“1 Ó Deus, tu és o meu
Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te
almeja, como terra árida, exausta, sem água.
2 Assim, eu
te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua
glória.
3 Porque a
tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
4 Assim,
cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.” (Salmo
63.1-4)
O salmista expressa o verdadeiro sentido da
nossa vida, conforme fora planejado por Deus para nós, quando diz que O buscava
ansiosamente, porque sua alma tinha sede de Deus como uma terra árida, exaurida
sem água.
O que pode produzir uma terra árida sem água?
O que pode produzir uma alma sem a água da vida do Espírito?
Podemos perder tudo, mas se não tivermos perdido Deus, ainda há
esperança de vida para nós, porque somente Ele é a fonte de água viva, pela
qual temos vida eterna.
Podemos ter tudo, mas se tivermos perdido Deus, nada temos de fato, e a
própria vida está desprovida de sentido, paz, alegria e propósito verdadeiros,
porque somente Deus é tudo isto e tudo o mais que importa sermos e termos.
É com isto em vista que diz o salmista: “A tua graça é melhor do que a
vida”. Afinal, o que é a nossa vida quando desprovida da graça divina? O que é
a vida quando o Espírito Santo não se move em nós, comunicando amor, paz,
alegria, segurança, esperança? Quem pode manter o coração firme e explodindo em
cânticos de louvor no meio das tormentas e tempestades deste mundo, senão
somente quando a graça de Jesus está sendo aplicada à nossa vida?
Podemos estar envolvidos com a obra do Senhor, aplicando-nos à oração e
à meditação da Palavra, diariamente, vigiando contra pecados para repeli-los,
mas vez por outra, o próprio Deus reterá a Sua graça, e logo ficamos perturbados,
irritados, angustiados, deprimidos, cansados da nossa existência, e qual a
razão de tudo isso, senão a de o Senhor buscar nos ensinar que a Sua graça é
melhor do que a própria vida, ou seja, a nossa existência?
Há sentido em viver, quando não há esperança?
Há sentido de viver, quando tudo para nós é senão inquietação e temor do
presente e do futuro?
O próprio conhecimento das verdades bíblicas será de muito pouco valor
para nós, quando a graça da paz, do amor, da fé, da alegria, da esperança, da firmeza
de coração, não estiver atuando sobre nós e em nós.
Foi por isso que Deus sempre alertou o Seu povo, em Sua Palavra
revelada, desde os dias do Velho Testamento, para que não nos descuidemos de
buscá-lo e a Sua vontade. Que não tomemos o Seu nome em vão, de modo que
tenhamos de fato como alvo de nossa vida, agradá-lo em tudo, e saber que Ele e
nada mais pode dar significado e sentido ao nosso viver.
Por isso importa que O aguardemos, que esperemos pela Sua manifestação a
nós, quando passamos pelos vales de tristeza e tribulação. Bom é aguardar a
salvação do Senhor, e isto em silêncio.
Estamos convictos que a causa real da nossa inquietação e angústia é a
retirada temporária da presença do Senhor. Tão logo Ele volte a se manifestar a
nós novamente, o nosso Sol de justiça torna a brilhar, e mais intensamente e
lhe damos maior importância e valor, porque aprendemos por experiência, que sem
a presença do Senhor, nada somos e nada podemos fazer que tranquilize o nosso
coração.
Por todos estes processos de avanços e retenções da divina presença, a
graça está nos educando para o conhecimento da nossa completa dependência
dAquele que criou o universo e tudo o que ele contém.
Tão profunda, rica e extensa como o universo é a graça, e ainda mais do
que tudo o que foi criado de maneira quase infinita, porque a graça tem a ver
com a pessoa infinita, eterna, onipotente, onisciente do próprio Deus.
Ele tudo cria e governa. Nada é comparável à Sua sabedoria, amor e
poder. Nada Lhe é impossível.
Temos ouvido falar da existência de um quasar numa galáxia muito
distante da Via Láctea, que contém água em forma gasosa que é trilhões de vezes
maior do que a quantidade de água de todos os oceanos da Terra.
