anjos, pela mão de um mediador.
20 Ora, o
mediador não é de um, mas Deus é um.
21 É,
porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De
modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a
justiça, na verdade, seria procedente de lei.
22 Mas a
Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus
Cristo, fosse a promessa concedida aos que creem.
23 Mas, antes
que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de
futuro, haveria de revelar-se.
24 De maneira
que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé.
25 Mas, tendo
vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.
26 Pois todos
vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;
27 porque
todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes.
28 Dessarte,
não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem
mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se sois
de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa.
1 Cor – 15
1 Irmãos, venho
lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda
perseverais;
2 por ele
também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que
tenhais crido em vão.
3 Antes de
tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras,
4 e que foi
sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
5 E apareceu
a Cefas e, depois, aos doze.
6 Depois,
foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos
quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem.
7 Depois,
foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos
8 e, afinal,
depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido
fora de tempo.
9 Porque eu
sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou
digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus.
10 Mas, pela
graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas
a graça de Deus comigo.
11 Portanto,
seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes.
12 Ora, se é corrente
pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns
dentre vós que não há ressurreição de mortos?
13 E, se não há ressurreição de
mortos, então, Cristo não ressuscitou.
14 E, se
Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a
vossa fé;
15 e somos
tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que
ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que
os mortos não ressuscitam.
16 Porque, se
os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17 E, se
Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados.
18 E ainda
mais: os que dormiram em Cristo pereceram.
19 Se a nossa
esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos
os homens.
20 Mas, de
fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos
que dormem.
21 Visto que
a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos
mortos.
22 Porque,
assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão
vivificados em Cristo.
23 Cada um,
porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias;
depois, os que são de Cristo, na sua vinda.
24 E, então, virá o fim,
quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo
principado, bem como toda potestade e poder.
25 Porque
convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos
pés.
26 O último
inimigo a ser destruído é a morte.
27 Porque
todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas
as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe
subordinou.
28 Quando,
porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho
também se sujeitará àquele que todas as coisas
lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.
29 Doutra
maneira, que farão os que se batizam por causa dos mortos? Se, absolutamente,
os mortos não ressuscitam, por que se batizam por causa deles?
30 E por que
também nós nos expomos a perigos a toda hora?
31 Dia após dia,
morro! Eu o protesto, irmãos, pela glória que tenho em vós outros,
em Cristo Jesus, nosso Senhor.
32 Se, como
homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os
mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã
morreremos.
33 Não vos
enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
34 Tornai-vos
à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns
ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.
35 Mas alguém dirá: Como
ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm?
36 Insensato!
O que semeias não nasce, se primeiro não morrer;
37 e, quando
semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de
trigo ou de qualquer outra semente.
38 Mas Deus
lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo
apropriado.
39 Nem toda
carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra,
a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes.
40 Também há corpos
celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos
celestiais, e outra, a dos terrestres.
41 Uma é a glória do sol,
outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre
estrela e estrela há diferenças de esplendor.
42 Pois assim
também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção,
ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
43 Semeia-se
em fraqueza, ressuscita em poder.
44 Semeia-se
corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo
natural, há também corpo espiritual.
45 Pois assim
está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão,
porém, é espírito vivificante.
46 Mas não é primeiro
o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual.
47 O primeiro
homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.
48 Como foi o
primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é
o homem celestial, tais também os celestiais.
49 E, assim
como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem
do celestial.
50 Isto
afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção
herdar a incorrupção.
51 Eis que
vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados
seremos todos,
52 num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados.
53 Porque é necessário que
este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o
corpo mortal se revista da imortalidade.
54 E, quando
este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que
é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
55 Onde está, ó morte, a
tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
56 O aguilhão da morte
é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças a Deus,
que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
58 Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e
sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho
não é vão.
Centenas de outras passagens bíblicas poderiam ser destacadas para
comprovar que de fato o testemunho da verdade é que a salvação e a vida eterna
podem ser encontradas somente por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo, que
nos leva não somete a crer nEle, mas também a nos confiarmos a Ele para ser o
Senhor e Salvador de nossas vidas.
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