Sermão nº 1143
Por
Charles H. Spurgeon (1834-1892)
Traduzido,
Adaptado e
Editado por
Silvio Dutra
Dez/2019
"Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados,
para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas,
fostes sarados." (1 Pedro
2:24)
Pedro, neste
capítulo, exortou os cristãos à santidade e a habitarem naquele ramo
da santidade que consiste na paciência em
suportar o mal. Ele não encontrou melhor argumento com o qual pleitear com
os santos do que a vida e o exemplo de seu Senhor, e, de fato, quem poderia
encontrar um melhor? Visto que o Senhor Jesus é toda a nossa salvação, Ele
também é todo o nosso desejo, e ser como Ele é o maior objetivo de nossa
ambição. Se, portanto, O encontrarmos paciente
sob o mal, é para nós um argumento
conclusivo de que devemos ser pacientes também. Eu admiro o apóstolo Pedro,
porque ao usar um argumento tão bom, ele selecionou da vida de seu Senhor
aquela porção particular dele que deve ter sido mais vividamente escrita em sua
própria alma. Você julgue, meu
irmão, se não estou correto nisto. Em que hora você pensa que os sofrimentos do
Senhor, do Getsêmani ao Gólgota, seriam gravados mais profundamente na memória
de Pedro? Certamente seria esse espaço de tempo em que Ele foi ridicularizado e
fustigado no salão do sumo sacerdote, quando Pedro se sentou e aqueceu as mãos
no fogo, quando viu seu Senhor sendo
abusado, e teve medo de admitir que
ele era Seu discípulo. Ele ficou tão
apavorado que, com linguagem profana, declarou: "Eu não conheço o
homem". Enquanto a vida permanecesse, o apóstolo se lembraria do
comportamento manso e quieto de seu Senhor sofredor. Ele aludiu a isso no
vigésimo terceiro verso: “pois ele, quando ultrajado, não revidava
com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas
entregava-se àquele que julga retamente.” Muitas lágrimas rasgaram Pedro
para esfregar os olhos enquanto ele escrevia esse verso. Lembrou-se de ter
visto o Senhor com seus próprios olhos, e então mencionou, como um argumento
com outros, aquilo que era mais convincente em sua própria mente, na esperança
de que sempre que fossem julgados erroneamente, ou falsamente acusados,
lembrassem do Senhor, e como Ele, serem mudos como uma ovelha diante de seus
tosquiadores, e silencioso como um cordeiro levado ao matadouro. Para que, no
entanto, não pensemos que a paciência de nosso Senhor foi destinada a ser nosso
exemplo e nada mais, o apóstolo fala expressamente da natureza expiatória dos
sofrimentos aludidos. Ele sustentou o Salvador em todas as suas desgraças como
nosso exemplo, mas, conhecendo a tendência maligna das mentes céticas, por
qualquer meio, de obscurecer a cruz, ele agora deixa de lado o exemplo, por um
momento, e fala do Redentor como o grande sacrifício pelo pecado. Os escritores
sagrados são sempre muito claros e distintos sobre essa verdade e assim devemos
ser. Não há pregação do evangelho se a expiação é deixada de fora. Não importa
quão bem falemos de Jesus como padrão, não fizemos nada a menos que o indiquemos
como o substituto e portador do pecado. Devemos, de fato, imitar continuamente
o apóstolo, e falar claramente dEle: “carregando ele mesmo em seu corpo,
sobre o madeiro, os nossos pecados”. É para Cristo, então, nesta
manhã, o portador do pecado, que estou prestes a direcionar sua atenção. Pode
não ser muitas vezes que por mais tempo eu tenha a oportunidade de pregar o
evangelho, pois a dor do corpo me faz lembrar da minha mortalidade. Quão logo
os fortes, assim como os doentes, foram levados! E tantos durante os últimos
dias que conhecemos foram levados de entre nós para o túmulo silencioso, que
somos lembrados de quão débil é nossa vida, quão curto é nosso tempo para o
serviço. Vamos, então, irmãos, lidar sempre com as melhores coisas e cuidar das
obras mais necessárias, enquanto nosso pequeno óleo é suficiente para alimentar
a lâmpada da vida. Levantando-me recentemente da cama doente, senti que, se
algum tema nas Escrituras tem uma importância muito acima de tudo o resto, é o
tema do sangue expiatório. E eu resolvi repetir aquela velha história de novo e
de novo. Embora eu possa ser culpado de repetição desnecessária, eu continuarei
a soar esta trombeta de prata, ou tocando este sino de ouro novamente, e
novamente, e novamente. Então, quando eu estiver morto e for para o caminho de
toda a carne, talvez você diga: “A culpa dele foi que ele usou demais seu
assunto favorito, a substituição de Cristo.” Ah, posso não ter outra falha para
explicar, pois isso será considerado uma das minhas maiores virtudes! Eu não
saberia nada entre os homens, exceto Jesus Cristo e Ele crucificado. Ao mesmo
tempo, tentaremos tornar nosso assunto prático, porque a segunda metade do
nosso texto sugere a maneira pela qual o grande sacrifício pelo pecado nos leva
a massacrar o pecado, e nos diz que quando Cristo carrega o pecado por nós,
somos movidos a afastar o pecado de nós. Duas coisas nesta manhã, então:
primeiro, a morte de Cristo pelo pecado; em segundo lugar, nossa morte ao
pecado.
I. Primeiro, então, vamos considerar a morte do nosso Senhor pelo pecado.
Que o Espírito Santo nos ajude a ver aquela visão maravilhosa do Redentor
morrendo em nosso lugar, um sacrifício pelos nossos pecados! E aqui, antes de
nos aproximarmos para contemplar a grande visão, tiremos nossos sapatos e nos
prostremos na mais baixa reverência de pesar arrependido, pois, lembre-se, se
Jesus não tivesse morrido pelos pecados, nós deveríamos ter morrido e morrido
eternamente também. As dores do Salvador na cruz superaram todas as
estimativas, mas, tal como eram, teriam nos atormentado se não o tivessem
colocado em angústia. Aquele cálice que O fez suar no jardim era amargo além da
imaginação, mas aos seus lábios e aos meus deve ter sido colocado, e como não
poderíamos tê-lo esgotado, teríamos continuado a beber dele para sempre e para
sempre. “No dia em que comeres, certamente morrerás” é a grande sentença contra
o pecado e que uma alma morra é uma terrível desgraça. Nosso grande pai, Adão,
sentiu as primeiras gotas da terrível chuva de morte no momento em que ele
comeu do fruto proibido, pois ele morreu para Deus e santidade, virtude e
verdadeira felicidade, na mesma hora - e ficou horrorizado diante do seu Deus,
diante daquele mesmo Deus em quem em outras ocasiões ele havia encontrado
arrebatamento e adorado com deleite. Nós, seus filhos, compartilhamos de sua
morte espiritual em nossas naturezas depravadas, e logo teríamos passado da
morte presente deste tempo para aquela corrupção que naturalmente segue a morte
no mundo por vir, quando restringir e preservar as influências são removidas, e
o verme começa seu trabalho, "onde seu verme não morre, e seu fogo não se
apaga". Sim, não era para Ele? "Quem Ele mesmo carregou nossos
pecados em Seu próprio corpo sobreo madeiro?" Não estivemos aqui para
falar uns com os outros, ou olhar um para o outro na cara. Ou se a tolerância
de Deus nos permitisse uma breve existência na terra, eu poderia ter ficado
aqui obrigado a dizer-lhe que não restava nada para nenhum de nós a não ser
morrer, e suportar a ira de Deus em corpo e alma, eternamente. Oh, a amargura
de nossas almas tinha estado em tal estado! Com minhas mãos sobre minhas coxas
esta manhã, em angústia de espírito, eu poderia ter sido forçado a proferir
mais aflições do que nunca, dos lábios de Jeremias, de quem toda alegria se
foi, enquanto eu declarava a você e a seus filhos, que não havia esperança aqui
ou no futuro. Que ofendemos a Deus e Ele nos entregou à total destruição.
