Por
Silvio Dutra
Dez/2019
A474
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Alves, Silvio Dutra
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Porque Macho é Macho e Fêmea é
Fêmea
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Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro,
2019.
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70p.; 14,8 x21cm
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1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé
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I.
Título.
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CDD 252
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“27 Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo
animal que rasteja pela terra.” (Gênesis 1.27,28).
Se na vida do porvir não haverá mais distinção de gênero, porque segundo o
ensino de Jesus, na glória celestial, todos serão como os anjos, ou seja,
assexuados, por que então Deus teria planejado para a vida deste mundo não
somente no mundo animal, mas até mesmo no vegetal, que houvesse em cada espécie
a distinção entre macho e fêmea?
Uma coisa é certa: Deus sempre age por motivos sábios e
perfeitamente razoáveis, e há portanto, razões que são necessárias para a
presente condição das espécies, conforme Ele as projetou e fixou em Seu
conselho eterno, para a presente dispensação que antecipa aquele mundo em que
tudo será espiritual, inclusive o novo corpo glorificado prometido para aqueles
que ressurgirem dos mortos para a vida eterna.
Um primeiro e grande motivo para que haja macho e fêmea nesta
criação natural é sem dúvida para que haja a definição de papéis de liderança,
uma vez que em projetar a família e a sua proteção, é visto não apenas na
humanidade, mas na natureza em geral, que o papel de liderança no núcleo
familiar foi atribuído por Deus aos machos.
Daí se dizer que o homem, no casamento é a Cabeça da família,
e os demais são respectivamente seus membros.
No caso da humanidade, isto deveria ser mais evidente, uma
vez que o casamento foi projetado por Deus para ser um tipo da união que há
entre Cristo, a Cabeça, e a Igreja, formada por Seus membros.
Aqui seria visto o amor não interesseiro e abnegado. O amor
sacrificial entre os cônjuges. O amor de serviço e respeito mútuo.
A grande lição da submissão que rege o universo, a qual
existe na própria Trindade divina entre Pai, Filho e Espírito Santo, seria
aprendida e exercitada na união do homem com sua esposa.
Nós podemos ver o mesmo cuidado afetuoso no reino animal, e
como geralmente os machos se sacrificam para prover a sua família.
O instinto maternal, foi colocado por Deus, não nos machos,
mas nas fêmeas. É algo inteiramente diferente do instinto paternal. A mãe,
tendo recebido a função voltada para a concepção e desenvolvimento dos novos
seres, não somente os alimenta na fase em que se encontram em seu ventre com
seu próprio sangue, e demais componentes vitais, como também exerce um papel
preponderante para o desenvolvimento e cuidado deles, muito acima daquilo que
podem fazer os pais, uma vez que foram dotadas por Deus de instintos e
percepções muito peculiares para atenderem a todas as necessidades de seus
filhos.
Além disso, as fêmeas foram projetadas por Deus com encantos
específicos, de forma a atrair o interesse dos machos, como por exemplo, uma
voz doce, dotada de meiguice, formas abrandadas e belas, e modos e disposições
voltados para se adornarem e assim, tornarem-se atrativas.
Evidentemente, em tudo isso, havia da parte de Deus, o
propósito não apenas de despertar o desejo sexual, com vistas principalmente à
procriação, como também, para ensejar todas os exercícios e manifestações
apropriados ao amor e fidelidade de um ao outro.
Quando alguém não tem um lar para cuidar, e cônjuges e filhos
para amar, dificilmente se verá nele o sentimento sacrificial de trabalhar e
fazer tudo o que for preciso para a preservação da família. Isto refletirá
inclusive no modo responsável de se viver, e de se servir à própria comunidade
ou nação à qual se pertença, e com isto, decorre o equilíbrio e continuidade da
sociedade.
Se este sentido familiar, projetado por Deus, for
desintegrado pelo aumento de comportamentos marginais e contrários a tal
desígnio, o que se verá, consequentemente, será a desintegração da própria
sociedade.
É por estes e outros motivos, que encontramos tantas
recomendações e exortações bíblicas no sentido de que o homem aja como homem, e
a mulher aja como mulher, porque o contrário disto é uma abominação e pecado
aos olhos de Deus, pois não se trata apenas de se transgredir seus mandamentos,
mas agir no sentido de destruir o que Ele planejou para aquilo que cada um
deveria ser neste mundo, de modo que há mandamentos específicos para os homens
e também para as mulheres.
Isto nada tem a ver com costumes de nações, uma vez que as de
Canaã foram destruídas, a mando de Deus, especialmente por causa de
contrariarem as regras previstas para uma vida pura, sem fornicação sexual
decorrente da falta de cumprimento das regras estabelecidas para o casamento.
As cidades de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, foram
destruídas com fogo do céu, pelo mesmo motivo de fornicação sexual.
Os israelitas foram advertidos pelo Senhor que lhes
sobreviriam os mesmos juízos que Ele havia trazido às nações pagãs caso eles
enveredassem pelo caminho dos mesmos costumes deles.
Então, não é uma questão de somenos importância, ou de pouca
relevância, esta quanto ao modo como devem viver tanto os homens quanto as
mulheres, especialmente no que diz respeito à área sexual. Deus tem prometido
vingar no dia do Juízo Final todas as nações e pessoas que viveram de modo
contrário àquele que foi por Ele estabelecido.
Todo um capítulo da Bíblia foi reservado para tratar
somente deste assunto, o que demonstra a Sua grande importância, para receber a
devida consideração, se desejamos viver de modo agradável a Deus, e escaparmos
dos Seus justos juízos.
“Levítico – 18
1 Disse mais
o SENHOR a Moisés:
2 Fala aos
filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
3 Não fareis
segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as
obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus
estatutos.
4 Fareis
segundo os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para
andardes neles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
5 Portanto,
os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o
homem viverá por eles. Eu sou o SENHOR.
6 Nenhum
homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para lhe
descobrir a nudez. Eu sou o SENHOR.
7 Não descobrirás a nudez
de teu pai e de tua mãe; ela é tua mãe; não lhe descobrirás a nudez.
8 Não
descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai.
9 A nudez da
tua irmã, filha de teu pai ou filha de tua mãe, nascida em casa ou fora
de casa, a sua nudez não descobrirás.
10 A nudez da
filha do teu filho ou da filha de tua filha, a sua nudez não
descobrirás, porque é tua nudez.
11 Não
descobrirás a nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai; ela é tua irmã.
12 A nudez da
irmã do teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai.
13 A nudez da
irmã de tua mãe não descobrirás; pois
ela é parenta de tua mãe.
14 A nudez do
irmão de teu pai não descobrirás; não te
chegarás à sua mulher; ela é tua tia.
15 A nudez de
tua nora não descobrirás; ela é mulher de teu filho; não
lhe descobrirás a nudez.
16 A nudez da
mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez
de teu irmão.
17 A nudez de
uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha
de seu filho, nem a filha de sua filha, para lhe descobrir a nudez; parentes
são; maldade é.
18 E não tomarás com tua
mulher outra, de sorte que lhe seja rival, descobrindo a sua nudez com ela
durante sua vida.
19 Não te
chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante a sua menstruação.
