“Quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do
pecado, porque não creem em mim;” (João 16.8,9)
Se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e para tanto,
importava que fosse habitado e dirigido pelo Espírito Santo, recebendo a graça
de Jesus para poder ser e agir conforme o próprio Deus é e age, não é difícil
de se entender que o estado em que o homem se achará se estiver destituído da graça
e da vida de Deus, (condição esta, que a propósito é a de todo homem natural)
será a do que se costuma chamar de pecado.
Em vista disso, o
pecado original é chamado de velho homem
(Rm 6: 6), carne (João 3: 6), pecado (Rm 7:23), lei
do pecado (Rm 7:23), cobiça (Rm 7: 7), luxúria (Gl 5:17), impureza (Col 3: 5), imundícia (Tiago 1:21; 2 Cor 7: 1).
Todas estas definições nos falam de uma condição e não
propriamente de ações, as quais são consequentes da condição, a saber, o estado
pecaminoso da alma que se encontra desligada de Deus.
É isto que deve ser considerado principalmente, quando se
pensa em agradar a vontade de Deus, uma vez que ainda que estejamos muito
empenhados em não praticar atos pecaminosos, e se não estivermos voltados para
a fonte geradora de todos eles, que é a nossa falta de comunhão com Deus, de
santificação pelo Espírito Santo, por andar nEle tendo em nós mesmos a operação
da graça de Jesus, nossos melhores esforços darão em nada quanto ao nosso
objetivo de agradar a Deus.
Por isso Jesus nos chama a permanecer nele para que ele possa
permanecer em nós. Sem esta unidade espiritual não podemos produzir o fruto
esperado por Deus.
Quão inócuos se tornam à vista disso os argumentos que muitos
costumam apresentar para justificar os seus erros, com ditos como os seguintes,
por exemplo:
“Errar é humano”.
“Afinal quem não erra?”
“Deus é bom e não há de considerar a nossa fraqueza!”
“Quando qualquer pessoa morre ela vai para o céu.”
E muitas outras coisas são ditas para minimizar a gravidade do
estado pecaminoso do homem, e não são poucos os que costumam se abençoar no seu
íntimo considerando-se justos diante de Deus, a par do estado natural em que
vivem, sem terem nascido de novo do Espírito Santo.
Quando Adão caiu no pecado no Éden, isto foi devido ao fato
de ter crido no diabo e não naquilo que Deus lhe havia ordenado. Ele quis
alcançar a sabedoria sem ter que estar ligado a Deus e obedecê-lo. Ele quis
seguir o seu próprio caminho, pensando que o conseguiria comendo o fruto da
árvore do conhecimento do bem e do mal.
Ao fazê-lo não somente ele, mas todos os seus descendentes
ficaram sujeitos à separação da vida espiritual com Deus, uma vez que a
harmonia de vontades que é necessária para isto, havia sido rompida, tendo o
homem determinado seguir o seu próprio destino, sem buscar pautar os seus
passos pela vontade de Deus.
O homem buscando a sabedoria, ficou despojado da verdadeira
sabedoria que é aquela que procede do céu, e passou a viver apenas pelo que é
natural e terreno, tornando-se totalmente sujeito às trevas da ignorância em
relação às coisas celestiais, espirituais e divinas.
Mas, Deus, em grande misericórdia abriu um único caminho para
a verdade e a vida eterna, que o homem havia perdido, através da doação de
Jesus Cristo, para trazer perdão e justiça aos transgressores da lei de Deus,
de modo a poderem viver pela Sua própria justiça que seria imputada e
implantada neles.
E este caminho de volta seria feito pela mesma via da qual o
homem havia se desviado, a saber a da fé. Foi por falta de fé que o homem caiu,
e agora seria por professar fé em Cristo e na Sua Palavra, que o homem seria
reerguido para poder ser santificado pelas operações do Espírito Santo.
Não é sem motivo que Jesus define o pecado como sendo não
crer nEle, porque este é o único modo de não se conseguir vencer o pecado e
alcançar consequentemente a vida de comunhão com Deus, pela coparticipação da
natureza divina.
