quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Amor aos Inimigos




43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?
48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.43-48).
Foi principalmente por ter em vista a aplicação incorreta que os judeus haviam feito da lei de Moisés, acrescentando à mesma um preceito que não se encontra na revelação, a saber, o de se odiar os inimigos, que nosso Senhor Jesus Cristo acrescentou esta instrução no Sermão do Monte, quanto ao dever de não se odiar os inimigos, mas de amá-los.
A interpretação destas palavras tem sido feita de variadas maneiras, que em sua grande maioria ou fica aquém do ensino pretendido por Jesus, ou até mesmo que o adulteram.
Como elas foram proferidas no contexto do Velho Testamento, no qual os judeus ainda viviam durante o ministério terreno de Jesus, uma vez que o Novo Testamento, ou Nova Aliança, entraria em vigor, somente depois da Sua morte e ressurreição, entendemos que seria oportuno e conveniente interpretá-las no próprio contexto em que foram proferidas, uma vez que apesar de se referirem a um dever universal, o ensino foi colocado para corrigir, antes de tudo, o modo como a cultura do judaísmo tratava o assunto.
É possível que o mandamento divino de que Israel não se misturasse aos costumes das nações pagãs, imitando as suas más obras, possa ter sido uma das causas que levaram à distorção do mandamento, levando os israelitas à consideração de que o amor deveria ser restringido entre aqueles que fossem da nação eleita, e que as pessoas das demais nações deveriam ser odiadas, ainda que não propriamente com um ódio de caráter intencional destruidor, mas que os levasse a se aborrecerem dos que não seguissem nos mesmos costumes em que os israelitas viviam.
Nós vimos que mesmo entre eles, havia muitas divisões e dissensões, decorrentes de um zelo sem discernimento quanto à aplicação da Lei de Moisés, considerando que fosse até mesmo apropriado perseguir, prender e matar aqueles, que segundo o próprio entendimento deles, estavam agindo contra a Lei de Moisés. Isto era feito na maior parte dos casos por motivações invejosas e carnais, pela consideração de se considerarem superiores aos demais que não conheciam a Lei, conforme podemos ver no caso da perseguição sofrida pelo próprio Senhor Jesus pelos judeus, e depois dEle, pelos apóstolos e os demais crentes.  
Eles faziam tudo isto alegando estarem respaldados pela Lei, que consentia neste ódio aos inimigos.
Ora, como o Evangelho é a chamada de Deus a todos os povos e nações, para que se convertam a Cristo, pela graça e mediante a fé, jamais haveria qualquer progresso no Reino de Deus caso um espírito rancoroso como o citado prevalecesse. Como poderia haver missões evangelizadoras, sobretudo entre os gentios, como por exemplo, as empreendidas pelo apóstolo Paulo, estando-se sob o domínio deste espírito que faz acepção de pessoas? Como o amor de Deus prevaleceria entre pecadores conduzindo-os ao arrependimento e à conversão?
Foi portanto, para este motivo maior da expansão do Reino de Deus que nosso Senhor se apressou a colocar as coisas em seus devidos lugares, quanto à forma espiritual e verdadeira com que a Lei deveria ser interpretada e aplicada.
Como Deus havia revelado no próprio período do Velho Testamento que salvaria pessoas de todas as nações, perdoando-lhes todos os pecados, por mais hediondos que eles fossem, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, então deveria haver uma disposição de mente e coração correta naqueles que viessem a crer e na obra deles de proclamarem o evangelho. Eles deveriam estar preparados para pregar o amor de Deus em um mundo que lhes seria hostil e no qual muitos os odiariam. E a forma de fazê-lo deveria ser com um espírito perdoador e símplice, apesar de prudente, e sobretudo cheio do amor de Deus que é derramado em seus corações pelo Espírito Santo.
Para fixar este dever, o Senhor havia declarado anteriormente no ensino do Sermão do Monte o seguinte:
38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra;
40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mateus 5.38-42).
Nada pode impedir o crente na sua missão de ganhar almas para Cristo, nem mesmo perseguições e injustiças que possa sofrer, as quais devem ser suportadas com paciência, continuando o crente na prática do bem e do amor, prosseguindo na obra de pregar a salvação em Cristo ao mundo.
 Quantos dentre estes próprios perseguidores não poderiam vir a se converter com o seu exemplo de perdão, amor e paciência, assim como o Senhor nos deixou para ser seguido pelos crentes?
Então, antes desta exortação à paciência na tribulação, nós temos também declarado por Jesus no Sermão do Monte, antes de citar o nosso dever de orarmos em favor da salvação dos nossos perseguidores, e de bendizê-los e não amaldiçoá-los, na mesma passagem em que nos ordena o amor aos inimigos:
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento.
22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.” (Mateus 5.21-26).
O cumprimento destas ordenanças é de tal caráter eminentemente espiritual, que os próprios apóstolos, ante a ordenança do Senhor de que deveriam perdoar 70 vezes 7, pediram-lhe que lhes aumentasse a fé, ou seja, que os capacitasse pelo poder e instrução do Espírito Santo, a alcançarem tal coração perdoador.
Os judeus, carnais em sua maioria, jamais poderiam alcançar em tal estado, uma devida compreensão desta verdade, e permaneceriam em sua cegueira espiritual preservando suas concepções errôneas relativas ao caráter de Deus e à vocação deles para ser a nação eleita, conforme promessa feita por Deus aos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó.
O Senhor jamais havia dito que havia escolhido Israel por algum mérito ou excelência que houvesse nos israelitas, mas que o fizera por amor a Si mesmo, e à Sua fidelidade em cumprir a Sua Palavra, especialmente a promessa que havia feito de que seria o Deus deles, e eles o Seu povo.
