“43 Ouvistes
que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos
digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
45 para que
vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre
maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
46 Porque, se
amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os
publicanos também o mesmo?
47 E, se
saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os
gentios também o mesmo?
48 Portanto,
sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.43-48).
Foi principalmente por ter em vista a aplicação
incorreta que os judeus haviam feito da lei de Moisés, acrescentando à mesma um
preceito que não se encontra na revelação, a saber, o de se odiar os inimigos,
que nosso Senhor Jesus Cristo acrescentou esta instrução no Sermão do Monte,
quanto ao dever de não se odiar os inimigos, mas de amá-los.
A interpretação destas palavras tem sido feita de variadas maneiras, que
em sua grande maioria ou fica aquém do ensino pretendido por Jesus, ou até
mesmo que o adulteram.
Como elas foram proferidas no contexto do Velho Testamento, no qual os
judeus ainda viviam durante o ministério terreno de Jesus, uma vez que o Novo
Testamento, ou Nova Aliança, entraria em vigor, somente depois da Sua morte e
ressurreição, entendemos que seria oportuno e conveniente interpretá-las no
próprio contexto em que foram proferidas, uma vez que apesar de se referirem a
um dever universal, o ensino foi colocado para corrigir, antes de tudo, o modo
como a cultura do judaísmo tratava o assunto.
É possível que o mandamento divino de que Israel não se misturasse aos
costumes das nações pagãs, imitando as suas más obras, possa ter sido uma das
causas que levaram à distorção do mandamento, levando os israelitas à
consideração de que o amor deveria ser restringido entre aqueles que fossem da
nação eleita, e que as pessoas das demais nações deveriam ser odiadas, ainda
que não propriamente com um ódio de caráter intencional destruidor, mas que os
levasse a se aborrecerem dos que não seguissem nos mesmos costumes em que os
israelitas viviam.
Nós vimos que mesmo entre eles, havia muitas divisões e dissensões,
decorrentes de um zelo sem discernimento quanto à aplicação da Lei de Moisés,
considerando que fosse até mesmo apropriado perseguir, prender e matar aqueles,
que segundo o próprio entendimento deles, estavam agindo contra a Lei de
Moisés. Isto era feito na maior parte dos casos por motivações invejosas e
carnais, pela consideração de se considerarem superiores aos demais que não
conheciam a Lei, conforme podemos ver no caso da perseguição sofrida pelo
próprio Senhor Jesus pelos judeus, e depois dEle, pelos apóstolos e os demais
crentes.
Eles faziam tudo isto alegando estarem respaldados
pela Lei, que consentia neste ódio aos inimigos.
Ora, como o Evangelho é a chamada de Deus a todos os
povos e nações, para que se convertam a Cristo, pela graça e mediante a fé,
jamais haveria qualquer progresso no Reino de Deus caso um espírito rancoroso
como o citado prevalecesse. Como poderia haver missões evangelizadoras,
sobretudo entre os gentios, como por exemplo, as empreendidas pelo apóstolo
Paulo, estando-se sob o domínio deste espírito que faz acepção de pessoas? Como
o amor de Deus prevaleceria entre pecadores conduzindo-os ao arrependimento e à
conversão?
Foi portanto, para este motivo maior da expansão do
Reino de Deus que nosso Senhor se apressou a colocar as coisas em seus devidos
lugares, quanto à forma espiritual e verdadeira com que a Lei deveria ser
interpretada e aplicada.
Como Deus havia revelado no próprio período do Velho
Testamento que salvaria pessoas de todas as nações, perdoando-lhes todos os
pecados, por mais hediondos que eles fossem, exceto a blasfêmia contra o
Espírito Santo, então deveria haver uma disposição de mente e coração correta
naqueles que viessem a crer e na obra deles de proclamarem o evangelho. Eles
deveriam estar preparados para pregar o amor de Deus em um mundo que lhes seria
hostil e no qual muitos os odiariam. E a forma de fazê-lo deveria ser com um
espírito perdoador e símplice, apesar de prudente, e sobretudo cheio do amor de
Deus que é derramado em seus corações pelo Espírito Santo.
Para fixar este dever, o Senhor havia declarado
anteriormente no ensino do Sermão do Monte o seguinte:
“38 Ouvistes
que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39 Eu, porém, vos
digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita,
volta-lhe também a outra;
40 e, ao que
quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te
obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te
pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mateus 5.38-42).
Nada pode impedir o crente na sua missão de ganhar almas para Cristo,
nem mesmo perseguições e injustiças que possa sofrer, as quais devem ser
suportadas com paciência, continuando o crente na prática do bem e do amor,
prosseguindo na obra de pregar a salvação em Cristo ao mundo.
Quantos
dentre estes próprios perseguidores não poderiam vir a se converter com o seu
exemplo de perdão, amor e paciência, assim como o Senhor nos deixou para ser
seguido pelos crentes?
Então, antes desta exortação à paciência na
tribulação, nós temos também declarado por Jesus no Sermão do Monte, antes de
citar o nosso dever de orarmos em favor da salvação dos nossos perseguidores, e
de bendizê-los e não amaldiçoá-los, na mesma passagem em que nos ordena o amor
aos inimigos:
“21 Ouvistes
que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem
matar estará sujeito a julgamento.
22 Eu, porém, vos
digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a
julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento
do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
23 Se, pois,
ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti,
24 deixa
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então,
voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em
acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele
a caminho, para que o adversário não te
entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade
te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último
centavo.” (Mateus 5.21-26).
O cumprimento destas ordenanças é de tal caráter
eminentemente espiritual, que os próprios apóstolos, ante a ordenança do Senhor
de que deveriam perdoar 70 vezes 7, pediram-lhe que lhes aumentasse a fé, ou
seja, que os capacitasse pelo poder e instrução do Espírito Santo, a alcançarem
tal coração perdoador.
Os judeus, carnais em sua maioria, jamais poderiam
alcançar em tal estado, uma devida compreensão desta verdade, e permaneceriam
em sua cegueira espiritual preservando suas concepções errôneas relativas ao
caráter de Deus e à vocação deles para ser a nação eleita, conforme promessa
feita por Deus aos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó.
O Senhor jamais havia dito que havia escolhido
Israel por algum mérito ou excelência que houvesse nos israelitas, mas que o
fizera por amor a Si mesmo, e à Sua fidelidade em cumprir a Sua Palavra,
especialmente a promessa que havia feito de que seria o Deus deles, e eles o
Seu povo.
Para que não tivessem nenhum sentimento de
exclusividade que os levasse a desconsiderar as demais pessoas piedosas da
Terra, o Senhor lhes ordenou que amassem os estrangeiros que se unissem a eles,
com o propósito de servi-Lo e amá-lo, conforme pode ser visto em várias porções
das Escrituras, e das quais destacamos algumas na divisão deste livro sobre O
AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO HOMEM.
É portanto, sob este pano de fundo geral que o
assunto do amor aos inimigos deve ser analisado, de modo a que não incorramos
em interpretações sem respaldo escriturístico.
Meras considerações de caráter sentimental,
emocional, filosófico, social, psicológico, ou de qualquer outra natureza,
jamais poderiam nos levar a uma correta compreensão deste dever de amar os
inimigos, quanto ao em que ele consiste, a quem se aplica, a que condições etc.
