Para
que isto ocorra deve haver uma submissão voluntária e amorosa da nossa vontade
à divina.
Quando assim sucede
cumpre-se a petição da oração do Pai Nosso de que a vontade de Deus seja feita
na terra assim como é feita no céu, no qual há perfeita harmonia entre a
vontade dos anjos e dos santos glorificados e a de Deus.
Entretanto, como os
santos na terra encontram-se ainda sujeitos às imperfeições e fraquezas decorrentes
do pecado residente, a harmonia entre a vontade deles e a de Deus sempre será
proporcionalmente dependente do grau de obediência deles a Deus e à Sua
Palavra, e do quanto andem sob a influência, direção e instrução do Espírito
Santo, mormente para a transformação de suas vidas, pela renovação de suas
mentes.
Como a vontade é
influenciada pelo intelecto que é composto tanto pelo entendimento consciente
(exercício da razão, estímulos sensoriais, sentimentos, emoções etc) e pelo
subconsciente (expressado nos sonhos, memórias etc), há necessidade de que o
nosso entendimento seja formado pelo Espírito Santo mediante aplicação da
Palavra de Deus, para a formação de padrões mentais espirituais, celestiais e
divinos.
Afinal, o homem que
é segundo o propósito de Deus para o que deve ser a humanidade, é aquele que é
dirigido pela vontade de Deus assumindo-a como a sua própria vontade, uma vez
que a criatura é dependente em tudo do Criador, para uma perfeita obediência.
Jesus se fez homem
para também nos ensinar através de Seu próprio procedimento, inteiramente
obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também viver, a
saber, em santa obediência.
Deve haver uma
renúncia ao ego, à própria vontade, para que não haja colisão ou divergência de
direcionamento, e certamente, isto é da exclusiva competência da criatura.
Sem oração
incessante, sem meditação constante e prática da Palavra não é possível renovar
a mente conforme é requerido para que possamos conhecer e fazer a santa, boa e
agradável vontade de Deus.
Não se trata apenas
de uma obediência exterior o que se tem em vista, mas uma ação transformadora
do nosso interior de maneira que sejamos como as tábuas da lei divina escrita
em nossas mentes e corações.
Enquanto Deus e a
Sua Palavra não forem todo o nosso prazer isto é um sinal evidente de que não
fomos renovados tanto quanto deveríamos para poder andar em acordo com a Sua
vontade.
É preciso batalhar
contra a carne, inclinar-se segundo o pendor do Espírito, para que Ele
prevaleça nesta luta contra a carne, em que a nossa própria vontade é colocada
em xeque, porque a carne procura nos dominar em uma determinada direção, e o
Espírito em outra, importando que não façamos nem mesmo a nossa própria
vontade, por mais correta e boa que ela possa nos parecer, mas fazer a do
Espírito. Nós podemos ver isto no texto de Gálatas 5.16-25:
“16 Digo, porém: andai
no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
17 Porque a
carne milita contra o Espírito, e o Espírito,
contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer.
18 Mas, se
sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.
19 Ora, as
obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
20 idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções,
21 invejas,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu
vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os
que tais coisas praticam.
22 Mas o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23 mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há lei.
24 E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e
concupiscências.
25 Se vivemos
no Espírito, andemos também no Espírito.”
O pecado residente
procura nos conduzir a um viver carnal, por uma mente carnal, que manifeste as
obras da carne em nosso comportamento, e o Espírito busca implantar o Seu fruto
em nosso caráter.
Em maior ou menor
grau sempre devemos ser achados empenhados nesta batalha em nossa jornada
terrena.
O apóstolo detalha
este conflito que há entre o pecado residente (carne, velho homem) e o
Espírito, no texto de Romanos 7, em que demonstra a nossa inteira dependência
da graça de Jesus, para que possamos sair vitoriosos nesta luta.
“5 Porque,
quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em
realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.
6 Agora, porém,
libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo
que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.
7 Que
diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria
conhecido o pecado, senão por intermédio da
lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás.
8 Mas o
pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte
de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado.
9 Outrora,
sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri.
10 E o
mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para
morte.
11 Porque o
pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me
matou.
12 Por
conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.
13 Acaso o
bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o
pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a
morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.
14 Porque bem
sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do
pecado.
15 Porque nem
mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que
prefiro, e sim o que detesto.
16 Ora, se faço o que não quero,
consinto com a lei, que é boa.
17 Neste
caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que
habita em mim.