No texto de João 16.9 se declara expressamente que o Espírito
Santo convence o mundo que ele é pecador, pelo fato de não se crer em Jesus.
O homem natural encontra-se desligado de Deus e somente pode
ser reconciliado com Ele através da fé em Jesus. Não uma fé apenas nocional ou
verbal, mas aquela que o leva a confiar tudo o que é e tudo o que tem ao
senhorio de Jesus, para ser transformado e conduzido por Ele.
Não basta apenas crer que Jesus é o Senhor e o Salvador,
porque isto até mesmo os demônios fazem, mas crer do modo pelo qual convém crer
que é o de se render a Ele para ser o nosso Senhor e Salvador, pela concessão
da Sua graça que nos inclinará a viver em íntima comunhão com Ele, em plena
disposição de obedecer à Sua vontade.
Como somos devedores à justiça de Deus por conta da natureza
pecaminosa que temos, há necessidade de sermos lavados pelo sangue que Jesus
derramou na cruz, para que sob a cobertura do sangue do Seu sacrifício possamos
ser recebidos na presença de Deus.
No ato da nossa conversão o Espírito Santo passa a habitar no
nosso interior, produzindo em nós uma nova natureza celestial e divina, de modo
que não tenhamos um viver segundo a carne, mas espiritual, pois foi para isto
mesmo que fomos criados por Deus, pois Ele é espírito e importa que todos os
que dEle se aproximam sejam também espirituais.
Enquanto permanecemos sujeitos à incredulidade, não nos
entregando a Jesus pela fé, é evidente que não podemos ter esta vida
espiritual, uma vez que o Espírito Santo habita somente naqueles que têm fé
salvadora no Filho Unigênito de Deus.
Daí ser declarado nas Escrituras que o justo viverá pela fé.
Para agradar a Deus, por cumprimento do propósito para o qual
foi criado, qualquer pessoa terá obrigatoriamente que nascer de novo do
Espírito, recebendo uma nova natureza espiritual, e isto só será possível de
ser alcançado por meio da fé em Jesus, como pode ser visto em várias passagens
das Escrituras, das quais destacamos as poucas a seguir:
“10 O Verbo
estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele,
mas o mundo não o conheceu.
11 Veio para
o que era seu, e os seus não o receberam.
12 Mas, a
todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que creem no seu nome;
13 os quais não nasceram
do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”
(João 1.10-13)
“1 Havia,
entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
2 Este, de
noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre
vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais
que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
3 A isto,
respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.
4 Perguntou-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao
ventre materno e nascer segunda vez?
5 Respondeu
Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de
Deus.
6 O que é nascido
da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te
admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
8 O vento
sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo o que é nascido
do Espírito.
9 Então, lhe
perguntou Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu Jesus:
10 Tu és mestre
em Israel e não compreendes estas coisas?
11 Em
verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e
testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso
testemunho.
12 Se,
tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos
falar das celestiais?
13 Ora,
ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem
[que está no céu].
14 E do modo
por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem
seja levantado,
15 para que
todo o que nele crê tenha a vida eterna.
16 Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
17 Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele
crê não é julgado; o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 O
julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que
a luz; porque as suas obras eram más.
20 Pois todo
aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a
fim de não serem arguidas as suas obras.
21 Quem
pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam
manifestas, porque feitas em Deus.” (João 3.1-21)
“33 Quem,
todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez, certifica que Deus é
verdadeiro.
34 Pois o
enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por
medida.
35 O Pai ama
ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos.
36 Por isso,
quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde
contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus.” (João 3.33-36)
“34 Então, falou
Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de
pessoas;
35 pelo contrário, em
qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.
36 Esta é a palavra
que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por
meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos.
37 Vós
conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judeia, tendo começado desde a
Galileia, depois do batismo que João pregou,
38 como Deus
ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o
qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do
diabo, porque Deus era com ele;
39 e nós somos
testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual
também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro.