É à própria Palavra de Deus que devemos recorrer para uma correta compreensão e
aplicação do mandamento.
É evidente que o mandamento não se aplica a Satanás
e aos demônios, que sendo inimigos incuráveis e eternos de Deus e dos crentes,
não devem ser amados, mas resistidos, conforme a ordenança bíblica, ou seja, de
nos colocarmos em ordem de batalha em nome de Jesus, contra eles.
Mas, quanto à humanidade, a quem Deus está
convidando ao perdão e à salvação, pela dispensação da paciência e
longanimidade do Evangelho, nos é ordenado não resistir até mesmo ao mais
perverso dos homens, mas estar dispostos a sermos até mesmo feridos em nossas
faces por eles, sem fechar-lhes a porta da oportunidade de alcançarem a
salvação.
Na verdade, aquele que mais tem sido ofendido por
nossos pecados diários é o próprio Deus, e Ele não tem, contudo, resistido a
nós, se não somos orgulhosos, mas sempre nos tem perdoado em Jesus Cristo
através do nosso arrependimento.
E como somos chamados a sermos imitadores de Deus,
estamos debaixo do dever de exibir a mesma disposição para perdoar os nossos
ofensores, a ponto de se conciliar na oração do Pai nosso, o perdão das nossas
dívidas, conforme também tenhamos perdoados os nossos ofensores.
Este mandamento jamais poderia ser aplicado na
prática, caso em vez de sermos guiados pela justiça do reino de Deus, fôssemos
conduzidos pela justiça dos tribunais terrenos, em que a questão do perdão não
é considerada no julgamento das causas. Este é um dos principais motivos de os
crentes serem proibidos de encaminharem suas demandas com irmãos em Cristo a
tribunais terrenos.
Antes da justiça dos homens, deve ser atendida a
justiça de Deus. Antes importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
Especialmente em nossos dias, temos testemunhado, em
razão da multiplicação da iniquidade que havia sido profetizada por Jesus e
pelos apóstolos, o esfriamento do amor de muitos. A prova disso é que a
crueldade tem crescido, e com ela a falta até mesmo de afeto natural, há
aumento do egoísmo, do ódio injustificado, da sede de vingança, que se vê por
toda parte. Então o crente é chamado a vigiar, orar e a nadar contra esta
correnteza, para permanecer no primeiro amor em Jesus Cristo. Ele não pode
permitir ser contaminado por este espírito de rebelião dessa época, e guardar o
coração na pureza, na bondade, no amor, no perdão, na misericórdia e em tudo o
mais que existe no próprio caráter do Senhor.
A tentação para maldizer os que praticam injustiças
é muito grande, mas devemos nos guardar disso, e bendizer em vez de maldizer.
A sede de punição de transgressores deve ser
substituída por intercessão em favor do arrependimento e conversão deles. A
questão da justiça deve ser deixada nas mãos do Senhor, e nos casos de
transgressão das leis dos homens, também nas mãos dos tribunais terrenos, os
quais caso venham a prevaricar, serão julgados por Deus, não devendo portanto,
estarem sujeitos ao nosso juízo, em movimentos de massas populares para tentar
removê-los de suas posições, pois o Senhor, o fará caso assim julgue necessário,
pelos Seus próprios meios e poder.
Temos um grande exemplo na paciência e fé que os
mártires do passado demonstraram em seu serviço à causa do evangelho, e a cujos
algozes foi permitido por Deus permanecerem impunes por muito tempo na face da
Terra, mas ai deles, caso não tenham se arrependido.
Devemos evitar julgar segundo as aparências, pois é
nosso dever inclusive não julgar para não sermos julgados, mas se for o caso de
ser feito, devemos fazê-lo segundo a reta justiça.
Não são os ricos e poderosos que oprimem os fracos e
pobres, que são propriamente os bem-aventurados, pois caso não pratiquem a
justiça, a eles virá um castigo eterno, conforme afirmado por nosso Senhor:
“24 Mas ai de
vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação.
25 Ai de vós, os que
estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que
agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar.” (Lucas 6.24,25).
E àqueles que são louvados e bajulados pelos homens quando se empenham
na obra do evangelho, diz o Senhor:
“Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim
procederam seus pais com os falsos profetas.” (Lucas 6.26).
Mas boas promessas são dirigidas àqueles que sofrem pela causa do
evangelho:
“27 Digo-vos,
porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos
odeiam;
28 bendizei
aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
29 Ao que te
bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar
a tua capa, deixa-o levar também a túnica;
30 dá a todo o
que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres
em demanda.
31 Como
quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
32 Se amais
os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos
que os amam.
33 Se
fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa
recompensa? Até os pecadores fazem isso.
34 E, se
emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa
recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro
tanto.
35 Amai, porém, os
vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o
vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno
até para com os ingratos e maus.
36 Sede
misericordiosos, como também é
misericordioso vosso Pai.
37 Não julgueis
e não sereis julgados; não condeneis e não sereis
condenados; perdoai e sereis perdoados;
38 dai, e
dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos
darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” (Lucas
6.27-38).
Temos assim demonstrado, em linhas gerais, o significado da ordenança de
amarmos os nossos inimigos.
Nas linhas a seguir apresentamos duas divisões de passagens do Velho
Testamento, sob os seguintes títulos:
a) O AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO HOMEM, e
b) O AMOR DO
HOMEM EM RELAÇÃO A DEUS E AO PRÓXIMO.
O AMOR DE DEUS EM
RELAÇÃO AO HOMEM
“23 E,
aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio?
24 Se houver,
porventura, cinquenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o
lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram?
25 Longe de
ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como
se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz
de toda a terra?
26 Então, disse o
SENHOR: Se eu achar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a
cidade toda por amor deles.
27 Disse mais
Abraão: Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza.
28 Na hipótese de
faltarem cinco para cinquenta justos, destruirás por isso toda a cidade? Ele
respondeu: Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco.
29 Disse-lhe
ainda mais Abraão: E se, porventura, houver ali quarenta?
Respondeu: Não o farei por amor dos quarenta.
30 Insistiu:
Não se ire o Senhor, falarei ainda: Se houver, porventura, ali trinta?
Respondeu o SENHOR: Não o farei se eu encontrar ali trinta.
31 Continuou
Abraão: Eis que me atrevi a falar ao Senhor: Se, porventura, houver ali
vinte? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos vinte.
32 Disse
ainda Abraão: Não se ire o Senhor, se lhe falo somente mais esta vez: Se, porventura,
houver ali dez? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos dez.
33 Tendo
cessado de falar a Abraão, retirou-se o SENHOR; e Abraão voltou para o
seu lugar.” (Gênesis 18.22-33).
Desta
passagem pode ser inferido corretamente que é por amor dos crentes que são o
sal da terra e a luz do mundo, que Deus tem suportado com grande longanimidade
os vasos de ira preparados para a perdição eterna. É por causa do amor aos
eleitos que os preserva, na expectativa de que através do testemunho deles,
muitos outros venham a se converter também de seus maus caminhos, que Deus adia
muitos dos seus juízos sobre a Terra, e os canaliza para o dia do Juízo Final.
