Quando o Cristianismo se rende ou se molda à cultura e à política, ou ele
perde em vitalidade e piedade, ou então corre até mesmo o risco de ser extinto
onde isto ocorre, especialmente se esta cultura e política contrariam os
princípios bíblicos. Nestes 2.000 anos de sua história, isto já foi visto em
várias épocas e localidades, e há uma tendência em todo o mundo Ocidental
pós-moderno, que já tem se verificado sobretudo na Europa, como há também no
próprio EUA e Brasil, até então conservadores, uma migração para os mesmos
padrões europeus.
Dou graças a Deus porque se Ele não tivesse me direcionado a
um lugar de refúgio, que posso chamar apropriadamente de época de refúgio, para
achar abrigo entre os Puritanos, é bem provável que estaria desviado da Igreja
Cristã neste momento, em face das muitas práticas que já vinham sendo adotadas
e aceitas como válidas e normais por
influência dos primeiros sinais do movimento pós-modernista que estava
invadindo a própria Igreja, de modo a estar vigorando em várias congregações do
mundo o que é chamado de movimento evangélico pós-moderno.
Fala-se de pós-modernismo como se fosse algo que tivesse
surgido espontaneamente na virada do século, e não como algo que foi produzido
intencionalmente por poderosos com influência direta sobre governantes e a mídia
oficial, para obtenção do efeito principal de descontruir principalmente o
Cristianismo no mundo Ocidental.
Para justificar o citado movimento, são usadas citações
retiradas fora de contexto em que foram pronunciadas, como por exemplo a de
John Wesley “que a cultura de um povo é o caminho usado por Deus para chegar ao
coração deles.” No entanto, Wesley jamais aprovou tudo o que há de ilícito ou
imoral nas diversas culturas. Sua fala aplica-se ao que é lícito e condizente
não com o nosso próprio modelo cultural, nem mesmo com o que há na Bíblia
sobretudo o relativo à cultura judaica, mas com a verdade absoluta e objetiva
conforme esta se encontra revelada na Bíblia.
James Hudson Taylor, para ganhar os chineses, viveu como se
fosse um deles, usando seus trajes típicos e imitando-os em outros aspectos
culturais. Mas isto não significa que ele tivesse se rendido ao que fosse
pecaminoso entre eles.
O apóstolo Paulo, viveu do mesmo modo, não na contramão
daqueles com quem ele se relacionava, no intuito de alcançar o maior número
possível para Cristo.
“19 Porque,
sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.
20 Procedi,
para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem
sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem
debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei.
21 Aos sem
lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com
Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da
lei.
22 Fiz-me
fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com
todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.
23 Tudo faço por
causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.” (I Coríntios
9.19-23).
É muito tênue a linha divisória que nos separa de um viver aprovado no
mundo, e um viver amando o mundo, sendo este segundo, completamente reprovado
por Deus.
“15 Não ameis o
mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele;
16 porque
tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.
17 Ora, o
mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz
a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2.15-17).
Muitos crentes da pós-modernidade, em nome de se mostrarem em
consonância com os vieses políticos predominantes no mundo ocidental, não
respaldados na Bíblia, mas na ação de Illuminatis e Socialistas, e outros de
mesma orientação que têm em vista desconstruir o Cristianismo, o evangelho e
todo o modo conservador de vida respaldado na Bíblia, estão equivocados
pensando que a política de esquerda é a que mais se aproxima do Sermão do
Monte, em razão do cuidado manifestado em relação aos pobres e proteção de
todas as minorias. Ainda que isto fosse verdadeiro, e não um artifício político
para se acessar ao Poder, não é verdadeiro, no entanto, quanto à verdade e ao
espírito ensinados por Jesus no Sermão do Monte, que descreve as
características essenciais do cidadão do Reino de Deus. O Sermão do Monte não
consta de um catálogo de leis, mas se alguém deseja assim considerá-lo, deve
restringir seus mandamentos àqueles que são participantes do reino dos céus,
cuja pátria não é deste mundo, pois aspiram a uma pátria melhor que procede do
céu. Uma pessoa que não tenha nascido de novo do Espírito, jamais conseguiria entender
e praticar o que consta do citado Sermão em Mateus, capítulos 5 a 7.
Jesus estabeleceu uma linha divisória bastante clara entre o Reino de
Deus e os reinos deste mundo, de maneira que é um grande erro tentar conciliar
a ambos. Muitos crentes, por não entenderem isto, esforçam-se para manifestar o
reino de justiça divino por meio do esforço político.
“36 Respondeu
Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu
reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu
entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.
37 Então, lhe
disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei.
Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da
verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João
18.36,37).
“42 Mas Jesus,
chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são
considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e
sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
43 Mas entre
vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o
que vos sirva;
44 e quem
quiser ser o primeiro entre vós será servo de
todos.
45 Pois o próprio Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos.” (Marcos 10.42-45).
Quando nos afastamos do texto bíblico, e começamos a nos render a
movimentos e influências da hora, que sempre são mutáveis e passageiras,
ficamos à mercê destas influências ressecantes da genuína espiritualidade, e
não raro seremos achados vazios e desprovidos de uma real comunhão com Deus.