Bendito seja o seu nome, temos outra mensagem para entregar agora! Podemos
antes imitar Isaías, hoje, do que Jeremias, e falar da graça redentora e do
amor que está morrendo, em vez de ter que soar a terrível sentença de toda
esperança, e proclamar o nascimento de legiões de tristezas. Com este fato em
nossas mentes, nos deixe vir amorosamente ao lugar abençoado do Calvário, uma
vez amaldiçoado em nossa conta. Jesus morreu por mim; esse é o sentimento mais
alto de cada um. Houve uma substituição pelos nossos pecados e, por essa
substituição, os crentes são salvos. Houve uma substituição. "Ele mesmo carregou
os nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro." Um substituto
interveio; os pecados que teriam nos esmagado eram suportados por outro, na
verdade e literalmente suportados por outro. “Ele mesmo carregou os nossos
pecados.” A sentença significa que Ele suportou o castigo que era devido aos
nossos pecados. Temos certeza que isso significa isso. Mas certamente isso
significa mais. Não posso me desfazer da convicção de que isso significa mais,
pois não diz: "Ele suportou o castigo de nossos pecados", que seria a
expressão mais natural se esse fosse o significado pretendido, mas "Ele
revela nossos pecados.” Naquele capítulo maravilhoso do evangelho de Isaías nos
é dito: “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”. E novamente:
“Ele levou o pecado de muitos”. Parece que o cumprimento da punição por maior
que seja, não esgotaria o significado de tais frases. A expressão é tão
compacta, tão concisa e tão definida; deve significar o que diz. De qualquer
forma, estou contente em acreditar que Deus sabe falar e expressar seu próprio
significado. E quanto menos torcemos as Escrituras ou nos afastarmos do sentido
simples, o que eles sugeririam para uma criança, maior a probabilidade de
compreendê-las. "Ele mesmo carregou os nossos pecados." Em algum
sentido maravilhoso, Ele suportou o pecado, assim como o castigo. Eu não sei
como. Isso eu sei, Ele nunca foi um pecador, pois “nele não havia pecado”. Isso
eu sei, Ele nunca foi contaminado; não poderia ser. Rejeite a blasfêmia com
indignação. Ele, o Filho de Deus, o homem imaculado, manchado de pecado? Nunca!
Nós abominamos o pensamento. E ainda assim, “Ele carrega nossos pecados” ainda
é uma verdade, e não devemos nos esquivar dela. Isso não significa que Ele era
uma pessoa representativa? Ele era o Segundo Adão e, portanto, Ele defendia Seu
povo e, portanto, o Senhor lidou com Ele como se os pecados de tudo o que Ele
representava fossem Seus próprios pecados. Ele era o Pastor, e o Senhor ordenou
que Ele desse conta do rebanho e de todas as peregrinações de todas as ovelhas
e de todas as suas transgressões. A justiça divina visitou a cabeça do pastor,
porque Ele era, por ofício e por natureza, o representante de todos aqueles
pelos quais Ele morreu, e assim poderia justamente ser chamado para dar conta
de tudo o que haviam feito. O pecado foi colocado sobre o Senhor Jesus, pois
Ele foi abandonado por Seu Deus. O Senhor não apenas O castigou e O açoitou, e
O colocou na tristeza pelo uso de instrumentos que eram adequados para tal
propósito em uma pessoa inocente. Foi mais longe e escondeu o rosto dEle, que
era uma tristeza apropriada apenas para aquele em quem o pecado foi colocado.
Por que Deus deveria abandoná-lo, a menos que Ele tivesse posto o pecado sobre
ele? Quando Jesus perguntou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Não
houve resposta a essa indagação, exceto esta, (pelo menos não posso imaginar
outra), “pus sobre ti o pecado e, portanto, devo fazê-lo. Se você estivesse
apenas sofrendo pelos outros no sentido de fazer bem aos outros por Seus
sofrimentos, o Pai poderia certamente tê-lo visto com aprovação, e até, se
possível, com prazer crescente, e tê-lo encorajado na benevolente abnegação que
o fez inclinar-se a tais sofrimentos. Mas visto que Ele não estava apenas
suportando os outros, mas permanecendo no lugar dos outros, e levando seus
pecados, tornou-se necessário que, apesar do amor do Pai e da admiração que
brilhava em Seu peito em direção ao Seu querido Filho, que era então, acima de
todas as coisas, magnificando a natureza de Deus - o Pai, a respeito dEle como
portador do pecado, deve esconder Seu rosto dEle, e feri-Lo com os golpes cruéis
até que ele clamou: "Eloi, Eloi, lama Sabachthani". Sim, houve uma
substituição e essa substituição foi misteriosamente distante. Não foi
meramente uma transferência de punição de um para outro, mas houve uma
transferência do pecado em algum sentido profundo, ou então a Escritura não
fala o que significa - “Ele carregou nossos pecados em Seu próprio corpo sobre o
madeiro”.
Eu quero que você pare um minuto, novamente, tendo notado o fato da
substituição, considere o substituto. "Ele mesmo carregou os nossos pecados".
E quem foi "Ele"? Amado, quero que você sinta um amor pessoal ao
nosso querido Senhor e Mestre. Eu quero que suas almas, neste momento, percebam
o caráter real de Sua existência e Sua verdadeira personalidade. Ele não está
aqui, esta manhã, pessoalmente, para se mostrar a você, senão eu poderia muito
bem reter minhas palavras, pois Sua presença teria um poder infinitamente
superior sobre você. Mas lembre-se de que Ele vive e é tão real quanto você, e
neste momento traz em Seu corpo as cicatrizes de Seus sofrimentos por você.
Pense, então, quem Ele era e deixe seu espírito beijar Seus pés em humilde amor
contrito. Aquele que carregou os nossos pecados em seu próprio corpo sobre o
madeiro, foi Deus sobre todos, abençoado para sempre, de quem e por quem e para
quem são todas as coisas. Sem quem, nada do que foi feito que seria feito.
Menos do que Deus não poderia ter suportado os seus pecados, de modo a
afastá-los, mas o infinito e glorioso Filho de Deus realmente se rebaixou para
se tornar um portador do pecado. Eu me pergunto como posso falar sobre isso
como eu faço. É uma verdade que dificilmente será declarada em palavras. É
preciso chama, sangue e lágrimas para contar a história de um Deus ofendido, o
Criador do Céu e o Criador da Terra, se curvar de Sua glória para salvar os
répteis que ousaram insultar Sua honra e se rebelar contra a Sua glória. E,
tornando-se um deles, sofrer por eles, que sem violar Sua lei, Ele poderia ter
piedade das coisas ofensivas - coisas tão insignificantes que se Ele tivesse carimbado
todas elas, como se os homens queimassem um ninho de vespas, Não houve perda
para o universo. Mas ele teve piedade deles, e se tornou um deles, e levou seus
pecados. Oh, ame-O, adore-O, deixe que suas almas subam à destra da majestade
acima, nesta manhã, e ali se prostrem na mais baixa reverência e afeição
amorosa, que Ele, o Deus sobre todos, a quem ofendemos, deveria, Ele mesmo
carregar nossos pecados. Embora Deus sobre tudo, Ele se tornou um homem como
nós. Um corpo foi preparado para Ele, e aquele corpo, não preparado sozinho, e
feito como homem mas não do homem. Não, ele não era diferente de nós mesmos.
Ele veio ao mundo quando viemos, nascido de uma mulher, um filho de uma mãe -
para pendurar no peito de uma mulher. Não apenas como o homem, mas o homem,
nascido no pedigree do homem - e assim osso do nosso osso e carne da nossa
carne, ainda que sem uma mancha de pecado. E Ele, nessa dupla natureza, mas
unido, era Jesus, Filho de Deus e Filho da Virgem. Ele foi quem “carregou os
nossos pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro”. Aqui nós chamamos a sua
lembrança o fato declarado no texto de forma tão positiva, que a substituição
de Cristo foi realizada por Ele, pessoalmente, não por procuração. "Ele
mesmo carregou os nossos pecados em seu próprio corpo." O sacerdote antigo
trouxe uma substituição, mas era um cordeiro. Ele golpeou a faca, e o sangue
quente fluiu para baixo, mas nosso Senhor Jesus Cristo não tinha substituto
para Si mesmo, Ele, “Ele mesmo carregou os nossos pecados em Seu próprio
corpo”. Ó sacerdote de Deus! As dores devem ser as tuas próprias dores; a faca
deve alcançar o seu próprio coração; nenhum cordeiro para você, você é, você
mesmo o cordeiro. O sangue que flui aos seus pés deve ser o seu próprio sangue.
Deve haver feridas, mas elas devem ser feridas em sua própria carne. Oh, vire
os olhos amorosos para o seu Senhor, e lembre-se de que tudo o que Ele fez por
você, Ele fez em Si mesmo. Você às vezes diz que outra voz pode falar por
Jesus, muitas vezes você está disposto a servir a Deus através da energia de
outro, e eu não vou repreendê-lo. Mas, oh, lembre-se do Seu sacrifício pessoal
por você. As aflições que Jesus suportou colocaram sua própria alma em uma
tempestade de tristeza, e fizeram seu próprio coração ferver como um caldeirão
dentro dele. O coração que foi quebrado pelos nossos pecados era o Seu coração,
e a vida abandonada era a Sua vida. Não por outro, embora ele fosse um anjo,
poderia Cristo ter redimido a humanidade, mas Ele, “Ele mesmo carregou os
nossos pecados em Seu próprio corpo sobre o madeiro”. Observe, também, que a
substituição de Cristo é descrita em nosso texto em um caminho que sugere
consciência, disposição e grande dor. “Ele mesmo carregou os nossos pecados”.
Eles estavam sobre Ele; eles o pressionaram. A palavra grega para "carregar"
sugere a ideia de um grande peso: "Ele carregou nossos pecados" -
curvou-se sob eles, por assim dizer; eles eram uma carga para ele. Há homens no
mundo que podem estar carregando em seus corpos o resultado do pecado de seus
pais, mas eles não estão cientes disso, e mesmo se estivessem, eles são
portadores voluntários do mesmo. Mas nosso Senhor assumiu nossos pecados quando
se tem um peso sobre os ombros, e quando os pecados estavam lá, Ele sabia que
Ele estava carregando nossos fardos e ainda consentiu em fazê-lo. Não houve um
momento na vida de Cristo em que a pressão do nosso pecado não foi sentida.