Quantas maravilhas insondáveis existem no Universo, e lá estão, criadas
e fixadas pelo próprio Deus. Todavia, tudo o que existe no mundo material foi
criado a partir de uma estrutura invisível chamada átomo, que se une para
formar moléculas, e estas se unem como as estruturas mínimas das quais todos os
corpos na Terra e no Universo são formados. Nosso corpo é formado por células
de diâmetro menor do que a poeira. Então tudo é feito de partes minúsculas, que
a grosso modo nos leva a afirmar que tudo foi feito a partir da estrutura do
pó. Somente Deus é uno, indivisível, sem partes. Ele tudo ocupa sem ser ocupado
por nada. Não se pode diminuir ou aumentar aquilo que Ele é. Está perfeito em
todos os Seus atributos que coexistem nele em perfeita unidade, sendo emanações
do Seu próprio Ser.
A velha criação, não no sentido de que se tornou decrépita, mas no de
ter sido a inicial, está destinada nos conselhos eternos de Deus a se tornar
completamente nova na sua maneira de existência, pois, Deus está providenciando
que todas as coisas sejam novas, como Ele mesmo afirma: “Eis que faço novas
todas as coisas”, e a isto o apóstolo acrescenta o seu testemunho dizendo que
em Cristo há uma nova criação que faz com que as coisas antigas sejam passadas,
e que tudo se faça novo.
Jesus disse de um vinho novo sendo colocado em odres novos. E que Ele
está realizando este trabalho para a glória de Deus.
Ora, não é difícil entender isto, quando vemos o método geral de Deus
para criar as coisas. Ele começa com o que é pequeno. Ele usa um, para dele
trazer muitos à existência.
A humanidade foi formada a partir de um primeiro homem que Deus criou, a
saber, Adão.
Para abençoar todas as nações, começou com uma nação, a saber, Israel.
(“Dias virão em que Jacó lançará raízes,
florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto
o mundo.” – Isaías 27.6).
De uma semente germinada surge uma árvore que pode dar muitos frutos por
um longo tempo.
Um ser humano completamente maduro é no início de sua existência apenas
uma célula, que formará um embrião do qual tudo mais se seguirá.
A nova criação espiritual possui apenas uma cabeça, um Salvador, um
Senhor, um Redentor, um Rei, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo. A partir dEle
muitos têm sido tornados filhos de Deus.
O evangelho é um só e começou pequeno com Jesus, um grupo de apóstolos,
e está destinado a ser como a semente de mostarda que gerou uma grande árvore
espiritual.
Tudo isto nos leva à fé em um só Deus e Criador. Sendo somente Ele digno
da nossa adoração. Pois dá a conhecer-se a nós falando através da criação, e de
que tudo aponta para uma causa inicial e comum única, a saber, Ele mesmo, o
único Deus verdadeiro.
“Teus são os céus, tua, a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.” (Salmo
89.11).
“O SENHOR fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua
sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus.” (Jeremias 10.12).
Este imenso universo, com trilhões de estrelas, planetas, cometas etc,
possui apenas um planeta habitado com vida – a Terra. Este nosso planeta,
comparado em dimensões com a Via Láctea, galáxia na qual se encontra, não
passa, comparativamente falando, menos do que a cabeça de um alfinete. Todavia,
é a partir dele que Deus povoará os mundos no porvir. É nEle que se encontram
as esperanças de serem povoadas as galáxias do universo, pelas novas condições
geradas por Deus, pelo Seu poder, propícias à vida, onde e quando Ele desejar. O
que determinou que o universo manifeste a Sua glória e poder, pode fazer o que
for do Seu agrado, pois nada lhe é impossível, como bem já demonstrou trazendo
todos estes corpos celestiais à existência, e fazendo habitar na terra uma
multiplicidade de vida, em plantas, animais e minerais, como não encontradas em
nenhum outro ponto do universo.
Além disso, deve ser considerado que Ele fez também o céu dos céus, ou
seja, o lugar da Sua habitação eterna com os anjos e santos aperfeiçoados.
Então, não estamos falando de coisas de pouca monta quando nos referimos
ao Criador.
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as
coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).
“Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos.” (Atos 17.28).
A criatura é sempre dependente do Criador, mas Deus não é dependente de
ninguém, pois é autoexistente e imanente. Sendo bom, se comunica, pois a
tendência do Ser é a de se comunicar e reproduzir. É de se doar e ser útil para
outros seres. E isto Deus é na mais absoluta e perfeita extensão do termo. Como
seres morais, criados à Sua imagem e semelhança, só acharemos sentido em nosso
viver, quando forem quebradas todas as resistências que habitam em nossa
natureza, e avancemos para a imitação da existência de Deus como filhos amados
que somos, por meio da fé em Jesus.