Para que não tivessem nenhum sentimento de exclusividade que os levasse a desconsiderar as demais pessoas piedosas da Terra, o Senhor lhes ordenou que amassem os estrangeiros que se unissem a eles, com o propósito de servi-Lo e amá-lo, conforme pode ser visto em várias porções das Escrituras, e das quais destacamos algumas na divisão deste livro sobre O AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO HOMEM.
É portanto, sob este pano de fundo geral que o assunto do amor aos inimigos deve ser analisado, de modo a que não incorramos em interpretações sem respaldo escriturístico.
Meras considerações de caráter sentimental, emocional, filosófico, social, psicológico, ou de qualquer outra natureza, jamais poderiam nos levar a uma correta compreensão deste dever de amar os inimigos, quanto ao em que ele consiste, a quem se aplica, a que condições etc. É à própria Palavra de Deus que devemos recorrer para uma correta compreensão e aplicação do mandamento.
É evidente que o mandamento não se aplica a Satanás e aos demônios, que sendo inimigos incuráveis e eternos de Deus e dos crentes, não devem ser amados, mas resistidos, conforme a ordenança bíblica, ou seja, de nos colocarmos em ordem de batalha em nome de Jesus, contra eles.
Mas, quanto à humanidade, a quem Deus está convidando ao perdão e à salvação, pela dispensação da paciência e longanimidade do Evangelho, nos é ordenado não resistir até mesmo ao mais perverso dos homens, mas estar dispostos a sermos até mesmo feridos em nossas faces por eles, sem fechar-lhes a porta da oportunidade de alcançarem a salvação.
Na verdade, aquele que mais tem sido ofendido por nossos pecados diários é o próprio Deus, e Ele não tem, contudo, resistido a nós, se não somos orgulhosos, mas sempre nos tem perdoado em Jesus Cristo através do nosso arrependimento.
E como somos chamados a sermos imitadores de Deus, estamos debaixo do dever de exibir a mesma disposição para perdoar os nossos ofensores, a ponto de se conciliar na oração do Pai nosso, o perdão das nossas dívidas, conforme também tenhamos perdoados os nossos ofensores.
Este mandamento jamais poderia ser aplicado na prática, caso em vez de sermos guiados pela justiça do reino de Deus, fôssemos conduzidos pela justiça dos tribunais terrenos, em que a questão do perdão não é considerada no julgamento das causas. Este é um dos principais motivos de os crentes serem proibidos de encaminharem suas demandas com irmãos em Cristo a tribunais terrenos.
Antes da justiça dos homens, deve ser atendida a justiça de Deus. Antes importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
Especialmente em nossos dias, temos testemunhado, em razão da multiplicação da iniquidade que havia sido profetizada por Jesus e pelos apóstolos, o esfriamento do amor de muitos. A prova disso é que a crueldade tem crescido, e com ela a falta até mesmo de afeto natural, há aumento do egoísmo, do ódio injustificado, da sede de vingança, que se vê por toda parte. Então o crente é chamado a vigiar, orar e a nadar contra esta correnteza, para permanecer no primeiro amor em Jesus Cristo. Ele não pode permitir ser contaminado por este espírito de rebelião dessa época, e guardar o coração na pureza, na bondade, no amor, no perdão, na misericórdia e em tudo o mais que existe no próprio caráter do Senhor.
A tentação para maldizer os que praticam injustiças é muito grande, mas devemos nos guardar disso, e bendizer em vez de maldizer.
A sede de punição de transgressores deve ser substituída por intercessão em favor do arrependimento e conversão deles. A questão da justiça deve ser deixada nas mãos do Senhor, e nos casos de transgressão das leis dos homens, também nas mãos dos tribunais terrenos, os quais caso venham a prevaricar, serão julgados por Deus, não devendo portanto, estarem sujeitos ao nosso juízo, em movimentos de massas populares para tentar removê-los de suas posições, pois o Senhor, o fará caso assim julgue necessário, pelos Seus próprios meios e poder.
Temos um grande exemplo na paciência e fé que os mártires do passado demonstraram em seu serviço à causa do evangelho, e a cujos algozes foi permitido por Deus permanecerem impunes por muito tempo na face da Terra, mas ai deles, caso não tenham se arrependido.
Devemos evitar julgar segundo as aparências, pois é nosso dever inclusive não julgar para não sermos julgados, mas se for o caso de ser feito, devemos fazê-lo segundo a reta justiça.
Não são os ricos e poderosos que oprimem os fracos e pobres, que são propriamente os bem-aventurados, pois caso não pratiquem a justiça, a eles virá um castigo eterno, conforme afirmado por nosso Senhor:
24 Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação.
25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar.” (Lucas 6.24,25).
E àqueles que são louvados e bajulados pelos homens quando se empenham na obra do evangelho, diz o Senhor:
“Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.” (Lucas 6.26).
Mas boas promessas são dirigidas àqueles que sofrem pela causa do evangelho:
27 Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam;
28 bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.
29 Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica;
30 dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda.
31 Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.
32 Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam.
33 Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso.
34 E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
35 Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.
36 Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.
37 Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados;
38 dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” (Lucas 6.27-38).
Temos assim demonstrado, em linhas gerais, o significado da ordenança de amarmos os nossos inimigos.
Nas linhas a seguir apresentamos duas divisões de passagens do Velho Testamento, sob os seguintes títulos:
a) O AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO HOMEM, e
b) O AMOR DO HOMEM EM RELAÇÃO A DEUS E AO PRÓXIMO.
O AMOR DE DEUS EM RELAÇÃO AO HOMEM
23 E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio?
24 Se houver, porventura, cinquenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram?
25 Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?
26 Então, disse o SENHOR: Se eu achar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles.
27 Disse mais Abraão: Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza.
28 Na hipótese de faltarem cinco para cinquenta justos, destruirás por isso toda a cidade? Ele respondeu: Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco.