Embora a ira de Deus, por causa do pecado, fosse mais especialmente sentida por
Ele no Getsêmani e até o madeiro, mas em todos os tempos Ele foi ferido e
afligido por Deus. Que peso era esse! A terra sólida não pode suportar o peso
do pecado. Ele geme e se esforça em dor juntos, mesmo agora, como uma carruagem
rangente cujos eixos são incapazes de suportar o frete estupendo . No entanto,
em Jesus estava o fardo colocado, um muito mais pesado do que o lendário Atlas
suportou, e Ele sustentou-o no madeiro. O texto, em nossa versão em inglês,
pode parecer ensinar que nosso Senhor levou nossos pecados somente no madeiro,
e que esse dogma errôneo foi tirado dele. Nenhuma inferência poderia ter sido
mais sustentada, pois o original não necessariamente apresenta algo do tipo. Eu
não tenho a menor dúvida de que o significado do texto é: “Ele mesmo levou os
nossos pecados em seu próprio corpo para o madeiro”, de modo que quando
alcançou o madeiro, Ele deixou nossos pecados ali, condenados e crucificados
para sempre. Em vez da doutrina ser deduzida de que Cristo era um substituto
apenas no madeiro, o fato é que Ele sempre foi um substituto até o madeiro, e
então e ali essa substituição culminou em Sua morte como uma oferta pelo
pecado. Deixe-nos esta manhã, saber que conscientemente, a partir do momento
que ele era um bebê em Belém, até o momento em que ele abaixou a cabeça e entregou
o espírito, "Ele mesmo carregou os nossos pecados em seu próprio
corpo" para o madeiro. E, irmãos, Ele manifestamente carregou esses
pecados. Eu acho que é a mente do Espírito. Quando Ele diz: “Em seu próprio
corpo”, Ele quer dar vivacidade ao pensamento. Somos constituídos de tal modo
que não pensamos tão fortemente nas coisas mentais e espirituais como fazemos
nas coisas corporais. Mas nosso Senhor carregou nossos pecados “em seu próprio
corpo”. Se você tivesse olhado para Ele, se você tivesse sido instruído pelo
Espírito, você teria visto em Seu corpo que Ele era um portador de pecado. Ouça
este versículo: “Como muitos ficaram espantados com você, também Sua face era
mais marcada do que a de qualquer homem, e Sua forma mais do que os filhos dos
homens”. Lembre-se de outro texto: “Contudo, estimamos que Ele foi atingido,
ferido Deus.” Pense nisso. Aqueles que olharam para o rosto do Salvador
pensaram que Ele “havia sido ferido por Deus”. Primeiro eles pensaram que Ele
estava ferido ou demente, como alguém que passou por uma terrível dor que a
mente tremeu, e então olharam para Ele como ferido de Deus. Até mesmo os judeus
julgaram que ele estava perto de cinquenta anos, quando ele tinha apenas trinta
anos de idade, tão desgastado e abatido que eles olharam, aquele "homem de
dores e familiarizado com a tristeza". Ele sorriu e incentivou os outros.
Ele usava um semblante alegre entre os filhos dos homens, para não fazer com
que eles não O vissem triste, e lá no fundo de seu coração, emitia um fogo
secreto, uma maravilhosa alegria de estar redimindo Seus próprios escolhidos.
Mas ainda imponderável, incompreensível infinito pesar perpetuamente rolou
sobre Ele, de modo que toda a Sua vida Ele poderia ter dito: "Todas as
vossas ondas, e vossas vagas passaram por mim." "Quem carregou os
nossos pecados em seu próprio corpo"; de modo que seu rosto parecia dizer
disso! E quando Ele veio para o madeiro, oh, como Seu corpo levou nossos
pecados, então, em comunhão com Sua alma sem pecado! Eu não me importo com quem
é que fala contra as descrições da crucificação, ou quem quer que mantenhamos
em segundo plano os sofrimentos corporais de Jesus, estou convencido de que a
mais alta, mais intensa e vigorosa piedade que existiu entre os homens surgiu
das contemplações da agonia do Getsêmani e da agonia do Calvário. A Igreja
Romana, com todos os seus erros, e eles são incontáveis, sempre teve em seu
meio um grupo de espíritos amorosos e adoráveis que entraram na paixão do Redentor,
e cuja carne e bebida foram a carne e o sangue de Cristo em suas vidas.
contemplações silenciosas. E se os cristãos protestantes caírem na ideia de que
não devemos pensar muito no sangue e nas feridas de Jesus, eles perderão o mais
rico sustento espiritual, e deixaremos de ter eminentes santos entre nós. Não
me envergonharei, em nenhum momento, de falar sobre as dores corporais de
Jesus, quando me lembro de que Pedro, ou melhor, o Espírito Santo, por Pedro,
coloca isso no texto: “Ele mesmo carregou os nossos pecados em seu próprio
corpo no madeiro.” Existe a cruz e existe o corpo. Existem as coisas visíveis,
assim como as espirituais e as invisíveis. Não nos esqueceremos do segundo, mas
jamais desprezaremos o primeiro. Falaremos com amor e carinho do corpo e dos
sofrimentos corporais do Senhor. Oh, veja, então, o Senhor da vida e da glória
levado para fora da porta da cidade da antiga Jerusalém, e lá, em meio a uma
multidão depravada, tratado como um criminoso comum. Era o patíbulo da cidade,
onde os criminosos eram normalmente executados, e eles levavam o nosso Mestre,
os malfeitores estavam com ele, e o tratavam como um criminoso. Eles pregaram
Suas mãos! Veja! O ferro cruel é conduzido através de seus pés! Eles o erguem,
um espetáculo de vergonha! Eles o despiram! Eles apostaram nas poucas roupas
que Ele tinha e lá está Ele. Eles se reúnem em torno dele, e eles zombam dele,
como se a cruz fosse uma estaca, bem como uma forca. Eles O insultam com
sarcasmo estudado, mas Ele não tem nenhuma resposta a não ser abençoá-los com
Suas orações e apelar ao Seu Deus. Seus amigos fugiram e, quando retornam
timidamente, só podem compartilhar sua tristeza, mas não podem aliviá-la. Ele
deve morrer, morrer em extrema dor do corpo e morrer com agonias interiores
desconhecidas, cujo véu não tentaremos erguer. "Ele mesmo carregou os
nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro." Bem-aventurados os seus,
ó Salvador, e bem-aventurados os olhos que te viram e te atentaram pela fé.
Agora, nosso Senhor Jesus Cristo, lembre-se, nunca deixou de levar nossos
pecados até que Ele os tivesse levado até o madeiro. E quando Ele os levou para
o madeiro, lá Ele os pendurou para sempre como um espetáculo de eterno
desprezo, Ele mesmo, morrendo enquanto Ele fez nossos pecados morrerem! Ele
mesmo crucificado enquanto Ele crucificou nossos pecados de uma vez por todas.
Ó você que usa uma cruz como um colar, por que você faz isso? É uma cruz onde
os nossos pecados foram pendurados de vergonha. Você vai usar uma forca em
volta do seu pescoço? Você vai fazer um colar daquilo que foi a morte do seu
Mestre! Eu usaria em meu pescoço uma faca de açougueiro que matou minha mãe
como uma cruz na qual meu Salvador foi assassinado. Parece que você ficou do
lado de Seus assassinos e se gloria no instrumento de Sua tortura. Foi uma
coisa vergonhosa morrer a morte da cruz, e o Senhor sabia que assim era, e
ainda assim, Ele “Carregou os nossos pecados em Seu próprio corpo no madeiro”.
Marque o madeiro da cruz por um momento. com muita atenção. Era o lugar da dor.
Nenhuma morte poderia ser mais cheia de agonia do que a da crucificação. Quando
o machado do chefe toca no pescoço, a cabeça é cortada e a dor acaba. Até ficar
queimando na fogueira é mais curto, se na hora há um caminho mais apurado para
o céu. Mas as dores da crucificação podem durar dias. Casos têm sido conhecidos
em que os homens realmente viveram depois de três dias pregados em uma cruz. A
dor em si é inconcebivelmente grande. As partes mais macias das mãos e dos pés,
onde eles estão mais propensos a trincar, sendo rasgados pelos cravos - e a
tensão do corpo continua a rasgar as feridas. No entanto, nosso Salvador suportou
essa dor. Ah, não é até que você sofra a dor que você começa a conhecer o amor
de Cristo ao máximo. Você pode agradecer a Ele, filhos de tristeza e filhas de
sofrimento, por todas as suas dores, pois agora você tem comunhão com Ele.
