Mensagens : A Respeito da Fé

Objeção 4: A fé é expressamente distinguida da confiança. “Em quem temos ousadia e acesso com confiança pela fé nEle” (Ef 3:12). Consequentemente, a fé não consiste em confiança.

Resposta: (1) A palavra “confiança” é vista em um duplo sentido nas Escrituras. Pode ser usada no sentido de “confiar”, isto é, confiar-se a alguém. Esta é a própria fé, e a palavra pistis é frequentemente traduzida como tal. (Consulte o exposto acima, onde foi demonstrado que a fé consiste em confiar.) "Confiança" também pode significar paz, liberdade, destemor, ousadia ou segurança, que decorre da confiança e da causa. (2 Cor 2, 3; Gl 5:10; Fp 1: 6; 2 Cor 3: 4). É a essa confiança que o texto se refere, o que implica liberdade, garantia e paz.

(2) Aquele que se confia a Jesus se torna um participante dEle e de todos os Seus benefícios; ele é então participante de todas as promessas e um herdeiro das promessas. O crente é então capaz de ser ativo com as promessas, e é realmente ativo com elas. Assim, ele recebe força, paz e liberdade para se aproximar de Deus pepoithese; isto é, com plena certeza e convicção, e dirigir-se a Ele como Pai.

Objeção 5: Aquela fé pela qual um homem é justificado é verdadeiramente salvadora. O homem, no entanto, é justificado apenas por concordar com a veracidade das promessas de Deus. O consentimento é, portanto, fé. Isso é evidente na justificação de Abraão. Em Gênesis 15: 5, Deus prometeu a Abraão a multiplicação de sua semente. Isto é seguido pelo versículo 6, onde se lê: “E ele creu no Senhor; e ele contou isto a ele por justiça” (Gênesis 15: 6). Acrescente a isso Rom 4: 3 e Tiago 2:23, onde as mesmas palavras são citadas.

Resposta: (1) É certo que Abraão já era justificado e era um crente antes disso. A referência é portanto, não ao ato de fé pelo qual Abraão inicialmente se tornou crente, mas sim ao ato que ele realizou como um crente.

(2) A fé de Abraão não consistiu em concordar com a veracidade das promessas de Deus, mas em confiar. O texto afirma que "ele creu no Senhor". Isso pode ser claramente observado em Rm 4, onde lemos:

"18 Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.

19 E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara,

20 não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus,

21 estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera.” (vs. 18-21).

Isso é indicativo de estar em paz e de uma confiança sincera sobre as promessas, mesmo que tudo fosse o contrário. Ele era pleroforetheis, completamente convencido, ou seja, ele confiava em uma medida extraordinária. Ele tinha total confiança neles; isto é, era mais do que um estimar as promessas como verdadeiras; ele confiou nelas. Além disso, essa total persuasão não se relacionava apenas à promessas, mas também à onipotência de Deus . Sua fé era, portanto, uma confiança em Deus como verdadeira, onipotente e fiel.

Essa confiança em Deus era tão forte que gerou plena segurança e descanso em seu coração. Essa fé foi explicada a ele por justiça. "E, portanto, isso lhe foi imputado por justiça" (Rm 4:22). É, portanto, evidente que a objeção declarada se refuta efetivamente e é claramente demonstrado que a fé consiste em confiança.

(3) Considere também o que foi afirmado acima, pois algumas vezes a referência é a um ato de fé quando, de fato, a fé em sua significação completa deve ser entendida por ele. Além disso, a fé nem sempre é nomeada pelo seu nome formal.

(4) Também mostramos anteriormente que um crente cuja fé é exercida é continuamente ativo com e através das promessas, encorajando-se nelas. Essas mesmas respostas são aplicáveis a Tiago 2:23.

Objeção 6: Aquela fé pela qual o homem tem direito ao uso dos sacramentos (que são os selos da justiça da fé) é a verdadeira fé salvadora. Alguém tem o direito, no entanto, de usar os sacramentos, concordando com a veracidade das promessas e, portanto, consentimento é fé. Isso é evidente em Atos 8: 36-38, onde lemos: “Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? [Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.] Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco.”

Resposta: (1) Um ministro, ao batizar, não tem a garantia de que uma pessoa é verdadeiramente convertida ou crente. Em vez disso, ele o faz com base em uma boa confissão que é consistente com a vida de uma pessoa. Perguntando a ele se ele acreditava de todo o coração, Filipe havia apelado à consciência do eunuco. Com sua confissão de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, ele confessou: "Sim, creio de todo o coração". Portanto, não temos a menor prova aqui que o consentimento às verdades divinas constitui o ato essencial e formal da fé.

(2) Mesmo quando a fé é mencionada em referência a um de seus elementos essenciais, ela deve (como mostramos acima) frequentemente ser entendida em um sentido abrangente. Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus inclui tudo o que é necessário para a fé. Não exclui a confiança, mas a inclui. Caso contrário, todos os crentes temporais teriam o direito de usar os sacramentos, pois eles fazem a mesma confissão e creem nas mesmas verdades. Com esta resposta nós também tratamos de todos os textos em que a fé é mencionada em referência a um de seus requisitos necessários, embora o próprio ato essencial da fé não seja expresso (Rm 10: 6-10).

Assim, demonstramos que o ato formal essencial da fé não consiste em concordar com as verdades do evangelho, mas em uma sincera confiança em Cristo para ser justificada, santificada e levada ao estado de felicidade por Ele. Desde que a confiança não se sustenta ou age sozinha, mas é acompanhada por vários outros atos, será, portanto, útil fornecer uma descrição abrangente da fé.

Uma descrição abrangente da fé salvadora

Primeiro, antes de crer, é através da pregação da Palavra que há engendrado no homem uma convicção de sua condição miserável em si mesmo, e uma insatisfação e perplexidade em relação à sua condição em referência à pecaminosidade e sua culpa. Isso transparece com mais ou menos emoção, de maneira legal ou evangélica. Ele percebe que está separado de Deus e entende que sua salvação consiste em estar unido a Ele e no gozo de Seu favor. Ele encontra solução nem dentro de si nem com qualquer outra criatura sobre como ele irá satisfazer a justiça de Deus e adquirir uma justiça perfeita. Ele ouve menção feita de Jesus Cristo como Fiador, e começa a familiarizar-se com Ele em Sua natureza, ofícios, humilhação e exaltação, desejando tê-lo como sua fiança.

Em segundo lugar, ele se familiariza com a oferta de Cristo em um sentido geral, mas também em um sentido específico; isso é, que Cristo também é oferecido a ele, pois ele ouve o evangelho no qual é oferecido a todos. Ninguém é excluído, pois quem quer que venha, e a isto se anexa a promessa de que quem vier, de maneira alguma será expulso. Ele acredita que tudo isso é infalivelmente verdadeiro e se alegra que Deus tenha projetado dessa maneira a salvação, bem como que esse caminho seja conhecido por ele. Ele aprova esse caminho com todo o coração e deseja ser salvo dessa maneira e de nenhuma outra, não havendo outra maneira. Com Pedro, ele diz: “Senhor, a quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna. E cremos e temos certeza de que Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (João 6: 68,69).