O
testemunho de um crente fiel é muito precioso, porque através dele é proclamada
a justiça, o amor e a bondade de Deus, e este é um dos principais motivos de
eles serem incentivados a prosseguirem neste testemunho, pelo qual muitos são
abençoados por causa do amor de Deus por estes crentes fiéis, em comprovação de
que Ele se agrada e recompensa de fato até mesmo aqueles que vivem sob a
influência destes filhos amados, e isto pode ser visto em várias Escrituras,
como as destacadas a seguir:
“25 Tendo
Raquel dado à luz a José, disse Jacó a Labão:
Permite-me que eu volte ao meu lugar e à minha terra.
26 Dá-me meus
filhos e as mulheres, pelas quais eu te servi, e partirei; pois tu sabes quanto
e de que maneira te servi.
27 Labão lhe
respondeu: Ache eu mercê diante de ti; fica comigo. Tenho
experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti.” (Gênesis 30.25-27).
“2 O SENHOR
era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu Senhor
egípcio.
3 Vendo
Potifar que o SENHOR era com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava
em suas mãos,
4 logrou José mercê perante
ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos
tudo o que tinha.
5 E, desde
que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a
casa do egípcio por amor de José; a bênção do SENHOR estava sobre tudo o que
tinha, tanto em casa como no campo.” (Gênesis 39.2-5).
“8 Contou
Moisés a seu sogro tudo o que o SENHOR havia feito a Faraó e aos egípcios por
amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no Egito, e como o SENHOR os
livrara.
9 Alegrou-se
Jetro de todo o bem que o SENHOR fizera a Israel, livrando-o da mão dos
egípcios,” (Êxodo 18.8,9).
A semente de Abraão foi levantada para ser bênção para todas as nações
da Terra, em todas as gerações, e isto se cumpriria especialmente com a
promessa do Messias. Até que ele viesse, Israel deveria sustentar um testemunho
de santidade e amor, segundo Deus, e esta era a razão de terem sido submetidos
a Seus juízos para que fosse vindicada neles a Sua justiça e santidade, de modo
que todos soubessem que Ele nada tinha a ver com o mau comportamento da nação.
As correções da nação de Israel por Deus apontavam para a verdade de que
Ele não rejeita aqueles a quem ama, mesmo quando agem contrariamente a Ele, mas
os sujeita à disciplina da aliança, assim como um pai corrige seus filhos.
“7 É para
disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que
o pai não corrige?
8 Mas, se
estais sem correção, de que todos se têm tornado
participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
9 Além disso, tínhamos os
nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos
de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?
10 Pois eles
nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos
disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.
11 Toda
disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de
alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos
que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.”
(Hebreus 12.7-11).
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois,
zeloso e arrepende-te.” (Hebreus 3.19).
Não são pois os castigos dispensados a inimigos inconciliáveis, mas as
correções de um Pai de amor, aquilo que o Senhor dispensa a todos os Seus
filhos.
Quem ama, repreende, corrige e disciplina. Então não se pode esquecer que
mesmo quando se fala de amar os inimigos, estas coisas não podem ser
esquecidas, pois muitos são achegados a Deus por conta dos juízos dolorosos que
Ele traz sobre eles por conta de seu mau caminhar. Por essas dores que lhes são
infligidas eles são trazidos à cura de suas almas.
É por isso que vemos tantas repreensões e castigos dirigidos por Deus à
própria nação de Israel, especialmente nos dias do Velho Testamento. Era o
tratamento de um amigo e não de um inimigo. Eram correções e castigos motivados
pelo amor, e não pelo ódio.
“39 Aqueles
que dentre vós ficarem serão consumidos pela sua iniquidade nas terras
dos vossos inimigos e pela iniquidade de seus pais com eles serão consumidos.
40 Mas, se
confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade que
cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente para
comigo,
41 pelo que
também fui contrário a eles e os fiz entrar na terra dos seus
inimigos; se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por
bem o castigo da sua iniquidade,
42 então, me
lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com
Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei.
43 Mas a
terra na sua assolação, deixada por eles, folgará nos seus
sábados; e tomarão eles por bem o castigo da sua iniquidade,
visto que rejeitaram os meus juízos e a sua alma se aborreceu dos meus
estatutos.
44 Mesmo
assim, estando eles na terra dos seus inimigos, não os
rejeitarei, nem me aborrecerei deles, para consumi-los e invalidar a minha
aliança com eles, porque eu sou o SENHOR, seu Deus.
45 Antes, por
amor deles, me lembrarei da aliança com os seus antepassados,
que tirei da terra do Egito à vista das nações, para
lhes ser por Deus. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 26.39-45).
“6 Porque tu és povo
santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses
o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.
7 Não vos teve
o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que
qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos,
8 mas porque
o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o
SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder
de Faraó, rei do Egito.
9 Saberás, pois,
que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a
misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos;
10 e dá o pago
diretamente aos que o odeiam, fazendo-os perecer; não será demorado
para com o que o odeia; prontamente, lho retribuirá.
11 Guarda,
pois, os mandamentos, e os estatutos, e os juízos que hoje te mando cumprir.
12 Será, pois,
que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o SENHOR, teu
Deus, te guardará a aliança e a misericórdia prometida sob juramento a teus
pais;
13 ele te
amará, e te abençoará, e te fará multiplicar; também abençoará os teus
filhos, e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu vinho, e o teu azeite,
e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, na terra que, sob juramento a
teus pais, prometeu dar-te.” (Deuteronômio 7.6-13).
“Reconheceu Davi que o SENHOR o confirmara rei sobre Israel e que
exaltara o seu reino por amor do seu povo.” (II Samuel 5.12).
“38 toda oração e súplica que
qualquer homem ou todo o teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a chaga
do seu coração e estendendo as mãos para o rumo desta casa,
39 ouve tu
nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os
seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor
do coração de todos os filhos dos homens;
40 para que
te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
41 Também ao
estrangeiro, que não for do teu povo de Israel, porém vier de
terras remotas, por amor do teu nome
42 (porque
ouvirão do teu grande nome, e da tua mão poderosa, e do teu braço
estendido), e orar, voltado para esta casa,” (I Reis 8.38-42).
“11 Por isso,
disse o SENHOR a Salomão: Visto que assim procedeste e não guardaste a minha
aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o
darei a teu servo.
12 Contudo, não o farei
nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu
filho o tirarei.
13 Todavia,
não tirarei o reino todo; darei uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu
servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi.” (I Reis 11.11-13).
“1 No décimo
oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, Abias começou a
reinar sobre Judá.
2 Três anos
reinou em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maaca,
filha de Absalão.
3 Andou em
todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele; e seu coração não foi
perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.
4 Mas, por
amor de Davi, o SENHOR, seu Deus, lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando
a seu filho depois dele e dando estabilidade a Jerusalém.” (I Reis 15.1-4).
“16 No ano
quinto do reinado de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, reinando
ainda Josafá em Judá, começou a reinar Jeorão, filho de Josafá, rei de
Judá.
17 Era ele da
idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em
Jerusalém.