Bendito seja o teu amor, ó Jesus, para que possas suportar a dor e a morte por
nós. Mas a cruz não era apenas o lugar da dor. Era o lugar do desprezo. Ser
preso à cruz! Por que eles não colocariam o pior romano lá embora ele tivesse
cometido assassinato. Foi uma morte para escravos e servos. Quando o desprezo
se mistura com a dor, você sabe o que é um composto de sofrimento. Ser
ridicularizado quando você sofre é sofrer sete vezes. Mas mais, era o lugar da
maldição, pois “amaldiçoado é todo mundo que está pendurado no madeiro”, e a
Palavra nos disse: “Ele foi feito maldição por nós”. Por último, foi o lugar da
morte. porque Jesus não deve apenas sangrar, mas sangrar até a morte. Nem sofra
apenas, mas sofra até que a própria vida se foi. Ó moribundo Salvador, Teu amor
por mim foi maravilhoso, pois a própria morte não poderia desviá-la e,
portanto, abençoado, para sempre abençoado, seja o Teu nome.
Antes de deixarmos a cruz, deixe o crente se sentar e ver na cruz seus
pecados pendurados como mortos. Cristo levou-os até a cruz e os matou. A lei
vem a mim e diz: “Eu te prendo pelo pecado”, mas eu respondo: “Eu não tenho
pecado. O que você faria com meus pecados se eu tivesse algum?” “Eu os
colocaria em uma morte vergonhosa.” “Eis que eles estão ali, executados no
madeiro amaldiçoado por Jesus Cristo.” Veja, então, seus pecados pendurados na cruz,
abomine-se e abomine-os, mas regozije-se que ainda abomináveis como eles são,
eles estão mortos. O Senhor os matou a todos, e removeu o pecado para sempre
por Sua morte no madeiro. A morte de Jesus é a morte dos nossos pecados. Receio
estar abordando alguns que nunca souberam o que era ter pecado perdoado. Caro
ouvinte, toda a sua esperança de perdão está no que tenho dito esta manhã. Você
não pode recompensar a Deus pelo seu pecado, seja por arrependimento ou por
futura reforma. Sua única esperança é olhar para Jesus Cristo, que carregou os
pecados do Seu povo em Seu próprio corpo no madeiro. E se você vier e depositar
sua confiança em Jesus, seu pecado será afastado de você e você será aceito.
Oh, eu oro para que a esta hora você possa ser capaz de acreditar em Jesus e
encontrar a paz através da cruz e para Ele será toda a glória.
II. E, agora, espero não incomodar sua atenção enquanto peço que
considerem a segunda parte do texto - NOSSA MORTE AO PECADO. "Quem mesmo carregou
os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos para o pecado,
pudéssemos viver para a justiça; pelas suas feridas fostes sarados."
Agora, observe bem que estamos mortos para o poder de condenação do pecado.
Nenhum pecado pode condenar um crente em Jesus Cristo. Por quê? Porque Cristo
sofreu o que deveríamos ter sofrido por causa do pecado - Ele concedeu uma
recompensa completa à justiça divina. Você me traz um arquivo grande cheio de
contas, e você me diz: "Essas contas não são contra você?" Respondo:
"Não há dúvida de que todas elas estão corretas em todos os itens e podem
levar muitos meses para serem examinadas." Você me pergunta: "Você
pode pagá-las?" "Não, e eu nem preciso tentar." "Mas eles
não incomodam você?" "Não. Eu posso fazer um travesseiro delas, se é
que é tudo, e dormir, apesar de seu número e grandeza. ”Você está maravilhado
de pensar que eu deveria ter uma quantidade tão grande de contas, e aceitar o
assunto tão friamente. Peço-lhe que tire essas contas do arquivo, uma por uma,
e, ao fazê-lo, verá que todas elas estão pagas. Há uma marca vermelha no fundo
de cada uma. Quem se incomoda com uma conta quando é paga? “Mas você pagou
essas dívidas?” “Não, não eu; eu não paguei um centavo.” “Você não pagou parte
delas?” “Não; eu nunca contribuí com um centavo enferrujado para elas.” “Ainda
assim você é perfeitamente livre?” “Sim, porque Aquele que carregou meus
pecados em Seu próprio corpo no madeiro, tomou todas as minhas dívidas e pagou
por mim e agora eu estou morto para essas dívidas. Elas não têm poder sobre
mim. Eu estou morto para meus pecados. Cristo sofreu no meu lugar. Não tenho
nada a ver com eles. Eles se foram tanto quanto se nunca tivessem sido
cometidos.“
A partir de agora, não tenho nada a fazer além de viver como um homem
justo, aceito no Amado, para viver por Sua justiça e regozijar-me nele, bendizendo
e magnificando Seu santo nome. Amado, ouça o texto novamente. Como muitos de
vocês olharam para Jesus Cristo carregando seus pecados em Seu próprio corpo no
madeiro, vocês estão mortos para o pecado quanto ao seu poder reinante, mortos,
primeiro, porque vimos a sua natureza detestável. O pecado que era tão vil que
exigia que o próprio Filho de Deus morresse antes que pudesse ser perdoado, é
um mal terrível e desesperado demais para nós continuarmos a brincar com ele.
Tinha seus encantos, mas agora percebemos suas hipocrisias.
O falso profeta Mokanna, que usava o véu prateado na testa, enganou a
muitos, pois dizia que, se esse véu fosse levantado, a luz que brilhava por
baixo dele faria os homens cegos, já que a glória era tão grande. Mas quando
alguém percebera que o homem era leproso e que, na testa, em vez de brilho,
havia as escamas brancas de um leproso, ninguém se tornaria seu discípulo. E
assim, ó pecado, na cruz eu vejo seu véu de prata removido, e marquei a lepra
desesperada que está em você. Eu estou morto para você. Aparta-te seu traidor
manchado de sangue! Eu não posso te abrigar no meu coração. A morte de Cristo,
então, é para nós a morte do pecado. Estamos mortos para o pecado, novamente,
porque outra paixão absorveu todas as forças da nossa vida. Você já viu homens
mortos para outras coisas porque alguma paixão os consumiu? Olhe para o
avarento - pergunte a ele por que ele não come uma refeição completa. Seu
apetite está morto. Tente-o com vinhos ricos; traga diante dele as guloseimas
da estação. Eles vão lhe custar dinheiro, e ele não quer gastá-lo. Ele diz que
não tem gosto nem amor por tais coisas. Mas você diz a ele que há uma música
doce para ser ouvida, e há prazeres a serem desfrutados. Sim, mas deve haver
dinheiro para eles e, portanto, ele não tem ouvido nem olho. Seu querido ouro é
tudo. Ele está morto para todo o resto. Mas há uma renda devida por uma pobre viúva
com muitos filhos, e ele vai atacá-la e entregá-la às pedras frias da rua.
Conte a ele sobre a viúva e suas lágrimas, sobre os órfãos e seus infortúnios -
com o que ele se importa? Ele pergunta se você já teve alguma propriedade de
casa e garante que, se tivesse, logo teria um coração tão duro quanto ele. Mas
o homem não tem coração! Não, senhor, ele não tem vida, exceto o que pulsa na
fenda de suas sacolas de dinheiro. O zelo de seu ouro o devorou. Agora, é assim
conosco em relação a Cristo. Não temos olhos nem ouvidos para nada a não ser
para o nosso querido Senhor, que sangrou e morreu, e que subiu para a Sua
glória. Agora o pecado pode encantar, mas nós temos o ouvido surdo da víbora. O
pecado pode se apresentar em todas as suas seduções, mas somos cegos como
morcegos à sua beleza e desejamos ser. Nós estamos mortos para o pecado; assim
diz o texto. Outra paixão sugou nossa vida, e nossa vida pelo pecado está seca.
E mais uma vez, o pecado nos parece agora uma coisa muito má e trivial para nos
preocuparmos.
Imagine Paulo indo ao longo da Via Ápia em direção a Roma, conhecido por
alguns dos cristãos distantes em Puteoli e depois por outros nas Três Tendas.
