Por
Silvio Dutra
“E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3)
Uma expressão que é repetidamente usada nas
páginas do Novo Testamento é “vida eterna”. Foi para concedê-la a pecadores que
Jesus foi comissionado por Deus Pai, recebendo dEle mandamento para realizá-la.
Então, é muito importante que tenhamos uma
compreensão adequada do significado de vida eterna, para que não nos enganemos
quanto a se temos alcançado ou não o propósito de Deus quanto a isto.
Antes de tudo, vida em seu sentido geral é
muito mais do que simples existência, porque os corpos inanimados existem e no
entanto, não possuem vida.
Ainda que alguns seres espirituais existam
eternamente, pois espíritos não podem ser aniquilados, todavia não se pode
dizer deles que possuem vida eterna, e a par da existência consciente deles são
classificados como mortos espiritual e eternamente, tal é o caso de Satanás,
dos demônios e de todos os seres humanos que morreram sob a condenação do
pecado, estando desligados de Deus.
Deus é a fonte e o padrão da verdadeira
vida.
É pelo que existe em sua natureza, portanto,
que se define o que é e o que não é participante da vida eterna.
A vida eterna é perfeita e completa em Deus,
mas nas criaturas (anjos eleitos e santos) que alcançam a participação nesta
vida, estão sujeitos a crescimento na mesma rumo à perfeição divina, que sendo
infinita, será para eles sempre um alvo a ser buscado.
Daí se dizer que quando alguém nasce de novo
do Espírito Santo, que ele é um bebê espiritual em Cristo. Ele deve crescer na
graça e no conhecimento do Senhor, e isto será feito neles pela operação do
Espírito Santo, até contemplar neles a maturidade espiritual que é chamada de
perfeição, mas não sendo ainda aquela perfeição total como ela se encontra
somente em Deus.
Não devemos ficar, portanto, satisfeitos
somente com a conversão inicial a Cristo, pela qual fomos tornados filhos de
Deus e novas criaturas, mas devemos prosseguir em busca daquela santificação
que nos tornará cada vez mais à imagem e semelhança de Jesus.
O grande indicador do progresso neste
crescimento na vida eterna, é o de aumento de graus em santificação. Este
aperfeiçoamento em santificação é a vontade de Deus quanto ao seu propósito em
nos ter tornado seus filhos.
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;” (I
Tessalonicenses 4.3).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 5.23).
Esta é a vida em abundância que Jesus veio dar àqueles que se tornariam
filhos de Deus por meio da fé nele.
Podemos entender melhor isto quando fazemos um contraste com o pecado,
pois se o pecado é o que produz morte, a santidade é o que produz vida.
Concluímos que somente aqueles que forem santificados têm acesso à vida
eterna. Daí se dizer que sem santificação ninguém verá o Senhor.
É fácil entendermos esta verdade quando refletimos que de fato não se
pode dizer que há a vida de Deus onde domina o orgulho, a impureza, a malícia,
a cobiça, o adultério, o ódio, o roubo, a corrupção, a inveja, e todas as obras
da carne que operam segundo o pecado.
Mas, onde o que prevalece é a fé, a humildade, o amor, a bondade, a
misericórdia, a longanimidade, a reverência, o louvor, a adoração ao Senhor, a
obediência aos Seus mandamentos e tudo o mais que compõe o fruto do Espírito
Santo, pode-se dizer que temos em tudo isto indícios ou evidências onde há vida
eterna.
Os que afirmam andar na luz e pertencerem a Jesus, quando na verdade
caminham nas trevas, são chamados pelo apóstolo João de mentirosos, e que não
têm de fato a vida eterna que eles alegam possuir, porque onde ela foi semeada
por Jesus, não produz os frutos venenosos do pecado e da justiça própria, senão
os que são provenientes da santidade e da justiça de Jesus atuando em nós.
Como o conhecimento verdadeiro de Deus, consiste em termos um
conhecimento pessoal de Seu caráter, virtude, obras e atributos, e isto, por
uma revelação que recebamos da parte dEle em Espírito, e para tanto temos
recebido o dom da fé, então, não somos apenas justificados por este
conhecimento, como também acessamos à vida eterna, alcançando que sejam
implantadas em nós as mesmas virtudes e caráter de Cristo.