20 Nem te deitarás com a
mulher de teu próximo, para te contaminares com ela.
21 E da tua
descendência não darás nenhum para dedicar-se a Moloque, nem profanarás o nome
de teu Deus. Eu sou o SENHOR.
22 Com homem
não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação.
23 Nem te
deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante
um animal, para ajuntar-se com ele; é confusão.
24 Com
nenhuma destas coisas vos contaminareis, porque com todas estas coisas se
contaminaram as nações que eu lanço de diante
de vós.
25 E a terra
se contaminou; e eu visitei nela a sua iniquidade, e ela vomitou os seus
moradores.
26 Porém vós
guardareis os meus estatutos e os meus juízos, e nenhuma destas
abominações fareis, nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós;
27 porque
todas estas abominações fizeram os homens desta terra que nela
estavam antes de vós; e a terra se contaminou.
28 Não suceda
que a terra vos vomite, havendo-a vós contaminado, como vomitou
o povo que nela estava antes de vós.
29 Todo que
fizer alguma destas abominações, sim, aqueles que as cometerem serão eliminados
do seu povo.
30 Portanto,
guardareis a obrigação que tendes para comigo, não
praticando nenhum dos costumes abomináveis que se praticaram
antes de vós, e não vos contaminareis com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.
Nós vemos por estas prescrições, que há muito mais envolvido nelas do que
a simples proibição do homossexualismo, como se vê no verso 22: “Com homem não te
deitarás, como se fosse mulher; é abominação.” Há a proibição
de fornicação com animais, assim como o incesto em diversos níveis.
Evidentemente, todo o comportamento que indique impureza sexual e nudismo
público com a intenção de provocar desejos sensuais é explicitamente proibido
por Deus, e a tudo isto ele considera como uma abominação.
Os comportamentos sensuais em toda forma de exibição dita artística,
folclórica, ou mesmo a título de diversão, são encaixados nesta categoria de
pecado, porque depõem contra a pureza e honra devida ao casamento.
No caso da humanidade, Deus projetou o sexo e tudo o que se refira a
ele, para ser restringido ao casamento, do homem com sua esposa, e declara que
ele odeia o divórcio.
“4 Eis que
todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do
filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.
5 Sendo,
pois, o homem justo e fazendo juízo e justiça,
6 não comendo
carne sacrificada nos altos, nem levantando os olhos para os ídolos da
casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se chegando à
mulher na sua menstruação;” (Ezequiel 18.4-6).
Entre os pecados cometidos por Israel que levaram o Senhor a expulsá-lo
de sua terra, como Ele o fez efetivamente, encontram-se os de fornicação
sexual, como se vê no texto do profeta Ezequiel:
“9 Homens
caluniadores se acham no meio de ti, para derramarem sangue; no meio de ti,
comem carne sacrificada nos montes e cometem perversidade.
10 No teu
meio, descobrem a vergonha de seu pai e abusam da mulher no prazo da sua
menstruação.
11 Um comete
abominação com a mulher do seu próximo, outro contamina torpemente a
sua nora, e outro humilha no meio de ti a sua irmã, filha de
seu pai.
12 No meio de
ti, aceitam subornos para se derramar sangue; usura e lucros tomaste,
extorquindo-o; exploraste o teu próximo com extorsão; mas de mim te esqueceste,
diz o SENHOR Deus.
13 Eis que
bato as minhas palmas com furor contra a exploração que
praticaste e por causa da tua culpa de sangue, que há no meio
de ti. Estará firme o teu coração?
14 Estarão fortes
as tuas mãos, nos dias em que eu vier a tratar contigo? Eu, o SENHOR, o disse e o
farei.
15 Espalhar-te-ei
entre as nações, e te dispersarei em outras terras, e porei termo à tua imundícia.
16 Serás
profanada em ti mesma, à vista das nações, e saberás que eu sou o SENHOR.”
(Ezequiel 22.9-16).
Quando olhamos para estes testemunhos da Palavra de Deus, e a muitos
outros constantes no livro sagrado, nós concluímos que a presente geração está
mais do que pronta para o juízo de Deus, que certamente virá sobre todas as
nações, conforme Ele tem prometido.
É por causa da grande longanimidade do Senhor que o Juízo tem sido
adiado, mas não porque não haja ainda o transbordamento da iniquidade que o
provoca à ira a ponto de precipitar o julgamento.
“1 Palavra do
SENHOR, que foi dirigida a Oseias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de
Israel.
2 Quando,
pela primeira vez, falou o SENHOR por intermédio de Oseias, então, o SENHOR lhe
disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição,
porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR.
3 Foi-se,
pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim, e ela concebeu e lhe
deu um filho.
4 Disse-lhe
o SENHOR: Põe-lhe o nome de Jezreel, porque, daqui a pouco, castigarei, pelo
sangue de Jezreel, a casa de Jeú e farei cessar o reino da casa de Israel.
5 Naquele
dia, quebrarei o arco de Israel no vale de Jezreel.
6 Tornou ela
a conceber e deu à luz uma filha. Disse o SENHOR a Oseias:
Põe-lhe o nome de Desfavorecida, porque eu não mais tornarei a favorecer a casa
de Israel, para lhe perdoar.
7 Porém da casa
de Judá me compadecerei e os salvarei pelo SENHOR, seu Deus, pois não os
salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem
pelos cavaleiros.
8 Depois de
haver desmamado a Desfavorecida, concebeu e deu à luz um
filho.
9 Disse o
SENHOR a Oseias: Põe-lhe o nome de Não-Meu-Povo, porque vós não sois meu povo,
nem eu serei vosso Deus.” (Oseias 1.1-9).
“6 O meu povo
está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque
tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não
sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus,
também eu me esquecerei de teus filhos.
7 Quanto
mais estes se multiplicaram, tanto mais contra mim pecaram; eu mudarei a sua
honra em vergonha.
8 Alimentam-se
do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente.
9 Por isso,
como é o povo, assim é o sacerdote; castigá-lo-ei
pelo seu procedimento e lhe darei o pago das suas obras.
10 Comerão, mas não
se fartarão; entregar-se-ão à sensualidade, mas não se multiplicarão, porque ao
SENHOR deixaram de adorar.
11 A
sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento.
12 O meu povo
consulta o seu pedaço de madeira, e a sua vara lhe dá resposta;
porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se,
abandonaram o seu Deus.
13 Sacrificam
sobre o cimo dos montes e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho,
dos choupos e dos terebintos, porque é boa a sua sombra; por
isso, vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram.
14 Não
castigarei vossas filhas, que se prostituem, nem vossas noras, quando
adulteram, porque os homens mesmos se retiram com as meretrizes e com as
prostitutas cultuais sacrificam, pois o povo que não tem
entendimento corre para a sua perdição.
15 Ainda que
tu, ó Israel, queres prostituir-te, contudo, não se faça culpado
Judá; nem venhais a Gilgal e não subais a Bete-Áven, nem
jureis, dizendo: Vive o SENHOR.
16 Como vaca
rebelde, se rebelou Israel; será que o SENHOR o apascenta como a
um cordeiro em vasta campina?
17 Efraim está entregue
aos ídolos; é deixá-lo.