Terceiro, ele fica com fome e sede. Ele se torna muito desejoso de se tornar um participante de Cristo e de todos os Seus benefícios, ser reconciliado com Deus por meio dEle, e andar com Ele em paz, amor, humildade e obediência. Dele o desejo é: Oh, que eu tinha Cristo, que eu tinha reconciliação, e que eu tinha Espírito e vida! Assim, Cristo é precioso para Ele (1 Ped 2: 7). Ele é encorajado pela promessa: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão cheios” (Mt 5: 6).

Quarto, ele se volta para Cristo e se refugia nele, embora de longe como o publicano (Lucas 18:13). Às vezes ou ele não ousa, está nas trevas, ou é desencorajado pela visão de seus pecados, e, no entanto, seu coração fica quieto voltando para ele novamente. Às vezes, ele não pode falar uma palavra e, em outro momento, ele diz: "Eu desejo muito tê-lo".

Essa é a sua condição e ele não sabe para onde se virar. Ele anseia, espera e anseia por luz, graça, o Espírito, e força, frequentemente o fazendo silenciosamente e com lágrimas nos olhos. “Portanto, olharei para o Senhor; Vou esperar pelo Deus da minha salvação” (Mq 7: 7); ele, portanto, espera pelo Senhor (Hab 2: 3); “Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra” (Isa 45:22); “Quão excelente é, ó Deus, a tua benignidade! Portanto, os filhos dos homens confiam sob a sombra das tuas asas” (Sl 36: 7).

Quinto, quando ele luta, ele recebe liberdade para recebê-Lo pela fé. Ele sabe que é destituído, e ele percebe Jesus como adequado, totalmente suficiente, disposto, sincero, oferecendo a Si mesmo e prometendo que ninguém será lançado fora se vier a ele. Ele O recebe, aceita Sua oferta e convite, e com todo seu coração Ele Lhe dá a mão, coração - sim, tudo. Ele pondera às vezes se o Senhor Jesus estaria tão disposto a aceitá-lo quanto ele está disposto a tê-lo, pois então ele certamente seria salvo. “Sim”, ele continua, “Jesus está disposto, sim, mais disposto do que eu, pois Ele mesmo toma a iniciativa, se apresenta, me convida e ele mesmo me atrai.” Enquanto assim luta, ele se rende. "Mas todos quantos O receberam, deram-Lhe poder para se tornarem filhos de Deus" (João 1:12). “Como tendes, portanto, recebido a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele” (Cl 2: 6); “Entregai-vos ao Senhor” (2 Crôn 30: 8).

Sexto, ele confia seu corpo, alma e salvação a Cristo. Ele confia nEle, se deixa levar por Cristo, inclinando-se e descansando sobre ele. E mesmo que Ele ainda não tenha paz ou segurança, e seja jogado de um lado para o outro por medo, sendo confrontado com conflitos, ele, no entanto, se lança a Ele. Ele confia nele, exerce confiança nele, e confia-se a ele. "Quem crer não se apressará" (Is 28:16); “Acontecerá, naquele dia, que os restantes de Israel e os da casa de Jacó que se tiverem salvado nunca mais se estribarão naquele que os feriu, mas, com efeito, se estribarão no SENHOR, o Santo de Israel.” (Is 10:20); “Porque eles se chamam da cidade santa e permanecem eles mesmos sobre o Deus de Israel ” (Is 48: 2); “Quem está entre vós que teme ao Senhor ... que confie no nome do Senhor, e permanece no seu Deus” (Is 50:10); "Bem-aventurados todos os que nele confiam" (Sl 2:12).

Sétimo, isso gera a certeza e a confiança de que Cristo é Seu Salvador. Enquanto ele exercita fé, ora e luta, ele chega a uma conclusão sobre seu estado espiritual, fazendo isso uma vez considerando os atos de fé da qual sua alma se torna consciente; depois, considerando a plenitude de Jesus; e, novamente, considerando a promessas e sua certeza. Com base nisso, ele conclui: Jesus é meu e eu sou dele (Cântico 2:16). Às vezes o Santo Espírito coloca poderosamente Seu selo sobre isso (Ef 4:30). Isso, por sua vez, gera tranquilidade, paz, alegria e prazer, que discutiremos posteriormente quando considerarmos os frutos da fé. Os frutos da garantia, paz, etc, são, no entanto, nem sempre experimentado pela alma. Ele é frequentemente impedido nisso; uma vez isso será devido ao fraqueza de sua fé e, novamente, devido a conflitos.

Em oitavo lugar, isso gera santidade. "... purificando seus corações pela fé" (Atos 15: 9); "... fé que opera por amor" (Gal 5: 6). Considere também Tiago 2:17.

Apresentamos esses atos a você em uma ordem sequencial. Isso não sugere que quando alguém exercita fé esses atos são sempre identificáveis, seguindo um ao outro dessa maneira. Eles estão entrelaçados, e ao mesmo tempo a alma é mais ativa em um aspecto e, novamente, em outro aspecto. Não podemos apresentá-los todos simultaneamente, e portanto, para apresentá-los de uma maneira clara e torná-los claramente entendidos, precisamos lidar com cada um deles individualmente.

A causa da fé

Agora chegamos à causa da fé. O homem de si mesmo é cego e não consegue entender a própria essência daqueles assuntos que ele deve acreditar. Ele tem um coração maligno e não se preocupa com isso. Ele não conhece a Deus em Sua veracidade, e portanto, tem um coração incrédulo. Para que o homem acredite, isso deve ser dado a ele. “Pois a você é dado em favor de Cristo, não apenas crer nele, mas também sofrer por causa dele” (Filipenses 1:29); “Porque pela graça sois salvos pela fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2: 8).

O Espírito Santo dá até fé histórica, isto é, a convicção de que a Palavra de Deus é a verdade e que Cristo é o salvador. “O Espírito é testemunha, porque o Espírito é a verdade” (1 João 5: 6); “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Cor 12: 3).

Ele é, portanto, chamado Espírito de fé (2 Cor 4:13). Sim, tanto a origem quanto a continuação da fé são do Senhor.

"Mas eu orei por ti, para que a tua fé não falhe" (Lucas 22:32); “Que sois guardados pelo poder de Deus pela fé para a salvação” (1 Ped 1: 5). O aumento da fé também é do Senhor e, portanto, os discípulos oraram: “Aumenta a nossa fé” (Lucas 17: 5). Tudo isso deve ser realizado pelo mesmo poder onipotente de Deus. "E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.” (Ef 1:19). Deus, portanto, não apenas revela os mistérios do evangelho, além de encorajar e instigar o homem a crer, mas o próprio Deus molda o coração e por Sua imediata operação faz com que o homem acredite, não o forçando contra sua vontade, mas inclinando-o e trabalhando nele tanto para o querer quanto para o realizar (Filipenses 2:13).

