A perfeição de caráter
segundo Deus é muito mais do que mero moralismo, e ainda que este seja
fundamentado em bons valores e costumes, e até mesmo na própria Lei de Deus,
porque quando o moralista põe de lado a santidade e a piedade, ele tende a ser
justiceiro e legalista, desprovido de amor, fé e misericórdia.
Além disso, haverá uma grande tendência para a
hipocrisia, pois não sendo revestido pela graça de Deus, pela qual somos
tornados pessoas santas e piedosas, o moralista será um hipócrita, pois estará
sujeito a praticar as próprias coisas que ele condena.
Os judeus incrédulos que eram zelosos da lei,
incorreram neste erro, especialmente os escribas e fariseus, e por isso foram
repreendidos severamente por nosso Senhor Jesus Cristo.
“13 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante
dos homens; pois vós não entrais, nem deixais
entrar os que estão entrando!
14 [Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para
o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito
mais severo!]
15 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para
fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes
mais do que vós!
16 Ai de vós, guias
cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada;
mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que
jurou!
17 Insensatos
e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que
santifica o ouro?
18 E dizeis:
Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar
pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou.
19 Cegos!
Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
20 Portanto,
quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está.
21 Quem jurar
pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
22 e quem
jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.
23 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais
importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis,
porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
24 Guias
cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!
25 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do
prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e
intemperança!
26 Fariseu
cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu
exterior fique limpo!
27 Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios
de ossos de mortos e de toda imundícia!
28 Assim também vós
exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de
hipocrisia e de iniquidade.
29 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos
profetas, adornais os túmulos dos justos
30 e dizeis:
Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido
seus cúmplices no sangue dos profetas!
31 Assim,
contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós, pois, a
medida de vossos pais.
33 Serpentes,
raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
34 Por isso,
eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns
matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas
sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
35 para que
sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do
justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o
santuário e o altar.” (Mateus 23.13-35)
O apóstolo Paulo identificou esta tendência na humanidade em geral, mas
sobretudo nos judeus que eram legalistas:
“1 Portanto, és
indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a
outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias
coisas que condenas.
2 Bem
sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra
os que praticam tais coisas.
3 Tu, ó homem,
que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te
livrarás do juízo de Deus?
4 Ou
desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando
que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?
5 Mas,
segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti
mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de
Deus,
6 que
retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:
7 a vida
eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra
e incorruptibilidade;
8 mas ira e
indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.
9 Tribulação e angústia virão sobre a
alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego;
10 glória, porém, e
honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao
grego.
11 Porque
para com Deus não há acepção de
pessoas.
12 Assim,
pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com
lei pecaram mediante lei serão julgados.
13 Porque os
simples ouvidores da lei não são justos
diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14 Quando,
pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com
a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.
15 Estes
mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os
seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se,
16 no dia em
que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade
com o meu evangelho.
17 Se, porém, tu, que
tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18 que
conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei;
19 que estás
persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em
trevas,
20 instrutor
de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da
sabedoria e da verdade;
21 tu, pois,
que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve
furtar, furtas?
22 Dizes que
não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e
lhes roubas os templos?
23 Tu, que te
glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24 Pois, como
está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os
gentios por vossa causa.
25 Porque a
circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém,
transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou
incircuncisão.
26 Se, pois,
a incircuncisão observa os preceitos da lei, não será ela, porventura,
considerada como circuncisão?
27 E, se
aquele que é incircunciso por natureza cumpre a lei, certamente, ele te julgará a ti,
que, não obstante a letra e a circuncisão, és
transgressor da lei.
28 Porque não é judeu
quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente
na carne.
29 Porém judeu é aquele
que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo
a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.” (Romanos
2.1-29)
“1 Irmãos, a boa
vontade do meu coração e a minha súplica a
Deus a favor deles são para que sejam salvos.
2 Porque
lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com
entendimento.
3 Porquanto,
desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se
sujeitaram à que vem de Deus.
4 Porque o
fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
5 Ora, Moisés escreveu
que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.
6 Mas a
justiça decorrente da fé assim diz: Não
perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para
trazer do alto a Cristo;
7 ou: Quem
descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.
8 Porém que se
diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a
palavra da fé que pregamos.
9 Se, com a
tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Porque com
o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.
11 Porquanto
a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
confundido.
12 Pois não
há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico
para com todos os que o invocam.
13 Porque:
Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, porém, invocarão aquele
em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E
como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como
pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos
são os pés dos que anunciam coisas boas!
16 Mas nem
todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem
acreditou na nossa pregação?