18 Andou nos
caminhos dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de
Acabe, porque a filha deste era sua mulher; e fez o que era mau perante o
SENHOR.
19 Porém o SENHOR
não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, segundo a promessa que
lhe havia feito de lhe dar sempre uma lâmpada e a seus filhos.” (II Reis
8.16-19).
Já em relação àqueles que não se encontravam aliançados com Ele, e que
se levantavam em grande insolência para afrontá-lo, buscando a ruína de Israel,
o Senhor os tratou de modo diferente, dando-lhes diretamente o pago por suas más
obras, como foi o caso em diversas ocasiões com várias nações que o fizeram.
Nestes casos não foi um juízo por amor, mas uma ação retributiva da justiça
divina assim como Ele havia feito com a geração dos dias de Noé; com as cidades
de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim; no Egito com faraó nos dias de Moisés; com
os reis da Síria, Assíria e todos aqueles que haviam se levantado contra Ele e
Israel nos dias do Velho Testamento, para que o Seu nome seja temido em toda a
Terra,
“32 Pelo que
assim diz o SENHOR acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem
lançará nela flecha alguma, não virá perante ela com escudo, nem há de levantar
tranqueiras contra ela.
33 Pelo
caminho por onde vier, por esse voltará; mas, nesta cidade, não entrará, diz o
SENHOR.
34 Porque eu
defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor de meu servo
Davi.
35 Então, naquela
mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e
oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que
todos estes eram cadáveres.” (II Reis 19.32-35).
Este foi o tratamento de Deus com os assírios, do mesmo modo com que
havia feito distinção entre os egípcios e os israelitas nos dias de Moisés,
para que se saiba que aqueles que são aliançados com Ele, conforme é o caso da
Igreja, por meio da fé em Jesus Cristo, não mais o enfrentarão como um juiz
togado, pronto a executar sobre eles uma sentença condenatória, mas como um pai
amoroso, disposto a perdoar e a disciplinar seus filhos, uma vez que estes se
sujeitam a ele, diferentemente daqueles que permanecem voluntariamente como
inimigos e estranhos, sempre resistindo à Sua vontade. No que eles têm recusado
a mão amiga do evangelho que lhes foi estendida para serem perdoados,
reconciliados e salvos, devem permanecer sob condenação em razão da sua
incredulidade.
Assim o amor aos inimigos ordenado aos crentes não significa que Deus os
aprova ou que usará de misericórdia com todos eles, mas demonstra por este amor
de Seus filhos o quanto Ele, o Pai, é longânimo para com eles, dando-lhes
oportunidade para que se arrependam, em face de toda esta bondade e paciência
demonstradas.
“5 Volta e
dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus
de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te
curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do SENHOR.
6 Acrescentarei
aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te
livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por
amor de Davi, meu servo.” (II Reis 20.5,6).
“Reconheceu Davi que o SENHOR o confirmara rei sobre Israel; porque, por
amor do seu povo de Israel, o seu reino se tinha exaltado muito.” (I Reis
14.2).
“15 Lembra-se
perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para
mil gerações;
16 da aliança que fez
com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
17 o qual
confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua,
18 dizendo:
Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa
herança.
19 Então, eram
eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
20 andavam de
nação em nação, de um reino para um povo.
21 A ninguém permitiu
que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
22 dizendo: Não toqueis
nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” (I Crônicas 16.15-22).
“1 O SENHOR é
o meu pastor; nada me faltará.
2 Ele me faz
repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso;
3 refrigera-me
a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.”
(Salmo 23.1-3).
“22 Mas, por
amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos
considerados como ovelhas para o matadouro.
23 Desperta!
Por que dormes, Senhor? Desperta! Não nos rejeites para sempre!
24 Por que
escondes a face e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão?
25 Pois a
nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo, como que
pegado no chão.
26 Levanta-te
para socorrer-nos e resgata-nos por amor da tua benignidade.” (Salmo 44.22-26).
“6 Pecamos,
como nossos pais; cometemos iniquidade, procedemos mal.
7 Nossos
pais, no Egito, não atentaram às tuas maravilhas; não se
lembraram da multidão das tuas misericórdias e foram rebeldes junto ao mar, o
mar Vermelho.
8 Mas ele os
salvou por amor do seu nome, para lhes fazer notório o seu
poder.” (Salmo 106.6-8).
“20 Tal seja,
da parte do SENHOR, o galardão dos meus contrários e dos que falam mal contra a
minha alma.
21 Mas tu,
SENHOR Deus, age por mim, por amor do teu nome; livra-me, porque é grande a tua
misericórdia.” (Salmo 109.20,21).
“Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua
misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmo 115.1).
“8 Levanta-te,
SENHOR, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca de tua fortaleza.
9 Vistam-se
de justiça os teus sacerdotes, e exultem os teus fiéis.
10 Por amor
de Davi, teu servo, não desprezes o rosto do teu ungido.
11 O SENHOR
jurou a Davi com firme juramento e dele não se apartará: Um rebento da tua
carne farei subir para o teu trono.
12 Se os teus
filhos guardarem a minha aliança e o testemunho que eu lhes ensinar, também os
seus filhos se assentarão para sempre no teu trono.
13 Pois o
SENHOR escolheu a Sião, preferiu-a por sua morada:
14 Este é para
sempre o lugar do meu repouso; aqui habitarei, pois o preferi.” (Salmo
132.8-14).
“8 Faze-me
ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em
ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha
alma.
9 Livra-me,
SENHOR, dos meus inimigos; pois em ti é que me refugio.
10 Ensina-me
a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom
Espírito por terreno plano.
11 Vivifica-me,
SENHOR, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira da tribulação a
minha alma.
12 E, por tua
misericórdia, dá cabo dos meus inimigos e destrói todos os que me atribulam
a alma, pois eu sou teu servo.” (Salmo 143.8-12).
“O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.”
(Provérbios 10.12).
“6 Põe-me como
selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque
o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as
suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas.
7 As muitas águas não poderiam
apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse
todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” (Cantares
8.6,7).
“Foi do agrado do SENHOR, por amor da sua própria justiça, engrandecer a
lei e fazê-la gloriosa.” (Isaías 42.21).
“11 Eu, eu sou
o SENHOR, e fora de mim não há salvador.
12 Eu
anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós
sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus.
13 Ainda
antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das
minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?
14 Assim diz
o SENHOR, o que vos redime, o Santo de Israel: Por amor de vós, enviarei
inimigos contra a Babilônia e a todos os de lá farei embarcar como fugitivos,
isto é, os caldeus, nos navios com os quais se vangloriavam.” (Isaías
43.11-14).
Por amor do Seu povo Deus toma vingança dos seus inimigos, de maneira
que esta é mais uma razão para amarem seus inimigos em vez de buscarem se
vingar deles, porque a questão da justiça e do juízo permanece perfeitamente
nas mãos do Senhor que no devido tempo dará o pago a cada um segundo as suas
obras:
“14 abençoai os que
vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos
com os que se alegram e chorai com os que choram.
16 Tende o
mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos,
condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.
17 Não torneis
a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante
todos os homens;
18 se possível,
quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;
19 não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito:
A mim me pertence a vingança; eu é que
retribuirei, diz o Senhor.