Não foi sem razão que a Josué foi ordenado meditar dia e noite no livro
da Lei de Moisés, para que pudesse prosperar em fazer a vontade de Deus, em
tudo o que lhe havia ordenado.
A insinuação dirigida por Satanás a Eva: “foi assim que Deus disse?”,
com a intenção real de dizer: “não é possível que ele tenha dito isto ou para
ser entendido deste modo.” E logo em diante, uma vez aceita a dúvida, vem a
sugestão para a desobediência do preceito divino, como se fosse a melhor coisa
a ser feita na ocasião, é o mesmo que tem sucedido no mundo pós-moderno, em que
a exata Palavra de Deus vem sendo substituída por ensinos de homens e de
demônios.
“1 Ora, o Espírito
afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,
2 pela
hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria
consciência,” (I Timóteo 4.1,2).
Este espírito é muito próprio àqueles que são descritos pelo apóstolo
Paulo que estariam vivendo no tempo do fim:
“1 Sabe, porém, isto:
nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,
2 pois os
homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes
aos pais, ingratos, irreverentes,
3 desafeiçoados,
implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,
4 traidores,
atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,
5 tendo
forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.”
(II Timóteo 3.1-5).
É desse espírito corrompido, deste estado ruim da alma, que Jesus veio
nos libertar, para vivermos em vidas transformadas pelo poder regenerador e
renovador do Espírito Santo.
Reduzir o pensamento do que se deve viver para o agrado de Deus, ao
simples apoio político a governantes que condenem o aborto, ou o casamento de
pessoas do mesmo sexo ou quaisquer outras pautas ditas conservadoras, é muito
pouco, ou melhor, não atinge o alvo proposto por Deus para que tenhamos vidas
inteiramente santas.
“21 julgai
todas as coisas, retende o que é bom;
22 abstende-vos
de toda forma de mal.
23 O mesmo
Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
24 Fiel é o que vos
chama, o qual também o fará.” (I Tessalonicenses
5.21-24).
Sem um crescimento na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, não é
possível se viver de modo agradável a Deus.
“17 Vós, pois,
amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda
que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria
firmeza;
18 antes,
crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja
a glória, tanto agora como no dia eterno.” (II Pedro 3.17,18).
Os que são sábios segundo o mundo, mas não segundo Deus, deste dias do
pós-modernismo têm colocado na berlinda a importância e a inerrância da Bíblia,
para que justifiquem seu comportamento carnal e mundano, pela negação de determinadas
passagens bíblicas que afirmam aquilo que não é do agrado de si mesmos ou
daqueles outros mundanos que eles querem também justificar e agradar.
Mas, não há espaço para tal comportamento na ordenança divina, e isto,
em todas as páginas do livro inspirado, pois, santidade ao Senhor é o seu
comando central, e isto não pode ser alcançado sem autonegação, o carregar
diário da cruz, e seguir os passos de Jesus, no que tange às Suas virtudes e
caráter.
Não foi deixado à escolha do homem se deve ou não obedecer a Deus, pois
todos terão que comparecer diante dEle em Seu Tribunal para a devida prestação
de contas.
Daí, serem até mesmo para a própria Igreja, muito graves e solenes as
advertências que Jesus dirige especialmente às Igrejas do tempo do fim, nos
capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, nos quais a palavra de ordem mais
constante é: “arrepende-te”, ou seja, mude o teu comportamento, pela
transformação e renovação da tua mente, segundo a prática da minha Palavra.
E a todos aqueles que não negarem o nome do Senhor, nem a Sua Palavra
revelada, são dirigidos elogios e boas promessas de bem-aventurança.
Apocalipse
– 2
1 Ao anjo da
igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita
as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
2 Conheço as tuas
obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar
homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e
não são, e os achaste mentirosos;
3 e tens
perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste
esmorecer.
4 Tenho, porém, contra
ti que abandonaste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te,
pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das
primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu
candeeiro, caso não te arrependas.
6 Tens,
contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as
quais eu também odeio.
7 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor,
dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no
paraíso de Deus.
8 Ao anjo da
igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve
morto e tornou a viver:
9 Conheço a tua
tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos
que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo,
antes, sinagoga de Satanás.
10 Não temas as
coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns
dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez
dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa
da vida.
11 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá
dano da segunda morte.
12 Ao anjo da
igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois
gumes:
13 Conheço o lugar
em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que
conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha
testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Tenho,
todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a
armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos
ídolos e praticarem a prostituição.
15 Outrossim,
também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
16 Portanto, arrepende-te;
e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha
boca.
17 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor,
dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha
branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece,
exceto aquele que o recebe.
18 Ao anjo da
igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos
como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido:
19 Conheço as tuas
obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas
últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.
20 Tenho, porém, contra
ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente
ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem
coisas sacrificadas aos ídolos.
21 Dei-lhe
tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer
arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a
prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram,
caso não se arrependam das obras que ela incita.
23 Matarei os
seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que
sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas
obras.