18 Tendo
acabado de beber, eles se entregam à prostituição; os seus
príncipes amam apaixonadamente a desonra.” (Oseias 4.6-18).
“18 Mas o que
sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o
homem.
19 Porque do
coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos, blasfêmias.
20 São estas as
coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o
contamina.” (Mateus 15.18-20).
Por esta afirmação de Jesus ninguém pode se justificar diante de Deus ou
dos homens, dizendo que não poderia vencer suas disposições para um comportamento
sexual impuro e condenado por Deus, porque sente-se naturalmente inclinado para
isto. Ora, dizemos que não há justificativa, porque, na verdade, não há quem
não esteja naturalmente inclinado ao pecado e à impureza. Para um viver puro e
santo é necessário esforço e empenho para se viver pela fé, debaixo do poder da
graça de Jesus, pois sem isto, sem a operação poderosa do Espírito Santo,
ninguém pode vencer as inclinações pecaminosas do coração.
Assim, Deus não somente não terá por desculpados aqueles que
permanecerem em suas práticas pecaminosas, como os sujeitará a uma condenação a
um tormento eterno, uma vez que recusaram-se a se arrepender e crer em Cristo,
para que fossem justificados, regenerados e santificados.
“20 Temo,
pois, que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que
também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós
contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos.
21 Receio
que, indo outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar
por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza,
prostituição e lascívia que cometeram.” (II Coríntios 12.20,21).
Se aos que são do mundo e que não se arrependem de seus pecados, Deus
não os tem julgado instantânea e presentemente, adiando todo o julgamento para
o Dia do Juízo Final, no caso de crentes, entretanto, Ele os sujeita à
disciplina da Aliança, e os castigará e corrigirá enquanto vivem aqui em baixo.
“16 Digo, porém: andai
no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
17 Porque a
carne milita contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer.
18 Mas, se
sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.
19 Ora, as
obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
20 idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções,
21 invejas,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu
vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os
que tais coisas praticam.
22 Mas o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23 mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há lei.
24 E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e
concupiscências.” (Gálatas 5.16-24).
“1 Portanto,
se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas
coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3 porque
morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus.
4 Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados
com ele, em glória.
5 Fazei,
pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
6 por estas
coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].
7 Ora, nessas
mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando
vivíeis nelas.
8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação,
maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.
9 Não mintais
uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos
10 e vos
revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou;” (Colossenses 3.1-10).
Se, especialmente nos jovens, a área sexual é aquela em que são mais
tentados, então devem ter toda uma atenção especial em relação a isto, porque
quando falhamos em qualquer área de nossas vidas, quanto a sermos subjugados
pelas tentações, toda a nossa vida espiritual e comunhão com Deus ficam
comprometidas.
A natureza foi disposta pelo Senhor de tal forma para que compreendamos
que o sexo e o desejo sexual, nunca foram e jamais serão um fim em si mesmos. É
por um amadurecimento de hormônios e outros componentes químicos existentes no
corpo que há a capacidade para o sexo, de modo que se desperta na puberdade e
esmaece na velhice. E enquanto ela existir, deve ser submetida à direção
divina, para que não se incorra num viver pecaminoso e impuro, além dos limites
estabelecidos por Deus para o sexo.
“1 Finalmente,
irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes,
quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais
fazendo, continueis progredindo cada vez mais;
2 porque
estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do
Senhor Jesus.
3 Pois esta é a vontade
de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da
prostituição;
4 que cada
um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,
5 não com o
desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;
6 e que,
nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque
o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos
claramente, é o vingador,
7 porquanto
Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
8 Dessarte,
quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus,
que também vos dá o seu Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 4.1-8).
“5 Quero,
pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez
por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra do Egito,
destruiu, depois, os que não creram;
6 e a anjos,
os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele
tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do
grande Dia;
7 como
Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à
prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo
do fogo eterno, sofrendo punição.
8 Ora,
estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só
contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam
autoridades superiores.
9 Contudo, o
arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de
Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra
ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!
10 Estes, porém, quanto
a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por
instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem.”
(Judas 1.5-10).
“20 Tenho, porém, contra
ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente
ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem
coisas sacrificadas aos ídolos.
21 Dei-lhe
tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer
arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a
prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram,
caso não se arrependam das obras que ela incita.
23 Matarei os
seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que
sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas
obras.” (Apocalipse 2.20-23).
“20 Os outros
homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se
arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os
demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e
de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar;
21 nem ainda
se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem
da sua prostituição, nem dos seus furtos.” (Apocalipse 9.20,21).
“1 Depois
destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande
autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória.
2 Então,
exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se
tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito
imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável,
3 pois todas
as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram
os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua
luxúria.
4 Ouvi outra
voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em
seus pecados e para não participardes dos seus flagelos;
5 porque os
seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus
se lembrou dos atos iníquos que ela praticou.
6 Dai-lhe em
retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as
suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai
dobrado para ela.” (Apocalipse 18.1-6).
“1 Depois
destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão,
dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus,
2 porquanto
verdadeiros e justos são os seus juízos, pois
julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela
vingou o sangue dos seus servos.
3 Segunda
vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.”
(Apocalipse 19.1-3).
“9 Ou não sabeis
que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros,
nem efeminados, nem sodomitas,
10 nem
ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o
reino de Deus.
11 Tais
fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus.” (I Coríntios 6.9-11).
“4 Digno de
honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula;
porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Hebreus 13.4).
“14 Segui a
paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
15 atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,
muitos sejam contaminados;
16 nem haja
algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto,
vendeu o seu direito de primogenitura.
17 Pois
sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi
rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o
tivesse buscado.” (Hebreus 12.14-17).
“11 E não sejais cúmplices
nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém,
reprovai-as.
12 Porque o
que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.
13 Mas todas
as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se
manifesta é luz.
14 Pelo que
diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos,
e Cristo te iluminará.
15 Portanto,
vede prudentemente como andais, não como néscios, e
sim como sábios,
16 remindo o
tempo, porque os dias são maus.
17 Por esta
razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do
Senhor.
18 E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito,
19 falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais,
20 dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Cristo.
22 As
mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao
Senhor;
23 porque o
marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da
igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
24 Como, porém, a
igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo
submissas ao seu marido.
25 Maridos,
amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela,
26 para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela
palavra,
27 para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito.
28 Assim também os
maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a
esposa a si mesmo se ama.
29 Porque
ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e
dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
30 porque
somos membros do seu corpo.
31 Eis por
que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua
mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu
me refiro a Cristo e à igreja.
33 Não
obstante, vós, cada um de per si também ame a própria
esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.” (Efésios 5.11-33).
Se o casamento não é uma regra para todas as pessoas, todavia a pureza
no viver é geral para todos, sejam casados, solteiros ou mesmo eunucos.
“1 Quanto ao
que me escrevestes, é bom que o homem não toque em
mulher;
2 mas, por
causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o
seu próprio marido.
3 O marido
conceda à esposa o que lhe é devido, e também,
semelhantemente, a esposa, ao seu marido.
4 A mulher não tem
poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também,
semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio
corpo, e sim a mulher.