Você consegue imaginar como foi a conversa deles enquanto Paulo andava
acorrentado ao longo da estrada? Ora, eles comungariam a respeito de Jesus e da
ressurreição, e do Espírito e santos convertidos e almas no céu. Eu posso
conceber que os soldados e outros que os encontrassem ao longo da estrada
romana, parando nas tabernas, e assim por diante, teriam muitas coisas para
falar. Um deles diria: “Haverá uma grande luta no anfiteatro na semana que
vem”. E outro diria: “Ah, mas em um teatro como esse há um espetáculo
esplêndido - cem animais devem ser mortos em um único local, e o famoso
gladiador alemão vai exibir sua proeza amanhã à noite.” E outros diriam: “Quem
será o comandante na Espanha no próximo ano?” “ Quem será nomeado para a Guarda
Pretoriana? ”E o balbucio seria cerca de mil coisas - mas o apóstolo seria
supremamente indiferente a tudo isso. Não é um assunto que qualquer um desses
soldados poderia trazer diante dele, ou qualquer uma das pessoas ao seu redor,
poderia interessá-lo. Ele estava morto para as coisas para as quais eles
estavam vivos e vivo para as coisas para as quais eles estavam mortos. Então,
assim é o cristão. A cruz o matou e a cruz o estimulou. Nós estamos mortos para
o pecado, para que possamos viver para a justiça, e agora o nosso próprio poder
para desfrutar do pecado, se, de fato, estamos descansando em Cristo, se foi de
nós. Nós perdemos, agora, pela graça de Deus, a faculdade que uma vez foi
gratificada com estas coisas. Dizem que nos negamos muitos prazeres. Ó
senhores, há um sentido em que um cristão vive uma vida abnegada, mas há outro
sentido em que ele não pratica a autonegação, pois ele só nega a si mesmo o que
ele não precisa, e o que ele não teria se pudesse. Se você pudesse forçá-lo,
seria uma desgraça para ele, suas opiniões e seus gostos agora estão muito
mudados. Você já olhou para um campo verde e marcou as gotas de orvalho
cintilantes e pensou como elas são brilhantes? Você já virou os olhos para o
sol e olhou para ele e tentou olhar para ele sem olhar? Se você tem, eu sei o
que aconteceu, porque quando você olhou para a paisagem novamente, você não
podia ver. Você parecia ter perdido seus olhos; eles tinham sido apagados pelo
brilho em que vocês olhavam. Então você pode olhar para o mundo do pecado, e
ver alguma beleza nisso até você olhar para a Morte pelo Pecado, e então o
brilho da Sua glória se estende aos seus olhos. O mundo é escuro e negro,
depois disso, e você deseja que seja assim. Que estes olhos sejam sempre cegos
como os olhos da noite, e que estes ouvidos sejam sempre surdos como o
silêncio, em vez de o pecado ter um encanto para mim, ou qualquer coisa devesse
pegar meu espírito, mas o Senhor do amor que sangrou até a morte, Ele pode me
redimir para Si mesmo. A morte de Cristo se torna a morte do pecado. Nós O
vemos sangrar por nós, e então nós colocamos nosso pecado à morte. E parece-me,
irmãos, ouvi-lo, como se a última sentença de nosso texto nos dissesse isso:
“Por suas pisaduras fomos curados”. É tão bom quanto se o Espírito dissesse:
“Existe a receita para a santificação. Se você quer saber como estar morto para
o pecado, e vivo para a justiça, lá está ele - Suas feridas irão curar você.” Os
vergões, as marcas roxas de Sua flagelação; estes tirarão as linhas do pecado.
As feridas, o suor, a agonia do Salvador, estes curarão você da doença do
pecado. Você vai a um médico e pede que ele cure você. Ele te dá o que
comumente chamamos de receita. O que significa "receita"? Leva. Ah,
existe a cura para o pecado. Pensamos que a cura para o pecado é dar algo de
nós mesmos e fazer algo de bom. Mas, na verdade, a cura para o pecado é
“pegue”. Tome as feridas do seu querido Senhor e confie nelas. Tome as suas pisaduras
e descanse nelas. Tome sua morte e acredite nela. Tome-O e ame-O. E pelas suas
feridas você é curado. A santificação é pela fé em Jesus Cristo. Nós vencemos
pelo sangue do Cordeiro. E oh, como a pedra mais alta está manchada com o
sangue, a pedra fundamental também deve estar; e digo, na despedida, a todo
homem e mulher a quem falei, assim como vocês e eu nos encontraremos finalmente
no grande trono branco, na assembleia geral, a qual será a última reunião dos
filhos dos homens, e a última despedida - se você for encontrado à destra de
Deus, acredite na mensagem que lhe trouxe, pois é a própria verdade de Deus.
Não apenas ouça, mas aja sobre isso, e antes de sair desta casa eu oro para que
o Espírito de Deus possa lhe mostrar o que é crer somente nEle. "Tendo Ele
mesmo carregado os nossos pecados em seu próprio corpo sobre o madeiro." E
se você fizer isso, embora seus pecados tenham sido escarlates, eles serão alvos
como a lã. Embora você tenha sido o ofensor mais atroz que existe na face da
Terra, você estará limpo de todos os pecados. Você pode ter vindo aqui negro
como o inferno, mas você deve sair puro como as hostes vestidas de branco no
céu, se você quiser e crer em Jesus. Esta é a lavagem na fonte, a fonte que
sozinha pode nos tornar limpos. Deus nos ajude a nos lavarmos imediatamente,
para que o tempo da lavagem não passe e que o tempo do julgamento seja hoje. mas
sairás puro como as hostes vestidas de branco no céu, se apenas creres em
Jesus.
Deus te abençoe, por causa do seu nome. Amém.
PARTE DA ESCRITURA LIDA ANTES DO SERMÃO - 1 PEDRO 2.
1
Pedro – 2
1 Despojando-vos,
portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de
maledicências,
2 desejai ardentemente,
como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos
seja dado crescimento para salvação,
3 se é que já tendes a
experiência de que o Senhor é bondoso.
4 Chegando-vos
para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus
eleita e preciosa,
5 também vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo,
a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a
Deus por intermédio de Jesus Cristo.
6 Pois isso
está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita
e preciosa; e quem nela crer não será, de modo
algum, envergonhado.
7 Para vós outros,
portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A
pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular
8 e: Pedra
de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na
palavra, sendo desobedientes, para o que também foram
postos.
9 Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz;
10 vós, sim,
que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis
alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.
11 Amados,
exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões
carnais, que fazem guerra contra a alma,
12 mantendo
exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam
contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras,
glorifiquem a Deus no dia da visitação.
13 Sujeitai-vos
a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao
rei, como soberano,
14 quer às
autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como
para louvor dos que praticam o bem.
15 Porque
assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais
emudecer a ignorância dos insensatos;
16 como
livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da
malícia, mas vivendo como servos de Deus.
17 Tratai
todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.
18 Servos,
sede submissos, com todo o temor ao vosso Senhor, não somente se for bom e
cordato, mas também ao perverso;
19 porque
isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente,
por motivo de sua consciência para com Deus.
20 Pois que
glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se,
entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com
paciência, isto é grato a Deus.
21 Porquanto
para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo
sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
22 o qual não cometeu
pecado, nem dolo algum se achou em sua boca;
23 pois ele,
quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia
ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente,
24 carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos
para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.
25 Porque estáveis
desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao
Pastor e Bispo da vossa alma.
NOTA DO TRADUTOR:
É somente pelo convencimento
e instrução do Espírito Santo que podemos compreender adequadamente qual seja o
significado do pecado.
Sem esta operação do Espírito Santo, ou quando ainda
nos encontramos a caminho de ser melhor esclarecidos por Ele, é muito comum até
mesmo negar-se a existência do pecado, ou classificá-lo das mais variadas
formas possíveis que em pouco ou nada correspondem ao seu verdadeiro e pleno
significado.
De modo que quando se diz que Jesus carregou sobre
si os nossos pecados (I Pedro 2.24) e que Ele se manifestou para tirar o
pecado, não é dada a devida importância a este maravilhoso fato, que é a
resposta à única e principal necessidade do ser humano relativa à vida, pois
sem a solução do problema do pecado que a todos atinge, não é possível ter a
vida eterna de Deus.
Então, não se deve pensar em Jesus em alguém que
veio ao mundo para que pudéssemos errar menos, ou ainda que melhorássemos
nossas ações morais, pois a obra de expiação e remoção do pecado está
relacionada a uma questão de vida, caso concluída, ou de morte eterna, em caso
contrário.
Então é preciso saber qual é a origem e a natureza
do pecado e a sua forma de agir na humanidade para que o vencendo possamos
atingir ao propósito de Deus na nossa criação e viver de modo agradável a Ele.
Ora, se o pecado é o que se opõe à possibilidade de
se ter vida eterna, então, necessitamos refletir mais cuidadosamente sobre a
relação que há entre pecado e morte, e santidade e vida.
Então, é muito importante que tenhamos uma
compreensão adequada do significado de vida eterna, para que não nos enganemos
quanto a se temos alcançado ou não o propósito de Deus quanto a isto.
Antes de tudo, vida em seu sentido geral é
muito mais do que simples existência, porque os corpos inanimados existem e no
entanto, não possuem vida.
Ainda que alguns seres espirituais existam
eternamente, pois espíritos não podem ser aniquilados, todavia não se pode
dizer deles que possuem vida eterna, e a par da existência consciente deles são
classificados como mortos espiritual e eternamente, tal é o caso de Satanás,
dos demônios e de todos os seres humanos que morreram sob a condenação do
pecado, estando desligados de Deus.
Deus é a fonte e o padrão da verdadeira
vida.
É pelo que existe em sua natureza, portanto,
que se define o que é e o que não é participante da vida eterna.
A vida eterna é perfeita e completa em Deus,
mas nas criaturas (anjos eleitos e santos) que alcançam a participação nesta
vida, estão sujeitos a crescimento na mesma rumo à perfeição divina, que sendo
infinita, será para eles sempre um alvo a ser buscado.
Daí se dizer que quando alguém nasce de novo
do Espírito Santo, que ele é um bebê espiritual em Cristo. Ele deve crescer na
graça e no conhecimento do Senhor, e isto será feito neles pela operação do Espírito
Santo, até contemplar neles a maturidade espiritual que é chamada de perfeição,
mas não sendo ainda aquela perfeição total como ela se encontra somente em
Deus.