20 Pelo contrário, se o
teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de
beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
21 Não te
deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12.14-21).
“1 Assim diz
o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as
nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir
diante dele as portas, que não se fecharão.
2 Eu irei
adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de
bronze e despedaçarei as trancas de ferro;
3 dar-te-ei
os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o
SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
4 Por amor
do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te
pus o sobrenome, ainda que não me conheces.” (Isaías 45.1-4).
Por amor do Seu povo Deus usa até mesmo ímpios que não o conhecem, para
executar toda a Sua vontade, para o bem deles, como foi o caso com Ciro, rei da
Pérsia, que foi levantado para conduzir os judeus do cativeiro em Babilônia
para a terra deles na Palestina.
“8 Tu nem as
ouviste, nem as conheceste, nem tampouco antecipadamente se te abriram os
ouvidos, porque eu sabia que procederias mui perfidamente e eras chamado de
transgressor desde o ventre materno.
9 Por amor
do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para
contigo, para que te não venha a exterminar.
10 Eis que te
acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da
aflição.
11 Por amor
de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria
profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a
outrem.
12 Dá-me
ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o
primeiro e também o último.” (Isaías 48.8-12).
“Assim diz o SENHOR, o Redentor e Santo de Israel, ao que é desprezado,
ao aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão, e os príncipes
se levantarão; e eles te adorarão por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de
Israel, que te escolheu.” (Isaías 49.7).
“3 Inclinai
os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque
convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias
prometidas a Davi.
4 Eis que eu
o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos
povos.
5 Eis que
chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que
nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu
Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou.
6 Buscai o
SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
7 Deixe o
perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos;
converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus,
porque é rico em perdoar.” (Isaías 55.3-7).
“1 Por amor
de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, não me
aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua
salvação, como uma tocha acesa.
2 As nações verão a tua
justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada
por um nome novo, que a boca do SENHOR designará.
3 Serás uma
coroa de glória na mão do SENHOR, um diadema real na mão do teu
Deus.” (Isaías 62.1-3).
“8 Porque ele
dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão; e se
lhes tornou o seu Salvador.
9 Em toda a
angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os
salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e
os conduziu todos os dias da antiguidade.
10 Mas eles
foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se
lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.” (Isaías 63.8-10).
“5 povo que
diz: Fica onde estás, não te chegues a mim, porque
sou mais santo do que tu. És no meu nariz como fumaça de fogo
que arde o dia todo.
6 Eis que
está escrito diante de mim, e não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei,
totalmente,
7 das vossas
iniquidades e, juntamente, das iniquidades de vossos pais, diz o SENHOR, os
quais queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que eu
vos medirei totalmente a paga devida às suas obras antigas.
8 Assim diz
o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o
desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos e não os
destruirei a todos.
9 Farei sair
de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus
montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela.”
(Isaías 65.5-9).
“Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó SENHOR,
age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra
ti pecamos.” (Jeremias 14.7).
“1 Naquele
tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas serão o
meu povo.
2 Assim diz
o SENHOR: O povo que se livrou da espada logrou graça no deserto. Eu irei e
darei descanso a Israel.
3 De longe
se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com
benignidade te atraí.
4 Ainda te
edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás
adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam.” (Jeremias
31.1-4).
Deus nos amou desde a eternidade, antes mesmo que houvesse mundo, e ele
continuou nos amando mesmo nos dias da nossa ignorância de Cristo e do
evangelho, e por este amor veio a nos chamar e salvar depois.
“7 Então, lhes
disse: Cada um lance de si as abominações de que se agradam os
seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o SENHOR,
vosso Deus.
8 Mas
rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si
as abominações de que se agradavam os seus olhos, nem abandonava os ídolos do
Egito. Então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha
ira contra eles, no meio da terra do Egito.
9 O que fiz,
porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse
profanado diante das nações no meio das quais eles estavam, diante das
quais eu me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito.” (Ezequiel
20.7-9).
“16 Ó Senhor,
segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade
de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por
causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo
opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora,
pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e
sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu,
os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a
cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as
nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas
misericórdias.
19 Ó Senhor,
ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor
de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu
nome.” (Daniel 9.16-19).
“Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha
ira se apartou deles.” (Oseias 14.4).
Em inúmeras passagens da Bíblia Deus declara o amor ao Seu nome, à Sua
palavra, bondade, e fidelidade, como a causa das Suas ações graciosas para com
a humanidade, e especialmente para com o Seu povo. Isto pode ser visto nas
próprias orações feitas por Moisés, Daniel, Davi, Salomão, e muitos outros reis
de Israel, pedindo que Deus lhes fizesse bem por amor do Seu nome e fidelidade.
Ora, disto se aprende que o amor aos inimigos deve existir pela mesma
razão, a saber, por amor ao Nome do Senhor, da Sua obra de salvação que é
destinada a toda e qualquer pessoa. Se não houvesse esta disposição de se amar
inimigos, jamais poderíamos nos empenhar na obra do evangelho, atendendo ao seu
caráter universal.
Nós podemos ver em muitos sermões de Charles Haddon Spurgeon, o quanto
ele estava comprometido com a glória de Deus, e que por amor do Seu nome,
gastou-se inteiramente por amor às almas dos homens, muitas vezes até mais do
que eles próprios, no seu interesse de livrá-las da condenação eterna pela
pregação do evangelho. O mesmo sentimento podemos observar no apóstolo Paulo,
esforçando-se para ganhar os próprios judeus que o perseguiam, e disposto até
mesmo a se tornar um anátema, se com isto pudesse trazer-lhes a salvação.
O AMOR DO HOMEM EM RELAÇÃO A DEUS
E AO PRÓXIMO
“17 Não
aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e,
por causa dele, não levarás sobre ti pecado.
18 Não te
vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 19.17,18)
“Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça;
repreende o sábio, e ele te amará.” (Provérbios 9.8).
Estas duas passagens devem ser analisadas em conjunto, pois, se por um
lado somos ordenados a repreender o irmão faltoso, porque a negligência deste
dever é considerada como pecaminosa por Deus, trazendo-nos culpa em decorrência
disso, todavia, por outro, como se vê no texto de Provérbios, a pessoa facciosa
e recalcitrante deve ser evitada, uma vez que a repreensão não lhe traria
nenhum benefício, senão que ficará aborrecido conosco e com a repreensão
recebida.
É necessário ter em todas as situações conflitantes em nossos
relacionamentos, a direção do Espírito Santo, quanto à demonstração do nosso
zelo pelo amor e pela verdade, para que não suceda, que em vez de agirmos de
forma aprovada, venhamos a acrescentar maiores problemas aos já existentes.
“4 Ouve,
Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
5 Amarás, pois, o
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua
força.” (Deuteronômio 6.4,5).
“12 Agora,
pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o
SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma,
13 para
guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para
o teu bem?
14 Eis que os
céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e
tudo o que nela há.
15 Tão-somente
o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes
deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê.
16 Circuncidai,
pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa
cerviz.
17 Pois o
SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos Senhores, o Deus grande,
poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;
18 que faz
justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.
19 Amai,
pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.
20 Ao SENHOR,
teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás.”