5 Não vos
priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por
algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para
que Satanás não vos tente por causa da incontinência.
6 E isto vos
digo como concessão e não por mandamento.
7 Quero que todos
os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem
de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.
8 E aos
solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.
9 Caso, porém, não se
dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver
abrasado.
10 Ora, aos
casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe
do marido
11 (se, porém, ela
vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido);
e que o marido não se aparte de sua mulher.
12 Aos mais
digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em
morar com ele, não a abandone;
13 e a mulher
que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o
marido.
14 Porque o
marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa
incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos
filhos seriam impuros; porém, agora, são santos.
15 Mas, se o
descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica
sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.
16 Pois, como
sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido,
se salvarás tua mulher?
17 Ande cada
um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado. É
assim que ordeno em todas as igrejas.” (I Coríntios 7.1-17).
“1 E
aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galileia e foi para o
território da Judeia, além do Jordão.
2 Seguiram-no
muitas multidões, e curou-as ali.
3 Vieram a
ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao
marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
4 Então,
respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os
fez homem e mulher
5 e que
disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se
unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
6 De modo
que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que
Deus ajuntou não o separe o homem.
7 Replicaram-lhe:
Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?
8 Respondeu-lhes
Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos
permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi
assim desde o princípio.
9 Eu, porém, vos
digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais
ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada
comete adultério].
10 Disseram-lhe
os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua
mulher, não convém casar.
11 Jesus,
porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas
apenas aqueles a quem é dado.
12 Porque há eunucos
de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros
que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto
para o admitir admita.” (Mateus 19.1-12).
“1 Tendo,
pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da
carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (II
Coríntios 7.1).
“25 pois eles
mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar
do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
26 Por causa
disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres
mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à
natureza;
27 semelhantemente,
os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua
sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos,
a merecida punição do seu erro.
28 E, por
haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus
os entregou a uma disposição mental reprovável, para
praticarem coisas inconvenientes,” (Romanos 1.25-28).
“1 Irmãos, no que
diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos
2 a que não vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer
por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo
tenha chegado o Dia do Senhor.
3 Ninguém, de
nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da
perdição,
4 o qual se
opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de
culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse
o próprio Deus.
5 Não vos
recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas?
6 E, agora,
sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria.
7 Com
efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado
aquele que agora o detém;
8 então, será, de fato,
revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá
pela manifestação de sua vinda.
9 Ora, o
aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e
sinais, e prodígios da mentira,
10 e com todo
engano de injustiça aos que perecem, porque não
acolheram o amor da verdade para serem salvos.
11 É por este
motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à
mentira,
12 a fim de
serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade;
antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” (II
Tessalonicenses 2.1-12).
Aos olhos do mundo parece ser muito justo e adequado que se incentive a
aparente inocente e banal questão da teoria da igualdade de gêneros, mas
podemos ver por textos bíblicos como os anteriormente citados, que nunca foi
este o modo que Deus julgou este assunto. Ao contrário, é exatamente por não
conceder o poder de graça restringidora do Espírito Santo no sentido de impedir
o livre acesso de Satanás e os demônios a fazerem tudo o que quiserem com a
humanidade, notadamente em inspirar a prática de toda forma de inclinação para
a impiedade.
Antes e próximo de um grande juízo de Deus sobre todo o mundo, como
aquele que se viu no dilúvio nos dias de Noé, sempre há essa retirada do Espírito
Santo em seu trabalho de impedir o avanço da iniquidade, de modo que toda forma
de prática pervertida começa a ser espalhada pelo mundo, e não somente isto, a
ser aceita e aprovada pela sociedade como um todo.
“1 Como se
foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas,
2 vendo os
filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si
mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram.
3 Então, disse o
SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os
seus dias serão cento e vinte anos.
4 Ora,
naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois,
quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais
lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.
5 Viu o SENHOR
que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente
mau todo desígnio do seu coração;
6 então, se
arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.
7 Disse o SENHOR:
Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os
répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.” (Gênesis 6.1-7).
Observe
bem que o motivo principal para o dilúvio conforme declarado pelo próprio Deus,
foi o da fornicação sexual, porque homens santos haviam abandonado a vida
piedosa por se unirem a mulheres depravadas que corromperam seus corações (Gên
6.1-3).
É pelo abandono de Deus, de se observar os seus mandamentos, por longo
tempo e por muitos, que Ele deixa as pessoas entregues a si mesmas, e portanto,
impotentes para vencerem o mal.
Nosso Senhor Jesus Cristo profetizou qual seria o quadro existente no
fim dos tempos em razão deste aumento da iniquidade:
“12 E, por se multiplicar
a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.
13 Aquele,
porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.
14 E será pregado
este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então,
virá o fim.” (Mateus 24.12-14).
No original grego a palavra “iniquidade” é “anomia”, que significa
literalmente “sem lei”, “não ser guiado por lei”, e aqui no caso, a lei em
causa é a de Deus, a que que se revela em seus mandamentos constantes da Bíblia.
Quando o macho age como se fosse fêmea, e a fêmea como se fosse macho, o
que há então não é uma mera opção sexual, mas uma transgressão continuada e
deliberada do mandamento divino. E como legislador e juiz do universo, Deus não
pode deixar de levar a julgamento todos aqueles que transgridem a Sua vontade.
“10 Disse-me ainda: Não seles as palavras da
profecia deste livro, porque o tempo está próximo.
11 Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo
ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.
12 E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas obras.
13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.
14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas
vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem
na cidade pelas portas.
15 Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os
assassinos, os idólatras
e todo aquele que ama e pratica a mentira.” (Apocalipse 22.10-15).
APÊNDICE:
É somente pelo convencimento
e instrução do Espírito Santo que podemos compreender adequadamente qual seja o
significado do pecado.
Sem esta operação do Espírito Santo, ou quando ainda
nos encontramos a caminho de ser melhor esclarecidos por Ele, é muito comum até
mesmo negar-se a existência do pecado, ou classificá-lo das mais variadas
formas possíveis que em pouco ou nada correspondem ao seu verdadeiro e pleno
significado.
De modo que quando se diz que Jesus carregou sobre
si os nossos pecados (I Pedro 2.24) e que Ele se manifestou para tirar o
pecado, não é dada a devida importância a este maravilhoso fato, que é a
resposta à única e principal necessidade do ser humano relativa à vida, pois
sem a solução do problema do pecado que a todos atinge, não é possível ter a
vida eterna de Deus.
Então, não se deve pensar em Jesus em alguém que
veio ao mundo para que pudéssemos errar menos, ou ainda que melhorássemos
nossas ações morais, pois a obra de expiação e remoção do pecado está
relacionada a uma questão de vida, caso concluída, ou de morte eterna, em caso
contrário.
Então é preciso saber qual é a origem e a natureza
do pecado e a sua forma de agir na humanidade para que o vencendo possamos
atingir ao propósito de Deus na nossa criação e viver de modo agradável a Ele.
Ora, se o pecado é o que se opõe à possibilidade de
se ter vida eterna, então, necessitamos refletir mais cuidadosamente sobre a
relação que há entre pecado e morte, e santidade e vida.