24 Digo,
todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e
que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra
carga não jogarei sobre vós;
25 tão-somente
conservai o que tendes, até que eu venha.
26 Ao
vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei
autoridade sobre as nações,
27 e com
cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se
fossem objetos de barro;
28 assim como
também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.
29 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Apocalipse
– 3
1 Ao anjo da
igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de
Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e
estás morto.
2 Sê vigilante
e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho
achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te,
pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não
vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei
contra ti.
4 Tens,
contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não
contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo,
pois são dignas.
5 O vencedor
será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu
nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome
diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas.
7 Ao anjo da
igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o
verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que
fecha, e ninguém abrirá:
8 Conheço as tuas
obras – eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode
fechar – que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não
negaste o meu nome.
9 Eis farei
que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses
que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que
os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.
10 Porque
guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te
guardarei da hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem
demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 Ao
vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais
sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da
cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu
Deus, e o meu novo nome.
13 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 Ao anjo da
igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas
obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou
quente!
16 Assim,
porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te
da minha boca;
17 pois
dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma,
e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
18 Aconselho-te
que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras
brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha
da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
19 Eu
repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te.
20 Eis que
estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a
porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
21 Ao
vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci
e me sentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Quem abandonar o caminho da verdade, que é estreito e apertado, para
buscar um atalho que lhe seja confortável e carnalmente conveniente, o fará por
sua própria conta e risco, para uma condenação que é certa.
Como predito na Palavra, os anticristos e falsos profetas têm abundado
em todas as partes do mundo, e suas palavras persuasivas e suaves, ao
traficarem com as promessas de Deus, à custa da perversão da Palavra revelada,
devem ser decididamente rejeitadas, para que não percamos a nossa coroa ou venhamos
a decair da graça.
“11 E ele
mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
12 com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo,
13 até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
14 para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro.
15 Mas,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 de quem
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a
justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação
de si mesmo em amor.
17 Isto,
portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os
gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
18 obscurecidos
de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em
que vivem, pela dureza do seu coração,
19 os quais,
tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para,
com avidez, cometerem toda sorte de impureza.
20 Mas não foi
assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de
fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade
em Jesus,
22 no sentido
de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe
segundo as concupiscências do engano,
23 e vos
renoveis no espírito do vosso entendimento,
24 e vos
revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão
procedentes da verdade.
25 Por isso,
deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo,
porque somos membros uns dos outros.
26 Irai-vos e
não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira,
27 nem deis
lugar ao diabo.
28 Aquele que
furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para
que tenha com que acudir ao necessitado.
29 Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem.
30 E não entristeçais o Espírito de
Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
31 Longe de vós, toda
amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.
32 Antes,
sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Efésios
4.11-32).
2
Pedro – 2
1 Assim
como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos
mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias
destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que
os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 E muitos
seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado
o caminho da verdade;
3 também, movidos
por avareza, farão comércio de vós, com
palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo
tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.
4 Ora, se
Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os
entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;
5 e não poupou o
mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais
sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios;
6 e,
reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína
completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente;
7 e livrou o
justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados
8 (porque
este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua
alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles),
9 é porque o
Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos
para o Dia de Juízo,
10 especialmente
aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e
menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem
difamar autoridades superiores,
11 ao passo
que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo
infamante na presença do Senhor.
12 Esses,
todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando
mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser
destruídos,
13 recebendo
injustiça por salário da injustiça que
praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia,
quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias
mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco;
14 tendo os
olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas
inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos;
15 abandonando
o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho
de Beor, que amou o prêmio da injustiça
16 (recebeu,
porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal
de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta).
17 Esses tais
são como fonte sem água, como névoas impelidas por
temporal. Para eles está reservada a negridão das
trevas;
18 porquanto,
proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões
carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que
andam no erro,
19 prometendo-lhes
liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois
aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
20 Portanto,
se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o
conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são
vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.
21 Pois
melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que,
após conhecê-lo, volverem para trás,
apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado.
22 Com eles
aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou
ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.
A palavra dos apóstolos são as mesmas palavras de Jesus. O que foi
acrescido ao ensino deles foi por orientação e inspiração do Espírito Santo,
conforme o próprio Jesus havia prometido que seria feito assim que o Espírito
lhes fosse enviado.
Suas palavras devem ser rejeitadas porque são palavras que foram
proferidas há cerca de dois mil anos? Devem ser rejeitadas nestes dias
pós-modernos, porque eles eram fundamentalistas, que pareciam reduzir todas as
questões complexas a uma resposta simples, como a que permeia todo o Novo
Testamento: “Cristo em vós a esperança da glória”? A fé em Cristo, para que Ele
viva em nos, responde a todas as nossas necessidades? Ou devemos avançar para
posicionamentos mais condizentes com a corrente do mundo?