“E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3).
“Ele verá o fruto
do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o
Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as
iniquidades deles levará sobre si.” (Isaías 53.11).
É este conhecimento real, espiritual e pessoal de
quem seja de fato Deus, o que promove a nossa santificação e aumentos em graus
na posse da vida eterna, ou melhor dizendo, para que a vida eterna se aposse em
maiores graus de nós.
“11 Tu, porém, ó homem de
Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a
piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
12 Combate o
bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual
também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas
testemunhas.
13 Exorto-te,
perante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante Cristo Jesus,
que, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão,
14 que
guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor
Jesus Cristo;
15 a qual, em
suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único
Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos Senhores;
16 o único que
possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais
viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (I Timóteo
6.11-16).
Quando nos falta este viver piedoso na verdade, ainda que sejamos
crentes, Deus nos vê como mortos e não como vivos, e por isso somos chamados ao
arrependimento e à prática das primeiras obras, para que tenhamos o necessário
reavivamento espiritual.
“1 Ao anjo da
igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de
Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e
estás morto.
2 Sê vigilante
e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho
achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te,
pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não
vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei
contra ti.” (Apocalipse 3.1-3).
“17 pois
dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma,
e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
18 Aconselho-te
que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras
brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha
da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
19 Eu
repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te.” (Apocalipse 3.17-19).
Enganam-se todos aqueles que por julgarem estarem cheios de energia, e
envolvidos na realização de muitas obras, que isto é um sinal evidente de vida
abundante neles, quando toda esta energia é carnal e não acompanhada por um
viver realmente piedoso que seja operado neles pelo Espírito Santo, pela
aplicação da Palavra de Deus às suas vidas.
É na medida em que as obras da carne são mortificadas que mais se
manifesta em nós a vida eterna que há em Cristo.
Se não houver a crucificação do ego carnal, a mortificação do pecado, a
vida ressurreta de Cristo não se manifestará.
Nós podemos ver a aplicação destas verdades relativas
à vida eterna, e que ela não pode ser alcançada sem que haja uma disposição
real em nós em renunciar a tudo por Cristo, e até a nós mesmos, quanto à vida
que temos neste mundo, no encontro havido entre o Senhor e o jovem rico:
“16 E eis que
alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para
alcançar a vida eterna?
17 Respondeu-lhe
Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe
um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
18 E ele lhe
perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não
adulterarás, não furtarás, não dirás falso
testemunho;
19 honra a
teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como
a ti mesmo.
20 Replicou-lhe
o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda?
21 Disse-lhe
Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos
pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.
22 Tendo, porém, o jovem
ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.
23 Então, disse
Jesus a seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico
dificilmente entrará no reino dos céus.
24 E ainda
vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no
reino de Deus.” (Mateus 19.16-24).
Sem uma entrega total e incondicional a Jesus e à Sua vontade, ninguém
achará a vida eterna que Ele veio trazer a este mundo, e a qual se encontra
nEle mesmo.
“2 Pensai nas
coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3 porque
morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus.
4 Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3.2-4).
Não é sem motivo que todo aquele que achou a vida eterna, despoje-se
continuamente do velho homem e se revista mais e mais do próprio Cristo.
“5 Fazei,
pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
6 por estas
coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].
7 Ora,
nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro
tempo, quando vivíeis nelas.
8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação,
maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.
9 Não mintais
uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos
10 e vos
revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou;
11 no qual não pode
haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro,
cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos.
12 Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,
de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.
13 Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós;
14 acima de
tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição.
15 Seja a paz
de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual,
também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
16 Habite,
ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão, em vosso coração.
17 E tudo o
que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3.5-17).
A verdadeira santidade que conduz à vida é dependente das operações
sobrenaturais do Espírito Santo, mediante a obra realizada por Jesus Cristo em
nosso favor. A mera prática da moralidade não pode produzir esta santidade
necessária à vida eterna. A simples religiosidade carnal na busca de
cumprimento dos mandamentos de Deus, segundo a nossa própria justiça, também
não pode produzir esta santidade. O jovem rico enganou-se quanto a isto, e por
não se sujeitar à justiça que vem de Cristo, não alcançou a vida eterna.
