sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Nada Há de Errado no Plano de Deus


Se o plano divino segue sendo cumprido à risca em todas as gerações da história da humanidade, então qual deveria ser a nossa percepção relativamente a tudo o que parece estar dando errado no mundo?
Simplesmente como prova de que há o pecado humano e a ação de anjos malignos e que a iniquidade cada vez mais se multiplica conforme fora predito por Jesus e os apóstolos que falaram inspirados pelo Espírito Santo. É isto que sempre esteve errado e aumentará ainda mais à medida que a volta de Jesus se aproxima.
Todavia, como tudo isto fora previsto no plano divino, inclusive a própria apostasia que haveria da parte de muitos no tempo do fim, entendemos que o plano permanece perfeito apesar de haver muita imperfeição no mundo em razão do pecado.
Olhe para a própria Igreja, conforme é descrita nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Ali encontramos apenas duas igrejas inteiramente fiéis a Deus dentre as sete que são citadas. Da última (Laodiceia) é dito ser infeliz, pobre, cega, nua e miserável. São crentes que esfriaram no amor e na fé a ponto de chegarem ao citado estado que demandava que se arrependessem e retornassem à prática do primeiro amor.
Agora, ainda que Deus não tivesse operado para que isto ocorresse, entretanto, sabia por sua onisciência que seria este o ponto ao qual a Igreja dos últimos dias chegaria.
Certamente, o Senhor também conhece perfeitamente quais seriam as causas que contribuiriam para isto, e cremos que a maior delas é o afastamento da sã doutrina, conforme profetizado nas Escrituras, especialmente quando o apóstolo Paulo afirma que não suportariam ouvir a sã doutrina por seguirem ensino de demônios e de homens, e não a vera Palavra revelada nas Escrituras.
Quando a espada do Espírito Santo, que é a Palavra da verdade, foi reerguida pelos Reformadores, a doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, logrou derrubar a doutrina criminosa da salvação por obras que havia dominado todo o período da Idade Média. Mas agora, esta espada de dois gumes, está sendo recolocada na bainha e deixando de operar com todo o seu poder salvífico e santificador, para o qual fora designada desde o princípio. Não vemos Jesus orando no capítulo 17 de João para que todos os crentes, de todas as épocas, fossem santificado na verdade, a qual ele designa como sendo a Palavra de Deus?
Mas esta espada operou poderosamente nos dias da Reforma, pois Jesus Cristo crucificado passou a ser o centro da pregação e do ensino. A eleição mediante a graça que havia sido estabelecida pela aliança de Deus Pai com Deus Filho, para que Ele se tornasse a redenção, a justiça, a sabedoria e a santificação de todos os crentes foi amplamente ensinada e as pessoas eram estimuladas a buscarem simplesmente pela graça, mediante a fé, a justificação, a regeneração e a santificação, pela prática da Palavra de Deus, contra toda carnalidade e mundanismo. Eles foram instruídos quanto à importância da negação do ego, do carregar da cruz para a crucificação do velho homem e seu despojamento, e a se revestirem das virtudes e da vida de Jesus Cristo.
Com este tipo de pregação, que não negava a importância dos dons sobrenaturais do Espírito Santo (profecia, línguas, curas etc), mas que não colocavam a ênfase principal nisto, mas como havia feito a Igreja apostólica, no fruto do Espírito Santo, e principalmente no amor e na santificação, Deus pôde promover grandes avivamentos nos dias de Wesley, Whitefield, Jônatas Edwards, e antes deles, por cerca de cem anos seguidos com os puritanos.
Nenhuma apostasia da verdade ocorreu em razão desta santificação do povo de Deus, e sua influência se fez notar no mundo.
Quando o pentecostalismo entrou a partir do início do século XX, e em meados deste mesmo século, o movimento carismático, a ênfase passou da justificação e da santificação que apontavam exclusivamente para Cristo, para os dons espirituais, sinais e prodígios. Não havia nenhum erro no movimento dos dons propriamente ditos, quando genuínos, pois procediam da parte de Deus, mas o grande erro foi focar apenas neles, como fazia a Igreja de Corinto no passado, e não no arrependimento, na conversão pela regeneração, e na santificação pela mortificação do pecado e intensificação da vida de fé, piedade e oração.
Não admira que a Igreja tenha chegado ao estado em que a encontramos presentemente, agora inclusive desinteressada em grande parte até mesmo nos próprios dons espirituais genuínos, pela prática de mundanismo, paganismo, carnalidade e tudo aquilo que Deus condena nos crentes, conforme podemos ver nas palavras de repreensão de Jesus no livro de Apocalipse e em várias outras partes das Escrituras. Mas a obra de evangelização mundial, a par de todas as dificuldades apresentadas pela parte dos crentes, tem prosseguido e haverá de prosseguir até que Jesus volte, pois Deus deve continuar se provendo de muitos filhos os quais tornará perfeitamente semelhantes a Jesus, nem que isto seja realizado somente depois que deixarem este mundo.
Finalmente, devemos lembrar que em nenhuma parte da Bíblia, somos incentivados a permanecer impassíveis diante de tal estado de coisas. Não, muito pelo contrário, somos chamados ao arrependimento, à confissão, à conversão, à santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Uma coisa é ser um crente carnal e fraco que não pode contar com uma vida vitoriosa neste mundo, e nem mesmo firmar um testemunho agradável a Deus, e outra muito diferente ser achado fiel e aprovado por Deus em todas as coisas, por um caminhar em temor e tremor diante dEle.
Por Silvio Dutra

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