Não devemos ficar, portanto, satisfeitos
somente com a conversão inicial a Cristo, pela qual fomos tornados filhos de
Deus e novas criaturas, mas devemos prosseguir em busca daquela santificação
que nos tornará cada vez mais à imagem e semelhança de Jesus.
O grande indicador do progresso neste
crescimento na vida eterna, é o de aumento de graus em santificação. Este
aperfeiçoamento em santificação é a vontade de Deus quanto ao seu propósito em
nos ter tornado seus filhos. (I Tessalonicenses 4.3,
5.23).
Esta é a vida em abundância que Jesus veio dar àqueles que se tornariam
filhos de Deus por meio da fé nele.
Podemos entender melhor isto quando fazemos um contraste com o pecado,
pois se o pecado é o que produz morte, a santidade é o que produz vida.
Concluímos que somente aqueles que forem santificados têm acesso à vida
eterna. Daí se dizer que sem santificação ninguém verá o Senhor.
É fácil entendermos esta verdade quando refletimos que de fato não se
pode dizer que há a vida de Deus onde domina o orgulho, a impureza, a malícia,
a cobiça, o adultério, o ódio, o roubo, a corrupção, a inveja, e todas as obras
da carne que operam segundo o pecado.
Mas, onde o que prevalece é a fé, a humildade, o amor, a bondade, a
misericórdia, a longanimidade, a reverência, o louvor, a adoração ao Senhor, a
obediência aos Seus mandamentos e tudo o mais que compõe o fruto do Espírito
Santo, pode-se dizer que temos em tudo isto indícios ou evidências onde há vida
eterna.
Os que afirmam andar na luz e pertencerem a Jesus, quando na verdade
caminham nas trevas, são chamados pelo apóstolo João de mentirosos, e que não
têm de fato a vida eterna que eles alegam possuir, porque onde ela foi semeada
por Jesus, não produz os frutos venenosos do pecado e da justiça própria, senão
os que são provenientes da santidade e da justiça de Jesus atuando em nós.
Como o conhecimento verdadeiro de Deus, consiste em termos um
conhecimento pessoal de Seu caráter, virtude, obras e atributos, e isto, por
uma revelação que recebamos da parte dEle em Espírito, e para tanto temos
recebido o dom da fé, então, não somos apenas justificados por este
conhecimento, como também acessamos à vida eterna, alcançando que sejam
implantadas em nós as mesmas virtudes e caráter de Cristo.
É este conhecimento real, espiritual e pessoal de
quem seja de fato Deus, o que promove a nossa santificação e aumentos em graus
na posse da vida eterna, ou melhor dizendo, para que a vida eterna se aposse em
maiores graus de nós.
Quando nos falta este viver piedoso na verdade, ainda que sejamos
crentes, Deus nos vê como mortos e não como vivos, e por isso somos chamados ao
arrependimento e à prática das primeiras obras, para que tenhamos o necessário
reavivamento espiritual. (Apocalipse 3.1-3,17-19).
Enganam-se todos aqueles que por julgarem estarem cheios de energia, e
envolvidos na realização de muitas obras, que isto é um sinal evidente de vida
abundante neles, quando toda esta energia é carnal e não acompanhada por um
viver realmente piedoso que seja operado neles pelo Espírito Santo, pela
aplicação da Palavra de Deus às suas vidas.
É na medida em que as obras da carne são mortificadas que mais se
manifesta em nós a vida eterna que há em Cristo.
Se não houver a crucificação do ego carnal, a mortificação do pecado, a
vida ressurreta de Cristo não se manifestará.
A verdadeira santidade que conduz à vida é dependente das operações
sobrenaturais do Espírito Santo, mediante a obra realizada por Jesus Cristo em
nosso favor. A mera prática da moralidade não pode produzir esta santidade
necessária à vida eterna. A simples religiosidade carnal na busca de
cumprimento dos mandamentos de Deus, segundo a nossa própria justiça, também
não pode produzir esta santidade. O jovem rico enganou-se quanto a isto, e por
não se sujeitar à justiça que vem de Cristo, não alcançou a vida eterna.
Há necessidade de convencimento do pecado pelo Espírito Santo, de que
Ele nos convença de nossa completa miserabilidade diante de Deus, e de nossa
total dependência da sua misericórdia, graça e bondade, para que nos salve,
mediante a confiança que temos colocado em Jesus e na obra que Ele realizou em
nosso favor. Sem isto, não pode haver salvação, e por conseguinte vida eterna,
porque Deus não pode operar santidade em um coração que se rebela contra Ele e
Sua vontade.
Deus não contempla nossos meros desejos e palavras. Ele olha o nosso
coração. Ele opera somente segundo a verdade, e não segundo nossas emoções,
sentimentos, vontades, pois podem não estar conformados à verdade da Sua
Palavra revelada na Bíblia, e assim não podendo chegar a um verdadeiro
arrependimento, torna-se impossível sermos contemplados com uma salvação cujo
fim é a nossa santificação.
Para o nosso presente propósito, não basta ir ao
relato de como o pecado entrou no mundo através do primeiro casal criado,
atendo-nos apenas aos fatos relacionados à narrativa da Queda, sobretudo quanto
à maneira desta entrada mediante tentação vindo do exterior da parte de Satanás
sobre a mulher. É preciso entender o mecanismo de operação desta tentação
naquela ocasião, uma vez que ela ocorreu quando a mulher era inocente, não
conhecia nem bem e nem mal, não sendo portanto ainda uma pecadora, e no
entanto, pela tentação, teve o desejo de praticar algo que lhe havia sido
proibido por Deus.
Poderia este desejo, sem a consumação do ato, ser
considerado como sendo a própria entrada do pecado? Em caso contrário, o que
seria necessário haver também para que assim fosse considerado?
Por que desde aquele primeiro pecado, toda a
descendência de Adão ficou encerrada no pecado? Por que o pecado permanece
ligado à natureza dos próprios crentes, mesmo depois da conversão deles?
Por que o pecado desagrada tanto a Deus que como
consequência produz a morte?
Estas e outras perguntas, procuraremos responder nas
linhas a seguir.
Antes de apresentar qualquer consideração específica
ao caso, é importante destacar que o único ser que possui vontade absoluta,
gerada em si mesmo, e sempre perfeita e aprovada, é Deus, cuja vontade é o
modelo de toda vontade também aprovada. Esta é a razão de Ele não poder ser
tentado ao mal, e a ninguém tentar. Sua vontade é santíssima e perfeitamente justa.
Mas no caso dos homens e até mesmo dos anjos, cuja vontade é a de uma criatura,
sendo dotados de vontade livre, estão contingenciados a submeterem suas
vontades à de Deus naqueles pontos em que o exercício da própria vontade deles
colidisse com esta vontade divina. Eles são livres para pensar, imaginar, agir,
criar, mas tudo dentro de uma esfera que não ultrapasse os limites que lhes são
determinados por Deus, quer na lei natural impressa em suas consciências, quer
na lei moral revelada em Sua Palavra, a qual é também impressa nas mentes e
corações dos crentes.
Temos assim, desde o início da criação, um campo
aberto para um possível conflito de vontades. Deus por um lado agindo pelo
Espírito Santo buscando nos mover à negação do ego para fazer não a nossa, mas
a Sua vontade, e o nosso ego querendo fazer algo que possa ser eventualmente
diferente daquilo que Deus determina para que façamos ou deixemos de fazer.
Neste ponto, podemos entender que a proposta de
Satanás para Eva no paraíso, buscava estimular e despertar desejos e
sentimentos em Eva para que a sua vontade fosse conduzida pela do diabo, e não
pela de Deus.
Se ao sentir-se inclinada à desobediência ela
tivesse recorrido à graça divina, clamando por ajuda para rejeitar a tentação e
permanecer obediente, a fé teria triunfado em sua confiança no Senhor e
sujeição a ele, e em vez de um ato pecaminoso, haveria um motivo para Deus ser
glorificado. E isto ocorreria todas as vezes em que ao ser tentado a fazer algo
diferente do que havia sido determinado por Deus, o homem escolhesse obedecer à
Sua Palavra, e não aos desejos criados em seus pensamentos e imaginação.
Podemos tirar assim a primeira grande conclusão em
ralação ao que seja o pecado, de que não se trata de algo corpóreo, ainda que
invisível, com existência própria e poder inteligente para nos influenciar, mas
é algo decorrente de nossas próprias inclinações, desejos e más escolhas,
especialmente quando não nos permitimos ser dirigidos e instruídos por Deus, e
não nos exercitamos em sujeitar todas as nossas faculdades a Ele para agir
conforme a Sua santa, boa, perfeita e agradável vontade.
É pelo desconhecimento desta verdade que muitos
crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a
aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos
exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já
se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro, é apenas uma das
faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração
instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão
inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito
Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a
mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no
Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através
de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que
Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de
um viver santificado.
O homem, tendo sido
criado em um estado tão santo e glorioso, foi colocado no Paraíso, que era sua residência.