40 A este
ressuscitou Deus no terceiro dia e concedeu que fosse manifesto,
41 não a todo o
povo, mas às testemunhas que foram anteriormente escolhidas por Deus, isto é, a nós que
comemos e bebemos com ele, depois que ressurgiu dentre os mortos;
42 e nos
mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz
de vivos e de mortos.
43 Dele todos
os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe
remissão de pecados.
44 Ainda
Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os
que ouviam a palavra.” (Atos 10.34-44)
“3 Pois nós também,
outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de
paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos
outros.
4 Quando,
porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor
para com todos,
5 não por
obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo,
6 que ele
derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso
Salvador,
7 a fim de
que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança
da vida eterna.” (Tito 3.3-7)
“38 Também não tendes a
sua palavra permanente em vós, porque não credes
naquele a quem ele enviou.
39 Examinais
as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim.
40 Contudo, não quereis
vir a mim para terdes vida.” (João 5.38-40).
“27 Trabalhai,
não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a
qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou
com o seu selo.
28 Dirigiram-se,
pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
29 Respondeu-lhes
Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi
enviado.
30 Então, lhe
disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são
os teus feitos?
31 Nossos
pais comeram o maná no deserto, como está escrito:
Deu-lhes a comer pão do céu.
32 Replicou-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos
deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.
33 Porque o pão de Deus é o que
desce do céu e dá vida ao mundo.
34 Então, lhe
disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão.
35 Declarou-lhes,
pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o
que crê em mim jamais terá sede.
36 Porém eu já vos disse
que, embora me tenhais visto, não credes.
37 Todo
aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim,
de modo nenhum o lançarei fora.
38 Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou.
39 E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
40 De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
41 Murmuravam,
pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que
desceu do céu.
42 E diziam:
Não é este Jesus, o filho de José? Acaso, não lhe
conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora diz: Desci do céu?
43 Respondeu-lhes
Jesus: Não murmureis entre vós.
44 Ninguém pode vir
a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.
45 Está escrito
nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo
aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.
46 Não que alguém tenha
visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto.
47 Em
verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna.
48 Eu sou o pão da vida.
49 Vossos
pais comeram o maná no deserto e morreram.
50 Este é o pão que
desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça.
51 Eu sou o pão vivo que
desceu do céu; se alguém dele comer, viverá
eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha
carne.
52 Disputavam,
pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a comer a sua própria
carne?
53 Respondeu-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós
mesmos.
54 Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Pois a
minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.
57 Assim como
o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de
mim se alimenta por mim viverá.
58 Este é o pão que
desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram
e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.
59 Estas
coisas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
60 Muitos dos
seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este
discurso; quem o pode ouvir?
61 Mas Jesus,
sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras,
interpelou-os: Isto vos escandaliza?
62 Que será, pois, se
virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?
63 O espírito é o que
vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são
espírito e são vida.
64 Contudo, há
descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais
eram os que não criam e quem o havia de trair.
65 E
prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a
mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.
66 À vista
disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam
com ele.
67 Então,
perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros
retirar-vos?
68 Respondeu-lhe
Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna;
69 e nós temos
crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.” (João 6.27-69)
“38 Quem crer
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
39 Isto ele
disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não
havia sido ainda glorificado.” (João 7.38,39).
“39 Então, lhe
responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se
sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
40 Mas agora
procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus;
assim não procedeu Abraão.
41 Vós fazeis
as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos
bastardos; temos um pai, que é Deus.
42 Replicou-lhes
Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de
amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de
mim mesmo, mas ele me enviou.
43 Qual a razão por que
não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de
ouvir a minha palavra.
44 Vós sois do
diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde
o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai
da mentira.
45 Mas,
porque eu digo a verdade, não me credes.
46 Quem
dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me
credes?
47 Quem é de Deus
ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque
não sois de Deus.
48 Responderam,
pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos
razão em dizer que és samaritano e tens demônio?
49 Replicou
Jesus: Eu não tenho demônio; pelo contrário, honro
a meu Pai, e vós me desonrais.
50 Eu não
procuro a minha própria glória; há quem a busque e julgue.
51 Em
verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra,
não verá a morte, eternamente.