Então, é muito importante que tenhamos uma
compreensão adequada do significado de vida eterna, para que não nos enganemos
quanto a se temos alcançado ou não o propósito de Deus quanto a isto.
Antes de tudo, vida em seu sentido geral é
muito mais do que simples existência, porque os corpos inanimados existem e no
entanto, não possuem vida.
Ainda que alguns seres espirituais existam
eternamente, pois espíritos não podem ser aniquilados, todavia não se pode
dizer deles que possuem vida eterna, e a par da existência consciente deles são
classificados como mortos espiritual e eternamente, tal é o caso de Satanás,
dos demônios e de todos os seres humanos que morreram sob a condenação do
pecado, estando desligados de Deus.
Deus é a fonte e o padrão da verdadeira
vida.
É pelo que existe em sua natureza, portanto,
que se define o que é e o que não é participante da vida eterna.
A vida eterna é perfeita e completa em Deus,
mas nas criaturas (anjos eleitos e santos) que alcançam a participação nesta
vida, estão sujeitos a crescimento na mesma rumo à perfeição divina, que sendo
infinita, será para eles sempre um alvo a ser buscado.
Daí se dizer que quando alguém nasce de novo
do Espírito Santo, que ele é um bebê espiritual em Cristo. Ele deve crescer na
graça e no conhecimento do Senhor, e isto será feito neles pela operação do
Espírito Santo, até contemplar neles a maturidade espiritual que é chamada de
perfeição, mas não sendo ainda aquela perfeição total como ela se encontra
somente em Deus.
Não devemos ficar, portanto, satisfeitos
somente com a conversão inicial a Cristo, pela qual fomos tornados filhos de
Deus e novas criaturas, mas devemos prosseguir em busca daquela santificação
que nos tornará cada vez mais à imagem e semelhança de Jesus.
O grande indicador do progresso neste
crescimento na vida eterna, é o de aumento de graus em santificação. Este
aperfeiçoamento em santificação é a vontade de Deus quanto ao seu propósito em
nos ter tornado seus filhos. (I Tessalonicenses 4.3,
5.23).
Esta é a vida em abundância que Jesus veio dar àqueles que se tornariam
filhos de Deus por meio da fé nele.
Podemos entender melhor isto quando fazemos um contraste com o pecado,
pois se o pecado é o que produz morte, a santidade é o que produz vida.
Concluímos que somente aqueles que forem santificados têm acesso à vida
eterna. Daí se dizer que sem santificação ninguém verá o Senhor.
É fácil entendermos esta verdade quando refletimos que de fato não se
pode dizer que há a vida de Deus onde domina o orgulho, a impureza, a malícia,
a cobiça, o adultério, o ódio, o roubo, a corrupção, a inveja, e todas as obras
da carne que operam segundo o pecado.
Mas, onde o que prevalece é a fé, a humildade, o amor, a bondade, a
misericórdia, a longanimidade, a reverência, o louvor, a adoração ao Senhor, a
obediência aos Seus mandamentos e tudo o mais que compõe o fruto do Espírito
Santo, pode-se dizer que temos em tudo isto indícios ou evidências onde há vida
eterna.
Os que afirmam andar na luz e pertencerem a Jesus, quando na verdade
caminham nas trevas, são chamados pelo apóstolo João de mentirosos, e que não
têm de fato a vida eterna que eles alegam possuir, porque onde ela foi semeada por
Jesus, não produz os frutos venenosos do pecado e da justiça própria, senão os
que são provenientes da santidade e da justiça de Jesus atuando em nós.
Como o conhecimento verdadeiro de Deus, consiste em termos um
conhecimento pessoal de Seu caráter, virtude, obras e atributos, e isto, por
uma revelação que recebamos da parte dEle em Espírito, e para tanto temos
recebido o dom da fé, então, não somos apenas justificados por este
conhecimento, como também acessamos à vida eterna, alcançando que sejam implantadas
em nós as mesmas virtudes e caráter de Cristo.
É este conhecimento real, espiritual e pessoal de
quem seja de fato Deus, o que promove a nossa santificação e aumentos em graus
na posse da vida eterna, ou melhor dizendo, para que a vida eterna se aposse em
maiores graus de nós.
Quando nos falta este viver piedoso na verdade, ainda que sejamos
crentes, Deus nos vê como mortos e não como vivos, e por isso somos chamados ao
arrependimento e à prática das primeiras obras, para que tenhamos o necessário
reavivamento espiritual. (Apocalipse 3.1-3,17-19).
Enganam-se todos aqueles que por julgarem estarem cheios de energia, e
envolvidos na realização de muitas obras, que isto é um sinal evidente de vida
abundante neles, quando toda esta energia é carnal e não acompanhada por um
viver realmente piedoso que seja operado neles pelo Espírito Santo, pela
aplicação da Palavra de Deus às suas vidas.
É na medida em que as obras da carne são mortificadas que mais se
manifesta em nós a vida eterna que há em Cristo.
Se não houver a crucificação do ego carnal, a mortificação do pecado, a
vida ressurreta de Cristo não se manifestará.
A verdadeira santidade que conduz à vida é dependente das operações
sobrenaturais do Espírito Santo, mediante a obra realizada por Jesus Cristo em
nosso favor. A mera prática da moralidade não pode produzir esta santidade
necessária à vida eterna. A simples religiosidade carnal na busca de
cumprimento dos mandamentos de Deus, segundo a nossa própria justiça, também
não pode produzir esta santidade. O jovem rico enganou-se quanto a isto, e por
não se sujeitar à justiça que vem de Cristo, não alcançou a vida eterna.
Há necessidade de convencimento do pecado pelo Espírito Santo, de que
Ele nos convença de nossa completa miserabilidade diante de Deus, e de nossa
total dependência da sua misericórdia, graça e bondade, para que nos salve,
mediante a confiança que temos colocado em Jesus e na obra que Ele realizou em
nosso favor. Sem isto, não pode haver salvação, e por conseguinte vida eterna,
porque Deus não pode operar santidade em um coração que se rebela contra Ele e
Sua vontade.
Deus não contempla nossos meros desejos e palavras. Ele olha o nosso
coração. Ele opera somente segundo a verdade, e não segundo nossas emoções,
sentimentos, vontades, pois podem não estar conformados à verdade da Sua
Palavra revelada na Bíblia, e assim não podendo chegar a um verdadeiro
arrependimento, torna-se impossível sermos contemplados com uma salvação cujo
fim é a nossa santificação.
Para o nosso presente propósito, não basta ir ao
relato de como o pecado entrou no mundo através do primeiro casal criado,
atendo-nos apenas aos fatos relacionados à narrativa da Queda, sobretudo quanto
à maneira desta entrada mediante tentação vindo do exterior da parte de Satanás
sobre a mulher. É preciso entender o mecanismo de operação desta tentação
naquela ocasião, uma vez que ela ocorreu quando a mulher era inocente, não
conhecia nem bem e nem mal, não sendo portanto ainda uma pecadora, e no
entanto, pela tentação, teve o desejo de praticar algo que lhe havia sido
proibido por Deus.
Poderia este desejo, sem a consumação do ato, ser
considerado como sendo a própria entrada do pecado? Em caso contrário, o que
seria necessário haver também para que assim fosse considerado?