Nunca foi a intenção de Cristo ganhar o mundo inteiro, e nem tampouco
agradar a todos. Ele mesmo disse que veio trazer uma espada divisória, pois
desde então haveria aqueles que são por Ele e os que são contra Ele. Esta ideia
missiológica pós-moderna de criar uma
Igreja agradável aos mundanos para atraí-los para ela, não tem respaldo na
vontade de Deus, e por conseguinte, em toda a Bíblia.
Há eleição, e isto define o nosso campo de ação. Paulo fazia tudo por
causa dos eleitos, e não por causa de todos.
O próprio Jesus, em sua oração sacerdotal, deixou muito claro que não
estava intercedendo pela santificação do mundo inteiro, mas por aqueles que lhe
haviam sido dados por eleição, pelo Pai.
João
– 17
1 Tendo
Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse:
Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a
ti,
2 assim como
lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna
a todos os que lhe deste.
3 E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4 Eu te
glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer;
5 e, agora,
glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de
ti, antes que houvesse mundo.
6 Manifestei
o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e
eles têm guardado a tua palavra.
7 Agora,
eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti;
8 porque eu
lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e
verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.
9 É por eles
que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
10 ora, todas
as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas;
e, neles, eu sou glorificado.
11 Já não estou no
mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai
santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como
nós.
12 Quando eu
estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum
deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
13 Mas,
agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu
gozo completo em si mesmos.
14 Eu lhes
tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo,
como também eu não sou.
15 Não peço que os
tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
16 Eles não são do
mundo, como também eu não sou.
17 Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade.
18 Assim como
tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
19 E a favor
deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam
santificados na verdade.
20 Não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em
mim, por intermédio da sua palavra;
21 a fim de
que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em
mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para
que o mundo creia que tu me enviaste.
22 Eu lhes
tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como
nós o somos;
23 eu neles,
e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que
o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a
mim.
24 Pai, a minha
vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,
para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da
fundação do mundo.
25 Pai justo,
o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes
compreenderam que tu me enviaste.
26 Eu lhes
fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que
me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
Quando este contato permanente com a Palavra de Deus é perdido ou
reduzido, em prol de se seguir as correntes da moda, ainda que sejam ditadas
pela própria Igreja, devemos vigiar, orar e agir no sentido de buscarmos a
verdade para o bem de nossa própria alma, especialmente nestes dias difíceis
que são chegados a todos nós.
É muito fácil para aqueles que não andam debaixo do temor do Senhor, e
não são santificados pela Palavra, formularem os meios mais mirabolantes e
impressionantes em seus planos de evangelização, mas se o que eles buscam não é
a glória de Deus por conversões realizadas por se ouvir a pregação da Palavra,
então seus esforços são bom para nada, senão para ampliar ainda mais a
apostasia presentemente em curso.
“Romanos
– 10
1 Irmãos, a boa
vontade do meu coração e a minha súplica a
Deus a favor deles são para que sejam salvos.
2 Porque
lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com
entendimento.
3 Porquanto,
desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se
sujeitaram à que vem de Deus.
4 Porque o
fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
5 Ora, Moisés escreveu
que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.
6 Mas a
justiça decorrente da fé assim diz: Não
perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para
trazer do alto a Cristo;
7 ou: Quem
descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.
8 Porém que se
diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a
palavra da fé que pregamos.
9 Se, com a
tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Porque com
o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.
11 Porquanto
a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
confundido.
12 Pois não
há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico
para com todos os que o invocam.
13 Porque:
Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, porém, invocarão aquele
em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E
como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como
pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos
são os pés dos que anunciam coisas boas!
16 Mas nem
todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem
acreditou na nossa pregação?
17 E, assim,
a fé vem pela pregação, e a pregação, pela
palavra de Cristo.” (Romanos 1.10-17).
Se a pregação do evangelho perdesse o escândalo que ele é para os
judeus, e a loucura que é para os gregos, por um ajuste da mensagem ao gosto
dos pecadores, todos os mártires que defenderam e deram suas vidas por amor à
verdade divina, teriam sofrido em vão, pois poderiam ter sido mais prudentes e sábios
como muitos dos cristãos deste chamado período pós-moderno, que conforme já
dissemos, consiste numa invenção de ímpios para propósitos escusos e enganosos
sob a cobertura de palavras atraentes como iluminismo, socialismo,
progressismo, politicamente correto etc.
Quem busca agradar o mundo não pode agradar a Deus.
“4 Infiéis, não
compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele,
pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou
supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o
Espírito, que ele fez habitar em nós?
6 Antes, ele
dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos,
portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos
a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos,
pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração.
9 Afligi-vos,
lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em
tristeza.
10 Humilhai-vos
na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.4-10).
A arrogância dos homens dos nossos dias, que têm virado as costas para
Deus e para a Sua Palavra, depois de terem conhecido a verdade, por terem amado
o engano e a mentira de que Ele não existe e que a Sua Palavra impede o
progresso da humanidade, tem sido visitada pelo juízo divino, por ter permitido
que permaneçam nesta condição, porque o Senhor os entregou a si mesmos, e não
tem enviado a eles o Seu Espírito para que encontrem lugar para o
arrependimento que conduz à vida, e este abandono será seguido por um repentino
juízo de destruição que lhes sobrevirá com a volta de Jesus Cristo para
condenar o mundo de ímpios.