52 Disseram-lhe
os judeus: Agora, estamos certos de que tens demônio. Abraão morreu,
e também os profetas, e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, não
provará a morte, eternamente.
53 És maior do
que Abraão, o nosso pai, que morreu? Também os profetas morreram. Quem,
pois, te fazes ser?
54 Respondeu
Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica
é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.
55 Entretanto,
vós não o tendes conhecido; eu, porém, o conheço. Se eu
disser que não o conheço, serei como vós:
mentiroso; mas eu o conheço e guardo a sua palavra.
56 Abraão,
vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.” (João 8.39-56)
“35 Ouvindo
Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no
Filho do Homem?
36 Ele
respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia?
37 E Jesus
lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo.
38 Então, afirmou
ele: Creio, Senhor; e o adorou.
39 Prosseguiu
Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem
vejam, e os que veem se tornem cegos.
40 Alguns
dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós
somos cegos?
41 Respondeu-lhes
Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas,
porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.” (João
9.35-41)
“7 Jesus,
pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das
ovelhas.
8 Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e
salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.
9 Eu sou a
porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.
10 O ladrão vem
somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham
em abundância.
11 Eu sou o
bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
12 O mercenário, que não é pastor, a
quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as
ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa.
13 O mercenário foge,
porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.
14 Eu sou o
bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim,
15 assim como
o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida
pelas ovelhas.
16 Ainda
tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém
conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho
e um pastor.
17 Por isso,
o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.
18 Ninguém a tira
de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a
entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.” (João
10.7-18)
“37 Se não faço as obras
de meu Pai, não me acrediteis;
38 mas, se faço, e não me
credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em
mim, e eu estou no Pai.
39 Nesse
ponto, procuravam, outra vez, prendê-lo; mas ele se livrou das
suas mãos.
40 Novamente,
se retirou para além do Jordão, para o lugar onde João batizava
no princípio; e ali permaneceu.
41 E iam
muitos ter com ele e diziam: Realmente, João não fez
nenhum sinal, porém tudo quanto disse a respeito deste era verdade.
42 E muitos
ali creram nele.” (João 10.37-42)
“25 Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim,
ainda que morra, viverá;
26 e todo o
que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?
27 Sim,
Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que
devia vir ao mundo.” (João 11.25-27)
“35 Respondeu-lhes
Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto
tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda
nas trevas não sabe para onde vai.
36 Enquanto
tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz. Jesus disse
estas coisas e, retirando-se, ocultou-se deles.
37 E, embora
tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram
nele,
38 para se
cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem
creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
39 Por isso,
não podiam crer, porque Isaías disse ainda:
40 Cegou-lhes
os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam
com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam
por mim curados.
41 Isto disse
Isaías porque viu a glória dele e falou a seu respeito.
42 Contudo,
muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa
dos fariseus, não o confessavam, para não serem
expulsos da sinagoga;
43 porque
amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.
44 E Jesus
clamou, dizendo: Quem crê em mim crê, não em mim,
mas naquele que me enviou.
45 E quem me
vê a mim vê aquele que me enviou.
46 Eu vim
como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas
trevas.
47 Se alguém ouvir as
minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo;
porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
48 Quem me
rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria
palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.
49 Porque eu
não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem
prescrito o que dizer e o que anunciar.
50 E sei que
o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, pois, que eu falo,
como o Pai mo tem dito, assim falo.” (João 12.35-50)
“6 Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao
Pai senão por mim.
7 Se vós me tivésseis
conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o
conheceis e o tendes visto.
8 Replicou-lhe
Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9 Disse-lhe
Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens
conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu:
Mostra-nos o Pai?
10 Não crês que eu
estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos
digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas
obras.
11 Crede-me
que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
12 Em
verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim
fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu
vou para junto do Pai.” (João 14.6-12)
“1 Eu sou a
videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
2 Todo ramo
que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá
fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
3 Vós já estais
limpos pela palavra que vos tenho falado;
4 permanecei
em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira,
assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.