“3 Ouvi-me, ó casa de
Jacó e todo o restante da casa de Israel; vós, a quem
desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno.
4 Até à vossa
velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos
carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei.
5 A quem me
comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis
comigo?
6 Os que
gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças
assalariam o ourives para que faça um deus e diante deste se
prostram e se inclinam.
7 Sobre os
ombros o tomam, levam-no e o põem no seu lugar, e aí ele fica;
do seu lugar não se move; recorrem a ele, mas nenhuma resposta ele dá e a
ninguém livra da sua tribulação.
8 Lembrai-vos
disto e tende ânimo; tomai-o a sério, ó prevaricadores.
9 Lembrai-vos
das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu
sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
10 que desde
o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a
antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o
meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha
vontade;
11 que chamo
a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu
conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o
executarei.
12 Ouvi-me vós, os que
sois de obstinado coração, que estais longe da justiça.
13 Faço chegar a
minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em
Sião o livramento e em Israel, a minha glória.” (Isaías 46.6-13).
Neste texto de Isaías, Deus repreende a nação de Israel por causa da
idolatria que grassava entre eles, e os chama a refletirem como é que podiam
fazer tal loucura de compará-lo e colocá-lo em pé de igualdade com falsos
deuses criados pela própria imaginação deles? Como um ídolo poderia livrá-los
de suas angústias e dar sentido real e significativo às suas vidas, conforme
somente Ele, o Senhor, pode dar?
Pelo Seu grande poder o Senhor manifestaria no tempo próprio a Sua
justiça em Sião, e isto com a obra de nosso Senhor Jesus em nosso favor, o qual
nos foi dado para ser a nossa justiça, com a qual somos justificados de nossos
pecados diante de Deus, e habilitados à vida do céu, de modo que a plenitude
desta vida seria manifestada em nós, desde então, pela obra do Espírito Santo, regenerando-nos
e santificando-nos.
Muito desse trabalho de santificação consiste em aprendermos estas
operações da graça, e o quanto dependemos dela para ter paz, alegria, segurança
e esperança, em toda e qualquer circunstância. Não são as circunstâncias difíceis
que têm o poder de nos abater, mas estas retenções temporárias da graça, para
que aprendamos o quanto somos dependente da manifestação real da presença e
poder de Deus em nós.
Se já conhecemos o Senhor, pela conversão, podemos sossegar o coração e permanecer
firmes na fé, certos de que Ele voltará a nos fortalecer com o Seu poder, o
qual a propósito se manifesta melhor na nossa fraqueza. Podemos dizer com o
apóstolo: “quando sou fraco então sou forte.”
É a fé nas promessas que nos sustentará nos momentos difíceis, quando
nos achamos como diz o salmista, como terra árida, exausta, sedenta, desejosa
dos chuveiros da graça. A sequidão e aflição podem ser tão grandes que até
mesmo podemos nos esquecer em algumas ocasiões, que nosso problema real é que a
graça está sendo retida, e que deve ser aguardada pela fé, com paciência.
Então, a fé nas promessas é o que nos manterá firmes e confiantes de que
sempre teremos a Deus por nosso auxílio e socorro, como vemos nas palavras do
Salmo 46:
“1 Deus é o nosso
refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.
2 Portanto,
não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no
seio dos mares;
3 ainda que
as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se
estremeçam.
4 Há um rio,
cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das
moradas do Altíssimo.
5 Deus está no meio
dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde
antemanhã.
6 Bramam nações, reinos
se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve.
7 O SENHOR
dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
8 Vinde,
contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra.
9 Ele põe termo à guerra até aos
confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima
os carros no fogo.
10 Aquietai-vos
e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou
exaltado na terra.
11 O SENHOR
dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.”
Qual é a razão da confiança do salmista, senão que ele conhecia por
experiência que Deus é maior do que toda e qualquer tribulação?
De igual modo, o crente bem instruído nas promessas e ações de Deus,
achará conforto nas palavras de Jesus de que apesar de ter aflições neste
mundo, ele pode e deve ter sempre bom ânimo, certo de que Deus não o deixará e
desamparará.