Devido ao seu poder onipotente, Deus não precisa de meios para transmitir fé a alguém, mas é sua sabedoria fazê-lo. O fato de que Deus trabalha todas as coisas por meios é muito mais um mistério do que estamos cientes. É Sua bondade que Ele trabalha fé por meio de Sua Palavra, seja 1) em forma escrita ou impressa, 2) através da pregação de pessoas divinamente enviadas como ministros, 3) por declarações feitas por indivíduos, ou 4) por leitura própria. Como o conhecimento de um assunto revelado é um requisito para a fé (e, portanto, também o ato de concordar e sustentar a verdade), é, portanto, necessário que o assunto que devemos conhecer e concordar em nos revelar. Além disso, se por meio desse conhecimento e consentimento, alguém é levado a descansar em Cristo, confiar-se a Ele e confiar nEle, é igualmente necessário que a alma que crê tenha promessas pelas quais ele, agora crente, busca ativamente justificação, santificação e conforto. Uma vez que estas questões como as que afirmei, devem ser consideradas uma manifestação extraordinária da bondade de Deus que Ele não fala conosco de passagem, mas que Ele fez com que Suas revelações fossem registradas para nós. Isto é de uma natureza permanente - como se Deus estivesse continuamente falando conosco. Esta Palavra é o meio pelo qual Deus trabalha e fortalece a fé. “... o evangelho de Cristo ... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16); “Como, pois, invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como eles devem ouvir sem um pregador? Assim, a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10:14, 17).

O objetivo da fé

Agora devemos considerar o objetivo da fé. Ao exercer a fé, alguém glorifica a Deus em todas as Suas perfeições, pois brilha na face de Jesus Cristo. “Mas todos nós, de rosto aberto, contemplando como num copo a glória do Senhor ...” (2 Cor 3:18); “Porque Deus ... brilhou em nossos corações, para dar a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2 Cor 4: 6). Ao exercitar a fé, magnifica-se:

(1) a justiça de Deus, que é tão pura que nenhum pecado pode permanecer impune. “Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Rm 3:26);

(2) Seu amor pela humanidade: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16);

(3) Sua graça: "Para o louvor da glória de Sua graça, em que Ele nos fez aceitos no amado" (Ef 1: 6);

(4) Sua sabedoria de inventar meios pelos quais, simultaneamente, a justiça de Deus seja satisfeita e o homem seja salvo, “Pregamos ... Cristo, o poder de Deus e a sabedoria de Deus” (1 Cor 1: 23-24); "... a sabedoria múltipla de Deus" (Ef 3:10).

(5) Sua onipotência: “Mas era forte na fé, dando glória a Deus; e sendo totalmente convencido de que, o que Ele tinha prometido, ele também foi capaz de realizar” (Rm 4: 20-21);

(6) Sua verdade: “Quem recebeu o seu testemunho, estabeleceu o seu selo de que Deus é verdadeiro” (João 3:33). Veja também 1 João 5: 9-11;

(7) Sua fidelidade: “Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós...” (Rm 4:16);

(8) Sua total suficiência: “Porque o Pai agradou que nele habite toda a plenitude” (Col 1:19); "E da Sua plenitude todos temos recebido, graça sobre graça” (João 1:16; Hb 7:25). Assim, acreditando em Cristo, Deus é glorificado pelos crentes. Quem, portanto, deseja render honra e glória a Deus, acredite em Seu Filho.

Do lado do homem, o objetivo da fé é justificação, paz, adoção, santificação (que iremos discutir posteriormente quando considerando os frutos) e a felicidade eterna a seguir. “Recebendo o fim de sua fé, a saber, a salvação de suas almas ” (1 Ped 1: 9). Quem deseja todas essas coisas, exerça fé.

As características adicionais da fé

As características que pertencem à fé são diversas e diferem em grau. Isso é verdade em referência a diferentes crentes, alguns dos quais são filhos, outros são homens jovens e outros são homens em Cristo. Isto também é verdade para as mesmas pessoas em vários momentos, já que a fé às vezes é mais forte e mais ativa, e outras é mais fraca.

Essas características são:

(1) Santidade: “Mas vós, amados, edificai-vos na vossa santíssima fé” (Judas 1:20);

(2) sinceridade: “Quando eu lembro da fé não fingida que há em ti” (2 Tim 1: 5);

(3) Atividade: “... fé que opera por amor” (Gl 5: 6);

(4) Durabilidade: “Mas eu orei por ti, para que a tua fé não falhe” (Lucas 22:32); “Que sois guardados pelo poder de Deus pela fé” (1 Ped 1: 5).

(5) Salvação: “Porque não tenho vergonha do evangelho de Cristo, porque é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê ”(Romanos 1:16).

Os efeitos ou frutos da fé

Os efeitos ou frutos da fé verdadeira e salvadora são muito gloriosos e desejáveis. Eles são os seguintes:

(1) Justificação, no que diz respeito à culpa e ao castigo, bem como ao direito à vida eterna: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, ... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” (Romanos 3: 21-22, 28);

(2) Paz com Deus: “Sendo justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rom 5: 1);

(3) Ousadia em se aproximar de Deus: “Por quem também temos acesso pela fé a essa graça em que estamos” (Rom 5: 2); "Em quem temos ousadia e acesso com confiança pela fé nEle" (Ef 3:12);

(4) União com Cristo, e por meio dele com Deus: "Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele" (1 Cor 6:17);

"Para que Cristo habite em seus corações pela fé" (Ef 3:17); "... para que eles também sejam um em nós" (João 17:21);

(5) A adoção de filhos: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;” (João 1:12); "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (Gal 3:26);

(6) A purificação do coração, “purificando o coração pela fé” (Atos 15: 9);

(7) Vitória sobre o diabo: “a quem resistis firmemente na fé” (1 Pedro 5: 9);

(8) Vitória sobre o mundo: “Pois tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1 João 5: 4);

(9) Amor: "... fé que opera por amor" (Gl 5: 6);

(10) Toda sorte de boas obras: “Mostra-me a tua fé sem as tuas obras; e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tiago 2:18). Em uma palavra, fé é aquela pela qual a alma vive, é adequada a todas as coisas (tanto temporais quanto espirituais), e sempre deve ser exercitado se se deseja seguir seu curso bem e com alegria.

Fé Salvadora Comparada com Fé Temporal

Vamos agora considerar as semelhanças e as diferenças entre fé salvadora e fé temporal. Há alguma semelhança entre fé histórica e temporal. O objetivo de ambos é a Palavra de Deus. O conhecimento das verdades divinas é requisito para ambos, e um consentimento à veracidade da Palavra é essencial.

Há, no entanto, uma grande diferença entre fé salvadora e fé temporal, ambas as quais incluem fé.

Antes de tudo, há uma diferença no que diz respeito ao intelecto . A fé temporal observa e conhece a verdade apenas na carta, como se fosse uma luz falsa. No entanto, ela não percebe a verdade em sua natureza essencial. Verdadeiros crentes, pelo contrário, têm olhos iluminados de entendimento (Ef 1:18), têm a mente de Cristo (1 Cor 2:16) e são ensinados por Ele, como a verdade está em Cristo Jesus.