18 Porque eu
sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita
bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
19 Porque não faço o bem
que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
20 Mas, se eu
faço o que não quero, já não sou eu
quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.
21 Então, ao
querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
22 Porque, no
tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 mas vejo,
nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz
prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Desventurado
homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
25 Graças a Deus
por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente,
sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.” (Romanos
7.5-25).
Observe que o apóstolo afirma que ele amava a lei de Deus segundo o
homem interior, ou seja, segundo a nova criatura, o novo homem, mas via
operando em seus membros uma outra lei, a do pecado, que o levava a agir de
modo contrário à sua vontade de fazer a vontade de Deus.
Disto aprendemos que a força do pecado é maior do que a força da nossa
própria vontade. Ora, se o pecado é a consumação da vontade na direção oposta à
de Deus, então estaríamos completamente derrotados nesta batalha espiritual sem
a assistência da graça de Jesus, que é o único poder maior do que o do pecado.
É preciso portanto formar padrões de santidade a nível do subconsciente,
pelo hábito da oração, da meditação e de outros meios de graça, para que o
nosso padrão de reação às solicitações de tentações externas ou internas, seja
o de resistir a elas e rejeitá-las, e isto faremos se formos espirituais e não
carnais.
Isto explica porque tantos fracassam no seu desejo de viver de modo
agradável a Deus, porque são derrotados pela falta de uma mente espiritual, e
por tentarem vencer as tentações pelo mero cumprimento do mandamento segundo o
homem natural.
Aqui cabe uma exposição para entendermos que o poder natural nada tem a
ver com o poder espiritual. O homem perdeu inteiramente a capacidade de viver
segundo o Espírito, porque sendo carnal, nada entende ou é capaz de viver o que
Deus é em Sua natureza e virtudes. O pecador está destituído da graça e da
glória divinas. Assim, todo o bem que ainda há nele, como homem natural é
apenas um resquício do que sobrou da lei implantada por Deus na consciência do
primeiro homem, que o inclinava para a prática da justiça, do amor, da paz e da
bondade. Mas isto foi arruinado pela entrada do pecado no mundo, e toda a sua
descendência foi encerrada nesta condição por Deus, que sendo santo, ficou
impedido de ter comunhão com o homem, e comunicar-se com Ele fazendo-o
conhecedor e praticante da Sua santa vontade.
Quando nos convertemos a Cristo, nós somos restaurados por sermos
reconciliados com Deus, mas há todo um crescimento em graça diante de nós, para
que possamos conhecer e praticar a vontade de Deus de forma amadurecida e
aprovada.
Isto será obtido por continuados exercícios em negar-nos a nós mesmos, a
carregar a cruz pela escolha da vontade do Senhor e não da nossa, e a renunciar
aos nossos objetivos, naquilo em que possam colidir com os de Deus.
Mas, tudo isto é apenas parte das muitas coisas que aprenderemos em
nossa caminhada cristã, e que nos serão ensinadas e aplicas pelo Espírito
Santo.
Se caminharmos por fé e não por vista, aprendendo a renunciar a tudo o
que for necessário para que o Senhor e o Seu reino seja de fato o nosso
primeiro interesse de busca, então é bem certo que faremos progresso em ter a
nossa vontade harmonizada com a divina.
Se permanecermos no Senhor e na Sua Palavra Ele também permanecerá em nós,
e então poderemos dar o fruto esperado. Sem Ele nada podemos fazer. Conhecendo
por experiência esta grande verdade, Ele passará a ser o nosso tudo em tudo, e
há de se manifestar a nós progressivamente fazendo-nos conhecer mais e mais o
Seu caráter e virtudes, que nos levará a amá-lo sempre mais.
O mundo presente de tão acostumado que está com tantas novidades
naturais, com tantos avanços tecnológicos, com tantas coisas para ocupar a
mente, tem se distanciado cada vez mais das coisas que são eternas, espirituais,
celestiais e divinas, as quais, a propósito, só podem ser devidamente
conhecidas à medida que nos são reveladas através da nossa comunhão real com
Cristo.
Então não é de se admirar que se veja tanto mundanismo e carnalidade na
própria igreja cristã, onde o verdadeiro evangelho ou tem sido encoberto ou
adulterado, em grande parte por ignorância daqueles que o pregam e ensinam.
Eles não o aprenderam porque não gastaram tempo aos pés de Jesus. Não
consagraram suas vidas para conhecê-lo mediante aplicação ao aprendizado da
Palavra. E quando não se conhece a Palavra do Senhor, não se pode conhecer qual
seja a Sua vontade.