Há necessidade de convencimento do pecado pelo Espírito Santo, de que
Ele nos convença de nossa completa miserabilidade diante de Deus, e de nossa
total dependência da sua misericórdia, graça e bondade, para que nos salve,
mediante a confiança que temos colocado em Jesus e na obra que Ele realizou em
nosso favor. Sem isto, não pode haver salvação, e por conseguinte vida eterna,
porque Deus não pode operar santidade em um coração que se rebela contra Ele e
Sua vontade.
Deus não contempla nossos meros desejos e palavras. Ele olha o nosso
coração. Ele opera somente segundo a verdade, e não segundo nossas emoções,
sentimentos, vontades, pois podem não estar conformados à verdade da Sua
Palavra revelada na Bíblia, e assim não podendo chegar a um verdadeiro
arrependimento, torna-se impossível sermos contemplados com uma salvação cujo
fim é a nossa santificação.
“24 Permaneça em vós o que
ouvistes desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o
princípio ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai.
25 E esta é a
promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna.” (I João2.24,25).
“14 Nós sabemos
que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele
que não ama permanece na morte.
15 Todo
aquele que odeia a seu irmão é
assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a
vida eterna permanente em si.” (I João 3.14,15).
Além da passagem do jovem rico, outra que nos ajuda a compreender a
essência da vida eterna é a que temos no relato de Lucas 10.25-37.
Um escriba havia tentado colocar Jesus à prova perguntando-lhe o que
deveria fazer para herdar a vida eterna. Ora, com este tipo de intenção
maligna, permanecendo nela, ele estava se autoexcluindo da possibilidade de
alcançar a vida eterna, mas Jesus foi além e aproveitou a oportunidade para
fazer uma aplicação ensinando que a vida eterna é para aqueles que tiverem suas
vidas transformadas a ponto de amarem o seu próximo, e ainda que este seja seu
inimigo, e que sendo transformados pela graça divina, por meio da fé em Jesus,
passam a ter verdadeira misericórdia por seus semelhantes, na expectativa de
que se arrependam e vivam, O próprio escriba, caso se arrependesse de sua
malícia, à vista do ensino de Jesus, e buscasse ter um coração puro como o de
Deus que ama e tem misericórdia dos pecadores, é bem provável que ele poderia
receber o dom da salvação, e com ele o da vida eterna.
“25 E eis que
certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e
disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 Então, Jesus
lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?
27 A isto ele
respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
28 Então, Jesus
lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
29 Ele, porém,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
30 Jesus
prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para
Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais,
depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se,
deixando-o semimorto.
31 Casualmente,
descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
32 Semelhantemente,
um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou
de largo.
33 Certo
samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se
dele.
34 E,
chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e
vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para
uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia
seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo:
Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando
voltar.
36 Qual
destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas
mãos dos salteadores?
37 Respondeu-lhe
o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe
disse: Vai e procede tu de igual modo.”
A vida eterna não pode ser obtida por qualquer obra que o homem fizer e
que seja oriunda deste mundo, porque este é um dom celestial, que nos vem do
céu, e que é outorgado somente por Jesus Cristo.
“13 Ora,
ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem
[que está no céu].
14 E do modo
por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem
seja levantado,
15 para que
todo o que nele crê tenha a vida eterna.
16 Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
17 Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele
crê não é julgado; o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João3.13-18).
“35 O Pai ama
ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
36 Por isso,
quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde
contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus.” (João 3.35,36).
“24 Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas
passou da morte para a vida.
25 Em
verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou,
em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26 Porque
assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter
vida em si mesmo.
27 E lhe deu
autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28 Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão:
29 os que
tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” (João
5.24-29).
“40 De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
41 Murmuravam,
pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que
desceu do céu.
42 E diziam:
Não é este Jesus, o filho de José? Acaso, não lhe
conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora diz: Desci do céu?
43 Respondeu-lhes
Jesus: Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir
a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito
nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo
aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.
46 Não que alguém tenha
visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto.
47 Em
verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Vossos
pais comeram o maná no deserto e morreram.
50 Este é o pão que
desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.” (João
6.40-50).