Em segundo lugar, os crentes temporais não têm um bom coração , mas é e continua sendo uma rocha que não é adequada para dar frutos (Lucas 8:13). Esse coração é contrastado com um coração honesto e bom (v. 15). O homem, por natureza, tem um coração de pedra. Este é removido na regeneração e Deus dá um coração de carne em seu lugar (Ezequiel 36:26). O coração de pedra permanece em crentes temporais e não é mudado. O que quer que sejam e façam além da conversão é natural e seu coração não é purificado pela obediência à verdade (1 Ped 1:22). Os verdadeiros crentes, no entanto, têm um novo coração, um coração de carne e um coração purificado pela fé (Atos 15: 9). Um está verdadeiramente morto e o outro está verdadeiramente vivo.

Terceiro, os crentes temporais não conhecem a união com Cristo pela fé.

Eles não creem em Cristo, não colocam seus corações sobre Ele, e não confiam suas almas a Jesus para serem justificados e santificados. Eles não conhecem perplexidade com relação a isso, não o desejam e não o têm em vista. Basta para eles sustentarem uma opinião geral de que serão salvos, fazendo-o sem discórdia, sem exame de seu coração, e nem com amor, nem tendo em vista as coisas nas quais a salvação consiste. Eles asseguram repetidamente a si mesmos que eles realmente chegarão no céu. São assim como as virgens tolas que não tinham óleo em suas lâmpadas, e chegaram tarde demais, desejando entrar (Mt 25). Quando se veem enganados por sua ilusão, acreditam que deveriam ter sido admitidos, dizendo: "Comemos e bebemos em Tua presença" (Lucas 13:26); “Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” (Mt 7:22).

Os verdadeiros crentes, no entanto, observando os benefícios da aliança com luz sobrenatural, recebendo o testemunho do Deus verdadeiro como infalivelmente verdadeiro, sendo dominado por um grande desejo de ser participante desses benefícios, e sabendo que ninguém será participante dessas coisas, exceto por meio do Senhor Jesus Cristo, tem certeza de que Cristo os chamando e convidando-os a vir a Ele, oferece-se para esse fim. Eles assim recebem Cristo para esse fim (João 1:12), rendem-se a Ele (2 Cor 8: 5), creem nEle (Sl 2:12), confiam nEle, apoiam-se nele e confiam a si mesmos (Sl 9:11; 71: 6; Jr 17: 7).

Quarto, os crentes temporais têm uma alegria sem raiz . “A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.”(Lucas 8:13). Como o olho físico se deleita na luz, da mesma forma o intelecto se deleita na aquisição de conhecimento. Quanto mais oculto e excelente for o assunto, mais o intelecto se deleitará. Quando os crentes temporais, portanto, ouvem e compreendem os mistérios do evangelho; eles consideram esses belos mistérios e têm um desejo de refletir sobre eles. Ter o perdão dos pecados e a amizade e favor de Deus, ter Cristo como Salvador, estar entre os piedosos e na igreja, e depois entrar no céu, são para eles os mais excelentes assuntos. Ter entendimento da Palavra de Deus, poder falar dela, obter estima por meio disso, ser amado pelos piedosos, são muito desejáveis para eles e encontram nisso um doce deleite. Uma vez que eles se imaginam participantes destes, eles se regozijam. Eles não têm raiz, no entanto, uma vez que têm um coração natural e pedregoso.

A Palavra de Deus não pode, portanto, penetrar e criar raiz no coração. Toda a sua atividade é, portanto, apenas de natureza superficial.

Nos verdadeiros crentes, no entanto, há profundidade de terra. O coração, devido a muitas preocupações, tristezas e muitos conflitos, é lavrado pela Palavra; assim, a Palavra cai neste coração tenro, suave e flexível. Consequentemente, tem raízes descendentes em Cristo (Col 2: 7), após o que o crente cresce nele. Por sua vez, isso traz alegria em vários graus; isto é, uma alegria no Senhor e um deleite nEle, que por sua vez gera um coração terno, inclinado à obediência.

Em quinto lugar, o crente temporal e verdadeiro também difere no que diz respeito à produção de frutos . “Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.” (Mt 13:23). Visto que os crentes temporais não têm raiz e secam, eles não produzem frutos, e todos os frutos aparentes não são, em essência, senão frutos maus provenientes de uma árvore má.

Visto que o entendimento correto dessa distinção é da maior importância para a convicção dos não convertidos e o conforto dos convertidos, trataremos dessa distinção de maneira mais abrangente no próximo capítulo.

Descrença: O oposto da verdadeira fé

Por fim, devemos considerar o oposto direto da verdadeira fé. Aqueles que têm essa disposição estão fora ou dentro da igreja. Àquelas pessoas que possuem o contrário da verdadeira fé fora da igreja pertencem todos que rejeitam a verdadeira doutrina da fé, como diversos pagãos, maometanos, judeus, socinianos e vários anabatistas.

Entre os papistas, luteranos e arminianos - embora eles errem seriamente em muitos pontos doutrinários - os crentes, sim, até os verdadeiros crentes, podem ser encontrados, uma vez que Cristo é pregado ali, embora não puramente.

Também há incrédulos dentro da igreja, totalmente ignorantes ou apenas capazes de mencionar o nome de Cristo - mas não o conhecendo em Sua natureza, ofícios, estados de humilhação e exaltação, indispensabilidade, nem como e com que propósito eles devem fazer uso dEle. Eles seguem seu curso descuidadamente, tendo pouca ou nenhuma impressão de céu ou inferno. Se falaram sobre isso e perguntaram como eles acham que serão salvos, eles têm uma resposta pronta: Deus é misericordioso. Eles esperam da Sua graça, orarão e farão o melhor possível. Eles não podem estar em dúvida sobre a salvação deles; isso seria uma coisa dolorosa. Assim, uma grande multidão está a caminho do inferno, e aqueles ministros e anciãos que lhes permitem continuar pacificamente em sua ignorância e permitir que eles cheguem à mesa sagrada, serão responsáveis por sua condenação.

Uma Exortação Urgente para Acreditar em Cristo

Assim, lidamos com a fé de todas as perspectivas. De tudo o que foi dito, podemos chegar rapidamente à seguinte definição de fé: A fé é uma confiança sincera em Cristo - e por meio dele em Deus - para ser justificado, santificado e glorificado, apoiando-se na oferta voluntária de Cristo de Si mesmo e em Suas promessas de que Ele cumprirá isso para todos que O recebem e confiam nEle para esse fim .

Portanto, venha, quem quer que seja, faça uma pausa e deixe-me convencê-lo a acreditar. Desde que eu vou lidar com uma variedade de leitores e ouvintes, primeiro procurarei familiarizá-los e depois me esforçarei para trazê-los a Cristo.

(1) Algumas pessoas não têm conhecimento de si mesmos, nem de Cristo, vida espiritual, céu ou inferno. Essa impressão, que eles naturalmente têm a respeito de Deus e da eternidade, morrem por não refletir sobre isso. Assim, concernente a coisas espirituais, eles, portanto, vivem como se fossem animais irracionais. Eles não ouvem os sermões, mas estão entretendo outros pensamentos durante o sermão. Se eles escutam, eles não entendem, ou apenas entendem quando os pecados flagrantes são repreendidos e quando virtudes conhecidas e comuns são recomendadas. Fé em Cristo, no entanto, assim como a vida de fé, são e permanecem ocultos para eles. Assim eles perecem em sua ignorância. " Quando os seus ramos se secam, são quebrados. Então, vêm as mulheres e lhes deitam fogo, porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele que o fez não se compadecerá dele, e aquele que o formou não lhe perdoará.” (Is 27:11). Saiba com certeza que você não é capaz de acreditar. Sem fé, no entanto, você não será capaz de ser salvo, mas deve ser eternamente condenado, pois "como crerão naquele de quem não ouviram" (Rom 10:14). Portanto, a partir deste momento, busque adquirir conhecimento e ter tal disposição que minha exortação possa convencê-lo a acreditar.

