Não são poucas as passagens bíblicas que nos falam
sobre a morte. Devemos indagar porque em um livro cuja escrita foi inspirada
por Deus, fala-se tanto de morte, quando o grande mandamento divino é a vida
eterna por meio da fé em Jesus Cristo.
Com este registro Deus comprova que a realidade do homem passou a ser a
de morte desde que o pecado entrou no mundo, e que não há como reverter esta
condição senão somente por Aquele que é o caminho, e a verdade e a vida.
A grande causa da morte, que é o pecado, é claramente indicada na
Bíblia, e portanto, não é possível ter vida sem a remoção desta causa, a saber,
a morte do próprio pecado, de modo que se possa ter a vida que é segundo a
justiça e a santidade divinas. Isto existe somente em Jesus, e é nEle que deve
ser buscado por todos aqueles que desejam ter vida eterna, vida em abundância,
vida espiritual e celestial.
Assim, as muitas passagens que reunimos e que falam sobre a morte, têm o
propósito de nos convencer de que toda a pregação, filosofia, ensino que
apontam apenas para a busca de felicidade e significado de vida neste mundo que
foi amaldiçoado por Deus por causa do pecado, é um grande erro e ilusão que
cometemos, e os quais são constatados por todos aqueles que deixaram este mundo
pela morte, sem terem colocado toda a sua esperança em Jesus Cristo.
A história da humanidade conta com mais de seis mil anos. Quase duas centenas de gerações já passaram
sobre a Terra, e nenhum daqueles que viveram antes de nós, retornaram a este
mundo para tentarem concluir os seus variados propósitos. Certamente haverá uma
companhia formada por pessoas das variadas gerações que para aqui retornará mas
não para cumprir seus propósitos pessoais, senão os de Deus, nas diversas
funções que terão que desempenhar no período do milênio imediatamente após o
retorno de nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo.
É importante lembrar que quando a Bíblia fala de morte, isto não
significa aniquilação da existência, porque tendo sido formado à imagem e
semelhança de Deus, o homem não deixa de existir. O que ocorre é a diferença de
destino para dois grupos distintos: o primeiro que viverá eternamente na
presença de Deus em estado de glória e honra, e o segundo que viverá banido
eternamente da Sua presença em um estado de vergonha, horror e sofrimento
eternos.
A morte física é um alerta abençoado para todos os homens, de maneira
que se arrependam de seus pecados e se convertam a Deus por meio da fé em Jesus
Cristo. A morte que certamente virá a todos em seu próprio tempo, enquanto estão
aqui neste mundo (exceto para os que forem arrebatados na volta de Jesus), nos
alerta que é um modo insensato e perigoso de se existir, quando não se é rico
para Deus mediante a posse da Sua graça, e se é apenas rico para as coisas
deste mundo. Isto não se refere apenas aos que são ricos de coisas materiais,
mas a todos os que fazem das coisas terrenas o seu único ideal de vida. Isto
acabará se revelando um ideal de morte, um caminho para a morte, e não de vida
para a vida.
Quando possuímos o verdadeiro temor do Senhor, vai-se de nós o temor da
morte, pois sabemos que na hora da nossa morte a graça do Senhor nos visitará
capacitando-nos a não somente não temer o seu aguilhão, como também a provar a
paz sobrenatural que o Senhor nos dará na ocasião.
Quando alguém não possui esse temor filial ao Senhor em seu coração, não
é de se estranhar que tal pessoa tema a morte, ou mesmo que diga que não a
teme, não receberá graça e poder para enfrentá-la em paz. Isto pode ser
claramente inferido das palavras de Jesus de que não devemos sequer temer
aqueles que matam o corpo, mas a Deus. Temendo a Deus, nem mesmo a morte poderá
nos apavorar, pois sabemos que aquele que crê em Jesus, já não morre espiritual
e eternamente, conforme Sua promessa.
Como Deus tem dado à nossa existência neste mundo, uns poucos anos que
comparados à eternidade, são como alguns palmos comparados ao infinito, muitos,
desconhecendo esta realidade, têm a ilusão que a vida aqui embaixo é longa e
que todos os objetivos de Deus relativos à nossa existência começam e são
encerrados aqui mesmo. Mas quando pensamos numa eternidade de existência com
Deus, o que é este pequeno ponto no universo, que é o nosso tempo de
peregrinação neste mundo?
Crer em Jesus não é, portanto, uma questão de sublimação, de alienação
da existência mundana, mas uma questão de vida eterna e de verdadeira
sabedoria, pois bem-aventurados serão apenas aqueles que nele creram para a
salvação.
Como Deus é vivo e Deus de vivos e não de mortos, mesmo com a entrada do
pecado e da morte no mundo, através de ambos Deus tem se provido de filhos para
que vivam diante dele eternamente, tendo uma vez experimentado neste mundo o
estado de morte espiritual que é produzido pelo pecado. Com isto eles
testemunham que de fato Jesus é a ressurreição e a vida. Ele é espírito
vivificante, o único que pode dar vida aos mortos. Ele é o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo, e que por conseguinte, vence a morte.
Os que permanecem no pecado são dignos de serem submetidos ao juízo de
morte da parte do Senhor, conforme se vê claramente na Lei de Moisés, mas
aqueles que são justificados por meio da fé em Jesus Cristo, e que têm os seus
pecados perdoados, já não mais entrarão em condenação, e são libertados para
sempre tanto da maldição da Lei, quanto do juízo de morte eterna, sendo feitos
dignos de viverem eternamente como filhos abençoados de Deus.
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