(Deuteronômio 10.12-20).
“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus
preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos”
(Deuteronômio 11.1).
Ao amor deve preceder a verdade, pois não é amor aquilo que passa por
alto a verdade e a justiça de Deus. Ainda que a misericórdia triunfe sobre o
juízo, isto não é feito de modo banal e sem fundamento, uma vez que um alto
preço foi pago por Jesus na cruz, para que pudéssemos ser perdoados e
justificados por Deus, alcançando misericórdia da Sua parte.
Somos chamados a exibir a mesma misericórdia com a qual fomos
contemplados pelo Senhor, mas isto deve ser feito dentro dos critérios
revelados por Deus na Palavra, e não movidos por meros sentimentos e emoções.
Muitos são abusados em sua ingenuidade pretendendo passar por
atenuadores de todas as aflições que o próximo possa estar enfrentando, sem
levarem em conta que estas podem ser decorrentes de pecados que ele não
pretende abandonar, ou ainda de juízos aplicados por Deus, seja para correção
ou para castigo. Estes sentimentos são ampliados ou impulsionados pelos
espíritos das trevas para o propósito de enganar aqueles que pretendem agir de
forma misericordiosa.
Como já dito anteriormente, em todas as nossas deliberações, devemos
buscar a instrução da Palavra de Deus e a direção do Espírito Santo, para que
não ultrapassemos os marcos que foram estabelecidos previamente por Deus para
nós ao exercermos misericórdia.
“1 Quando,
pois, todas estas coisas vierem sobre ti, a bênção e a
maldição que pus diante de ti, se te recordares delas entre todas as nações
para onde te lançar o SENHOR, teu Deus;
2 e tornares
ao SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua
alma, e deres ouvidos à sua voz, segundo tudo o que hoje te ordeno,
3 então, o
SENHOR, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajuntará, de
novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado o SENHOR, teu Deus.
4 Ainda que
os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde
aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de lá.
5 O SENHOR,
teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te
fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais.
6 O SENHOR,
teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para
amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que
vivas.
7 O SENHOR,
teu Deus, porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus
aborrecedores, que te perseguiram.” (Deuteronômio 30.1-7).
Na Lei, a própria nação de Israel estava debaixo das ameaças de maldição
da Lei, para o caso da transgressão da aliança, conforme as citadas no capítulo
anterior a este. Aqui, em Deuteronômio 30 são feitas promessas de restauração
de Israel, em caso de arrependimento e conversão ao Senhor, e que as citadas
maldições em vez de virem sobre a nação eleita, seriam destinadas por Deus aos
inimigos e aborrecedores de Israel. De fato, todos aqueles que são inimigos de
Cristo permanecem debaixo da maldição da Lei, da qual todos os crentes foram
resgatados, por conta da nova aliança feita com eles no sangue de Jesus, que
não conta até mesmo as transgressões desta nova aliança como causa para
maldição.
De Deuteronômio 30.7 aprendemos por princípio que o amor de Deus à
humanidade não significa que Ele não julgue, castigue e condene a todos aqueles
que não amam a Cristo, contra os quais a propósito, o apóstolo Paulo proclama
um anátema, em razão da escolha deliberada deles de permanecerem em rebelião
contra Deus.
Como poderia Deus ter um amor de intimidade, de familiaridade, de
alegria com os tais? Estaria ele nos ordenando a fazer aquilo que Ele mesmo
nunca se disporá a fazer? Ou seja, amar com este amor de comunhão e unidade
espiritual aqueles que andam em trevas e que amam o mundo? Qual é a comunhão
possível entre luz e trevas? Entre o crente e o incrédulo?
Este balizamento quando se fala em amarmos o próximo como a nós mesmos,
deve ser sempre observado, para que não sejamos encontrados marchando ao lado,
e seguindo a mesma direção daqueles que odeiam a Deus.
Entre fazer isto e orar por eles para que saiam de debaixo da maldição
da Lei, e não maldizê-los, vai uma distância muito grande, pois se requer de
nós que não apenas evitemos o mal, como também fujamos de toda aparência do
mal.
“6 Esforçai-vos,
pois, muito para guardardes e cumprirdes tudo quanto está escrito no Livro da
Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda;
7 para que não vos
mistureis com estas nações que restaram entre vós. Não façais menção dos
nomes de seus deuses, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem os
adoreis.
8 Mas ao
SENHOR, vosso Deus, vos apegareis, como fizestes até ao dia de hoje;
9 pois o
SENHOR expulsou de diante de vós grandes e fortes nações; e, quanto a vós
outros, ninguém vos resistiu até ao dia de hoje.
10 Um só homem
dentre vós perseguirá mil, pois o SENHOR, vosso Deus, é quem peleja
por vós, como já vos prometeu.
11 Portanto,
empenhai-vos em guardar a vossa alma, para amardes o SENHOR, vosso Deus.
12 Porque, se
dele vos desviardes e vos apegardes ao restante destas nações ainda em vosso
meio, e com elas vos aparentardes, e com elas vos misturardes, e elas convosco,
13 sabei,
certamente, que o SENHOR, vosso Deus, não expulsará mais estas nações de vossa
presença, mas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e
espinhos aos vossos olhos, até que pereçais nesta boa terra que vos deu o
SENHOR, vosso Deus.” (Josué 23.6-13).
“3 Não fale o
estrangeiro que se houver chegado ao SENHOR, dizendo: O SENHOR, com efeito, me
separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore
seca.
4 Porque
assim diz o SENHOR: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo
que me agrada e abraçam a minha aliança,
5 darei na
minha casa e dentro dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos
e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.
6 Aos
estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do
SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o
profanando, e abraçam a minha aliança,
7 também os
levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos
e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será
chamada Casa de Oração para todos os povos.” (Isaías 56.3-7).
Tendo considerado o amor aos inimigos em seu contexto
veterotestamentário, consideremo-lo agora em seu sentido geral e universal,
conforme desenvolvido claramente no Novo Testamento.
Antes de tudo, deve ser observado que Jesus não ordenou o amor aos
inimigos, necessariamente sob o ponto de vista da forma como devem ser
resolvidos casos de desafeição pessoal. É num sentido muito mais amplo e
profundo que isto deve ser analisado.
Veja o caso do próprio Deus que nos amou com um amor eterno quando ainda
nem sequer éramos gerados, e prosseguiu nos amando mesmo quando éramos seus
inimigos, como se pode ver no texto de Romanos 5.
A carne é inimizade contra Deus, e esta é a condição natural de todo ser
humano, até que venha a se converter a Cristo, quando ultrapassa a barreira do
carnal para ser espiritual. Assim, como Paulo se refere aos crentes dizendo que
eles não estão mais na carne, mas no espírito, como a dizer que eles são agora
espirituais e não mais carnais. A carne, neste sentido, se refere sobretudo à
natureza pecaminosa que é inimiga de Deus e que não tem em si a condição de se
sujeitar à Sua vontade.
Ora, a conclusão imediata é simples, uma vez que se Deus não tivesse
amado a estes que eram seus inimigos por natureza, eles jamais poderiam ser
salvos, porque haveria sempre uma posição de inimizade entre ambos. Mas, pela
graça do evangelho, e por causa do amor de Deus, somos reconciliados com Ele
por meio da fé, passando a haver um novo estado de paz e comunhão e não mais de
inimizade e guerra. O amor venceu a guerra, e a paz passou a reinar entre o
crente e Deus.