“1 Irmãos,
relativamente aos tempos e às épocas, não há
necessidade de que eu vos escreva;
2 pois vós mesmos
estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como
ladrão de noite.
3 Quando
andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição,
como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo
escaparão.” (I Tessalonicenses 5.1-3).
Para sua orientação, compare todas estas verdades bíblicas destacadas
anteriormente, com as citações
que extraímos do livro História da Igreja, Vol II, de autoria de John D.
Woodbridge e Frank A. James III, que tratam das mudanças havidas no
evangelicalismo neste período pós-moderno.
IV. O
MOVIMENTO EVANGÉLICO PÓS-MODERNO A. Mudança de um paradigma cultural
Com o início do
terceiro milênio, criou-se um amplo consenso de que o mundo ocidental estava em
meio a uma mudança de paradigma cultural, da modernidade para a era
pós-moderna. Os primeiros sinais perceptíveis dessa mudança cultural surgiram
na esteira da Guerra do Vietnã e no surgimento de um descontentamento social e
político com os valores tradicionais. Embora o termo pós-moderno tenha sido utilizado pela primeira vez
para descrever um novo estilo de arquitetura, ele logo encontrou reconhecimento
em círculos intelectuais como a melhor descrição possível para um fenômeno
cultural mais amplo.
Em meio a muita
controvérsia acadêmica sobre sua definição, não existe um consenso sobre um
ponto: esse fenômeno cultural é marcado por uma rejeição da visão de mundo universal.
Em seu âmago, a configuração mental do pós-modernismo duvida de uma explicação
única, ordenada e racional para o conceito de verdade. É isso que o filósofo
Jean-François Lyotard (1924-1998) quer dizer quando fala de “incredulidade em
relação à metanarrativa”.
O
MOVIMENTO EVANGÉLICO AMERICANO CONTEMPORÂNEO - MUDANÇAS E AVANÇOS (SÉCULOS 20 E
21)
Principais teóricos
do movimento, Jacques Derrida (1930-2004), Michel Foucault (1926-1984) e
Richard Rorty (1931-2007) refletem sobre o que veio a ser o lema central da
filosofia pós-moderna: ο abandono da busca de uma visão de
mundo unificada (metanarrativa). O mundo pós-moderno não tem um centro, mas sim
diferentes perspectivas.
Cristãos pós-modernos
estão dispostos, ao contrário de muitos evangélicos tradicionais, a envolver-se
na pós-modernidade a fim de determinar se podem legitimamente se apropriar de
alguns de seus insights. Tem havido um interesse particular na obra de
pensadores pós-liberais como Hans Frei, George Lindbeck e Stanley Hauerwas. As
contribuições de Lesslie Newbigin e Alasdair Maclntire também se mostraram de
alta importância.
O trabalho mais
controverso dos principais pós-modernistas seculares, embora estudados,
mostra-se pouco relevante para os evangélicos pós-modernos, na medida em que
não é possível acompanhar o pensamento dos pós-modernistas seculares de negar a
existência de uma verdade final. A maioria desses cristãos afirma os princípios
centrais da fé, mas eles são bastante céticos em relação às interpretações
atualmente aceitas acerca da verdade proferida pela igreja tradicional. Por
exemplo, o fato histórico de que muitos evangélicos americanos do século 18
acreditavam que a Bíblia sancionasse a posse de escravos africanos criou uma
percepção profunda da impossibilidade de se distanciar totalmente do próprio
meio cultural.
Os cristãos pós-modernos são cautelosos em suas
demonstrações socialmente construídas sobre Deus e fé. Eles não negam nem a
verdade absoluta nem a identificação da verdade em Jesus, nem mesmo que a
Bíblia diga a verdade. No entanto, eles são cautelosos em relação à suposição
de que a verdade divina pode ser capturada em sistemas proposicionais finitos.
Com base nessa “epistemologia restritiva”, afirmam que evangelho não se presta
apenas a ser afirmado intelectualmente, mas a ser incorporado. Em termos
gerais, os cristãos pós-modernos acreditam que os pós-modernistas seculares
identificaram corretamente as perguntas, mesmo que não tenham conseguido
produzir determinadas respostas.
O novo paradigma
cultural do pós-modernismo implica que muitos desses evangélicos não estariam
mais dispostos a pensar nos termos da disputa modernista-fundamentalista ou a
dar-lhe uma função de controle na sua perspectiva teológica. Eles rejeitam
tanto o modernismo quanto o fundamentalismo, argumentando que ambos derivam dos
mesmos pressupostos racionalistas. Essas pessoas são cautelosas, mas dispostas
a enfrentar o novo mundo do pós-modernismo - o qual veem como um campo virgem
que precisa ser semeado pelos evangélicos. Evangélicos pós-modernos praticam,
assim, atitudes bem diferentes em relação a valores anteriormente
incontestáveis guardados por evangélicos americanos tradicionais.
B.
Política pós-conservadora
A expressão evangélico pós-conservador foi cunhada pela primeira vez pelo
teólogo batista Roger E. Olson no ano de 1995, para descrever o que ele viu
como um novo estado de espírito emergente entre alguns teólogos evangélicos.