No meio deste Jardim
do Éden estava a árvore da vida,
que não consideramos pertencer a uma certa espécie, mas
era uma árvore singular na natureza. “E
do chão fez o Senhor Deus crescer todas as árvores
... a árvore da vida também no meio do jardim ”(Gênesis 2:
9). Portanto, essa árvore não
foi encontrada em outros locais.
No Paraíso, havia
também a árvore do
conhecimento do bem e do mal. “Mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás” (Gn 2:17; 3: 3). Como lá havia apenas uma
árvore da vida; portanto, havia apenas uma árvore do conhecimento do bem e do
mal. Não
se afirma que isto se refere ao tipo de árvore, mas ao número. É simplesmente referido como "a árvore".
A razão para esse nome pode ser deduzido do próprio nome.
(1) Era uma árvore
probatória pela qual Deus desejava provar ao homem se ele perseveraria em fazer
o bem ou se ele cairia no mal, como se encontra em 2 Crônicas 32:31: “... Deus
o deixou, para julgá-lo, para que ele pudesse saber tudo que estava em seu
coração."
(2) O homem, ao comer
desta árvore, saberia em que condição pecaminosa e triste ele tinha trazido a
si mesmo.
O Senhor colocou Adão
e Eva neste jardim para cultivá-lo e
guardá-lo (Gn 2:15).
O sábado era a exceção, pois então
ele era obrigado a descansar e a se abster de trabalhar de acordo com o exemplo
que seu Criador lhe dera e ordenara que ele imitasse.
Assim, Adão tinha
todas as coisas em perfeição e para deleite do corpo e da alma. Se ele tivesse perseverado perfeitamente durante seu
período de estágio, ele, sem ver nenhuma morte, teria sido conduzido ao terceiro
céu, para a glória eterna. Embora
o corpo tivesse sido construído a partir de
elementos materiais, sua condição era tal que era
capaz de estar em união essencial com a alma imortal e capaz de existir sem
nunca estar sujeito a doença ou morte.
Se ele não tivesse
pecado, o homem não teria morrido, mas teria subido ao
céu com corpo e alma. Isso pode ser facilmente
deduzido do fato de que Enoque, mesmo depois da entrada do pecado no mundo, foi
arrebatado ao terceiro céu, sem passar pela morte, em razão de ter andado com
Deus.
Sendo este o desígnio de Deus na criação do homem, a saber, que ele
andasse em santidade de vida na Sua presença, então não é difícil concluir quão
enganados se encontram aqueles que apesar de terem muita prosperidade material
e facilidades no mundo, e que todavia não estão santificados pela Palavra de
Deus, aplicada pelo Espírito Santo, em razão da fé em Jesus, e que os tais
encontram-se mortos à vista de Deus em delitos e pecados, permanecendo debaixo
de uma maldição e condenação eternas, enquanto permanecerem na citada condição
sem arrependimento e conversão.
Aqui percebemos a
natureza abominável do pecado, enquanto o homem, sendo
dotado de faculdades tão excelentes para estar unido ao Seu
Criador com tantos laços de amor, partiu dEle, e O desprezou e O rejeitou.
Ele agiu para que o
Criador não o dominasse, mas que pudesse ser seu próprio senhor e viver de
acordo com a sua própria vontade.
Aqui brilha a
incompreensível bondade e sabedoria de Deus, na medida em que reconcilia tais
seres humanos maus consigo mesmo novamente através do Mediador Jesus Cristo. Ele fez com que este mediador viesse de Adão como
santo, tendo a mesma natureza que pecara, para suportar a punição do pecado do
próprio homem e, assim, cumprir toda a justiça. Tais
seres humanos, Ele novamente adota como Seus filhos e toma para Si em felicidade
eterna. A Ele seja dado
eterno louvor e honra por isso. Amém.
Eva foi seduzida a
comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela
não foi coagida, mas o fez por vontade própria.
Além
disso, Adão não foi o primeiro a ser enganado, nem foi enganado pela serpente,
mas como o apóstolo declara em 1 Tim 2:14, por uma Eva enganada - e, portanto,
subsequente a ela. Estou convencido de
que, se Adão permanecesse de pé, Eva teria suportado
o castigo sozinha. Como Adão
também pecou, no entanto, toda a
natureza humana, toda a raça humana, tornou-se
culpada, como Paulo disse: "Portanto, como por um homem o pecado entrou no
mundo ..." (Romanos 5:12). Ele
não apenas se refere ao pecado de Eva, mas ao pecado
de toda a raça humana, que é total e inteiramente encerrada em Adão e Eva, que
eram um em virtude de seu casamento. Em
vez disso, ele se refere especificamente ao pecado de Adão,
que foi o primeiro homem, a primeira e única fonte, tanto de Eva como de toda a
raça humana.
Entenda-se este ato
de ter sido encerrado por Deus no pecado, não como se Deus tivesse feito a cada
um de nós pecadores, ou então que tivesse transferido para nós o pecado
praticado por Adão, mas como a consideração e imputação de culpa a toda a
humanidade, e sujeição à maldição da condenação pela morte, uma vez que não
haveria quem não pecasse, já que o homem revelou desde Adão que de um modo ou
de outro faria um uso indevido de sua vontade, opondo-se a Deus. Pois sem a
concessão da Graça de Deus é impossível que o homem possa vencer o pecado. E a
Graça para tal propósito somente é concedida aos que creem em Jesus.
O pecado inicial não
pode ser encontrado no ato externo, nas emoções, afetos e inclinações, nem na
vontade. Em uma natureza
perfeita, vontade e emoções estão sujeitos ao
intelecto, pois não precedem o intelecto em sua função, mas são uma consequência
do mesmo.
O pecado inicial deve ser buscado no intelecto, que por meio de
raciocínio enganoso foi levado a concluir que eles não morreriam e que havia um
poder inerente àquela árvore para torná-los sábios, uma sabedoria que eles
poderiam desejar sem serem culpados de pecado. Essa
árvore tinha o nome de conhecimento,
que era desejável para eles. Mas
também trazia o nome de bem e mal,
mesmo que estivesse escondido deles quanto ao que era compreendido na palavra mal. A serpente usa esse nome como se grandes questões
estivessem ocultas nessas palavras. Como
o intelecto se concentrou mais na conveniência de se tornar sábio quanto a
árvore pela qual, como meio ou causa, essa sabedoria poderia ser transmitida a
eles, a intensa e viva consciência da proibição de não comer e da ameaça de
morte tendem a diminuir. A faculdade de
julgamento, sugerindo que seria desejável comer dessa árvore, despertou a
inclinação de adquirir sabedoria dessa maneira. Além
disso, havia o fato de que “... a mulher viu que
a árvore era boa para comer, e agradável aos olhos” (Gn
3: 6).
A decepção do
intelecto não foi consequência da natureza da árvore e de seus frutos, mas
devido às palavras da serpente e as palavras da mulher para Adão. Assim, foi tomada por verdadeira a palavra da
serpente, e depois a da mulher, em vez da Palavra de Deus. Portanto, o primeiro pecado foi a fé na serpente,
(ainda que não no animal propriamente dito, mas naquele que o usou como seu
instrumento, a saber, Satanás.), acreditando que eles não
morreriam, mas, em vez disso, adquiririam sabedoria.
O ato implicava uma
descrença em Deus que havia ameaçado a morte ao comer dessa árvore. Assim Eva em virtude da incredulidade tornou-se
desobediente, estendeu a mão e comeu. Ao
fazer isso, ela creu na serpente e foi enganada, este pecado é denominado como tal em 1 Tim 2:14 e
2 Cor 11: 3.
Da mesma maneira, ela
seduziu Adão. Portanto, o primeiro
pecado não era orgulho, isto é, ser igual a Deus, também não rebelião,
desobediência ou apetite injustificado, mas incredulidade.
Não crer na palavra
de Deus, não dar a devida observância a ela e não praticá-la, é tudo
consequente de incredulidade, e este é o pecado principal do qual os demais se
originam, pois o justo viverá por sua fé, e por esta fé é possível até mesmo
confessar-se culpado, arrepender-se e converter-se a Deus, e tudo isto sucede
por conta de se dar crédito às ameaças de Deus contra o pecado.
Concluímos, que o
pecado sempre jaz à porta, ele sempre nos assedia bem de perto, conforme
afirmam as Escrituras, pois o intelecto sempre é solicitado de uma forma ou de
outra, por tentações internas ou externas, a despertar a vontade e desejos
pecaminosos, que se não forem resistidos por meio da graça, sempre
prevalecerão.
Daí nos ser ordenado
a vigiar e orar incessantemente, porque a carne é fraca. A andarmos
continuamente no Espírito Santo para podermos vencer as obras da carne, e não
ceder às tentações.
É por meio de uma
vida santificada que nos tornamos fortes para resistir ao pecado, pois
eliminá-lo de uma vez por todas enquanto andamos neste mundo, equivaleria a
remover de nós toda a liberdade que temos de escolher livremente o que fazer e
o que não fazer. De modo que se não nos negarmos, se não sujeitarmos a nossa
vontade à de Deus, seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais
poderemos ter um caminhar vitorioso neste mundo.