Mas, voltemos à questão de que se pode confundir a bondade e justiça do
homem natural como sendo a vontade de Deus, quando na verdade nada há de comum
entre ambas.
Como dissemos os resquícios do que se herdou da bondade e justiça de
Adão, apesar de isto ter sido implantado nele por Deus, é algo que podemos
exercitar até mesmo sem ter qualquer ligação com Deus ou respeito e
consideração à Sua vontade. Podemos andar de modo independente, vivendo na
energia da carne, enquanto praticamos ações de benemerência e todo tipo de
assistência e ajuda ao nosso próximo. Podemos ser muito aplicados em atender às
necessidades de nossas famílias, e ainda assim, podemos ser inimigos de Deus,
não reconciliados com Ele por meio da fé em Jesus, incapacitados de prestar-lhe
o devido culto de adoração em Espírito, alienados da vida do evangelho, e sem
qualquer interesse no avanço do reino de Jesus. E então de que nos servirá toda
a prática do nosso bem, no fim, quando tivermos que comparecer diante do
tribunal de Deus no grande dia do Juízo?
No que as nossas supostas boas obras estavam harmonizadas com a vontade divina?
O homem não deve ser justo apenas em relação ao homem, mas também e
principalmente em relação a Deus, conforme o dever de adoração e obediência aos
Seus mandamentos, conforme nos tem ordenado.
“21 Aquele que
tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama
será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
22 Disse-lhe
Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a
nós e não ao mundo?
23 Respondeu
Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada.
24 Quem não me ama não guarda
as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas
do Pai, que me enviou.
25 Isto vos
tenho dito, estando ainda convosco;
26 mas o
Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar
de tudo o que vos tenho dito.” (João 14.21-26).
“3 Ora,
sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos.
4 Aquele que
diz: Eu o conheço e não guarda os seus
mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Aquele,
entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
6 aquele que
diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
7 Amados, não vos
escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde
o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra
que ouvistes.
8 Todavia,
vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós,
porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.” (I João
2.3-8).
Nós abrimos este discurso falando da relação entre a vontade e o
intelecto, e como o intelecto é formado pelo entendimento, devemos pedir
sabedoria a Deus para que nos dê inteligência espiritual, que nos capacite a
entender a verdade em seu sentido e significado espiritual, e não de modo
carnal, por uma compreensão carnal da Sua Palavra, que não nos trará qualquer
benefício.
“15 Por isso,
também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no
Senhor Jesus e o amor para com todos os santos,
16 não cesso de
dar graças por vós, fazendo menção de vós nas
minhas orações,
17 para que o
Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,
18 iluminados
os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu
chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos
santos
19 e qual a
suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu
poder;
20 o qual
exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua
direita nos lugares celestiais,
21 acima de
todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se
possa referir não só no presente século, mas
também no vindouro.” (Efésios 1.15-21).
“20 Mas não foi
assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de
fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade
em Jesus,
22 no sentido
de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe
segundo as concupiscências do engano,
23 e vos
renoveis no espírito do vosso entendimento,
24 e vos
revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão
procedentes da verdade.” (Efésios 4.20-24).
“9 Por esta
razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de
pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a
sabedoria e entendimento espiritual;
10 a fim de
viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em
toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;
11 sendo
fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a
perseverança e longanimidade; com alegria,
12 dando graças ao Pai,
que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.”
(Colossenses 1.9-12).
“1 Gostaria,
pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos
laodicenses e por quantos não me viram face a face;
2 para que o
coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham
toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para
compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,
3 em quem
todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.”
(Colossenses 2.1-3).
“44 A seguir,
Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda
convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de
Moisés, nos Profetas e nos Salmos.
45 Então, lhes
abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras;” (Lucas 24.44,45).
É por se fazer a vontade de Deus e não a nossa própria que temos cada
vez mais confirmado o acesso que temos tido ao reino dos céus, e nisto, nosso
Senhor nos deixou o Seu próprio exemplo para ser seguido por nós.
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7.21).
“Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar
de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.” (Mateus 26.42).
“ Disse-lhes Jesus: A minha comida
consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (João
4.34).
“Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu
juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que
me enviou.” (João 5.30).
“38 Porque eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me
enviou.
39 E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de
todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.
40 De fato, a
vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Joião 6.38-40).
“16 Respondeu-lhes
Jesus: O meu ensino não é meu, e sim daquele que me
enviou.
17 Se alguém quiser
fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é
de Deus ou se eu falo por mim mesmo.” (João 7.16,17).