(2) Alguns, embora estejam no mesmo estado de ignorância, embora tenham conhecimento da letra, estão tão apegados às coisas deste mundo - às riquezas, prestígio e concupiscências da carne - que eles não podem focalizar seus pensamentos em assuntos espirituais. Se o fazem, eles os rejeitam, e é como se dissessem: "Eu não tenho desejo".

conscientemente se afastam de Cristo, afastam-se dele e retornam às suas concupiscências. Para eles, isso é aplicável, "E não quereis vir a mim para terdes vida" (João 5:40). Reflita frequentemente sobre o seguinte texto: “Porque eu chamei e você recusou. ... Então eles me chamarão, mas eu não vou responder; cedo me procurarão, mas não me acharão; por isso odiaram o conhecimento e não escolheram o temor ao Senhor” (Pv 1:24, 28-29). Alguns dirão para si mesmos: “Eu o conheço muito bem, mas não sei se desejo me afastar do meu caminho para me unir a Cristo; e se não houver outro caminho, que assim seja.” Oh homem, se você realmente percebesse o que isso significa, você não falaria dessa maneira! Portanto, deixe o terror do Senhor convencê-lo a acreditar.

(3) Alguns são tão superados com trabalho, dificuldades e tristeza que precisam escravizar desde o início da manhã até tarde. O marido deve ganhar a vida e a esposa deve cuidar de todos os seus filhos; portanto, não resta tempo para refletir sobre esses assuntos. Se, ocasionalmente, tiverem alguma convicção, todos os seus negócios extinguirão tão bons movimentos internos. Lamento que seja esse o caso. Se seu coração estivesse realmente concentrado em coisas espirituais, você certamente seria capaz de encontrar tempo. É, portanto, uma indicação de que você considera as coisas terrenas superiores às eternas; esteja assegurado que Deus não vai desculpar você. Portanto, você também deve se deixar persuadir a acreditar, porque sem fé você não será salvo.

(4) Alguns imaginam que eles já são crentes, pois têm uma percepção clara da fé. Eles são batizados, participam da Ceia do Senhor, frequentam a igreja diligentemente, leem a Palavra de Deus, fazem suas orações, dão esmolas, vivem em uma maneira que está além da censura, e ao sofrerem por causa do pecado, etc. Mas isso, pobre homem, não é fé (como é evidente do precedente), e assim você certamente perecerá. Mas você pode dizer: “Isso não deve incomodá-lo, mas deixe que isso seja da minha conta.” Eu digo a você, no entanto, que você deve prestar atenção e não se enganar. Não se endureça resistindo à Palavra de Deus, mas permita-se persuadir a acreditar, pela maneira pela qual você é levado à destruição.

(5) Alguns não estão longe do reino dos céus, mas não obstante não entram; eles permanecem como são.

Depois de muitos anos, não há mudanças. Eles têm alguma percepção de sua miséria, e a eternidade às vezes é grandemente amarrada em seu coração. Eles estão familiarizados com Cristo, desejam tê-lo e desejam viver de maneira diferente; no entanto, nada vem disso tudo. Eles, portanto, permanecem focados em si mesmos através da descrença: eles são grandes pecadores; Cristo não estaria disposto a tê-los; eles não têm o coração suficientemente quebrado em suas estimativas; eles não sabem se eles realmente o desejam; e então novamente eles estragam tudo através do pecado. A verdadeira causa, no entanto, é uma falta de preocupação; são preguiçosos, têm um coração dividido e não são firmes.

Oh, fique preocupado e deixe-se convencer a acreditar! Não mantenha uma posição intermediária, pois assim perecereis.

(6) Alguns estão tão acostumados a assuntos espirituais, ouvindo ou falando sobre eles, que todas as impressões assim feitas são perdidas inteiramente. Isso explica por que os estudiosos que têm o dever de lidar com questões espirituais são tão raramente convertidos, pois tratam esses assuntos como um ferreiro lida com seu ferro. Também abordamos você. Examine a si mesmo e torne-se criança. Não negligencie isso, mas procure seu próprio coração e examine-se para saber se aqueles assuntos que você defende diante dos outros são verdadeiramente encontrados em você; se você está apaixonado por eles. Mexa uma preocupação dentro de si mesmo para considerar se, ao levar os outros à salvação, você se perderá.

Venham todos os que eu nomeei e também aqueles a quem não aludi; venha, assassinos, adúlteros, fornicadores, pessoas injustas, ladrões, bêbados, você que se deleita em pecado, jogadores, dançarinos, vocês criminosos que foram entregues a si mesmos, mentirosos, perjuros; venha quem quer que seja e quaisquer que sejam suas circunstâncias; venha a Jesus, creia nele, e você será salvo. Se alguém objetar que eu estou abrindo caminho demais, eu respondo dizendo que não estou afirmando que eles são salvos ou serão salvos, mas que Cristo também os chama, e que entre esses também existem aqueles que se tornarão participantes de Cristo (1 Cor 6, 11). Ninguém deve perder a coragem, pois há tanta plenitude de graça em Cristo. Deve-se pressupor, no entanto, que essas pessoas estejam cansadas do pecado, lamentam-se pelas abominações anteriores e com todo o coração desejam a reconciliação com Deus e uma vida santa. A menos que uma pessoa esteja nesse estado, ela não desejará vir.

Motivos para a fé

Que todos, portanto, venham. Permita-se ser persuadido a acreditar e considerar os seguintes motivos:

Primeiro, seu estado espiritual é o mais miserável possível - sim, mais miserável do que qualquer um possa compreender. Oh, considere, algo pode ser mais terrível do que ficar sem Deus, ser confrontado com Deus como um juiz irritado, estar eternamente fora do céu, ter tudo o que é desejável e procurado aqui para ser hostil a você e a partir de agora ser condenado para sempre no lago de fogo? Mesmo que isso não o mova agora, você está todavia em tal condição, e isto eternamente virá sobre você. Se você ainda permanecer insensível e continuar neste caminho, não há esperança de que você escape da condenação eterna e, com tristeza, devemos observar que você está a caminho do inferno. Vocês que estão no limite do inferno, no entanto, se acordarem e considerarem silenciosamente seu perigo, se o medo viria sobre você em relação a esta futura declaração: "Afasta-te de mim, maldito", e se você começar a desejar a salvação, a reconciliação, o Espírito e uma vida santa, posso dizer-lhe que existe ainda esperança e você ainda pode ser salvo. Ainda existe um caminho, mas existe apenas um caminho e esse caminho é o Senhor Jesus Cristo. É devido à bondade insondável de Deus que Ele ainda providenciou esse caminho. Como você é abençoado por isso você pode ouvir deste modo, para que possa vir a Ele! Portanto, procure o Senhor enquanto Ele pode ser encontrado. Tenha diligência para familiarizar-se com o Senhor Jesus, e com sinceridade e desejo, procure que Ele seja sua garantia para a redenção e salvação. Renda-se humildemente a Ele, descanse nEle, confie-se a Ele para esse fim, e assim, creia nele e você será salvo.