Quando nosso Senhor foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo,
Ele foi solicitado a transformar pedras em pães porque era grande a sua fome no
final do jejum de quarenta dias e noites. O diabo vislumbrou nEle este desejo
por comida, e então reforçou o desejo por meio de tentação dizendo-lhe que se
era de fato o Filho de Deus, poderia transformar pedras em pães. Se Ele o
fizesse, teria pecado porque estava sob o comando total do Espírito Santo e
somente poderia fazer o que lhe fosse ordenado pelo Pai. Nada poderia fazer por
seu próprio poder, ao qual deveria renunciar em seu ministério terreno, para
ser obediente não como Deus, mas como homem, segundo a instrução do Espírito
Santo. O desejo de comer não era em si pecaminoso, mas a ordem era que somente
quebrasse o jejum quando lhe fosse permitido pelo Pai. Assim, Jesus renunciou
ao desejo, porque nem só de pão material vive o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus. O desejo não foi consumado e portanto não houve
pecado, mas uma obediência pela qual Deus foi glorificado.
O mesmo sucede conosco sempre que somos solicitados pelo nosso intelecto
a fazer o que nos seja vedado pela Palavra de Deus. Se renunciarmos à nossa
própria vontade para fazer a do Senhor, então somos aprovados e nisto Ele é
glorificado.
Assim, qualquer tentação específica traz em si mesma o potencial para a
nossa ruína, ou para a glória de Deus, em caso de desobediência ou obediência,
respectivamente.
“Se alguém vem a mim e não aborrece
a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda
a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E
qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser
meu discípulo.” (Lucas 14.26,27).
A cruz representa o ato de sacrificarmos a nossa própria vontade para
escolher fazer a de Deus.
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia
a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.33)
O fato de que Deus
desde a eternidade conheceu a queda, decretando que permitiria que ocorresse,
não é apenas confirmado pelas doutrinas de sua onisciência e decretos, mas
também pelo fato de que Deus desde a eternidade tem ordenado um Redentor para o
homem, para libertá-lo do pecado: o Senhor Jesus Cristo, a quem Pedro chama de
Cordeiro, “que em verdade foi predestinado antes da fundação do mundo” (1 Pedro
1:20).
O pecado causa a
morte eterna mas o seu efeito pode ser revertido por meio da fé em Jesus
Cristo. A Lei de Deus que opera segundo a Sua justiça, é implacável e amaldiçoa
a todo aquele que vier a transgredir a qualquer dos seus mandamentos. Mas o
amor, a misericórdia, a longanimidade e bondade de Deus dão ao pecador a
oportunidade de se voltar para Ele, através do arrependimento e da fé, pois o
próprio Deus proveu uma aliança com o Filho, através da qual pode adotar
pecadores como filhos amados, para serem tornados santos por Ele, prometendo-lhes
conduzi-los à perfeição total quando eles partirem para a glória celestial,
assim como havia feito nos próprios dias do Velho Testamento, dando inclusive
um novo corpo perfeito e glorificado a Enoque e a Elias. Mas todos os espíritos
dos que nEle creram foram transladados em perfeição para o mesmo céu de glória.
Deus nos ensina,
quando nele cremos, que a sua graça é suficiente e poderosa para nos firmar em
santidade, pois na nossa própria experiência conhecemos que quanto mais nos
consagramos a Ele, mais somos fortalecidos pela graça para resistir e vencer o
pecado, inclusive o que procura se levantar em nossa própria natureza terrena.
Por isso temos recebido em Cristo uma nova natureza, ao lado da antiga, para
subjugar esta última, pois a nova natureza é celestial, espiritual, divina e
santa, e sempre nos inclina para aquilo que é de Deus e que é conforme a Sua
santa vontade.
É por uma caminhada
constante no Espírito Santo, mediante a prática da Palavra, que somos tornados
cada vez mais espirituais e menos inclinados para a carne que não é sujeita à
lei de Deus e nem mesmo pode ser.
Mas é de tal ordem a
bondade e misericórdia que Deus nos tem concedido por meio da aliança da graça
em Cristo, que mesmo aqueles que não tenham feito grande progresso em
santificação têm a condenação eterna anulada por causa da união deles com
Jesus, por meio de quem receberam um novo nascimento espiritual para
pertencerem a Ele. Não serão jamais lançados fora conforme a Sua promessa,
porque isto seria a negação da verdade de que foram de fato salvos por pura
graça e não por mérito, virtude ou obras deles mesmos.
Deus nos trata conforme a cabeça da raça sob a qual
nos encontramos: se apenas em Adão, estamos condenados pela sentença que foi
lavrada sobre ele e todos aqueles que viriam a ser da sua descendência; mas se
estamos sob a cabeça de Cristo, recebemos um novo nascimento e somos ligados
espiritualmente a Ele, e não somos apenas livrados da sentença que tínhamos sob
Adão, pois somos considerados por Deus como tendo morrido juntamente com
Cristo, como também somos conduzidos à vida eterna, pelo poder da justificação
e da ressurreição, que o próprio Cristo experimentou, para que fosse também
comunicado aos que estão unidos a Ele pela fé.
Todos os homens,
tendo pecado em Adão, são roubados da imagem
de Deus, então todo homem nasce vazio de luz espiritual, amor,
verdade, vida e santidade.
Então ao se analisar
o que seja o pecado não se deve simplesmente pensar nas ações pecaminosas que
são resultantes do princípio que opera na natureza caída, mas nas consequências
de estarmos sem Cristo, e por conseguinte destituídos da graça de Deus.
Pois ainda que alguém
que não pertença a Cristo, estivesse isolado em um lugar ermo, e sem
pensamentos pecaminosos ou possibilidade de ser tentado a pecar, ainda assim,
esta pessoa estaria morta espiritualmente, em completa ignorância de Deus e da
Sua vontade santa, sem a possibilidade de ter comunhão com Ele, e portanto ter
paz, alegria e vida espiritual e participação em todas as virtudes de Cristo,
pois é esta a condição do homem natural sem Cristo.
Pela entrada do
pecado no mundo, em razão da incredulidade, é somente por meio da fé que Deus
pode se manifestar e habitar no interior do homem.
A justiça de Deus
exige que todo aquele que se aproxima dele para ter comunhão com ele, seja
também justo. E como poderia o pecador, destituído totalmente da justiça divina
se aproximar dEle, senão por meio dAquele que foi dado por Deus a ele para tal
aproximação por meio da fé?
A imagem de Deus é restaurada na regeneração. Tudo o que foi restaurado foi uma vez perdido, e o
que quer que seja dado não estava em posse anteriormente. “E vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;”
(Cl 3:10); “no sentido de que, quanto
ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as
concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em
justiça e retidão procedentes da verdade.”
(Ef 4: 22-24).
Ao nos dar Cristo,
Deus resolve o problema do pecado pela raiz, porque não trata conosco no varejo
de nossas transgressões, mas destrói a fábrica de veneno para que dali não
saiam mais produtos venenosos, pois a corrupção herdada também consiste em uma propensão ao pecado.
O pecado original não consiste apenas na ausência da justiça original, mas também na posse de uma propensão ao
contrário à justiça. A falta de ação da graça divina no
coração do pecador é o que faz com que seja avesso à vontade de Deus, e busque
seguir a sua própria vontade. É a graça somente quem pode transformar o nosso
coração de pedra insensível a Deus, por um coração de carne sensível a Ele.
Então, pela própria
entrada do pecado no mundo, podemos ser ensinados por Deus que não podemos
viver de modo agradável a Ele se não nos submetermos inteiramente a Cristo,
para que possamos receber graça sobre graça, que é a única maneira de sermos
mantidos firmes na fé e em santidade na Sua presença.
De modo que o maior pecado que uma pessoa pode cometer além da sua
condição natural pecaminosa é o de rejeitar a graça que lhe está sendo
oferecida em Cristo para ser curada do pecado e de suas consequências, e a
principal delas que é a morte espiritual e eterna.
O pecado e a morte que é
consequente dele devem ser combatidos com a vida de Jesus, e é em razão disso
que Ele sempre destacou em seu ministério terreno que a principal coisa que
temos a fazer é crer nEle, e disso os apóstolos e todos nós fomos encarregados
para dar testemunho desta verdade.
Não podemos considerar devidamente o pecado à parte de Jesus, pois Ele
não se manifestou apenas para que deixássemos de fazer o que é errado para
fazer o que é certo, mas para que tivéssemos vida em abundância e santa, para
que pudéssemos estar em comunhão com Deus, sendo coparticipantes da Sua
natureza divina, condição esta que foi perdida por Adão, e por ele, toda a sua
descendência.
Muitas outras considerações podem
ser feitas sobre o que seja o pecado e o modo como ele opera, e também o modo
como podemos alcançar a vitória sobre o pecado por meio da fé, mas entendemos
que as considerações que foram apresentadas são suficientes para o objetivo de
conhecermos melhor este inimigo, que não sendo vencido pode interromper a nossa
comunhão com Deus ou até mesmo impedir que alcancemos a vida eterna, pela
incredulidade em Cristo.
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