29 Disse-lhe ainda mais Abraão: E se, porventura, houver ali quarenta? Respondeu: Não o farei por amor dos quarenta.
30 Insistiu: Não se ire o Senhor, falarei ainda: Se houver, porventura, ali trinta? Respondeu o SENHOR: Não o farei se eu encontrar ali trinta.
31 Continuou Abraão: Eis que me atrevi a falar ao Senhor: Se, porventura, houver ali vinte? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos vinte.
32 Disse ainda Abraão: Não se ire o Senhor, se lhe falo somente mais esta vez: Se, porventura, houver ali dez? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos dez.
33 Tendo cessado de falar a Abraão, retirou-se o SENHOR; e Abraão voltou para o seu lugar.” (Gênesis 18.22-33).
Desta passagem pode ser inferido corretamente que é por amor dos crentes que são o sal da terra e a luz do mundo, que Deus tem suportado com grande longanimidade os vasos de ira preparados para a perdição eterna. É por causa do amor aos eleitos que os preserva, na expectativa de que através do testemunho deles, muitos outros venham a se converter também de seus maus caminhos, que Deus adia muitos dos seus juízos sobre a Terra, e os canaliza para o dia do Juízo Final.
O testemunho de um crente fiel é muito precioso, porque através dele é proclamada a justiça, o amor e a bondade de Deus, e este é um dos principais motivos de eles serem incentivados a prosseguirem neste testemunho, pelo qual muitos são abençoados por causa do amor de Deus por estes crentes fiéis, em comprovação de que Ele se agrada e recompensa de fato até mesmo aqueles que vivem sob a influência destes filhos amados, e isto pode ser visto em várias Escrituras, como as destacadas a seguir:
25 Tendo Raquel dado à luz a José, disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte ao meu lugar e à minha terra.
26 Dá-me meus filhos e as mulheres, pelas quais eu te servi, e partirei; pois tu sabes quanto e de que maneira te servi.
27 Labão lhe respondeu: Ache eu mercê diante de ti; fica comigo. Tenho experimentado que o SENHOR me abençoou por amor de ti.” (Gênesis 30.25-27).
2 O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu Senhor egípcio.
3 Vendo Potifar que o SENHOR era com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em suas mãos,
4 logrou José mercê perante ele, a quem servia; e ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo o que tinha.
5 E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção do SENHOR estava sobre tudo o que tinha, tanto em casa como no campo.” (Gênesis 39.2-5).
8 Contou Moisés a seu sogro tudo o que o SENHOR havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no Egito, e como o SENHOR os livrara.
9 Alegrou-se Jetro de todo o bem que o SENHOR fizera a Israel, livrando-o da mão dos egípcios,” (Êxodo 18.8,9).
A semente de Abraão foi levantada para ser bênção para todas as nações da Terra, em todas as gerações, e isto se cumpriria especialmente com a promessa do Messias. Até que ele viesse, Israel deveria sustentar um testemunho de santidade e amor, segundo Deus, e esta era a razão de terem sido submetidos a Seus juízos para que fosse vindicada neles a Sua justiça e santidade, de modo que todos soubessem que Ele nada tinha a ver com o mau comportamento da nação.
As correções da nação de Israel por Deus apontavam para a verdade de que Ele não rejeita aqueles a quem ama, mesmo quando agem contrariamente a Ele, mas os sujeita à disciplina da aliança, assim como um pai corrige seus filhos.
7 É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?
8 Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.
9 Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?
10 Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.
11 Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.” (Hebreus 12.7-11).
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Hebreus 3.19).
Não são pois os castigos dispensados a inimigos inconciliáveis, mas as correções de um Pai de amor, aquilo que o Senhor dispensa a todos os Seus filhos.
Quem ama, repreende, corrige e disciplina. Então não se pode esquecer que mesmo quando se fala de amar os inimigos, estas coisas não podem ser esquecidas, pois muitos são achegados a Deus por conta dos juízos dolorosos que Ele traz sobre eles por conta de seu mau caminhar. Por essas dores que lhes são infligidas eles são trazidos à cura de suas almas.
É por isso que vemos tantas repreensões e castigos dirigidos por Deus à própria nação de Israel, especialmente nos dias do Velho Testamento. Era o tratamento de um amigo e não de um inimigo. Eram correções e castigos motivados pelo amor, e não pelo ódio.
39 Aqueles que dentre vós ficarem serão consumidos pela sua iniquidade nas terras dos vossos inimigos e pela iniquidade de seus pais com eles serão consumidos.
40 Mas, se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade que cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente para comigo,
41 pelo que também fui contrário a eles e os fiz entrar na terra dos seus inimigos; se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniquidade,
42 então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também da minha aliança com Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei.
43 Mas a terra na sua assolação, deixada por eles, folgará nos seus sábados; e tomarão eles por bem o castigo da sua iniquidade, visto que rejeitaram os meus juízos e a sua alma se aborreceu dos meus estatutos.
44 Mesmo assim, estando eles na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei, nem me aborrecerei deles, para consumi-los e invalidar a minha aliança com eles, porque eu sou o SENHOR, seu Deus.
45 Antes, por amor deles, me lembrarei da aliança com os seus antepassados, que tirei da terra do Egito à vista das nações, para lhes ser por Deus. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 26.39-45).
6 Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra.
7 Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos,
8 mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.
9 Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos;
10 e dá o pago diretamente aos que o odeiam, fazendo-os perecer; não será demorado para com o que o odeia; prontamente, lho retribuirá.