“53 Respondeu-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós
mesmos.
54 Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Pois a
minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.” (João
6.53-56).
“27 As minhas
ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
28 Eu lhes
dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as
arrebatará da minha mão.
29 Aquilo que
meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém
pode arrebatar.” (João 10.27-29).
“25 Quem ama a
sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á
para a vida eterna.
26 Se alguém me
serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu
servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.” (João
12.25,26).
“5 Mas,
segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti
mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de
Deus,
6 que
retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:
7 a vida
eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra
e incorruptibilidade;
8 mas ira e
indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.”
(Romanos 2.5-8).
A vida eterna demanda uma vitória real sobre o pecado, e para tanto, a
graça que é o único poder maior do que ele, passa a reinar em seu lugar no
coração do crente, de modo que ele possa ser participante da vida eterna.
“20 Sobreveio
a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a
graça,
21 a fim de
que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse
a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.” (Romanos 5.20,21).
“22 Agora, porém,
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto
para a santificação e, por fim, a vida eterna;
23 porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.22,23).
“Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o
que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida
eterna.” (Gálatas 6.8).
Apêndice:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em
nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em
termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é
apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter
legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Há também uma grande ignorância relativa ao que seja
a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do
evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser
adequadamente entendida.
Há somente um evangelho pelo qual podemos ser
verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas
páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até
mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem
ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do
evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de
apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da
nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender
que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita
entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas
diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a
Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem
perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento
espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações
transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo
meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo
que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os
redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o
de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam
debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem
transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos
seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça
divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus
pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei
determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento
substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores,
assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que
seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado,
eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria
ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça
feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício,
Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por
si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da
natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi
gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse
humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos
redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de
Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e
importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para
nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a
Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes,
para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a
vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é
apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro
caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é
estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que
sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e
santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do
pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com
Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza
espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e
mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não
fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que
ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens
bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o
resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia
dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte
deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está
inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da
salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque
não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não
perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma
de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que
tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições
e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus,
mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não
foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a
Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé
nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da
sua salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central
relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de
forma resumida no primeiro deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta
verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que
esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do
pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação
segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são
a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos
termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e
os crentes apenas os beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são
convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem
salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho
que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado
pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito importante,
de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a
salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e
consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi
feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para
garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha
a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória
celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus
Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado
somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo
poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto
da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa,
capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como
temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados
em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que
busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer
impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e
completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até
mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida
deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver
hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em
demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da
parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz
que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados
e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a
nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para
a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários
para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina,
no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova
criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está
ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois
tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se
inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se
encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e
não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do
mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas
naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo
qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a
glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação
dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o
nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo
desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que
nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da
fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por
meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação,
inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da
geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o
quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da
salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e
assim sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada
possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se
dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o
pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem
perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que
costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela
palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por
meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da
Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não significa:
de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido
na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos
são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva.
Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo
da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos
um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que
aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e
Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em
santo e recebido como filho adotivo por Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus
são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa
santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião,
totalmente perdidos e mortos em
transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da promessa da
aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre
o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por
graça e mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito
para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios
desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia,
isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda
uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós
mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a
aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e
assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais
poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa Cabeça, nosso Sumo
Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo
sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote
foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação
eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para
este ofício.
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus por meio
da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por um viver e andar em
santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta verdade que muitos
crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a
aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos
exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já
se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à
segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma das faces
da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração
instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão
inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito
Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a
mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no
Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através
de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que
Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de
um viver santificado.
Esta santificação foi também incluída na aliança da
graça feita entre o Pai e o Filho, antes da fundação do mundo, e para isto
somos também inteiramente dependentes de Jesus e da manifestação da sua vida em
nós, porque Ele se tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, redenção,
sabedoria e santificação (I Coríntios 1.30). De modo que a obra iniciada na
nossa conversão será completada por Deus para o seu aperfeiçoamento final até a
nossa chegada à glória celestial.
“Estou plenamente certo de
que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (I
Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).
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