Nossas menores decisões devem ser submetidas à vontade de Deus para
sabermos se são aprovadas ou não por Ele; nossas orações devem ser feitas no
Espírito para que sejam segundo a vontade de Deus; enfim, tudo o que pensamos,
sentimos, ou pretendemos fazer deve ser submetido ao padrão da vontade do
Senhor revelada em Sua Palavra, antes de permitirmos ser dirigidos por eles.
“26 Também o
Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos
orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis.
27 E aquele
que sonda os corações sabe qual é a mente
do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.”
(Romanos 8.26,27).
“1 Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.
3 Porque,
pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo
além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus
repartiu a cada um.” (Romanos 12.1-3).
“E não somente fizeram como nós esperávamos, mas
também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de
Deus;” (II Coríntios 8.5).
“17 Por esta
razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do
Senhor.
18 E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito,
19 falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais,
20 dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5.17-21).
“5 Quanto a vós outros,
servos, obedecei a vosso Senhor segundo a carne com temor e tremor, na
sinceridade do vosso coração, como a Cristo,
6 não servindo
à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo,
de coração, a vontade de Deus;
7 servindo
de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens,” (Efésios 6.5-7).
“12 Assim,
pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor;
13 porque
Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade.
14 Fazei tudo
sem murmurações nem contendas,” (Filipenses 2.12-14).
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos
abstenhais da prostituição;” (I Tessalonicenses 4.3).
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo
Jesus para convosco.” (I Tessalonicenses 5.18).
“20 Ora, o
Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o
grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança,
21 vos
aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é
agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o
sempre. Amém!” (Hebreus 13.20,21).
“13 Sujeitai-vos
a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao
rei, como soberano,
14 quer às
autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como
para louvor dos que praticam o bem.
15 Porque
assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer
a ignorância dos insensatos;
16 como
livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da
malícia, mas vivendo como servos de Deus.” (I Pedro 2.13-16).
“1 Ora, tendo
Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo
pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado,
2 para que,
no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com
as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
3 Porque
basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo
andado em dissoluções, concupiscências,
borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.” (I Pedro
4.1-3).
“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência;
aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2.17).
“E esta é a confiança que temos para com ele:
que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (I João
5.14).
APÊNDICE:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Há somente um evangelho pelo qual podemos ser
verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas
páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até
mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem
ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do
evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.
Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a
seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa
salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender
que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita
entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas
diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a
Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem
perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento
espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações
transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo
meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo
que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os
redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o
de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam
debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido
a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário
que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja
sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus
pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do seu sangue, porque a lei
determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento
substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores,
assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que
seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado,
eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria
ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça
feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício,
Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por
si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da
natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi
gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse
humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos
redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de
Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e
importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para
nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a
Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes,
para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a
vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é
apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro
caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é
estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que
sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e
santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do
pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com
Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza
espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e
mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não
fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que
ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens
bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o
resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus
poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia
da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está
inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da
salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque
não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não
perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma
de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que
tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas
imperfeições e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus,
mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não
foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a
Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé
nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da
sua salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central
relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de
forma resumida no primeiro deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta
verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que
esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do
pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação
segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são
a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos
termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e
os crentes apenas os beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são
convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem
salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho
que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado
pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito importante,
de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a
salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e
consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi
feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para
garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto
venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a
glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus
Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado
somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo
poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto
da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa,
capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como
temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados
em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que
busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer
impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e
completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até
mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida
deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver
hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessadas em
demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da
parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz
que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados
e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a
nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para
a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários
para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina,
no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova
criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está
ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois
tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se
inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se
encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e
não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do
mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas
naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo
qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a
glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação
dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o
nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo
desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que
nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da
fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por
meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação, inclusive
desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da geração
de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o
quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da
salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e
assim sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada
possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se
dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o
pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem
perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que
costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela
palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por
meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da
Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não significa:
de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido
na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos
são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva.
Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo
da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos
um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que
aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e
Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em
santo e recebido como filho adotivo por Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus
são necessários para o nossos aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa
santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião,
totalmente perdidos e mortos em
transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da promessa da
aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre
o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por
graça e mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito
para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios
desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia,
isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda
uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós
mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a
aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e
assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais
poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso Sumo Sacerdote e
Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou
oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido
por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai
para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação eternas, senão somente
nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.
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