Fora de Cristo, não há nada além de inquietação e hostilidade. Isso faz com que a alma seja sacudida e jogada como um navio em uma tempestade violenta. Não há lugar para descanso e apoio. A pomba que foi libertada da arca não encontrou descanso para a planta do pé, pois havia apenas água por toda parte. Essa é a condição de uma alma fora de Cristo. Nem riquezas, amigos, nem a própria sabedoria ou força podem dar descanso à alma. Eles são todos juncos quebrados que não apenas não fornecem apoio, mas que, além disso, fazem com que quem se inclina sobre eles caia e se machuque.

Portanto, não procure mais refúgio lá, mas abandone tudo.

Cristo: Um Salvador Todo-Suficiente, Adequado e Capaz

Em segundo lugar, em Cristo há uma plenitude para satisfazer todas as suas necessidades e satisfazer todos os seus desejos. “Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Col 1:19). Nele há uma completa plenitude:

(1) para remover todos os seus pecados. "O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1: 7);

(2) nos reconciliar com Deus. "Quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho" (Rom 5:10); "... mas por Seu próprio sangue Ele ... obteve redenção eterna por nós" (Hb 9:12);

(3) para nos livrar da ira eterna de Deus e da condenação. "... que nos livrou da ira vindoura” (1 Tes 1:10); "Portanto, agora não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Rm 8: 1);

(4) Nele há uma plenitude do Espírito. "Porque Deus não dá o Espírito por medida a ele" (João 3:34);

(5) da luz: “Uma luz para iluminar os gentios” (Lucas 2:32);

(6) da vida: "Quando Cristo, que é a nossa vida, aparecer" (Cl 3: 4);

(7) da paz: "Porque Ele é a nossa paz" (Ef 2:14);

(8) e de uma salvação completa: "E eu lhes dou a vida eterna" (João 10:28); “O nosso Deus é o Deus libertador; com Deus, o SENHOR, está o escaparmos da morte.” (Sl 68:20).

(9) Tudo isso deve ser encontrado somente nele, e fora dele nada disso deve ser procurado ou encontrado. "Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14: 6); "Nem há salvação em nenhum outro" (Atos 4:12).

(10) Tudo isso, e tudo o que você possa imaginar ou desejar, deve ser encontrado em Cristo. Por que você continua a concentrar-se em si mesmo, pois nada além de corrupção pode ser encontrado lá? Por que você procuraria pessoas e coisas? Que são da terra, em quem e em que não se encontra salvação, e que o abandonará no dia do mal? Peço-lhe, afaste-se de tudo e volte-se para este Salvador para receber graça por graça da Sua plenitude.

(11) Cristo é, além disso, onipotente para fazer de você um participante de todos esses benefícios, pois todo poder é dado a Ele para amolecer o coração mais duro, inclinar o coração mais iníquo, santificar o coração mais pecador, levar o coração mais incrédulo a crer e preservar na fé aqueles que vêm a ele. Nenhuma criatura pode se mover ou mexer sem Sua vontade. O diabo não poderia entrar nos porcos sem a Sua aprovação. Esaú deve beijar aquele a quem ele veio matar; um Labão irado só podia falar palavras amigáveis; os corvos devem trazer pão e carne, e a farinha e o azeite não acabou - sim, e o azeite aumentou até a pobre viúva ter um suprimento suficiente. Os mortos eram ressuscitados, os cegos receberam a visão, os surdos a audição, os mudos a fala e os aleijados receberam a capacidade de andar. Em uma palavra, nada é maravilhoso demais para ele. Acredite nesta verdade de uma maneira viva e acredite nEle como o Onipotente.

(12) O Senhor Jesus é inexprimivelmente bom. Embora seja o Altíssimo e Sublime que habita a eternidade, Ele no entanto, toma nota de todos os que se entregam a Ele e é de terna misericórdia para com os miseráveis. Ele é bom para a alma que O busca. Ele se deleita na misericórdia e é Sua alegria consolar os que choram, aconselhar aqueles que estão no limite, para ensinar e guiar os ignorantes, fortalecer os fracos, libertar aqueles que são agredidos pela mão dos poderosos e trazer de volta aqueles que se perderam - fazendo tudo isso com uma amizade inquestionável e longânima. Uma consideração simultânea de Seu poder e bondade produz um fundamento perfeito sobre o qual confiar sem medo.

(13) O Senhor Jesus é fiel e não abandonará as obras das Suas mãos. Ele terminará a boa obra que iniciou em alguém e não rejeitará os que caem, mas fortalecerá suas mãos. Ele não permite que os que se desviam continuem, mas os traz de volta novamente. Ele é o Bom Pastor e o fiel Sumo Sacerdote. Portanto, pode-se confiar a Ele e permanecer pacificamente nEle, como em um esconderijo seguro, dizendo: "O Senhor a terminará por mim".

A natureza pessoal da oferta de salvação de Cristo a todos os que ouvem o evangelho

Terceiro, Cristo oferece a você essa completa plenitude de salvação. Esta é uma grande questão que transcende toda adoração. O Senhor não faz isso com todos os homens, e muito poucas nações têm esse privilégio. Isso está oculto de quase toda o mundo. Para você, no entanto, é revelado, e particularmente para você que pode viver sob o ministério do evangelho, pode ouvir a Palavra de Deus pregada e pode ler Sua Palavra. Como servo enviado de Cristo e em seu nome, declaro a todos que leem ou ouvem isso: “Venha; pois todas as coisas estão agora prontas” (Lucas 14:17); “Quem tem sede venha. E quem quiser, tome a água da vida livremente” (Ap 22:17); “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.” (2 Cor 5:20).

Vinde, pois, você, o chefe dos pecadores, ou quem quer que seja, e em qualquer pecado que tenha vivido até agora, e me pergunte: “Cristo também me chama? Posso ir? Cristo também estaria disposto a me aceitar e me salvar? Respondo a você em nome de Cristo: “Sim, ele te chama e promete que, se você vier e crer nEle, Ele salvará você.” Para que você possa se convencer ainda mais, leia o que já dissemos sobre isso no capítulo 30.

Agora você está convencido (o que realmente deveria estar) de que o Senhor Jesus lhe oferece graça e salvação, e liga para você. Não digo aos inconversos, ímpios e mundanos que Cristo é seu Salvador e que você ser salvo. Pelo contrário, declaro a você que Ele te condenará eternamente se você agir dessa maneira e morrer dessa maneira.