17 E, assim,
a fé vem pela pregação, e a pregação, pela
palavra de Cristo.
18 Mas
pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se
fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.
19 Pergunto
mais: Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já
dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata
eu vos provocarei à ira.
20 E Isaías a mais
se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me
aos que não perguntavam por mim.
21 Quanto a
Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e
contradizente.” (Romanos 10.1-21)
Aquele que é verdadeiramente justo e que tem aprendido de Deus, é
gracioso, longânimo e misericordioso para com aqueles que são fracos e falhos,
e buscam não somente orar em favor deles para o seu aperfeiçoamento, como tudo
farão para conduzi-los à verdade, sem colocarem a sua reputação à exposição
pública, como é ao contrário, o costume dos moralistas que não somente usam de
maledicência como tomam ocasião para se compararem com os fracos, julgando-se
melhores do que eles.
Não foi este o caso do fariseu da parábola citada por Jesus?
“9 Propôs também esta parábola a
alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os
outros:
10 Dois
homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu,
e o outro, publicano.
11 O fariseu,
posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou
porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano;
12 jejuo duas
vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicano,
estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas
batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim,
pecador!
14 Digo-vos
que este desceu justificado para sua casa, e não aquele;
porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”
(Lucas 18.9-14)
A parábola ilustrou a realidade, pois houve muito mais conversões entre
os publicanos que recorreram arrependidos a Jesus, do que entre os orgulhosos
fariseus.
“10 E sucedeu
que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e
pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos.
11 Ora, vendo
isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso
Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Mas Jesus,
ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e
sim os doentes.
13 Ide, porém, e
aprendei o que significa: Misericórdia quero e não
holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].”
(Mateus 9.10-15)
“2 Ora, os
nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por
sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu,
e João, seu irmão;
3 Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu,
e Tadeu;
4 Simão, o
Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu.” (Mateus 10.2-4)
“19 Veio o
Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho,
amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.”
(Mateus 11.19)
“28 E que vos
parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai
hoje trabalhar na vinha.
29 Ele
respondeu: Sim, Senhor; porém não foi.
30 Dirigindo-se
ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero;
depois, arrependido, foi.
31 Qual dos
dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade
vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus.
32 Porque João veio a vós outros
no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao
passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos
arrependestes, afinal, para acreditardes nele.” (Mateus 21.28-32)
“12 Foram também
publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de
fazer?
13 Respondeu-lhes:
Não cobreis mais do que o estipulado.
14 Também soldados
lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém
maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo.”
(Lucas 3.12-14)
“29 Todo o
povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus,
tendo sido batizados com o batismo de João;
30 mas os
fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos,
o desígnio de Deus, não tendo sido batizados por ele.” (Lucas
7.29,30)
“1 Aproximavam-se
de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
2 E murmuravam
os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
3 Então, lhes
propôs Jesus esta parábola:
4 Qual,
dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no
deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5 Achando-a,
põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
6 E, indo
para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque
já achei a minha ovelha perdida.
7 Digo-vos
que, assim, haverá maior júbilo no céu por um
pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento.” (Lucas 15.1-7)
“1 Entrando
em Jericó, atravessava Jesus a cidade.
2 Eis que um
homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico,
3 procurava
ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser
ele de pequena estatura.
4 Então,
correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de
passar.
5 Quando
Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois
me convém ficar hoje em tua casa.
6 Ele desceu
a toda a pressa e o recebeu com alegria.
7 Todos os
que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador.
8 Entrementes,
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade
dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro
vezes mais.
9 Então, Jesus
lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de
Abraão.
10 Porque o
Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” (Lucas 19.1-10)
Os publicanos eram odiados pelos judeus de um modo geral, porque
cobravam impostos para Roma, sendo também judeus, e este ódio e desprezo deles
era desferido sobretudo pelos escribas e fariseus, porque se consideravam
homens santos por terem o encargo das coisas relativas à religião.
Quando consideramos o Cristianismo como algo ligado à cultura ocidental,
e como mera religião de costumes exteriores, corremos o mesmo risco de nos
tornarmos como os escribas e fariseus dos dias de Jesus, sendo moralistas e
hipócritas como eles, ou então mundanos, por seguirmos a moda do mundo.
Deus não olha a aparência dos homens, mas o coração. Ele não busca
pessoas perfeitamente justas, pois sabe que todos são fracos e pecadores,
necessitados da Sua graça, e do trabalho paciente e progressivo do Espírito
Santo quando se convertem a Cristo.