Quem não se firmaria na fé ao saber que já não há mais nenhuma
condenação para o crente? Que Ele jamais estará diante de Deus como um Juiz
togado pronto a lhe julgar e condenar? Ele terá aqui as correções e repreensões
de um Pai, justamente para não ser condenado juntamente com o mundo. Jesus
pagou inteiramente todo o preço exigido pela justiça divina, para que o crente
fosse perfeitamente libertado de toda acusação e condenação.
Foi para a liberdade que Jesus o chamou, e ele permanecerá livre pela
eternidade afora.
“1 Bem-aventurado
aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto.
2 Bem-aventurado
o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo.”
(Salmo 32.1,2).
“11 Pois
quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para
com os que o temem.
12 Quanto
dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as
nossas transgressões.
13 Como um
pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem.
14 Pois ele
conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.” (Salmo 103.11-14).
“16 Senhor,
por estas disposições tuas vivem os homens, e inteiramente delas depende o meu
espírito; portanto, restaura-me a saúde e faze-me viver.
17 Eis que
foi para minha paz que tive eu grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma
e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os
meus pecados.” (Isaías 38.16,17).
“1 Consolai,
consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
2 Falai ao
coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o
tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que
já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados.” (Isaías
40.1,2).
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por
amor de mim e dos teus pecados não me lembro.” (Isaías
43.25).
Qual é a razão de Deus lançar todos os nossos pecados para trás de Suas
costas, lançá-los nas profundezas do mar do esquecimento, senão para que
possamos ter paz real em nossa comunhão com Ele, sabendo que apesar de nossas
fraquezas, quando somos sinceros em nossa busca de Sua face, o sangue de Jesus
se mostra poderoso para nos perdoar os pecados e purificar de toda injustiça?
“1 Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo;
2 por intermédio de
quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes;
e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo
que a tribulação produz perseverança;
4 e a
perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” (Romanos 5.1-4).
“7 Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com
os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos
nos enganamos, e a verdade não está em nós.
9 Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (I
João 1.7-9).
Para o propósito de nos tornar participantes da Sua vida, em plena
comunhão espiritual com a Trindade Divina, Deus Pai fez uma aliança com Deus
Filho, tendo por testemunha o Espírito Santo, de que o Filho seria o Fiador e a
Garantia da nossa salvação por meio da fé nEle. Tudo o que é necessário para
sermos coparticipantes da natureza divina deve ser provido pelo Filho, de modo
que sem Ele nada podemos fazer.
Esta aliança entraria em pleno vigor com a morte de Jesus na cruz,
porque é por meio do Seu sacrifício que somos perdoados e justificados por
Deus. Todavia, como este sacrifício tem validade legal eterna, sempre foi
baseado nele que pecadores foram salvos, inclusive nos dias do Velho
Testamento, como foi o caso de Abraão que foi justificado pela fé.
Deus prometeu perdoar e esquecer os pecados de todos os que cressem em
Cristo, e os livraria da culpa de modo a não sofrerem qualquer condenação por
causa deles.
“31 Eis aí vêm dias,
diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de
Judá.
32 Não conforme
a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar
da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os
haver desposado, diz o SENHOR.
33 Porque
esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois
daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também
no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
34 Não ensinará jamais
cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:
Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior
deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados
jamais me lembrarei.
35 Assim diz
o SENHOR, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas
para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; SENHOR dos
Exércitos é o seu nome.
36 Se
falharem estas leis fixas diante de mim, diz o SENHOR, deixará também a
descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre.
37 Assim diz
o SENHOR: Se puderem ser medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos
da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por
tudo quanto fizeram, diz o SENHOR.” (Jeremias 31.31-37).
“39 Dar-lhes-ei
um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias,
para seu bem e bem de seus filhos.
40 Farei com
eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o
bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se
apartem de mim.
41 Alegrar-me-ei
por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta
terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma.
42 Porque
assim diz o SENHOR: Assim como fiz vir sobre este povo todo este grande mal,
assim lhes trarei todo o bem que lhes estou prometendo.” (Jeremias 32.39-42).
“7 Restaurarei
a sorte de Judá e de Israel e os edificarei como no princípio.
8 Purificá-los-ei de
toda a sua iniquidade com que pecaram contra mim; e perdoarei todas as suas
iniquidades com que pecaram e transgrediram contra mim.” (Jeremias 33.7,8).