Olson foi cuidadoso ao não descrevê-lo como um movimento formal com uma
mensagem unificada. Pelo contrário, tratava-se de uma afiliação frágil entre
evangélicos descontentes que estavam alarmados por haverem percebido uma
mudança na direção do fundamentalismo do início do século 20.
Muitos desses
pós-conservadores veem a si mesmos como evangélicos, tanto do ponto de vista
sociológico como teológico, e não têm a intenção de descartar essa alcunha.
Eles conscientemente abraçaram as quatro características padrão do movimento
evangélico do quadrilátero de Bebbington: biblicismo, conversionismo,
crucicentricismo e evangelismo. Em um nível mais básico, os evangélicos
pós-conservadores acreditam que o movimento evangélico moderno americano tem
sido assediado por líderes que são realmente fundamentalistas disfarçados de
evangélicos, oferecendo respostas simplistas para questões complexas e que
apresentam uma propensão a defender o status quo político.
Evangélicos
pós-conservadores tornaram-se cada vez mais desencantados com a direção social
e política do segmento predominante do movimento evangélico. Desde os anos
1970, o movimento evangélico americano alinhou-se muitas vezes com a política
de direita. Um dos primeiros patrocinadores desse ressurgimento político foi o
pregador batista fundamentalista Jerry Falwell, que chamou a atenção da mídia
quando formou a Maioria Moral em 1979 para unir os cristãos conservadores em
apoio, no ano de 1980, à candidatura de Ronald Reagan para a presidência dos
EUA.
Igualmente importante
foi o tele-evangelista conservador Pat Robertson, que, na verdade, concorreu à
presidência em 1988 e, em seguida, usou sua máquina de campanha para criar um
esforço de mobilização de eleitores chamado A Coalizão Cristã. Robertson e seu
colega Ralph Reed exerciam influência política considerável entre os cristãos
através da distribuição de guias de eleitor e pedindo apoio para candidatos
políticos de direita. Tendo penetrado na esfera pública, os cristãos
conservadores vieram a se identificar estreitamente com certas questões
políticas: estratégias econômicas pró-negócios, defesa de governo central
enxuto com alto poder militar e, especialmente, oposição a questões sociais
como o aborto e a homossexualidade.
Com o início do
século 21, crescentes dúvidas sobre a política de direita começaram a corroer a
confiança de muitos evangélicos mais jovens. Na esteira desses acontecimentos,
um novo movimento evangélico mais politicamente progressista começou a surgir,
com a característica de se posicionar de maneira cética em relação aos
pregadores de televisão e à direita política.
A aliança evangélica
mais antiga que se formou em torno da questão do aborto já não estava íntegra.
Quando Pat Robertson manifestou seu apoio a um candidato presidencial (o
prefeito Rudy Giuliani), em 2007, um apoiador de longa data do direito ao
aborto, ficou claro que as velhas regras não estavam mais em vigência.
Evangélicos conservadores ainda existem, mas determinadas questões não
controlam mais o destino dos votos dos evangélicos. Em 2008, um surpreendente
número de evangélicos votou a favor do candidato democrata Barack Obama.
C.
Justiça social e os evangelhos
O século 21 também
está testemunhando uma crescente preocupação entre os evangélicos mais jovens
para a justiça social. Um dos fatos mais interessantes é a influência exercida
pelo músico irlandês Bono Vox (Paul David Hewson), que liderou um esforço
global bem-sucedido para reduzir a dívida do Terceiro Mundo e proporcionar
soluções econômicas em grande escala para os países africanos mais pobres. De
certa maneira é surpreendente saber que os esforços humanitários de Bono são
baseadas em sua fé cristã. Há muito tempo existem líderes evangélicos
progressistas, como Jim Wallis e Ron Sider, que defendem questões sociais, tais
como cuidar dos pobres, proteger os direitos das mulheres, atuar contra a exploração
sexual, facilitar a imigração, buscar a cura das infecções por HIV/AIDS e
opor-se à pena de morte, mas nenhum teve um perfil mais popular ou mais
influência do que Bono.
Os cristãos
pós-modernos adquiriram um interesse especial pela luta contra o abuso de
direitos humanos. Por exemplo, a International Justice Mission (IJM) é uma organização baseada na fé
que opera em países de todo o mundo com o objetivo de combater a exploração
sexual de crianças, a escravidão, o cárcere privado, a brutalidade da polícia e
a apropriação ilegal de propriedades rurais. Muitas outras organizações cristãs
e igrejas assumiram a defesa dos pobres e dos marginalizados em todo o mundo e
fazem isso sem levar em conta afiliação religiosa.
Críticos temem que a
preocupação com a justiça social seja um renascimento do Movimento Evangelho
Social de Walter Rauschenbusch (do século 20), mas, para a maioria das pessoas,
essas críticas têm passado despercebidas. Diferentemente de se engajar no
libera- lismo protestante de Rauschenbusch, os evangélicos pós-modernos
sentem-se revivendo ativamente o evangelho, talvez até com maior consistência
do que os seus antepassados. Abandonando a dicotomia esquerda-direita, eles
acreditam que Jesus exemplifica uma generosa ortodoxia unida a uma generosa
ortopráxis.