11 Guarda, pois, os mandamentos, e os estatutos, e os juízos que hoje te mando cumprir.
12 Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o SENHOR, teu Deus, te guardará a aliança e a misericórdia prometida sob juramento a teus pais;
13 ele te amará, e te abençoará, e te fará multiplicar; também abençoará os teus filhos, e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu vinho, e o teu azeite, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, na terra que, sob juramento a teus pais, prometeu dar-te.” (Deuteronômio 7.6-13).
“Reconheceu Davi que o SENHOR o confirmara rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.” (II Samuel 5.12).
38 toda oração e súplica que qualquer homem ou todo o teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração e estendendo as mãos para o rumo desta casa,
39 ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens;
40 para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
41 Também ao estrangeiro, que não for do teu povo de Israel, porém vier de terras remotas, por amor do teu nome
42 (porque ouvirão do teu grande nome, e da tua mão poderosa, e do teu braço estendido), e orar, voltado para esta casa,” (I Reis 8.38-42).
11 Por isso, disse o SENHOR a Salomão: Visto que assim procedeste e não guardaste a minha aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu servo.
12 Contudo, não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o tirarei.
13 Todavia, não tirarei o reino todo; darei uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi.” (I Reis 11.11-13).
1 No décimo oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, Abias começou a reinar sobre Judá.
2 Três anos reinou em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão.
3 Andou em todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele; e seu coração não foi perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.
4 Mas, por amor de Davi, o SENHOR, seu Deus, lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando a seu filho depois dele e dando estabilidade a Jerusalém.” (I Reis 15.1-4).
16 No ano quinto do reinado de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, reinando ainda Josafá em Judá, começou a reinar Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá.
17 Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém.
18 Andou nos caminhos dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque a filha deste era sua mulher; e fez o que era mau perante o SENHOR.
19 Porém o SENHOR não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, segundo a promessa que lhe havia feito de lhe dar sempre uma lâmpada e a seus filhos.” (II Reis 8.16-19).
Já em relação àqueles que não se encontravam aliançados com Ele, e que se levantavam em grande insolência para afrontá-lo, buscando a ruína de Israel, o Senhor os tratou de modo diferente, dando-lhes diretamente o pago por suas más obras, como foi o caso em diversas ocasiões com várias nações que o fizeram. Nestes casos não foi um juízo por amor, mas uma ação retributiva da justiça divina assim como Ele havia feito com a geração dos dias de Noé; com as cidades de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim; no Egito com faraó nos dias de Moisés; com os reis da Síria, Assíria e todos aqueles que haviam se levantado contra Ele e Israel nos dias do Velho Testamento, para que o Seu nome seja temido em toda a Terra,
32 Pelo que assim diz o SENHOR acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma, não virá perante ela com escudo, nem há de levantar tranqueiras contra ela.
33 Pelo caminho por onde vier, por esse voltará; mas, nesta cidade, não entrará, diz o SENHOR.
34 Porque eu defenderei esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor de meu servo Davi.
35 Então, naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres.” (II Reis 19.32-35).
Este foi o tratamento de Deus com os assírios, do mesmo modo com que havia feito distinção entre os egípcios e os israelitas nos dias de Moisés, para que se saiba que aqueles que são aliançados com Ele, conforme é o caso da Igreja, por meio da fé em Jesus Cristo, não mais o enfrentarão como um juiz togado, pronto a executar sobre eles uma sentença condenatória, mas como um pai amoroso, disposto a perdoar e a disciplinar seus filhos, uma vez que estes se sujeitam a ele, diferentemente daqueles que permanecem voluntariamente como inimigos e estranhos, sempre resistindo à Sua vontade. No que eles têm recusado a mão amiga do evangelho que lhes foi estendida para serem perdoados, reconciliados e salvos, devem permanecer sob condenação em razão da sua incredulidade.
Assim o amor aos inimigos ordenado aos crentes não significa que Deus os aprova ou que usará de misericórdia com todos eles, mas demonstra por este amor de Seus filhos o quanto Ele, o Pai, é longânimo para com eles, dando-lhes oportunidade para que se arrependam, em face de toda esta bondade e paciência demonstradas.
5 Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do SENHOR.
6 Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo.” (II Reis 20.5,6).
“Reconheceu Davi que o SENHOR o confirmara rei sobre Israel; porque, por amor do seu povo de Israel, o seu reino se tinha exaltado muito.” (I Reis 14.2).
15 Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
16 da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
17 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua,
18 dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
19 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
20 andavam de nação em nação, de um reino para um povo.
21 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” (I Crônicas 16.15-22).
1 O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.
2 Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso;
3 refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.” (Salmo 23.1-3).
22 Mas, por amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro.
23 Desperta! Por que dormes, Senhor? Desperta! Não nos rejeites para sempre!
24 Por que escondes a face e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão?
25 Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo, como que pegado no chão.
26 Levanta-te para socorrer-nos e resgata-nos por amor da tua benignidade.” (Salmo 44.22-26).
6 Pecamos, como nossos pais; cometemos iniquidade, procedemos mal.
7 Nossos pais, no Egito, não atentaram às tuas maravilhas; não se lembraram da multidão das tuas misericórdias e foram rebeldes junto ao mar, o mar Vermelho.
8 Mas ele os salvou por amor do seu nome, para lhes fazer notório o seu poder.” (Salmo 106.6-8).
20 Tal seja, da parte do SENHOR, o galardão dos meus contrários e dos que falam mal contra a minha alma.
21 Mas tu, SENHOR Deus, age por mim, por amor do teu nome; livra-me, porque é grande a tua misericórdia.” (Salmo 109.20,21).
“Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade.” (Salmo 115.1).
8 Levanta-te, SENHOR, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca de tua fortaleza.
9 Vistam-se de justiça os teus sacerdotes, e exultem os teus fiéis.
10 Por amor de Davi, teu servo, não desprezes o rosto do teu ungido.
11 O SENHOR jurou a Davi com firme juramento e dele não se apartará: Um rebento da tua carne farei subir para o teu trono.