“Naqueles dias e naquele tempo, diz o SENHOR, buscar-se-á a iniquidade
de Israel, e já não haverá; os pecados de Judá, mas não se acharão; porque
perdoarei aos remanescentes que eu deixar.” (Isaías 50.20).
“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas
passou da morte para a vida.” (João 5.24).
“37 Todo
aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim,
de modo nenhum o lançarei fora.
38 Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou.
39 E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
40 De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6.37-40).
“31 Que
diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que
não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o
entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele
todas as coisas?
33 Quem
intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita
de Deus e também intercede por nós.
35 Quem nos
separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou
perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
36 Como está escrito:
Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos
considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Em todas
estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.
38 Porque eu
estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
39 nem a
altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos
8.31-39).
“Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus
pecados jamais me lembrarei.” (Hebreus 8.12).
Através dos séculos Deus tem cumprido totalmente o Seu propósito de ter
muitos filhos semelhantes a Cristo, e provendo-se deles a partir de pecadores
que são transformados em santos pelo Seu próprio poder divino. Ele nos tem
chamado à paz, ao amor, à alegria, à vida eterna, e nos tem dado demonstrações
dessa realidade aqui embaixo, como penhor de que teremos a bênção completa
dessas graças quando Jesus voltar para arrebatar a Igreja.
“Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os
teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi.” (Isaías
44.22)
“7 Por breve
momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te;
8 num ímpeto de
indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia
eterna me compadeço de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor.
9 Porque
isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais
inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti,
nem te repreenderia.
10 Porque os
montes se retirarão, e os outeiros serão
removidos; mas a minha misericórdia não se
apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida,
diz o SENHOR, que se compadece de ti.” (Isaías 54.7-10).
Nenhuma dessas consolações são conhecidas por aqueles que são do mundo,
que amam o mundo, que se aborrecem de Deus e não o conhecem, porque Ele não os
faz participantes das aflições de Cristo. Eles não são tratados e corrigidos
como filhos, e por não serem submetidos à disciplina da Aliança, seguem seu
rumo com alegrias ou tristezas mundanas, sem participarem daquelas que são
segundo Deus, e destinadas a produzir arrependimento e santificação.
O processo de educação divina é de fato doloroso e prolongado, mas
produz fruto pacífico de justiça e nos faz participantes da santidade divina.
Esta educação pela graça e reservada somente para aqueles que têm temor de Deus
por estarem ligados espiritualmente a Jesus Cristo.
“11 Porquanto
a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,
12 educando-nos
para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no
presente século, sensata, justa e piedosamente,
13 aguardando
a bendita esperança e a manifestação da glória do
nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
14 o qual a
si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e
purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.”
(Tito 2.11-14).
Se a terra do nosso coração
estivesse sempre regada será que chegaríamos ao reconhecimento de que é pela
graça divina que ela é tornada úmida e fértil?
Deus interpõe as retenções de graça seguidas de posteriores
derramamentos de graça para que cheguemos a este reconhecimento, e assim lhe
tributemos toda a honra e glória, como fazia o salmista:
“1 Ó Deus, tu és o meu
Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te
almeja, como terra árida, exausta, sem água.
2 Assim, eu
te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua
glória.
3 Porque a
tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.
4 Assim,
cumpre-me bendizer-te enquanto eu viver; em teu nome, levanto as mãos.” (Salmo
63.1-4)
Bem-aventurados portanto, são aqueles cujo coração é contristado por
Deus com várias provações, pois são entristecidos segundo Deus e não segundo o
mundo.
“6 Nisso
exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário,
sejais contristados por várias provações,
7 para que,
uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na
revelação de Jesus Cristo;” (I Pedro 1.6,7).
“2 Meus irmãos, tende
por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,
3 sabendo
que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.
4 Ora, a
perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros,
em nada deficientes.” (Tiago 1.2-4).
“Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque,
depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu
aos que o amam.” (Tiago 1.12).
Estes sofrimentos com os quais os crentes são visitados por Deus,
destinados ao crescimento e amadurecimento espiritual deles, comprovam a sua
filiação ao Senhor e que são amados por Ele, pois os trata como a filhos,
aperfeiçoando-os para a vida do céu.