D.
Eclesiologia em evolução
Evangélicos
pós-modernos não se veem como um movimento da igreja convencional ou até mesmo
pertencente à tradição teológica em sentido estrito, mas, em vez disso,
preferem definir-se como uma rede aberta de parceiros de diálogo que pretendem
renovar a abordagem à natureza e ao significado da fé cristã no mundo
pós-moderno. O compromisso central deles é envolver-se nessas discussões
dinâmicas com total liberdade e honestidade. Embora não tenham necessariamente
uma postura anti-igreja, os evangélicos emergentes estão preparados e talvez
até mesmo predispostos a redefinir a natureza da igreja.
O elemento de
descrição comum a essa ligação aberta entre os evangélicos é o movimento da
igreja emergente. “Igrejas emergentes” é um termo que se refere a um movimento
mais amplo dentro do movimento evangélico. Em seu livro Emerging Churches: Creating
Christian Community in Postmodern Cultures, Eddie Gibbs e Ryan Bolger definem igrejas emergentes
simplesmente como “comunidades que praticam o caminho de Jesus dentro das
culturas pós-modernas”.
Uma das expressões
marcantes do movimento das igrejas emergentes é a vila emergente, uma câmara de
compensação on-line dedicada a apoiar comunidades e facilitar o diálogo sobre o
que significa ser cristão em um mundo pós-moderno. A vila emergente é
constituída por grupos de todo o mundo conectados através da Internet. Eventos
anuais, blogs, podcasts e publicações compreendem as suas principais
atividades. Na sua essência, a vila emergente se define como uma rede social
caracterizada por uma “amizade crescente e prolífica”. Embora não haja um
porta-voz oficial para a igreja emergente ou para a vila emergente, líderes
como Tony Jones e Brian McLaren são reconhecidos como vozes representativas.
Essas comunidades
emergentes consistem na maioria das vezes em igrejas domésticas independentes,
sem qualquer filiação denominacional ou declaração doutrinária além das
primeiras declarações cristãs, como o Credo dos Apóstolos. Eles tendem a
encarar a Igreja primitiva como um modelo e a enfatizar noções cristãs
fundamentais, como ministério aos outros, imitação de Cristo e comunhão. Não
existem indicadores definitivos quanto às dimensões desse movimento, mas o
pesquisador George Barna estimou que possa haver até cinco milhões de pessoas
que se enquadram nessa categoria.
Existem muitas
motivações, das mais diversas, mas em geral, pode-se observar que a maioria
está frustrada com a Igreja tradicional e seus pressupostos orientadores; essas
pessoas parecem que manifestam uma maior consciência a respeito de justiça
social; elas demonstram uma atitude mais tolerante para com os não cristãos; e,
ainda, abraçam uma perspectiva missionária.
V.
CRENTES PÓS-EVANGÉLICOS
Com o desenrolar do
século 21, um segmento crescente de evangélicos pós-modernos torna-se
profundamente desencantado com sua própria herança. Desvios morais frequentes
de proeminentes líderes evangélicos, opiniões político-partidárias, consumismo,
interpretações restritivas da Bíblia, misoginia, insensibilidade cultural e
retórica antihomossexual levaram alguns evangélicos desanimados a abandonar
essa denominação inteiramente. A designação “pós- -evangélica” não se refere a
qualquer entidade particular; é mais uma percepção de sensibilidade ou de
humor. Muitos dos desencantados acreditam que o movimento evangélico americano,
de fato, afastou--se dos ensinamentos de Jesus, por isso, decidiram se
desvincular, formalmente ou em espírito, do movimento evangélico tradicional.
O pensamento
pós-evangélico tem muito a ver com a observação feita pelo historiador Mark
Noll de que “(...) muito do que é fundamental para o movimento evangélico norte-americano não é essencial para o Cristianismo”. Foi esse reconhecimento
que levou muitos cristãos pós-modernos a abandonarem o movimento evangélico
americano, mas não a Jesus.
Cristãos
pós-evangélicos mantêm as convicções quando se trata de falar de sua conversão
a Cristo, mas são pós-evangélicos quando o assunto é o que eles julgam ser os
ditames culturalmente definidos pelo movimento evangélico norte-americano. Eles
são suspeitos de produzir afirmações bíblicas fora de contexto e especialmente
de usar essa técnica como estratégia contra pontos de vista políticos ou
sociais de que os evangélicos podem discordar. Citar versículos da Bíblia
contra o aborto e o casamento entre o mesmo sexo ou mesmo em apoio a uma ação
militar estrangeira ou em favor de posições políticas de direita soa, para os pós-evangélicos,
como um abuso da Escritura e uma depreciação absoluta em relação à complexidade
da Bíblia, bem como um desrespeito à ética do Sermão da Montanha.