Por que desde aquele primeiro pecado, toda a
descendência de Adão ficou encerrada no pecado? Por que o pecado permanece
ligado à natureza dos próprios crentes, mesmo depois da conversão deles?
Por que o pecado desagrada tanto a Deus que como
consequência produz a morte?
Estas e outras perguntas, procuraremos responder nas
linhas a seguir.
Antes de apresentar qualquer consideração específica
ao caso, é importante destacar que o único ser que possui vontade absoluta,
gerada em si mesmo, e sempre perfeita e aprovada, é Deus, cuja vontade é o
modelo de toda vontade também aprovada. Esta é a razão de Ele não poder ser
tentado ao mal, e a ninguém tentar. Sua vontade é santíssima e perfeitamente
justa. Mas no caso dos homens e até mesmo dos anjos, cuja vontade é a de uma
criatura, sendo dotados de vontade livre, estão contingenciados a submeterem
suas vontades à de Deus naqueles pontos em que o exercício da própria vontade
deles colidisse com esta vontade divina. Eles são livres para pensar, imaginar,
agir, criar, mas tudo dentro de uma esfera que não ultrapasse os limites que
lhes são determinados por Deus, quer na lei natural impressa em suas
consciências, quer na lei moral revelada em Sua Palavra, a qual é também
impressa nas mentes e corações dos crentes.
Temos assim, desde o início da criação, um campo
aberto para um possível conflito de vontades. Deus por um lado agindo pelo
Espírito Santo buscando nos mover à negação do ego para fazer não a nossa, mas
a Sua vontade, e o nosso ego querendo fazer algo que possa ser eventualmente
diferente daquilo que Deus determina para que façamos ou deixemos de fazer.
Neste ponto, podemos entender que a proposta de
Satanás para Eva no paraíso, buscava estimular e despertar desejos e
sentimentos em Eva para que a sua vontade fosse conduzida pela do diabo, e não
pela de Deus.
Se ao sentir-se inclinada à desobediência ela
tivesse recorrido à graça divina, clamando por ajuda para rejeitar a tentação e
permanecer obediente, a fé teria triunfado em sua confiança no Senhor e
sujeição a ele, e em vez de um ato pecaminoso, haveria um motivo para Deus ser
glorificado. E isto ocorreria todas as vezes em que ao ser tentado a fazer algo
diferente do que havia sido determinado por Deus, o homem escolhesse obedecer à
Sua Palavra, e não aos desejos criados em seus pensamentos e imaginação.
Podemos tirar assim a primeira grande conclusão em
ralação ao que seja o pecado, de que não se trata de algo corpóreo, ainda que
invisível, com existência própria e poder inteligente para nos influenciar, mas
é algo decorrente de nossas próprias inclinações, desejos e más escolhas,
especialmente quando não nos permitimos ser dirigidos e instruídos por Deus, e
não nos exercitamos em sujeitar todas as nossas faculdades a Ele para agir
conforme a Sua santa, boa, perfeita e agradável vontade.
É pelo desconhecimento desta verdade que muitos
crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a
aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos
exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já
se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro, é apenas uma das
faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração
instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão
inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito
Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a
mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no
Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através
de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que
Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de
um viver santificado.
O homem, tendo sido
criado em um estado tão santo e glorioso, foi colocado no Paraíso, que era sua residência.
No meio deste Jardim
do Éden estava a árvore da vida,
que não consideramos pertencer a uma certa espécie, mas
era uma árvore singular na natureza. “E
do chão fez o Senhor Deus crescer todas as árvores
... a árvore da vida também no meio do jardim ”(Gênesis 2:
9). Portanto, essa árvore não
foi encontrada em outros locais.
No Paraíso, havia
também a árvore do
conhecimento do bem e do mal. “Mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás” (Gn 2:17; 3: 3). Como lá havia apenas uma
árvore da vida; portanto, havia apenas uma árvore do conhecimento do bem e do
mal. Não
se afirma que isto se refere ao tipo de árvore, mas ao número. É simplesmente referido como "a árvore".
A razão para esse nome pode ser deduzido do próprio nome.
(1) Era uma árvore
probatória pela qual Deus desejava provar ao homem se ele perseveraria em fazer
o bem ou se ele cairia no mal, como se encontra em 2 Crônicas 32:31: “... Deus
o deixou, para julgá-lo, para que ele pudesse saber tudo que estava em seu
coração."
(2) O homem, ao comer
desta árvore, saberia em que condição pecaminosa e triste ele tinha trazido a
si mesmo.
O Senhor colocou Adão
e Eva neste jardim para cultivá-lo e
guardá-lo (Gn 2:15).
O sábado era a exceção, pois então
ele era obrigado a descansar e a se abster de trabalhar de acordo com o exemplo
que seu Criador lhe dera e ordenara que ele imitasse.
Assim, Adão tinha
todas as coisas em perfeição e para deleite do corpo e da alma. Se ele tivesse perseverado perfeitamente durante seu
período de estágio, ele, sem ver nenhuma morte, teria sido conduzido ao terceiro
céu, para a glória eterna. Embora
o corpo tivesse sido construído a partir de
elementos materiais, sua condição era tal que era
capaz de estar em união essencial com a alma imortal e capaz de existir sem
nunca estar sujeito a doença ou morte.
Se ele não tivesse
pecado, o homem não teria morrido, mas teria subido ao
céu com corpo e alma. Isso pode ser facilmente
deduzido do fato de que Enoque, mesmo depois da entrada do pecado no mundo, foi
arrebatado ao terceiro céu, sem passar pela morte, em razão de ter andado com
Deus.
Sendo este o desígnio de Deus na criação do homem, a saber, que ele
andasse em santidade de vida na Sua presença, então não é difícil concluir quão
enganados se encontram aqueles que apesar de terem muita prosperidade material
e facilidades no mundo, e que todavia não estão santificados pela Palavra de
Deus, aplicada pelo Espírito Santo, em razão da fé em Jesus, e que os tais
encontram-se mortos à vista de Deus em delitos e pecados, permanecendo debaixo
de uma maldição e condenação eternas, enquanto permanecerem na citada condição
sem arrependimento e conversão.
Aqui percebemos a
natureza abominável do pecado, enquanto o homem, sendo
dotado de faculdades tão excelentes para estar unido ao Seu
Criador com tantos laços de amor, partiu dEle, e O desprezou e O rejeitou.
Ele agiu para que o
Criador não o dominasse, mas que pudesse ser seu próprio senhor e viver de
acordo com a sua própria vontade.
Aqui brilha a
incompreensível bondade e sabedoria de Deus, na medida em que reconcilia tais
seres humanos maus consigo mesmo novamente através do Mediador Jesus Cristo. Ele fez com que este mediador viesse de Adão como
santo, tendo a mesma natureza que pecara, para suportar a punição do pecado do
próprio homem e, assim, cumprir toda a justiça. Tais
seres humanos, Ele novamente adota como Seus filhos e toma para Si em felicidade
eterna. A Ele seja dado
eterno louvor e honra por isso. Amém.
Eva foi seduzida a
comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela
não foi coagida, mas o fez por vontade própria.