12 Se os teus filhos guardarem a minha aliança e o testemunho que eu lhes ensinar, também os seus filhos se assentarão para sempre no teu trono.
13 Pois o SENHOR escolheu a Sião, preferiu-a por sua morada:
14 Este é para sempre o lugar do meu repouso; aqui habitarei, pois o preferi.” (Salmo 132.8-14).
8 Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma.
9 Livra-me, SENHOR, dos meus inimigos; pois em ti é que me refugio.
10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.
11 Vivifica-me, SENHOR, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira da tribulação a minha alma.
12 E, por tua misericórdia, dá cabo dos meus inimigos e destrói todos os que me atribulam a alma, pois eu sou teu servo.” (Salmo 143.8-12).
“O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.” (Provérbios 10.12).
6 Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas.
7 As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” (Cantares 8.6,7).
“Foi do agrado do SENHOR, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa.” (Isaías 42.21).
11 Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador.
12 Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus.
13 Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?
14 Assim diz o SENHOR, o que vos redime, o Santo de Israel: Por amor de vós, enviarei inimigos contra a Babilônia e a todos os de lá farei embarcar como fugitivos, isto é, os caldeus, nos navios com os quais se vangloriavam.” (Isaías 43.11-14).
Por amor do Seu povo Deus toma vingança dos seus inimigos, de maneira que esta é mais uma razão para amarem seus inimigos em vez de buscarem se vingar deles, porque a questão da justiça e do juízo permanece perfeitamente nas mãos do Senhor que no devido tempo dará o pago a cada um segundo as suas obras:
14 abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.
16 Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos.
17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens;
18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;
19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.
20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12.14-21).
1 Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão.
2 Eu irei adiante de ti, endireitarei os caminhos tortuosos, quebrarei as portas de bronze e despedaçarei as trancas de ferro;
3 dar-te-ei os tesouros escondidos e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
4 Por amor do meu servo Jacó e de Israel, meu escolhido, eu te chamei pelo teu nome e te pus o sobrenome, ainda que não me conheces.” (Isaías 45.1-4).
Por amor do Seu povo Deus usa até mesmo ímpios que não o conhecem, para executar toda a Sua vontade, para o bem deles, como foi o caso com Ciro, rei da Pérsia, que foi levantado para conduzir os judeus do cativeiro em Babilônia para a terra deles na Palestina.
8 Tu nem as ouviste, nem as conheceste, nem tampouco antecipadamente se te abriram os ouvidos, porque eu sabia que procederias mui perfidamente e eras chamado de transgressor desde o ventre materno.
9 Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar.
10 Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição.
11 Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem.
12 Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro e também o último.” (Isaías 48.8-12).
“Assim diz o SENHOR, o Redentor e Santo de Israel, ao que é desprezado, ao aborrecido das nações, ao servo dos tiranos: Os reis o verão, e os príncipes se levantarão; e eles te adorarão por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu.” (Isaías 49.7).
3 Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi.
4 Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos.
5 Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou.
6 Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
7 Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.” (Isaías 55.3-7).
1 Por amor de Sião, me não calarei e, por amor de Jerusalém, não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa.
2 As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do SENHOR designará.
3 Serás uma coroa de glória na mão do SENHOR, um diadema real na mão do teu Deus.” (Isaías 62.1-3).
8 Porque ele dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou o seu Salvador.
9 Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade.
10 Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.” (Isaías 63.8-10).
5 povo que diz: Fica onde estás, não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. És no meu nariz como fumaça de fogo que arde o dia todo.
6 Eis que está escrito diante de mim, e não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei, totalmente,
7 das vossas iniquidades e, juntamente, das iniquidades de vossos pais, diz o SENHOR, os quais queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que eu vos medirei totalmente a paga devida às suas obras antigas.
8 Assim diz o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos e não os destruirei a todos.
9 Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela.” (Isaías 65.5-9).
“Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó SENHOR, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos.” (Jeremias 14.7).
1 Naquele tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas serão o meu povo.
2 Assim diz o SENHOR: O povo que se livrou da espada logrou graça no deserto. Eu irei e darei descanso a Israel.
3 De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.
4 Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam.” (Jeremias 31.1-4).
Deus nos amou desde a eternidade, antes mesmo que houvesse mundo, e ele continuou nos amando mesmo nos dias da nossa ignorância de Cristo e do evangelho, e por este amor veio a nos chamar e salvar depois.
7 Então, lhes disse: Cada um lance de si as abominações de que se agradam os seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o SENHOR, vosso Deus.
8 Mas rebelaram-se contra mim e não me quiseram ouvir; ninguém lançava de si as abominações de que se agradavam os seus olhos, nem abandonava os ídolos do Egito. Então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir a minha ira contra eles, no meio da terra do Egito.
9 O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante das nações no meio das quais eles estavam, diante das quais eu me dei a conhecer a eles, para os tirar da terra do Egito.” (Ezequiel 20.7-9).
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.” (Daniel 9.16-19).
“Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles.” (Oseias 14.4).
Em inúmeras passagens da Bíblia Deus declara o amor ao Seu nome, à Sua palavra, bondade, e fidelidade, como a causa das Suas ações graciosas para com a humanidade, e especialmente para com o Seu povo. Isto pode ser visto nas próprias orações feitas por Moisés, Daniel, Davi, Salomão, e muitos outros reis de Israel, pedindo que Deus lhes fizesse bem por amor do Seu nome e fidelidade.
Ora, disto se aprende que o amor aos inimigos deve existir pela mesma razão, a saber, por amor ao Nome do Senhor, da Sua obra de salvação que é destinada a toda e qualquer pessoa. Se não houvesse esta disposição de se amar inimigos, jamais poderíamos nos empenhar na obra do evangelho, atendendo ao seu caráter universal.