“8 Porquanto,
ainda que vos tenha contristado com a carta, não me
arrependo; embora já me tenha arrependido (vejo que aquela carta
vos contristou por breve tempo),
9 agora, me
alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para
arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa
parte, nenhum dano sofrêsseis.
10 Porque a
tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a
ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.
11 Porque
quanto cuidado não produziu isto mesmo em vós que,
segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que
saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes
neste assunto.” (II Coríntios 7.8-11).
Nenhuma provação ou aflição que forem reservadas para o crente se
encontram fora do controle de Deus, nem mesmo aquelas que são causadas por
visitações em decorrência de pecados cometidos por eles. Deus as controlará de
tal forma que eles as possam suportar e superar, ainda que possam parecer
estarem muito além da capacidade de suportá-las.
“6 Ora, estas
coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não
cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
7 Não vos façais, pois,
idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se
para comer e beber e levantou-se para divertir-se.
8 E não
pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia,
vinte e três mil.
9 Não ponhamos
o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das
serpentes.
10 Nem
murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo
exterminador.
11 Estas
coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência
nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.
12 Aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia.
13 Não vos
sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que
sejais tentados além das vossas forças; pelo
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá
livramento, de sorte que a possais suportar.” (I Coríntios 10.6-13).
Estes castigos são produzidos pela mão de um Pai de amor, que é
perfeitamente sábio e poderoso para corrigir os seus filhos e livrá-los de todo
mal.
Ele tornará a consolá-los com as visitações de refrigérios celestiais,
uma vez completado o arrependimento deles. E isto coopera para o aperfeiçoamento
deles em santificação.
Os golpes dados por Deus são para serem sentidos, e não resistidos.
Podemos chorar e lamentar nossa condição, mas devemos ter o cuidado de não
murmurar e nos queixarmos sobretudo contra o próprio Deus, uma vez que não cabe
ao pecador que foi salvo ser ingrato e rebelde, mas humilde, grato e suportar
as correções divinas em completa submissão ao Senhor.
“6 Humilhai-vos,
portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo
oportuno, vos exalte,
7 lançando sobre
ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8 Sede
sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão
que ruge procurando alguém para devorar;
9 resisti-lhe
firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo
na vossa irmandade espalhada pelo mundo.
10 Ora, o
Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de
terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar,
fortificar e fundamentar.” (I Pedro 5.6-10).
Para que possa nos exaltar, Deus primeiro nos humilha, porque temos um
ego carnal e uma natureza corrompida para negar, e Deus concede sua graça
somente a quem se humilha, porque é por esta humilhação a nossos próprios olhos
que podemos reconhecer o nosso nada, e que o Senhor é o nosso tudo.
O velho homem não se sujeita a Deus, e daí deve ser levado à cruz para
que seja mortificado. O seu despojamento, entretanto, é gradual, conforme a
sentença de morte recebida por ele na cruz. É pela vida e manifestação da nova
criatura, do homem espiritual, criado segundo Cristo, que o velho homem é
subjugado. À medida que aprendemos a caminhar e a viver no Espírito Santo, a
graça se torna cada vez mais forte, e a velha natureza cada vez mais fraca. É
caminhando por fé na Palavra de Deus, e não por vista que a vitória da cruz é
estabelecida em nossa caminhada cristã. Assim, em vez de nos entristecermos com
as tribulações e aflições, regozijemo-nos e gloriemo-nos nelas, sabendo que por
elas estão cooperando para o nosso aperfeiçoamento espiritual.
“1 Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo;
2 por intermédio de
quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes;
e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações,
sabendo que a tribulação produz perseverança;
4 e a
perseverança, experiência; e a experiência, esperança.
5 Ora, a
esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5.1-5).
“Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra.”
(Salmo 119.67).
“18 Servos,
sede submissos, com todo o temor ao vosso Senhor, não somente se for bom e cordato,
mas também ao perverso;
19 porque
isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente,
por motivo de sua consciência para com Deus.
20 Pois que
glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto,
quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência,
isto é grato a Deus.
21 Porquanto
para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo
sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
22 o qual não cometeu
pecado, nem dolo algum se achou em sua boca;
23 pois ele,
quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia
ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,” (I
Pedro 2.18-23).
“12 Amados, não
estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos,
como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo;
13 pelo contrário,
alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo,
para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis
exultando.