Além
disso, Adão não foi o primeiro a ser enganado, nem foi enganado pela serpente,
mas como o apóstolo declara em 1 Tim 2:14, por uma Eva enganada - e, portanto,
subsequente a ela. Estou convencido de
que, se Adão permanecesse de pé, Eva teria suportado
o castigo sozinha. Como Adão
também pecou, no entanto, toda a
natureza humana, toda a raça humana, tornou-se
culpada, como Paulo disse: "Portanto, como por um homem o pecado entrou no
mundo ..." (Romanos 5:12). Ele
não apenas se refere ao pecado de Eva, mas ao pecado
de toda a raça humana, que é total e inteiramente encerrada em Adão e Eva, que
eram um em virtude de seu casamento. Em
vez disso, ele se refere especificamente ao pecado de Adão,
que foi o primeiro homem, a primeira e única fonte, tanto de Eva como de toda a
raça humana.
Entenda-se este ato
de ter sido encerrado por Deus no pecado, não como se Deus tivesse feito a cada
um de nós pecadores, ou então que tivesse transferido para nós o pecado
praticado por Adão, mas como a consideração e imputação de culpa a toda a
humanidade, e sujeição à maldição da condenação pela morte, uma vez que não
haveria quem não pecasse, já que o homem revelou desde Adão que de um modo ou
de outro faria um uso indevido de sua vontade, opondo-se a Deus. Pois sem a
concessão da Graça de Deus é impossível que o homem possa vencer o pecado. E a
Graça para tal propósito somente é concedida aos que creem em Jesus.
O pecado inicial não
pode ser encontrado no ato externo, nas emoções, afetos e inclinações, nem na
vontade. Em uma natureza
perfeita, vontade e emoções estão sujeitos ao
intelecto, pois não precedem o intelecto em sua função, mas são uma consequência
do mesmo.
O pecado inicial deve ser buscado no intelecto, que por meio de raciocínio
enganoso foi levado a concluir que eles não morreriam e que havia um poder
inerente àquela árvore para torná-los sábios, uma sabedoria que eles poderiam desejar
sem serem culpados de pecado. Essa
árvore tinha o nome de conhecimento,
que era desejável para eles. Mas
também trazia o nome de bem e mal,
mesmo que estivesse escondido deles quanto ao que era compreendido na palavra mal. A serpente usa esse nome como se grandes questões
estivessem ocultas nessas palavras. Como
o intelecto se concentrou mais na conveniência de se tornar sábio quanto a
árvore pela qual, como meio ou causa, essa sabedoria poderia ser transmitida a
eles, a intensa e viva consciência da proibição de não comer e da ameaça de
morte tendem a diminuir. A faculdade de
julgamento, sugerindo que seria desejável comer dessa árvore, despertou a
inclinação de adquirir sabedoria dessa maneira. Além
disso, havia o fato de que “... a mulher viu que
a árvore era boa para comer, e agradável aos olhos” (Gn
3: 6).
A decepção do
intelecto não foi consequência da natureza da árvore e de seus frutos, mas
devido às palavras da serpente e as palavras da mulher para Adão. Assim, foi tomada por verdadeira a palavra da
serpente, e depois a da mulher, em vez da Palavra de Deus. Portanto, o primeiro pecado foi a fé na serpente,
(ainda que não no animal propriamente dito, mas naquele que o usou como seu
instrumento, a saber, Satanás.), acreditando que eles não
morreriam, mas, em vez disso, adquiririam sabedoria.
O ato implicava uma
descrença em Deus que havia ameaçado a morte ao comer dessa árvore. Assim Eva em virtude da incredulidade tornou-se
desobediente, estendeu a mão e comeu. Ao
fazer isso, ela creu na serpente e foi enganada, este pecado é denominado como tal em 1 Tim 2:14 e
2 Cor 11: 3.
Da mesma maneira, ela
seduziu Adão. Portanto, o primeiro
pecado não era orgulho, isto é, ser igual a Deus, também não rebelião,
desobediência ou apetite injustificado, mas incredulidade.
Não crer na palavra
de Deus, não dar a devida observância a ela e não praticá-la, é tudo
consequente de incredulidade, e este é o pecado principal do qual os demais se
originam, pois o justo viverá por sua fé, e por esta fé é possível até mesmo
confessar-se culpado, arrepender-se e converter-se a Deus, e tudo isto sucede
por conta de se dar crédito às ameaças de Deus contra o pecado.
Concluímos, que o
pecado sempre jaz à porta, ele sempre nos assedia bem de perto, conforme
afirmam as Escrituras, pois o intelecto sempre é solicitado de uma forma ou de
outra, por tentações internas ou externas, a despertar a vontade e desejos
pecaminosos, que se não forem resistidos por meio da graça, sempre
prevalecerão.
Daí nos ser ordenado
a vigiar e orar incessantemente, porque a carne é fraca. A andarmos
continuamente no Espírito Santo para podermos vencer as obras da carne, e não
ceder às tentações.
É por meio de uma
vida santificada que nos tornamos fortes para resistir ao pecado, pois
eliminá-lo de uma vez por todas enquanto andamos neste mundo, equivaleria a
remover de nós toda a liberdade que temos de escolher livremente o que fazer e
o que não fazer. De modo que se não nos negarmos, se não sujeitarmos a nossa
vontade à de Deus, seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais
poderemos ter um caminhar vitorioso neste mundo.
Quando nosso Senhor foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo
diabo, Ele foi solicitado a transformar pedras em pães porque era grande a sua
fome no final do jejum de quarenta dias e noites. O diabo vislumbrou nEle este
desejo por comida, e então reforçou o desejo por meio de tentação dizendo-lhe
que se era de fato o Filho de Deus, poderia transformar pedras em pães. Se Ele
o fizesse, teria pecado porque estava sob o comando total do Espírito Santo e
somente poderia fazer o que lhe fosse ordenado pelo Pai. Nada poderia fazer por
seu próprio poder, ao qual deveria renunciar em seu ministério terreno, para
ser obediente não como Deus, mas como homem, segundo a instrução do Espírito
Santo. O desejo de comer não era em si pecaminoso, mas a ordem era que somente
quebrasse o jejum quando lhe fosse permitido pelo Pai. Assim, Jesus renunciou
ao desejo, porque nem só de pão material vive o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus. O desejo não foi consumado e portanto não houve
pecado, mas uma obediência pela qual Deus foi glorificado.
O mesmo sucede conosco sempre que somos solicitados pelo nosso intelecto
a fazer o que nos seja vedado pela Palavra de Deus. Se renunciarmos à nossa
própria vontade para fazer a do Senhor, então somos aprovados e nisto Ele é
glorificado.
Assim, qualquer tentação específica traz em si mesma o potencial para a
nossa ruína, ou para a glória de Deus, em caso de desobediência ou obediência,
respectivamente.
“Se alguém vem a mim e não aborrece
a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda
a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser
meu discípulo.” (Lucas 14.26,27).
A cruz representa o ato de sacrificarmos a nossa própria vontade para
escolher fazer a de Deus.
