sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Hebreus 6.4-6



“4 É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo,
5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro,
6 e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” (Hebreus 6.4-6)
Antes de tudo, para a correta interpretação desta passagem bíblica, deve ser considerado que ninguém pode cair de uma posição na qual nunca estivera antes.
Este é o caso daqueles dos quais se diz aqui que é impossível que sejam renovados para arrependimento por qualquer ação da parte da igreja.
Eles nunca participaram da graça regeneradora e renovadora do Espírito Santo, senão apenas de alguns dons sobrenaturais extraordinários, assim como havia participado deles o próprio Judas que traiu o Senhor Jesus Cristo.
Eles seguem no meio da congregação orando, louvando, operando até mesmo em alguns sinais sobrenaturais da parte do Espírito Santo. Acompanham com alegria a pregação sobre a esperança da vida vindoura em glória, da proteção e cuidado de Deus, mas por fim, em vindo a provação ou os cuidados desde mundo, recuam, assim como nos ensina o Senhor na Parábola do Semeador.
O batismo era chamado nos dias da Igreja Primitiva, de iluminação, e foi esta iluminação que é citada no texto, a saber, o batismo nas águas, mas não o batismo no Espírito Santo que nos torna participantes de Cristo na salvação de nossas almas, a qual é para todo o sempre.
Observe que deles é dito que crucificam Jesus de novo para si mesmos e o expõem à vergonha. O que é isto, senão que pelo procedimento deles é como que afirmassem que seria necessário Jesus morrer de novo na cruz, pois tornavam sem qualquer importância ou eficácia a Sua morte vergonhosa de cruz como foi de uma vez para sempre e é plenamente eficaz em todos aqueles que se convertem de fato a Ele.
A posição da qual eles decaíram não é portanto a da graça e da fé salvadora, mas da qual se encontravam antes quando seguiam no ajuntamento da igreja.
Eles nunca haviam entrado no descanso de Deus, ao qual o apóstolo se refere e em que haviam entrado todos os crentes autênticos justificados e regenerados, entre os quais ele se inclui, por terem misturado a fé salvadora à Palavra do evangelho que ouviram. (Hebreus 4.2,3).
Os apóstatas nunca haviam recebido a Palavra com a fé salvadora, de modo a serem efetivamente justificados, regenerados e santificados.
Eles se batizaram, mas a água do batismo apenas os molhou, e permaneceram pecadores molhados, mas não lavados em seu interior pelo Espírito Santo.
O justo que vive pela fé não é daqueles que recuam para a perdição da alma, como o próprio apóstolo afirma em Hebreus 10.38,39.
Eles podem cair por tentações admitidas, mas nunca para uma queda final e definitiva, pois a graça os levantará de novo, conforme a promessa do evangelho, para estarem para sempre na presença de Deus.

Por Silvio Dutra



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