14 Se, pelo
nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa
o Espírito da glória e de Deus.
15 Não sofra,
porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou
malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem;
16 mas, se
sofrer como cristão, não se envergonhe disso;
antes, glorifique a Deus com esse nome.” (I Pedro 4.12-16).
“Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os
teus decretos.” (Salmo 119.71).
Deus não tem prazer em nos afligir, mas assim como um pai que não se
agrada em castigar o filho a quem ama, Ele nos afligirá sempre que isto for
necessário para o nosso bem.
“15 Porque
assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o
contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos
abatidos e vivificar o coração dos contritos.
16 Pois não
contenderei para sempre, nem me indignarei continuamente; porque, do contrário, o espírito
definharia diante de mim, e o fôlego da vida, que eu criei.”
(Isaías 57.15,16).
“Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o
SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei.” (Ezequiel 18.32).
“31 O Senhor
não rejeitará para sempre;
32 pois, ainda
que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo
a grandeza das suas misericórdias;
33 porque não aflige,
nem entristece de bom grado os filhos dos homens.” (Lamentações 3.31-33).
Agora, apesar de Deus não ter prazer em afligir os seus filhos, todavia
Ele nos impõe o dever de afligir nossas almas em razão do pecado. Mais do que
aflição, devemos ter aversão pelo pecado, porque enquanto ele estiver
prevalecendo sobre nós, não podemos ter comunhão com Deus.
“Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez
dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o
estrangeiro que peregrina entre vós.” (Levítico 16.29).
“7 e livrou o
justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados
8 (porque
este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua
alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles),” (II Pedro
2.7,8).
“6 Se
dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas,
mentimos e não praticamos a verdade.
7 Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com
os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se
dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos
nos enganamos, e a verdade não está em nós.
9 Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
10 Se
dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso,
e a sua palavra não está em nós.” (I
João 1.6-10).
“1 Filhinhos
meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;
2 e ele é a
propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro.
3 Ora,
sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.
4 Aquele que
diz: Eu o conheço e não guarda os seus
mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Aquele,
entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
6 aquele que
diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” (I João
2.1-6).
Jesus se manifestou para remover o nosso pecado. Ele terá a Sua obra
consumada na glória quando todo vestígio de pecado for removido de nós, mas
este trabalho de remoção do pecado começa aqui neste mundo. Nisto Deus é
glorificado no Filho, pela obra que realizou para satisfação da Sua justiça, e
realização do plano eterno de nos adotar como filhos por meio de Jesus.
Não pode haver vitória sobre o pecado se não aprendermos a obedecer à
vontade de Deus e Seus mandamentos. Não temos de nós mesmos este poder e
capacidade, mas o temos pelo exercício da fé em Jesus. A graça passa a reinar
onde o pecado reinava antes. O poder de governo é da graça e não do pecado, na
vida de todo crente. Mas, para que a graça se mostre eficaz é necessário que o
crente se incline para obedecer a Deus, seguindo o exemplo de Jesus que mesmo
sendo igual ao Pai, submete-se inteiramente a Ele e à Sua vontade, e o
demonstrou no Seu ministério terreno, até que ponto estava comprometido com a
vontade do Pai, sendo-Lhe obediente até a morte, e morte de cruz. Ele nada
fazia de si mesmo, senão somente aquilo que lhe era mostrado pelo Pai, para que
fosse feito. A Sua comida consiste em fazer a vontade de Deus Pai, e a nossa
não deve ser diferente disso. É este o grande alimento da alma, é aquilo que
nos mantém vivos e atuantes diante do Senhor, a saber, ocupar-nos em fazer toda
a Sua vontade relativa à nossa pessoa e ministério.
É aqui que mais se manifesta a nossa total necessidade da graça divina,
sem a qual nada podemos fazer (I Coríntios 15.10). Se estivermos nos
autonegando de fato e ocupando-nos realmente com as coisas que são do interesse
e vontade de Deus, seremos muito operosos e eficazes no que fizermos em Seu
nome, mas se estivermos falhando nisto, é um sinal provável de falta de
submissão de nossa parte a Ele.