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia
a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.33)
O fato de que Deus
desde a eternidade conheceu a queda, decretando que permitiria que ocorresse,
não é apenas confirmado pelas doutrinas de sua onisciência e decretos, mas
também pelo fato de que Deus desde a eternidade tem ordenado um Redentor para o
homem, para libertá-lo do pecado: o Senhor Jesus Cristo, a quem Pedro chama de
Cordeiro, “que em verdade foi predestinado antes da fundação do mundo” (1 Pedro
1:20).
O pecado causa a
morte eterna mas o seu efeito pode ser revertido por meio da fé em Jesus
Cristo. A Lei de Deus que opera segundo a Sua justiça, é implacável e amaldiçoa
a todo aquele que vier a transgredir a qualquer dos seus mandamentos. Mas o
amor, a misericórdia, a longanimidade e bondade de Deus dão ao pecador a
oportunidade de se voltar para Ele, através do arrependimento e da fé, pois o
próprio Deus proveu uma aliança com o Filho, através da qual pode adotar pecadores
como filhos amados, para serem tornados santos por Ele, prometendo-lhes
conduzi-los à perfeição total quando eles partirem para a glória celestial,
assim como havia feito nos próprios dias do Velho Testamento, dando inclusive
um novo corpo perfeito e glorificado a Enoque e a Elias. Mas todos os espíritos
dos que nEle creram foram transladados em perfeição para o mesmo céu de glória.
Deus nos ensina,
quando nele cremos, que a sua graça é suficiente e poderosa para nos firmar em
santidade, pois na nossa própria experiência conhecemos que quanto mais nos
consagramos a Ele, mais somos fortalecidos pela graça para resistir e vencer o
pecado, inclusive o que procura se levantar em nossa própria natureza terrena.
Por isso temos recebido em Cristo uma nova natureza, ao lado da antiga, para
subjugar esta última, pois a nova natureza é celestial, espiritual, divina e
santa, e sempre nos inclina para aquilo que é de Deus e que é conforme a Sua
santa vontade.
É por uma caminhada
constante no Espírito Santo, mediante a prática da Palavra, que somos tornados
cada vez mais espirituais e menos inclinados para a carne que não é sujeita à
lei de Deus e nem mesmo pode ser.
Mas é de tal ordem a
bondade e misericórdia que Deus nos tem concedido por meio da aliança da graça em
Cristo, que mesmo aqueles que não tenham feito grande progresso em santificação
têm a condenação eterna anulada por causa da união deles com Jesus, por meio de
quem receberam um novo nascimento espiritual para pertencerem a Ele. Não serão
jamais lançados fora conforme a Sua promessa, porque isto seria a negação da
verdade de que foram de fato salvos por pura graça e não por mérito, virtude ou
obras deles mesmos.
Deus nos trata conforme a cabeça da raça sob a qual
nos encontramos: se apenas em Adão, estamos condenados pela sentença que foi
lavrada sobre ele e todos aqueles que viriam a ser da sua descendência; mas se
estamos sob a cabeça de Cristo, recebemos um novo nascimento e somos ligados
espiritualmente a Ele, e não somos apenas livrados da sentença que tínhamos sob
Adão, pois somos considerados por Deus como tendo morrido juntamente com
Cristo, como também somos conduzidos à vida eterna, pelo poder da justificação
e da ressurreição, que o próprio Cristo experimentou, para que fosse também
comunicado aos que estão unidos a Ele pela fé.
Todos os homens,
tendo pecado em Adão, são roubados da imagem
de Deus, então todo homem nasce vazio de luz espiritual, amor,
verdade, vida e santidade.
Então ao se analisar
o que seja o pecado não se deve simplesmente pensar nas ações pecaminosas que
são resultantes do princípio que opera na natureza caída, mas nas consequências
de estarmos sem Cristo, e por conseguinte destituídos da graça de Deus.
Pois ainda que alguém
que não pertença a Cristo, estivesse isolado em um lugar ermo, e sem
pensamentos pecaminosos ou possibilidade de ser tentado a pecar, ainda assim,
esta pessoa estaria morta espiritualmente, em completa ignorância de Deus e da
Sua vontade santa, sem a possibilidade de ter comunhão com Ele, e portanto ter
paz, alegria e vida espiritual e participação em todas as virtudes de Cristo,
pois é esta a condição do homem natural sem Cristo.
Pela entrada do
pecado no mundo, em razão da incredulidade, é somente por meio da fé que Deus
pode se manifestar e habitar no interior do homem.
A justiça de Deus
exige que todo aquele que se aproxima dele para ter comunhão com ele, seja
também justo. E como poderia o pecador, destituído totalmente da justiça divina
se aproximar dEle, senão por meio dAquele que foi dado por Deus a ele para tal
aproximação por meio da fé?
A imagem de Deus é restaurada na regeneração. Tudo o que foi restaurado foi uma vez perdido, e o
que quer que seja dado não estava em posse anteriormente. “E vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;”
(Cl 3:10); “no sentido de que, quanto
ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as
concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em
justiça e retidão procedentes da verdade.”
(Ef 4: 22-24).
Ao nos dar Cristo,
Deus resolve o problema do pecado pela raiz, porque não trata conosco no varejo
de nossas transgressões, mas destrói a fábrica de veneno para que dali não
saiam mais produtos venenosos, pois a corrupção herdada também consiste em uma propensão ao pecado.
O pecado original não consiste apenas na ausência da justiça original, mas também na posse de uma propensão ao
contrário à justiça. A falta de ação da graça divina no
coração do pecador é o que faz com que seja avesso à vontade de Deus, e busque
seguir a sua própria vontade. É a graça somente quem pode transformar o nosso
coração de pedra insensível a Deus, por um coração de carne sensível a Ele.
Então, pela própria
entrada do pecado no mundo, podemos ser ensinados por Deus que não podemos
viver de modo agradável a Ele se não nos submetermos inteiramente a Cristo,
para que possamos receber graça sobre graça, que é a única maneira de sermos
mantidos firmes na fé e em santidade na Sua presença.
De modo que o maior pecado que uma pessoa pode cometer além da sua
condição natural pecaminosa é o de rejeitar a graça que lhe está sendo
oferecida em Cristo para ser curada do pecado e de suas consequências, e a
principal delas que é a morte espiritual e eterna.
O pecado e a morte que é
consequente dele devem ser combatidos com a vida de Jesus, e é em razão disso
que Ele sempre destacou em seu ministério terreno que a principal coisa que
temos a fazer é crer nEle, e disso os apóstolos e todos nós fomos encarregados
para dar testemunho desta verdade.
Não podemos considerar devidamente o pecado à parte de Jesus, pois Ele
não se manifestou apenas para que deixássemos de fazer o que é errado para
fazer o que é certo, mas para que tivéssemos vida em abundância e santa, para
que pudéssemos estar em comunhão com Deus, sendo coparticipantes da Sua
natureza divina, condição esta que foi perdida por Adão, e por ele, toda a sua
descendência.
Muitas outras considerações podem
ser feitas sobre o que seja o pecado e o modo como ele opera, e também o modo
como podemos alcançar a vitória sobre o pecado por meio da fé, mas entendemos
que as considerações que foram apresentadas são suficientes para o objetivo de
conhecermos melhor este inimigo, que não sendo vencido pode interromper a nossa
comunhão com Deus ou até mesmo impedir que alcancemos a vida eterna, pela
incredulidade em Cristo.
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