Era a isto que Jesus tinha principalmente em vista quando proferiu as
palavras do Sermão do Monte, as quais, a propósito, como se vê, podem ser
praticadas somente por aqueles que são justificados e regenerados. Sem a obra
do novo nascimento, ninguém está habilitado a cumprir o mandamento de amar os
inimigos, até porque isto é feito para o principal propósito de alcançá-los
para se converterem a Cristo.
O amor aos inimigos é necessário e compatível com a missão do crente que
é a mesma de Cristo em Seu ministério terreno, a saber, a de salvar e não de condenar
o mundo.
Não foi sem razão que o pedido dos filhos de Zebedeu para que fosse derramado
fogo do céu sobre os samaritanos, foi veementemente repreendido por Jesus com
as seguintes palavras:
“55 Jesus, porém,
voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis
de que espírito sois.
56 Pois o
Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas
para salvá-las. E seguiram para outra aldeia.”
(Lucas 9.55,56).
Até que ponto Deus está disposto a salvar seus inimigos pecadores foi
demonstrado por Jesus ao ter morrido na cruz, e ali mesmo ter revelado a graça
perdoadora que habita nele em plenitude, sobretudo quando perdoou e conduziu ao
paraíso juntamente com ele naquele mesmo dia, um ladrão arrependido que havia
morrido ao seu lado.
É deste mesmo espírito que ele ordena aos crentes, estarem revestidos
para poderem cumprir a sua missão no mundo, e não somente isto, para que venham
a ser de fato imitadores de Deus como filhos amados.
Jesus foi perseguido e odiado pelo mundo em geral, e continua sendo na
pessoa dos crentes, todavia, seguindo Seu exemplo, eles devem se regozijar nas
perseguições sofridas, conforme são exortados a isto nas palavras da conclusão
das bem-aventuranças no Sermão do Monte:
“10 Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino
dos céus.
11 Bem-aventurados
sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo mal contra vós.
12 Regozijai-vos
e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois
assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.”
(Mateus 5.10-12).
E qual é uma das principais razões para este regozijo nas perseguições
sofridas, senão que é exatamente através delas que se comprova a real eleição
deles, porque aqueles que não amam a justiça do evangelho não são perseguidos
pelo mundo e desprezados, assim como sucede aos crentes fiéis.
O que fez Deus com um mundo que o odiava? Ele lhes deu o próprio filho
Unigênito para ser um sacrifício para aqueles que viessem a se arrepender desta
condição de inimizade.
“16 Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
17 Porquanto
Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele
crê não é julgado; o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3.16-18).
“7 Dificilmente,
alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a
morrer.
8 Mas Deus
prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores.
9 Logo,
muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira.
10 Porque, se
nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu
Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida;
11 e não apenas
isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de
quem recebemos, agora, a reconciliação.” (Romanos 5.7-11).
A ira de Deus contra o pecado, e a maldição da Lei,
permanecem sobre aqueles que não creem em Cristo, conforme a demanda da Sua
perfeita justiça, mas nem com isto, Deus os odeia com uma fúria consumidora
conforme é comum sentirem os homens que se sentem ofendidos e injustiçados. Ele
é Deus e não homem, e não está sujeito a estes sentimentos e emoções vis.
Sua ira é de justa retribuição ao mal que é
praticado, e não para a satisfação de qualquer desejo vingativo que seja vil em
Sua própria natureza.
Seu prazer é ser misericordioso e longânimo segundo
a sua bondade e amor, e o juízo é a sua obra estranha. Não é isto que podemos
comprovar em sua grande paciência em suportar um mundo tão pecador como o
nosso? Se não fosse por seu amor e misericórdia, e paciência com os inimigos,
este mundo já teria sido sujeitado a um juízo geral de fogo há muito tempo.
“13 Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também
perdoai vós;
14 acima de
tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição.
15 Seja a paz
de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual,
também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.”
(Colossenses 3.13-15).
Deus ama e perdoa inimigos, e os recebe como filhos
caso se arrependam, mas nem antes ou depois disso aprova as suas más obras. Ele
os sujeita à disciplina e castigo. De igual modo, o nosso amor aos inimigos não
significa que devemos aprová-los em suas más obras.
Em todo o caso deve ser entendido que amar inimigos
não significa ser amigo de inimigos. Deus não é amigo dos que vivem em pecado,
e os que são Seus filhos devem seguir o Seu exemplo. Ainda que não sejamos
necessariamente inimigos de muitos de nossos inimigos, jamais seria possível
haver amizade com alguém que seja nosso inimigo. Por isso a paz é recomendada
com todos os homens, mas isto, se for possível. Não é possível haver paz com
alguém que viva sob sentimentos de guerra.
Não somos chamados a dissolver todos estes
sentimentos guerreiros enquanto agimos como agentes da paz, como pacificadores
neste mundo. Por nosso exemplo alguns serão atraídos a Cristo e se
arrependerão, mas a grande maioria, como sempre sucedeu, permanecerá endurecida
em sua rebelião contra Deus e os Seus mandamentos.
Jesus nos chama a uma demonstração prática do nosso
amor a Ele e à justiça, por guardarmos os Seus mandamentos. Onde esteja ausente
esta prática da Palavra, dificilmente poderá ser visto um verdadeiro amor a
Cristo, e muito menos a seus inimigos.
“15 Se me
amais, guardareis os meus mandamentos.
16 E eu
rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco,
17 o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
18 Não vos
deixarei órfãos, voltarei para vós outros.
19 Ainda por
um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me
vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
20 Naquele
dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim,
e eu, em vós.
21 Aquele que
tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama
será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
22 Disse-lhe
Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a
nós e não ao mundo?
23 Respondeu
Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada.
24 Quem não me ama não guarda
as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha,
mas do Pai, que me enviou.” (João 14.15-24).
“9 Como o Pai
me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
10 Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho
guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
11 Tenho-vos
dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja
completo.
12 O meu
mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13 Ninguém tem
maior amor do que este: de dar alguém a própria vida
em favor dos seus amigos.
14 Vós sois
meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.” (João 15.9-14).
“4 Aquele que
diz: Eu o conheço e não guarda os seus
mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Aquele,
entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
6 aquele que
diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
7 Amados, não vos
escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde
o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra
que ouvistes.
8 Todavia,
vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós,
porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.
9 Aquele que
diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora,
está nas trevas.
10 Aquele que
ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum
tropeço.
11 Aquele,
porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe
para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” (I João 2.4-11).
“9 Todo
aquele que é nascido de Deus não vive na prática de
pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora,
esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
10 Nisto são
manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica
justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.
11 Porque a
mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;
12 não segundo
Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por
que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de
seu irmão, justas.
13 Irmãos, não vos
maravilheis se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos
que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele
que não ama permanece na morte.
15 Todo
aquele que odeia a seu irmão é
assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a
vida eterna permanente em si.
16 Nisto
conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e
devemos dar nossa vida pelos irmãos.