Nós podemos ver em muitos sermões de Charles Haddon Spurgeon, o quanto ele estava comprometido com a glória de Deus, e que por amor do Seu nome, gastou-se inteiramente por amor às almas dos homens, muitas vezes até mais do que eles próprios, no seu interesse de livrá-las da condenação eterna pela pregação do evangelho. O mesmo sentimento podemos observar no apóstolo Paulo, esforçando-se para ganhar os próprios judeus que o perseguiam, e disposto até mesmo a se tornar um anátema, se com isto pudesse trazer-lhes a salvação.


O AMOR DO HOMEM EM RELAÇÃO A DEUS E AO PRÓXIMO
17 Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado.
18 Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.” (Levítico 19.17,18)
“Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.” (Provérbios 9.8).
Estas duas passagens devem ser analisadas em conjunto, pois, se por um lado somos ordenados a repreender o irmão faltoso, porque a negligência deste dever é considerada como pecaminosa por Deus, trazendo-nos culpa em decorrência disso, todavia, por outro, como se vê no texto de Provérbios, a pessoa facciosa e recalcitrante deve ser evitada, uma vez que a repreensão não lhe traria nenhum benefício, senão que ficará aborrecido conosco e com a repreensão recebida.
É necessário ter em todas as situações conflitantes em nossos relacionamentos, a direção do Espírito Santo, quanto à demonstração do nosso zelo pelo amor e pela verdade, para que não suceda, que em vez de agirmos de forma aprovada, venhamos a acrescentar maiores problemas aos já existentes.
4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Deuteronômio 6.4,5).
12 Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma,
13 para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?
14 Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há.
15 Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê.
16 Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.
17 Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos Senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;
18 que faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.
19 Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.
20 Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás.” (Deuteronômio 10.12-20).
“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos” (Deuteronômio 11.1).
Ao amor deve preceder a verdade, pois não é amor aquilo que passa por alto a verdade e a justiça de Deus. Ainda que a misericórdia triunfe sobre o juízo, isto não é feito de modo banal e sem fundamento, uma vez que um alto preço foi pago por Jesus na cruz, para que pudéssemos ser perdoados e justificados por Deus, alcançando misericórdia da Sua parte.
Somos chamados a exibir a mesma misericórdia com a qual fomos contemplados pelo Senhor, mas isto deve ser feito dentro dos critérios revelados por Deus na Palavra, e não movidos por meros sentimentos e emoções.
Muitos são abusados em sua ingenuidade pretendendo passar por atenuadores de todas as aflições que o próximo possa estar enfrentando, sem levarem em conta que estas podem ser decorrentes de pecados que ele não pretende abandonar, ou ainda de juízos aplicados por Deus, seja para correção ou para castigo. Estes sentimentos são ampliados ou impulsionados pelos espíritos das trevas para o propósito de enganar aqueles que pretendem agir de forma misericordiosa.
Como já dito anteriormente, em todas as nossas deliberações, devemos buscar a instrução da Palavra de Deus e a direção do Espírito Santo, para que não ultrapassemos os marcos que foram estabelecidos previamente por Deus para nós ao exercermos misericórdia.
1 Quando, pois, todas estas coisas vierem sobre ti, a bênção e a maldição que pus diante de ti, se te recordares delas entre todas as nações para onde te lançar o SENHOR, teu Deus;
2 e tornares ao SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e deres ouvidos à sua voz, segundo tudo o que hoje te ordeno,
3 então, o SENHOR, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado o SENHOR, teu Deus.
4 Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de lá.
5 O SENHOR, teu Deus, te introduzirá na terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais.
6 O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas.
7 O SENHOR, teu Deus, porá todas estas maldições sobre os teus inimigos e sobre os teus aborrecedores, que te perseguiram.” (Deuteronômio 30.1-7).
Na Lei, a própria nação de Israel estava debaixo das ameaças de maldição da Lei, para o caso da transgressão da aliança, conforme as citadas no capítulo anterior a este. Aqui, em Deuteronômio 30 são feitas promessas de restauração de Israel, em caso de arrependimento e conversão ao Senhor, e que as citadas maldições em vez de virem sobre a nação eleita, seriam destinadas por Deus aos inimigos e aborrecedores de Israel. De fato, todos aqueles que são inimigos de Cristo permanecem debaixo da maldição da Lei, da qual todos os crentes foram resgatados, por conta da nova aliança feita com eles no sangue de Jesus, que não conta até mesmo as transgressões desta nova aliança como causa para maldição.
De Deuteronômio 30.7 aprendemos por princípio que o amor de Deus à humanidade não significa que Ele não julgue, castigue e condene a todos aqueles que não amam a Cristo, contra os quais a propósito, o apóstolo Paulo proclama um anátema, em razão da escolha deliberada deles de permanecerem em rebelião contra Deus. 
Como poderia Deus ter um amor de intimidade, de familiaridade, de alegria com os tais? Estaria ele nos ordenando a fazer aquilo que Ele mesmo nunca se disporá a fazer? Ou seja, amar com este amor de comunhão e unidade espiritual aqueles que andam em trevas e que amam o mundo? Qual é a comunhão possível entre luz e trevas? Entre o crente e o incrédulo?
Este balizamento quando se fala em amarmos o próximo como a nós mesmos, deve ser sempre observado, para que não sejamos encontrados marchando ao lado, e seguindo a mesma direção daqueles que odeiam a Deus.
Entre fazer isto e orar por eles para que saiam de debaixo da maldição da Lei, e não maldizê-los, vai uma distância muito grande, pois se requer de nós que não apenas evitemos o mal, como também fujamos de toda aparência do mal.