Eu digo, no entanto, que Ele o convida da maneira mais agradável e, portanto, você deve se alegrar com esse seu grande privilégio. Portanto, você deve ser mais diligente em sair de si mesmo, abandonar sua vida ímpia, volte-se para o Senhor Jesus, receba-o pela fé, entregue-se a ele e confie-se a ele, para que ele possa converter você, reconciliá-lo com Deus, santificá-lo pelo Seu Espírito e, assim, salvá-lo. Então eu digo, então Ele vai aceitá-lo e conceder-lhe o desejo de sua alma. Portanto, se seu coração se moveu um pouco, não se demore, mas vá a Ele como o filho pródigo. Não aja como a esposa de Ló, voltando novamente ao mundo.

Quarto, como Cristo chama todos vocês, Ele também promete a todos que não mandará ninguém embora (quem quer que possa ser), nem recusará Sua graça, a que vem a Ele para esse fim, mas que Ele receberá todos eles. Ouça e creia em seu testemunho expresso: “Aquele que vem a Mim de maneira alguma será expulso” (João 6:37); “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (João 3:36). Pesquise a Bíblia inteira e anote se Ele alguma vez recusou a graça a alguém ou enviou alguém que veio a Ele em verdade para ser reconciliado, santificado e salvo. Então Ele também não irá te rejeitar. Portanto, venha!

Em quinto lugar, Ele não apenas o chama e o convida pela promessa de salvação, mas também lhe dá um mandamento. Deus, quem tem o direito de lhe dar uma ordem, diz: "Ouça-o" (Mt 17: 5). Cristo diz a você: “Arrependa-se e creia no evangelho” (Marcos 1:15). Da mesma maneira, o apóstolo fala em Seu Nome: “E este é o Seu mandamento: Que devemos crer no nome de seu filho Jesus Cristo” (1 João 3:23). Portanto, não é um assunto opcional, mas você está sob obrigação. Quando você vem e acredita, você é obediente; e se não, você é desobediente ao Filho, e ai daquele homem que é desobediente à voz de Cristo!

A maldade excessiva de não acreditar em Cristo

Em sexto lugar, se você não vem e crê em Cristo, comete o mais abominável de todos os pecados, com exceção do pecado contra o Espírito Santo e do ato expresso de blasfêmia para com Deus, pelas seguintes razões:

(1) Você considera o verdadeiro Deus um mentiroso. “Aquele que não crê em Deus, fez dele um mentiroso; porque ele não crê no testemunho que Deus deu de Seu Filho” (1 João 5:10). Ninguém é tão tolo que não desejaria seu bem-estar e a própria vida. O homem procurará isso, mesmo que esteja nas coisas deste mundo. Deus, no entanto, testifica que a vida e a salvação estão em seu Filho. Portanto, não se valer do Filho e buscar descanso, alegria e prazer em outra coisa é dizer: “Não é verdade que a vida seja encontrada no Filho, isto é, em Cristo, mas está na luxúria dos olhos, na luxúria da carne e no orgulho da vida.” Observe que, ao fazer isso, você acusa expressamente Deus de ser um mentiroso.

(2) Você assim despreza a Cristo em Seu convite amigável e oferece em relação a tudo o que diz respeito à salvação. Desprezar alguém que vem nos ajudar é desumano. Ser mau porque alguém é bom é contrário a toda civilidade. Pense por um momento quão intolerável é para Cristo ser desprezado por um pecador, especialmente quando considera que Ele vem ajudar da maneira mais amigável.

(3) Você está desprezando todos os benefícios verdadeiros e celestiais, e tudo o que diz respeito à sua salvação aqui e para sempre.

Chuta com os pés contra os benefícios que sozinhos são ricos, genuínos, gloriosos, deliciosos, satisfatórios e eternos, é obra de quem é destituído de seus sentidos e é a pessoa mais perversa que se possa imaginar. Você não pode mas esteja convencido agora que você deve vir e crer em Cristo. Se você recusar, tenha certeza de que é o culpado do maior pecado abominável.

Saiba, portanto, que você também suportará o maior de todos os castigos e suportará um inferno terrível.

Portanto, ouça sua sentença, você que não se arrependerá nem crerá: “Quem não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus permanece nele” (João 3:36); “em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” (2 Ts 1: 8).

Sétimo, é uma honra extraordinária para o Senhor Jesus ser tão completamente confiável por alguém para receber miseráveis, para proteger com segurança aqueles que, perseguidos por inimigos, se refugiam nEle, para satisfazer o faminto, e suportar aqueles que são fracos. Abraão se comportou dessa maneira. Ele "era forte na fé, dando glória a Deus" (Rom 4:20).

Obstáculos na vinda a Cristo identificados e removidos

Nesse momento, considere todos esses motivos juntos, reflita sobre eles com atenção, fique quieto e permita que a força desses motivos afete seu coração. Que o Senhor possa transportá-lo do poder de Satanás e das trevas para o Seu reino - sim, para trazê-lo a Si Mesmo para que aqui e para sempre você possa viver em comunhão com ele. Que outras razões podem ser avançadas para convencer um homem? O que dificulta você, que neste momento é interiormente movido, para vir a Cristo?

Isso é ignorância? Então seja muito diligente para se familiarizar com Ele. Você tem os meios disponíveis para usá-los.

É falta de vontade? Bem, continue então, mas a culpa será sua se você perecer. Reflita sobre a seguinte passagem e aplique a si mesmo; mais negócios não terei com você. “Amou a maldição; ela o apanhe; não quis a bênção; aparte-se dele. Vestiu-se de maldição como de uma túnica: penetre, como água, no seu interior e nos seus ossos, como azeite.” (Sl 109: 17,18).

É medo ? Você não ousa? Examine-se se isso é verdade e se "não ouso" não é realmente "não vou" e, portanto, é preguiça. Isso é como se alguém deitado na água e em perigo de afogamento não se atreveria a aceitar uma mão estendida porque a pessoa era de uma classe muito alta. Venha, examine-se a respeito do que o deixa com medo.

Você é muito pecador ? Alguém também pode estar imundo demais para ser purificado? Você deve saber que na salvação do homem Deus pretende mostrar Sua graça de maneira tão magnífica que anjos e homens ficarão eternamente maravilhados, e essa adoração constituirá uma parte de sua salvação. Quanto maior for um pecador, quem fica consternado diante de Cristo, entregando-se a Ele pela purificação, confiando e confiando-se a Ele, mais ele honra Deus por Sua graça infinita e Cristo pela perfeição de Seus méritos. Portanto, deleite-se em magnificar a Deus.

Que o objetivo de Deus em salvar um pecador faça com que você deseje ser salvo. Reflita atentamente sobre a os textos a seguir: "Para o louvor da glória de Sua graça, em que Ele nos fez aceitos no amado" (Ef 1: 6); "Porque Deus encerrou a todos na incredulidade, para que tenha misericórdia de todos" (Rm 11:32); "Mas onde o pecado abundou, a graça foi muito mais abundante” (Romanos 5:20). Agora você vê que não deve ficar longe por causa da multidão e grandeza de seus pecados, mas deve ser movido para vir? “Esta é uma palavra fiel e digna de inteira aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores; dos quais eu sou o principal” (1 Tim 1:15).