17 Ora,
aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer
necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer
nele o amor de Deus?
18 Filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de
verdade.” (I João 3.9-18).
“7 Amados,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama
é nascido de Deus e conhece a Deus.
8 Aquele que
não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
9 Nisto se
manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu
Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
10 Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus,
mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos
nossos pecados.
11 Amados, se
Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns
aos outros.
12 Ninguém jamais
viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu
amor é, em nós, aperfeiçoado.
13 Nisto
conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que
nos deu do seu Espírito.” (I João 4.7-13).
“18 No amor não existe
medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
19 Nós amamos
porque ele nos amou primeiro.
20 Se alguém disser:
Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem
vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
21 Ora,
temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu
irmão.” (I João 4.18-21).
“1 Todo
aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao
que o gerou também ama ao que dele é nascido.
2 Nisto
conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os
seus mandamentos.
3 Porque
este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus
mandamentos não são penosos,
4 porque todo
o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé.
5 Quem é o que
vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus
o Filho de Deus?” (I João 5.-15).
De tão grande importância é ter um coração amoroso como o de Deus, que é
dito que aquele que ama a Deus e o próximo tem cumprido a Lei.
“8 A ninguém fiqueis
devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem
ama o próximo tem cumprido a lei.
9 Pois isto:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer
outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo.
10 O amor não pratica
o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
(Romanos 13.8-10).
Em tudo isto somos chamados a exercitar amor aos inimigos porque a obra
de amor do evangelho é realizada em meio a um mundo de pecado que é inimigo de
Deus.
Somos mais odiados do que amados neste mundo, mas o amor aos inimigos
nos mantém numa posição de vitória, pois o mal é vencido pelo bem, quando assim
se procede.
Especialmente muitos comunistas, socialistas e muçulmanos manifestam
abertamente o ódio que sentem pelos cristãos, mas graças a Deus, em vez de ódio,
por parte dos verdadeiros cristãos, o que se tem testemunhado é amor e não ódio
por seus inimigos. Esta vitória só pode ser obtida por meio da cruz de Jesus
quebrando o nosso ego voluntarioso que é inclinado ao ódio e fazendo prevalecer
em seu lugar uma nova natureza terna, perdoadora e amorosa. Graças a Deus por
Seu dom inefável.
“1 Ele vos
deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais
andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3 entre os
quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por
natureza, filhos da ira, como também os demais.
4 Mas Deus,
sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
5 e estando
nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois
salvos,” (Efésios 2.1-5).
“3 Pois nós também,
outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de
paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos
outros.
4 Quando,
porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor
para com todos,
5 não por
obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele
nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito
Santo,” (Tito 3.3-5).
Não poderíamos fechar este livro sem citar o exemplo clássico de amor
aos inimigos que nosso Senhor nos deu na parábola do bom samaritano.
Os judeus e os samaritanos eram de há muito inimigos inconciliáveis, e
os judeus chamavam os samaritanos de cães imundos, e eram proibidos pelas
autoridades de Israel de se comunicarem com eles.
Todavia, Jesus mostrou na parábola que o amor aos inimigos havia vencido
aquela inimizade histórica, porque um samaritano se dispôs a ajudar um judeu,
quando os próprios judeus não haviam se disposto a isto. É para este tipo de
amor ao próximo que o evangelho aponta, pois não faz acepção de pessoas e busca
o bem e a salvação do próximo seja qual for a condição em que ele se encontre.
“25 E eis que
certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e
disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 Então, Jesus lhe
perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?
27 A isto ele
respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
28 Então, Jesus
lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
29 Ele, porém,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
30 Jesus
prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para
Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais,
depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se,
deixando-o semimorto.
31 Casualmente,
descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
32 Semelhantemente,
um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou
de largo.
33 Certo
samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o,
compadeceu-se dele.
34 E,
chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e
vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para
uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia
seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo:
Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando
voltar.
36 Qual
destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas
mãos dos salteadores?
37 Respondeu-lhe
o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe
disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lucas 10.25-37).
APÊNDICE:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em
nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em
termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é
apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter
legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Há também uma grande ignorância relativa ao que seja
a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do
evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser
adequadamente entendida.
Há somente um evangelho pelo qual podemos ser
verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas
páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até
mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem
ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do
evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de
apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da
nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender
que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita
entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas
diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a
Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem
perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento
espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações
transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo
meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo
que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os
redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o
de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam
debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem
transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos
seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça
divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus
pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei
determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento
substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores,
assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que
seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado,
eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria
ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça
feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício,
Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por
si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da
natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi
gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse
humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos
redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de
Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e
importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para
nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a
Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes,
para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme
representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos
alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o
sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua
vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a
vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é
apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro
caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é
estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que
sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que
nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e
santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do
pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com
Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza
espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e
mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não
fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que
ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens
bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o
resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus
poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia
da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está
inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde
por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado
justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com
muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque
não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não
perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma
de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que
tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas
imperfeições e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus,
mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não
foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a
Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé
nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da
sua salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central
relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de
forma resumida no primeiro deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça que
foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito
nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua
salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta
verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que
esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do
pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação
segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são
a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos
termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e
os crentes apenas os beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são
convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem
salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho
que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado
pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito importante,
de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a
salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e
consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi
feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para
garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto
venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a
glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus
Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado
somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo
poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto
da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa,
capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como
temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados
em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que
busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer
impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e
completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até
mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida
deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver
hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em
demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da
parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz
que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados
e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a
nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para
a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários
para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina,
no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova
criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está
ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois
tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se
inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se
encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e
não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do
mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas
naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo
qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a
glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação
dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o
nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo
desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que
nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da
fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por
meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação,
inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da
geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o
quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da salvação,
e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e assim sejam
salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada
possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se
dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o
pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem
perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que
costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra
e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da
fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da
Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não significa:
de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido
na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos
são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva.
Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo
da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos
um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que
aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e
Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em
santo e recebido como filho adotivo por Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus
são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa
santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião,
totalmente perdidos e mortos em
transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da promessa da
aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre
o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por
graça e mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito
para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios
desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia,
isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda
uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós
mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a
aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e
assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais
poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa Cabeça, nosso Sumo
Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo
sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote
foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação
eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para
este ofício.
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus por meio
da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por um viver e andar em
santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta verdade que muitos
crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a
aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos
exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já
se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à
segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma das faces
da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração
instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão
inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito
Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a
mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no
Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através
de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que
Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de
um viver santificado.
Esta santificação foi também incluída na aliança da
graça feita entre o Pai e o Filho, antes da fundação do mundo, e para isto
somos também inteiramente dependentes de Jesus e da manifestação da sua vida em
nós, porque Ele se tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, redenção,
sabedoria e santificação (I Coríntios 1.30). De modo que a obra iniciada na
nossa conversão será completada por Deus para o seu aperfeiçoamento final até a
nossa chegada à glória celestial.
“Estou plenamente certo de
que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (I
Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).
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