Refletindo algum
elemento de sua cultura pós-moderna, os pós- -evangélicos tendem a evitar alegações
a respeito de certezas teológicas sobre assuntos periféricos ao evangelho e
depreciam a tendência evangélica de rotular aqueles de quem divergem
teologicamente como incrédulos. Esse grupo tem absoluta confiança no fato de
que Jesus é o seu Salvador pessoal, mas não estão convencidos de que se possa
ter certeza apodíctica sobre todos os assuntos. Tais pessoas estão
dolorosamente conscientes de uma longa tradição de cristãos que possuíam
convicção absoluta sobre um assunto em particular, mas que, posteriormente,
descobriu-se, em perspectiva, estarem errados. Os pós-evangélicos argumentam
que os cristãos estavam errados nas Cruzadas; que estavam errados sobre a
escravidão; e que talvez também estivessem errados em relação a questões
contemporâneas como a homossexualidade.
Como resultado, essa
sensibilidade pós-evangélica é, de certa forma, suspeita de utilizar a teologia
sistemática, devido à variedade estonteante de certezas teológicas concorrente
sendo admitidas. Eles não necessariamente rejeitam a teologia como uma forma de
diálogo ilimitada a respeito de Deus.
O que é
particularmente preocupante no caso dos pós-evangélicos é a sua tendência de
concluir que aqueles com os quais discordam estão além dos limites da salvação
ou que, no mínimo, devem ser excluídos da sua comunidade. Eles veem essa
tendência como um legado separatista do fundamentalismo, pelo qual os católicos
romanos e os cristãos ortodoxos eram segregados e classificados de incrédulos
ou, na pior das hipóteses, vistos com desconfiança.
As preocupações dos
pós-evangélicos quanto a uma mentalidade separatista são, talvez, mais
gritantes em relação à homossexualidade. Em 1994, a homossexualidade veio à
tona nos mais altos escalões da comunidade evangélica com a revelação de que o
reverendo Mel White era gay. Durante o auge do movimento neo-evangélico, dos
anos 1960 aos anos 1980, Mel White foi colega e ghostwriter de líderes, como: Jerry Falwell, Pat
Robertson e Billy Graham. A auto- biografia de White, Stranger at the Gate: To Be Gay
and Christian in America (1994),
descreve seus esforços infrutíferos para curar sua homossexualidade, incluindo
psicoterapia, tratamento eletroconvulsivo e exorcismo. Depois de uma tentativa
malsucedida de suicídio, ele concluiu que era homossexual de acordo com o projeto
de Deus.
Tais histórias
angustiantes, juntamente com uma crescente aceitação cultural da
homossexualidade, foi gradualmente levando os pós-evangélicos a adotar uma
atitude mais tolerante. Indicações recentes sugerem que, para a maior parte,
sua tolerância se origina menos de convicção teológica do que de compaixão em
geral e da experiência pessoal de ter amigos gays. A tolerância para os
pós-modernos não é exatamente o mesmo que endosso, mas sinaliza que o
separatismo está desaparecendo e mostra também que há uma preferência decidida
pelo diálogo em vez do desligamento.
O que o futuro
reserva para os evangélicos americanos e para os pós-evangélicos? Não há como
prever. No entanto, há coincidências culturais intrigantes. A suspeita
pós-moderna da sobrevalorização de teologia sistemática e a certeza quanto à
existência de uma metanarrativa - com preferência por diálogo, dei missio e envolvimento com questões sociais
urgentes — são acompanhadas por um ressurgimento de jovens pastores
conservadores e amplamente reformadores e semeadores de igrejas, que também
abraçam a igreja como obra missionária e aceitam a urgência de justiça social.
E demais esperar que, em vez de outro cisma dentro do movimento evangélico
americano, cada lado abrace o melhor que o outro tem a oferecer e siga adiante
lado a lado com seu semelhante?
Até aqui as palavras
do livro História da Igreja.
À luz de tudo o que
foi visto anteriormente só podemos chegar à conclusão de que o pós-modernismo,
diferentemente do modernismo, representa um retrocesso para a fé cristã, pois o
modernismo que se iniciou depois da Idade Média e durou até fins do século XX representou
um grande avanço para a expansão do evangelho nos mesmos moldes daquele que
havia sido vivido na Igreja Primitiva, especialmente pelas influências da
Reforma Protestante que se instalou a partir do início do modernismo.
Hoje há uma grande
tendência para se envergonhar perante o mundo pós-moderno, do nome de Jesus e
de Suas Palavras, de modo que os que o fazem se colocam debaixo da grande
ameaça que Ele fez de negar também diante de Deus e dos anjos a todos aqueles
que o fizessem.
Quando alguém
professa ser cristão, mas não confirma tudo o que Jesus diz na Bíblia, qual é o
Jesus em que ele crê, senão naquele que foi criado pela sua própria imaginação,
ou por sugestão da imaginação de outros? Não crer em Jesus tal como Ele é
apresentado a nós na Bíblia, equivale a ser incrédulo, pois quando não se crê
no que é verdadeiro, mas no que é falso, isto é também mais uma das formas de
expressão da incredulidade, e o que não crê já está julgado, pois só é salvo
aquele que crê no Jesus verdadeiro, e que por conseguinte é justificado do
pecado, e regenerado e santificado pelo Espírito Santo.
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