6 Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e cumprirdes tudo quanto está escrito no Livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda;
7 para que não vos mistureis com estas nações que restaram entre vós. Não façais menção dos nomes de seus deuses, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem os adoreis.
8 Mas ao SENHOR, vosso Deus, vos apegareis, como fizestes até ao dia de hoje;
9 pois o SENHOR expulsou de diante de vós grandes e fortes nações; e, quanto a vós outros, ninguém vos resistiu até ao dia de hoje.
10 Um só homem dentre vós perseguirá mil, pois o SENHOR, vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu.
11 Portanto, empenhai-vos em guardar a vossa alma, para amardes o SENHOR, vosso Deus.
12 Porque, se dele vos desviardes e vos apegardes ao restante destas nações ainda em vosso meio, e com elas vos aparentardes, e com elas vos misturardes, e elas convosco,
13 sabei, certamente, que o SENHOR, vosso Deus, não expulsará mais estas nações de vossa presença, mas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos, até que pereçais nesta boa terra que vos deu o SENHOR, vosso Deus.” (Josué 23.6-13).
3 Não fale o estrangeiro que se houver chegado ao SENHOR, dizendo: O SENHOR, com efeito, me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca.
4 Porque assim diz o SENHOR: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança,
5 darei na minha casa e dentro dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.
6 Aos estrangeiros que se chegam ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança,
7 também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.” (Isaías 56.3-7).
Tendo considerado o amor aos inimigos em seu contexto veterotestamentário, consideremo-lo agora em seu sentido geral e universal, conforme desenvolvido claramente no Novo Testamento.
Antes de tudo, deve ser observado que Jesus não ordenou o amor aos inimigos, necessariamente sob o ponto de vista da forma como devem ser resolvidos casos de desafeição pessoal. É num sentido muito mais amplo e profundo que isto deve ser analisado.
Veja o caso do próprio Deus que nos amou com um amor eterno quando ainda nem sequer éramos gerados, e prosseguiu nos amando mesmo quando éramos seus inimigos, como se pode ver no texto de Romanos 5.
A carne é inimizade contra Deus, e esta é a condição natural de todo ser humano, até que venha a se converter a Cristo, quando ultrapassa a barreira do carnal para ser espiritual. Assim, como Paulo se refere aos crentes dizendo que eles não estão mais na carne, mas no espírito, como a dizer que eles são agora espirituais e não mais carnais. A carne, neste sentido, se refere sobretudo à natureza pecaminosa que é inimiga de Deus e que não tem em si a condição de se sujeitar à Sua vontade.
Ora, a conclusão imediata é simples, uma vez que se Deus não tivesse amado a estes que eram seus inimigos por natureza, eles jamais poderiam ser salvos, porque haveria sempre uma posição de inimizade entre ambos. Mas, pela graça do evangelho, e por causa do amor de Deus, somos reconciliados com Ele por meio da fé, passando a haver um novo estado de paz e comunhão e não mais de inimizade e guerra. O amor venceu a guerra, e a paz passou a reinar entre o crente e Deus.
Era a isto que Jesus tinha principalmente em vista quando proferiu as palavras do Sermão do Monte, as quais, a propósito, como se vê, podem ser praticadas somente por aqueles que são justificados e regenerados. Sem a obra do novo nascimento, ninguém está habilitado a cumprir o mandamento de amar os inimigos, até porque isto é feito para o principal propósito de alcançá-los para se converterem a Cristo.
O amor aos inimigos é necessário e compatível com a missão do crente que é a mesma de Cristo em Seu ministério terreno, a saber, a de salvar e não de condenar o mundo.
Não foi sem razão que o pedido dos filhos de Zebedeu para que fosse derramado fogo do céu sobre os samaritanos, foi veementemente repreendido por Jesus com as seguintes palavras:
55 Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
56 Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia.”  (Lucas 9.55,56).
Até que ponto Deus está disposto a salvar seus inimigos pecadores foi demonstrado por Jesus ao ter morrido na cruz, e ali mesmo ter revelado a graça perdoadora que habita nele em plenitude, sobretudo quando perdoou e conduziu ao paraíso juntamente com ele naquele mesmo dia, um ladrão arrependido que havia morrido ao seu lado.
É deste mesmo espírito que ele ordena aos crentes, estarem revestidos para poderem cumprir a sua missão no mundo, e não somente isto, para que venham a ser de fato imitadores de Deus como filhos amados.
Jesus foi perseguido e odiado pelo mundo em geral, e continua sendo na pessoa dos crentes, todavia, seguindo Seu exemplo, eles devem se regozijar nas perseguições sofridas, conforme são exortados a isto nas palavras da conclusão das bem-aventuranças no Sermão do Monte:
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5.10-12).
E qual é uma das principais razões para este regozijo nas perseguições sofridas, senão que é exatamente através delas que se comprova a real eleição deles, porque aqueles que não amam a justiça do evangelho não são perseguidos pelo mundo e desprezados, assim como sucede aos crentes fiéis.
O que fez Deus com um mundo que o odiava? Ele lhes deu o próprio filho Unigênito para ser um sacrifício para aqueles que viessem a se arrepender desta condição de inimizade.
16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3.16-18).
7 Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.
8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;
11 e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.” (Romanos 5.7-11).
A ira de Deus contra o pecado, e a maldição da Lei, permanecem sobre aqueles que não creem em Cristo, conforme a demanda da Sua perfeita justiça, mas nem com isto, Deus os odeia com uma fúria consumidora conforme é comum sentirem os homens que se sentem ofendidos e injustiçados. Ele é Deus e não homem, e não está sujeito a estes sentimentos e emoções vis.
Sua ira é de justa retribuição ao mal que é praticado, e não para a satisfação de qualquer desejo vingativo que seja vil em Sua própria natureza.