5 Eu sou a
videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6 Se alguém não
permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo,
e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.
7 Se
permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis o que quiserdes, e vos será feito.
8 Nisto é
glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
9 Como o Pai
me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
10 Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho
guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.” (João
15.1-10)
“7 Mas eu vos
digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque,
se eu não for, o Consolador não virá para vós outros;
se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.
8 Quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:
9 do pecado,
porque não creem em mim;
10 da justiça, porque
vou para o Pai, e não me vereis mais;
11 do juízo, porque
o príncipe deste mundo já está julgado.”
(João 16.7-11)
“1 Tendo
Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse:
Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a
ti,
2 assim como
lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida
eterna a todos os que lhe deste.
3 E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4 Eu te
glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;
5 e, agora,
glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de
ti, antes que houvesse mundo.
6 Manifestei
o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e
eles têm guardado a tua palavra.
7 Agora,
eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;
8 porque eu
lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e
verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.
9 É por eles
que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;”
(João 17.1-9)
“24 Pai, a
minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,
para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da
fundação do mundo.
25 Pai justo,
o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes
compreenderam que tu me enviaste.
26 Eu lhes
fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que
me amaste esteja neles, e eu neles esteja.” (João 17.24-26)
“23 Ora, o seu
mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos
amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
24 E aquele
que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto
conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos
deu.” (I João 3.23,24)
“9 Se
admitimos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior;
ora, este é o testemunho de Deus, que ele dá acerca do seu Filho.
10 Aquele que
crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a
Deus o faz mentiroso, porque não crê no
testemunho que Deus dá acerca do seu Filho.
11 E o
testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho.
12 Aquele que
tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a
vida.
13 Estas
coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros
que credes em o nome do Filho de Deus.” (I João 5.9-13)
APÊNDICE:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Há somente um evangelho pelo qual podemos ser
verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas
páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até
mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem
ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do
evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.
Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a
seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa
salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender
que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita
entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas
diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a
Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem
perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento
espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações
transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo
meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo
que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os
redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o
de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam
debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem
transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos
seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça
divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus
pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do seu sangue, porque a lei
determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento
substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores,
assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que
seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado,
eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria
ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça
feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício,
Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por
si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da
natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi
gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício.
O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também
divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do
próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de
Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e
importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para
nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a
Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes,
para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a
vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é
apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro
caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é
estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que
sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e
santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do
pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com
Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza
espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende
nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante
a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse
assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda
que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens
bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o
resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus
poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia
da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está
inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da
salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque
não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não
perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma
de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que
tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas
imperfeições e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus,
mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não
foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a
Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé
nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da
sua salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central
relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de
forma resumida no primeiro deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta
verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que
esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do
pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação
segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são
a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos
termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e
os crentes apenas os beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são
convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem
salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho
que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado
pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito importante,
de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a
salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e
consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi
feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para
garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto
venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a
glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus
Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado
somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo
poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto
da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa,
capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como
temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados
em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que
busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer
impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e
completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até
mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida
deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver
hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessadas em
demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da
parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz
que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados
e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a
nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para
a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários
para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina,
no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova
criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está
ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois
tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se
inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se
encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e
não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do
mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas
naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo
qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a
glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação
dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o
nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo
desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que
nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da
fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por
meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação,
inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da
geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o
quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da
salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e
assim sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada possuem
em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se
dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o
pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem
perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que
costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra
e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da
fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da
Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não significa:
de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido
na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos
são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva.
Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo
da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos
um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que
aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e
Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em
santo e recebido como filho adotivo por Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus
são necessários para o nossos aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa
santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião,
totalmente perdidos e mortos em
transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da promessa da
aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre
o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por
graça e mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito
para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios
desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia,
isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda
uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós
mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a
aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e
assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais
poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso Sumo Sacerdote e
Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou
oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido
por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai
para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação eternas, senão somente
nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.
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