Se for este último, o caso, não devemos dar descanso a nós mesmos até
que vejamos uma obra de Deus sendo realizada em nossa vida. E não fiquemos
desanimados ou desfalecidos por nossas condições presentes, porque a graça nos
foi dada justamente para realizar o trabalho paciente de Deus na nossa
transformação. Nenhum crescimento, ainda que no mundo natural, é processado de
um momento para o outro, e de igual modo isto não é diferente no mundo
espiritual, em que uma obra muito maior deve ser realizada, a saber, a de nos
conduzir à estatura de varão perfeito, ou seja, segundo a semelhança do próprio
Cristo.
Esta obra referida, é sobretudo a obra da fé que atua pelo amor. É para
o amor divino operando em nós que somos vocacionados. De modo que só podemos
ter certeza que passamos da morte espiritual para vida eterna, quando
percebemos o amor de Cristo derramado em nosso coração, dirigindo-se não
somente a Deus como também aos irmãos na fé.
“11 Porque a
mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;
12 não segundo
Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por
que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de
seu irmão, justas.
13 Irmãos, não vos
maravilheis se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos
que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele
que não ama permanece na morte.
15 Todo
aquele que odeia a seu irmão é
assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a
vida eterna permanente em si.
16 Nisto
conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e
devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (I João 3.11-16).
“24 Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas
passou da morte para a vida.
25 Em
verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou,
em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
26 Porque
assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter
vida em si mesmo.
27 E lhe deu
autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
28 Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a sua voz e sairão:
29 os que
tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João
5.24-29).
Como em Cristo os crentes não são mais do mundo, apesar de ainda se
encontrarem no mundo, eles também não amam o mundo que rejeita a Cristo, porque
todo o amor deles é dirigido para o Seu novo Senhor.
“15 Não ameis o
mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele;
16 porque
tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
17 Ora, o
mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz
a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2.15-17).
“4 Infiéis, não
compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele,
pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou
supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o
Espírito, que ele fez habitar em nós?
6 Antes, ele
dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos,
portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos
a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos,
pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.
9 Afligi-vos,
lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em
tristeza.
10 Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.4-10).
Tudo aquilo que impede ou atrapalha a nossa comunhão com Deus, ainda que
não seja pecaminoso, pode ser no entanto, um peso que procede do mundo, e assim
devemos submetê-lo à cruz, para que o neguemos para darmos prioridade à vontade
de Deus.
Se não formos exíguos e cuidadosos nisto corremos o risco de nos
tornarmos mundanos, e assim, o amor de Deus não se manifestará em nosso viver,
pois não permitirá que nada venha a competir com o nosso amor por Ele, que deve
ter sempre a prioridade em tudo, pois não há outra forma de honrar tão Elevada
Majestade.
“37 Quem ama
seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de
mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;
38 e quem não toma a
sua cruz e vem após mim não é digno de
mim.
39 Quem acha
a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a
vida por minha causa achá-la-á.” (Mateus 10.37-39).
“26 Se alguém vem a
mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e
irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo.
27 E qualquer
que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser
meu discípulo.
28 Pois qual
de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para
calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?
29 Para não suceder
que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem
zombem dele,
30 dizendo:
Este homem começou a construir e não pôde acabar.
31 Ou qual é o rei
que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para
calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte
mil?
32 Caso contrário,
estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.
33 Assim,
pois, todo aquele que dentre vós não renuncia
a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26-33).
Deus é espírito e deve ser conhecido, amado e adorado em espírito.
É somente em Cristo que podemos ser mudados de carnais em espirituais,
de modo a poder atender à demanda do que é necessário para se adorar e servir a
Deus.
Uma vez tendo sido tornado espiritual, importa caminhar e viver como
espiritual e não como carnal, inclinando-se para o que é do Espírito e não para
o que é da carne e do mundo.
Além disso, sendo pecadores, há toda uma obra de purificação a que
devemos ser submetidos para a expurgação do pecado, de maneira que as virtudes
espirituais de Jesus possam ser implantadas e manifestadas em nós.
Aqui reside a dificuldade de muitos crentes, pois julgam incorretamente
que tudo quanto necessitavam era da conversão inicial e proferirem verbalmente
que pertencem a Jesus, esquecidos ou ignorando que importa que andem no
Espírito, em novidade de vida, crescendo na graça e no conhecimento de nosso
Senhor Jesus Cristo (II Pedro 3.18).
Nenhum comentário:
Postar um comentário