Seu prazer é ser misericordioso e longânimo segundo a sua bondade e amor, e o juízo é a sua obra estranha. Não é isto que podemos comprovar em sua grande paciência em suportar um mundo tão pecador como o nosso? Se não fosse por seu amor e misericórdia, e paciência com os inimigos, este mundo já teria sido sujeitado a um juízo geral de fogo há muito tempo.
13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.
15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.” (Colossenses 3.13-15).
Deus ama e perdoa inimigos, e os recebe como filhos caso se arrependam, mas nem antes ou depois disso aprova as suas más obras. Ele os sujeita à disciplina e castigo. De igual modo, o nosso amor aos inimigos não significa que devemos aprová-los em suas más obras.
Em todo o caso deve ser entendido que amar inimigos não significa ser amigo de inimigos. Deus não é amigo dos que vivem em pecado, e os que são Seus filhos devem seguir o Seu exemplo. Ainda que não sejamos necessariamente inimigos de muitos de nossos inimigos, jamais seria possível haver amizade com alguém que seja nosso inimigo. Por isso a paz é recomendada com todos os homens, mas isto, se for possível. Não é possível haver paz com alguém que viva sob sentimentos de guerra.
Não somos chamados a dissolver todos estes sentimentos guerreiros enquanto agimos como agentes da paz, como pacificadores neste mundo. Por nosso exemplo alguns serão atraídos a Cristo e se arrependerão, mas a grande maioria, como sempre sucedeu, permanecerá endurecida em sua rebelião contra Deus e os Seus mandamentos.
Jesus nos chama a uma demonstração prática do nosso amor a Ele e à justiça, por guardarmos os Seus mandamentos. Onde esteja ausente esta prática da Palavra, dificilmente poderá ser visto um verdadeiro amor a Cristo, e muito menos a seus inimigos.
15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,
17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
18 Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.
19 Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
20 Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.
21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo?
23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14.15-24).
9 Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor.
10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
11 Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo.
12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.” (João 15.9-14).
4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:
6 aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.
7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes.
8 Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha.
9 Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.
11 Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” (I João 2.4-11).
9 Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.
11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros;
12 não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.
13 Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia.
14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.
15 Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.
16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.
17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?
18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (I João 3.9-18).
7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.
13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito.” (I João 4.7-13).
18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.
20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (I João 4.18-21).
1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.
2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos.
3 Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos,
4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
5 Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (I João 5.-15).
De tão grande importância é ter um coração amoroso como o de Deus, que é dito que aquele que ama a Deus e o próximo tem cumprido a Lei.
8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
9 Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Romanos 13.8-10).
Em tudo isto somos chamados a exercitar amor aos inimigos porque a obra de amor do evangelho é realizada em meio a um mundo de pecado que é inimigo de Deus.
Somos mais odiados do que amados neste mundo, mas o amor aos inimigos nos mantém numa posição de vitória, pois o mal é vencido pelo bem, quando assim se procede.
Especialmente muitos comunistas, socialistas e muçulmanos manifestam abertamente o ódio que sentem pelos cristãos, mas graças a Deus, em vez de ódio, por parte dos verdadeiros cristãos, o que se tem testemunhado é amor e não ódio por seus inimigos. Esta vitória só pode ser obtida por meio da cruz de Jesus quebrando o nosso ego voluntarioso que é inclinado ao ódio e fazendo prevalecer em seu lugar uma nova natureza terna, perdoadora e amorosa. Graças a Deus por Seu dom inefável.
1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.
4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos,” (Efésios 2.1-5).
3 Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
4 Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos,
5 não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,” (Tito 3.3-5).
Não poderíamos fechar este livro sem citar o exemplo clássico de amor aos inimigos que nosso Senhor nos deu na parábola do bom samaritano.
Os judeus e os samaritanos eram de há muito inimigos inconciliáveis, e os judeus chamavam os samaritanos de cães imundos, e eram proibidos pelas autoridades de Israel de se comunicarem com eles.
Todavia, Jesus mostrou na parábola que o amor aos inimigos havia vencido aquela inimizade histórica, porque um samaritano se dispôs a ajudar um judeu, quando os próprios judeus não haviam se disposto a isto. É para este tipo de amor ao próximo que o evangelho aponta, pois não faz acepção de pessoas e busca o bem e a salvação do próximo seja qual for a condição em que ele se encontre.
25 E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26 Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?
27 A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
28 Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.
29 Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
30 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.
31 Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.
32 Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.
33 Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele.
34 E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
35 No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.
36 Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?
37 Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lucas 10.25-37).







APÊNDICE:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Há também uma grande ignorância relativa ao que seja a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser adequadamente entendida.
Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.
Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa da nossa salvação, pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem alcançar algum favor da parte de Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina, no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido este nosso novo ser que se inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a glória, onde tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da salvação dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador de toda a criação, inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e assim sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que nada possuem em si mesmos para agradarem a Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se dispõem a cumprir os Seus mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo o pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho, porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da Palavra de Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não significa: de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo da salvação.        
É de uma preciosidade tão grande este plano e aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos um conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em santo e recebido como filho adotivo por Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento) que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião, totalmente perdidos  e mortos em transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da promessa da aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por graça e mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia, isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e aproximação eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por um viver e andar em santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta verdade que muitos crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já se encontram salvos das consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma das faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a mortificação diária do pecado, e o despojamento do velho homem, por um andar no Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de um viver santificado.
Esta santificação foi também incluída na aliança da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da fundação do mundo, e para isto somos também inteiramente dependentes de Jesus e da manifestação da sua vida em nós, porque Ele se tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 1.30). De modo que a obra iniciada na nossa conversão será completada por Deus para o seu aperfeiçoamento final até a nossa chegada à glória celestial.
Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (I Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).









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