Não é pela sua própria justiça que alguém é reconciliado com Deus, mas
pela justiça de Cristo que lhe é imputada por meio da fé.
Por isso, quando examinamos detidamente as páginas dos evangelhos e das
epístolas no Novo Testamento, devemos submeter a nossa leitura e meditação à
grande verdade do que se quer ali ensinar não se trata de dogmas para serem
cumpridos de modo legalista, ou tomar tais palavras em qualquer outro sentido
diferente daquele em que consiste o desígnio principal de Deus Espírito Santo
ao ter inspirado os escritores do Novo Testamento para a transmissão da
verdade, conforme ela é em Jesus Cristo.
As palavras inspiradas são espírito e vida, conforme o próprio Jesus se
referiu a elas, e assim se destinam a criar e a edificar o homem espiritual,
criado segundo Deus, em verdade e justiça.
A Palavra é o alimento da nova criatura, é o leite genuíno pelo qual os
novos convertidos recebem crescimento espiritual. É pela Palavra que os crentes
são santificados, de modo a serem úteis para a obra do ministério.
As virtudes cristãs não configuram a prática isolada pelo próprio homem
dos mandamentos de Deus, mas elas são consequentes de um andar na fé e no
Espírito, pois são implantadas pelo poder de Deus nos crentes, pelo
aperfeiçoamento do caráter deles, à medida que se exercitam nas graças da
oração, da meditação da Palavra, da comunhão com os santos, da adoração ao
Senhor etc.
Quão distante de tudo isto está o mero moralismo que pode ser praticado
por qualquer pessoa, seja ela crente ou não crente.
Somente os que são justificados pela fé e regenerados, podem ser
santificados, e esta obra é sobrenatural, não deste mundo, pois nos vem do
Alto, pela operação do Espírito Santo.
Há presentemente em curso no mundo, especialmente no Ocidental, um falso
moralismo que se apresenta em nome da prática da justiça e da paz entre todos
os homens, baseado na noção do que é chamado de politicamente correto.
Não se pode negar que isto pode ser um verniz para cobrir muitas
práticas condenáveis, como por exemplo a do racismo etc, todavia, não pode
produzir uma verdadeira mudança no coração humano, que continuará sendo
corrompido pelo pecado, conforme revela a Escritura da verdade, e é observado
na vida prática,
Além disso, muita intenção obscura e injusta é consumada sob a fachada
do politicamente correto, quando se omite a verdade, e pela prática do que é
aparentemente aprovado, condenam-se inocentes, ou se aplicam penalidades
desproporcionais às supostas faltas cometidas.
Nesta linha de pensamento, não são poucas as próprias autoridades constituídas
de várias nações que têm promulgado leis que contrariam frontalmente os
mandamentos de Deus, e até mesmo aquelas que contêm preceitos que para Deus são
uma verdadeira abominação.
Entretanto, nem tudo isto é feito de modo intencional, pois não raro
estão crendo que estão tomando medidas para trazer finalmente paz e segurança
para toda a humanidade.
Mas, estão bem conscientes do mal que pretendem fazer em causa de
benefício próprio, aqueles que operam nas esferas superiores do poder, ou
aqueles que detêm o poder financeiro pelo qual manipulam muitos órgãos
poderosos quer na esfera da política, quer na mídia, que nem sempre estão
conscientes desses interesses escusos a que estão servindo de fato.
“3 Quando
andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição,
como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo
escaparão.
4 Mas vós, irmãos, não estais
em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa;
5 porquanto
vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem
das trevas.
6 Assim,
pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.
7 Ora, os
que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam é de noite
que se embriagam.
8 Nós, porém, que
somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor
e tomando como capacete a esperança da salvação;
9 porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante
nosso Senhor Jesus Cristo,
10 que morreu
por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele.” (I
Tessalonicenses 5.3-10).
Se o mundo segue no caminho da hipocrisia, pela qual se afirma paz e
segurança entre os homens, ainda quando a iniquidade se multiplica entre eles,
esta não deve ser a vereda dos servos de Deus, e especialmente de seus líderes,
que devem preservar e zelar pela prática da santidade do Seu povo.
E isto não simplesmente para que se vejam livres do juízo do Senhor em
Sua segunda vinda, mas para que vivam do único modo que é aprovado por Ele, a
saber, o de uma conduta santa no homem total, em seu corpo, alma e espírito.
Por estarem em Cristo, os crentes
não serão apanhados por este dia de Juízo, porque eles já não são trevas, mas
luz no Senhor, mas importa que a luz de Jesus brilhe neles diante dos homens de
modo que Deus receba toda a glória, pela obra maravilhosa que realizou em Seus
filhos amados.
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