Você não ousa porque seu coração partido é insuficiente ? Você imagina dentro de si mesmo que deve ter um certo grau de humildade e, portanto, deve estar dolorido, convencido, ter um conhecimento claro de Cristo, e deve ter fome e sede em tal e tal grau antes que você possa vir a Cristo?

Então respondo: "Afaste-se de tais imaginações, pois isso não está de acordo com a Palavra de Deus". Os pré-requisitos que alguém pode ou não vir não deve ter o coração partido, desejar, ter conhecimento e ter fome e sede; ao contrário, são necessários apenas porque ninguém pode nem pode vir sem eles. Se você foi então mudado a tal ponto que você estaria disposto a se render pelos motivos mencionados - para ser justificado, santificado e salvo - avance com ousadia, receba-o e entregue-se a Ele. Se você descansar no seu leito de morte e tiver uma sensação viva da seriedade da sua situação, você não perguntaria: "Posso", mas você preferiria seguir em frente e dizer: "Eu devo tê-lo ou então perecerei".

Pergunta : Se alguém for condenado e desejoso de Cristo, imediatamente deve ir a Cristo no próprio início?

Resposta: Sim, você pode ir de uma vez, pois à parte dEle você não se tornará melhor nem mais adequado para acreditar nEle, mas você estará em perigo de que sua convicção passe.

Uma Palavra Final para os Verdadeiros Crentes

Verdadeiros crentes, vocês que podem ter a raiz da fé dentro de vocês, ainda desejo exortá-los com uma ou duas palavras. Isto entristece-me que vocês façam tão pouco progresso na fé e confiem tão pouco em Cristo. Me entristece que, ao confiar em vocês sejam tão pouco exercitados com as promessas e tão raramente se dedicam a refletem sobre as perfeições de Deus em Cristo.

Muitos são lentos em acreditar e frequentemente negligenciam os exercícios de fé. As intermissões são frequentes e de longa duração, embora a fé não esteja totalmente ausente, pois a fé não cessa. Às vezes ocorre que os piedosos são oprimidos e são varridos pelas concupiscências da carne, preguiça ou falta de desejo. Às vezes é devido a desânimo, temendo que eles não se tornem participantes de Cristo, ou às vezes devido aos violentos assaltos de Satanás. Também pode ser devido à ignorância sobre a natureza da fé, pois eles são da opinião de que a fé consiste na certeza de ser filho de Deus e no desfrute sensato das misericórdias de Deus. Assim, quando eles chegam ao lugar certo novamente, estão continuamente alterando seu estado espiritual, e alguns são irritantes, sendo continuamente envolvidos na busca de evidências de que não têm graça, como se tivessem obtido uma grande vitória ao se excluírem da graça e de Cristo. Seja do conhecimento de todos, no entanto, que você peca muito e fica no seu próprio caminho como no que diz respeito a seguir seu curso com alegria e santidade. Essa é a causa de sua melancolia autoinfligida; esta é a razão pela qual você permanece tão enredado nas coisas materiais e que não glorificam a Deus em particular nem na presença de outros.

Portanto, crentes, vocês tropeçaram por muito tempo e aprenderam por conta própria o prejuízo que você não está fazendo progresso dessa maneira.

(1) Esforce-se para aumentar a fé. Para esse fim, leia e releia o que afirmamos acima com relação à natureza da fé, para que você possa ter uma concepção clara dela como consistindo em: colocar seu coração em Jesus; dando a você e sua salvação nas mãos de Jesus; confiando-se a Ele e confiando nele; descansando e apoiando-se nele; deixando-se levar por Ele; e deixá-lo cuidar de você em todas as coisas para que Ele possa justificar, santificar e salvar sua alma, pois Ele é onipotente, fiel, verdadeiro e sábio. O que pode ser mais apropriado, mais seguro e glorificado por Cristo do que isso? Reflita sobre o que afirmamos sobre o objetivo da fé. Ao fazer isso, você perceberá como Deus e Cristo são glorificados e como, ao crer, alguém lhe dá glória por Sua justiça, amor à humanidade, graça, sabedoria, onipotência, verdade, fidelidade, expiação eficaz e toda suficiência.

Reflita também sobre o que dissemos anteriormente sobre os frutos da fé - como essa fé quando em exercício gera paz e alegria dentro da alma, dá ousadia para se aproximar de Deus, faz com que a alma viva em contínua união com Deus, e preserva-o no estado de infância espiritual, purifica o coração, vence o mundo e o diabo, e produz uma diversidade de boas obras, bem como gratidão.

Ao refletir atentamente sobre esses assuntos, não pode deixar de ocorrer que a alma na qual a raiz da fé deve ser achada. não receba asas para se refugiar sob a sombra das asas de Cristo, e ali se confiar a Ele. Continue portanto, confiando tudo a Ele e, a partir deste momento, não fique nem ansioso nem com medo do futuro e sobre o resultado de casos específicos, pois Ele cuida de você e fará tudo bem. Está tudo na mão de um Jesus onipotente, fiel, bom e sábio. É um deleite particular para Ele se alguém assim depositar sua confiança nEle, lançar tudo sobre Ele, e pode descansar em fazê-lo.

(2) Ao crer em Cristo, faça uso contínuo das promessas pelas quais você se tornou herdeiro, que são todas sim e amém em Cristo. Em qualquer situação em que você esteja, de acordo com a alma ou o corpo, procure uma promessa que seja aplicável a tal situação e a reconheça como verdade infalível. Aplique em si mesmo como tendo sido feito para você, encoraje seu coração com ela, regozija-se com ela e com segurança aguarde seu cumprimento. Você glorificará assim a Deus e com coragem suportará todas as tribulações.

Pela fé, vá ao próprio Deus para que você possa viver continuamente em Sua comunhão e refletir sobre Ele, Seus atributos, cuja visão constitui felicidade eterna. Ao fazê-lo, no entanto, não pense que, ao se tornar um participante de Cristo pela fé, agora você pode ignorá-lo e considerar isso como algo que já passou. Isso também não deve ser entendido como se de agora em diante se deva exercer comunhão imediata com Deus e somente se envolver na obra de santificação, e não imaginar que este seria um estado superior de um cristão. Não, isso não é de forma alguma o caso. É verdade que a alma nem sempre precisa começar desde o começo em suas relações com Cristo; ela deve no entanto, continuamente fazer uso de Cristo. Ele não deve fazê-lo apenas quando peca e assim recebe novamente a paz e a reconciliação por meio dele, mas também ao refletir sobre os atributos de Deus.

Isso é crescimento espiritual, e o mais alto grau de perfeição consiste em um aumento da contemplação dos atributos de Deus em Cristo e em Sua obra de redenção em relação a um pecador. Isto o apóstolo ensina nas seguintes passagens: “Mas todos nós, com o rosto aberto vendo como num espelho a glória do Senhor, somos transformados na mesma imagem de glória em glória, como pelo Espírito do Senhor” (2 Cor 3:18), “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2 Cor 4: 6). Assim, acreditando e vivendo por essa fé, sairemos de força em força até que entrarmos na glória. Lá ele não viverá mais pela fé, mas será ocupado com a contemplação. Lá, a fé e a esperança serão eliminadas e o amor perfeito perdurará. Amém.