Mensagens : A Feliz Resposta à Oração Perseverante

B747

Boston, Thomas (1676-1732)

A Feliz Resposta à Oração Perseverante

– Thomas Boston

Traduzido e adaptado por Silvio Dutra

Rio de Janeiro, 2021.

32p, 14,8 x 21 cm

1. Teologia. 2. Vida cristã. I. Título

CDD 230

“Digo-lhe que ele os vingará rapidamente.” (Lucas 18: 8)

Em uma ocasião anterior, falei sobre o escopo desta parábola no verso 1, e da própria parábola, que temos nos versos 2–5, e a sua doutrina, nos versos 6 e 7. No presente texto, temos a doutrina dela repetida, ampliada e confirmada.

1. A doutrina da parábola é aqui repetida: "Ele vai vingá-los." Nosso Senhor já tinha colocado isso diante de seus discípulos, verso 7, em termos muito fortes: pois é um ponto sobre o qual muito depende; particularmente seu povo "orando sempre, e não desmaiando", quando Deus certamente os ouvirá longamente; portanto, eles devem pendurar sobre sua mão clamando, e não desmaiar.

1º. Considere as partes para as quais esse benefício é garantido; “eles”. Isto refere-se ao verso 7; aqueles que "clamam a Deus noite e dia”; e o que é, aparece do escopo: é mesmo para "orar sempre, e não desmaiar." O que eu já expliquei. Então aqueles que fazem petições para suprir suas necessidades diante do Senhor, aguentam firmes e insistem sem desmaiar e desistir, têm certeza de uma resposta feliz à sua petição, por mais tedioso que seja. Isto é boas notícias para os peticionários na corte do céu, embora sua resposta possa ter sido tão atrasado, que parece que eles nunca serão ouvidos: isso pode fazê-los renovar seu impulso e perseguir como um gigante refrescado com vinho.

Objeção. Mas é expressamente restrito aos eleitos; Portanto,embora eu nunca demore tanto, não sou, posso ser, nenhum dos eleitos de Deus, e, portanto, não posso ter nenhum encorajamento disso.

Resposta. O escopo da parábola olha para os homens indefinidamente, verso 1, "Aquele homem deve sempre orar, e não desmaiar;" e o termo eleito não é restrição dos pregoeiros que devem ser ouvidos, como se houvesse algns que clamam dia e noite a Deus, que são os eleitos; e outros que clamm noite e dia que não são eleitos. Não; mas o clamor dos eleitos dia e noite, no sentido do texto, é proposto como uma evidência da eleição eterna: é inferido de seu clamor, que eles são eleitos e, portanto, certamente serão ouvidos. Se o juiz injusto ouviu uma mulher pela qual ele não tinha consideração, porque ela veio continuamente a ele: quanto mais um Deus justo ouvirá aqueles que estão vindo continuamente a ele, uma vez que são certamente seus escolhidos, senão eles certamente desistiriam e iriam para outra porta?

Em segundo lugar, o benefício garantido para eles, "Ele os vingará;" isso é, de acordo com o escopo geral, ele os ouvirá longamente para sua satisfação plena; seu processo terá um resultado feliz. Mas isso é expressado por "vingá-los", para íntimar,

(1.) Que todas as queixas sob as quais os filhos de Deus trabalham, e que os envia a clamarem a Deus por alívio, surgem de seus adversários, temporais ou espirituais, fora eles ou dentro deles.

(2.) Que eles não são capazes delivrar-se de seus adversários, mas devem lutar com seus fardos até que outra mão os livre.

(3.) Que Deus não só vai libertá-los, mas mostrar-lhes apenas vingança nas fontes de suas queixas.

2. A doutrina da parábola ampliada: "Eu lhe digo que ele vai vingá-los rapidamente." Embora pensem que devem esperar muito, ainda que as questões sejam pesadas em uma balança uniforme, eles terão um rápido retorno de suas orações.

3. A confirmação do todo, "Eu te digo," Nosso Senhor Jesus Cristo dá sua palavra para isso. A doutrina do primeiro versículo era que nosso Senhor Jesus Cristo tem gentilmente intimado a todos os que têm negócios na corte do céu, quanto à necessidade de administrar a si mesmos, de modo que ainda permaneçam lá, e não desmaiem, seja qual for o entretenimento que encontrem durante a dependência de seu processo. E, em busca do mesmo escopo, do versículo 8 em comparação com o primeiro, observo a seguinte DOUTRINA. Para mover aqueles que têm negócios na corte do céu, ainda para se segurar lá, e não desmaiar, quaisquer que sejam as dificuldades que encontrem durante a dependência de seu processo, nosso Senhor Jesus tem expressamente intimado que tais peticionários certamente serão ouvidos no conteúdo de seu coração, e isso rapidamente, na realidade, por mais tedioso que seu processo possa parecer para eles no momento. Resumidamente, Jesus Cristo tem dado sua palavra sobre isso, que tais peticionários na corte do céu, como vão aguentar e não desmaiar, certamente serão ouvidos em suas orações, e isso rapidamente.

(Nota do Tradutor: À guisa de enriquecimento das instâncias a serem apresentadas pelo autor neste livro, desejamos acrescentar algo que é muito importante quanto ao objetivo de orar sempre sem esmorecer, conforme ordenança do Senhor, a qual é reafirmada por todos os seus apóstolos, na fórmula reduzida “orai sem cessar”. Apesar de haver necessidades específicas na vida do cristão que necessitam da provisão da solução de Deus para elas, há principalmente a maior necessidade de todas que se relaciona ao seu próprio estado de alma e de espírito, quando abatido por diversas provações, sejam externas ou internas, ou até mesmo por ansiedades sem causa real, senão imaginária que turba suas mentes e corações. Nenhuma remoção de problemas, ainda que pelo poder de Deus seria suficiente para promover a paz, a alegria e o espírito pronto para louvar e adorar ao Senhor em meio às próprias circunstâncias difíceis, porque quando isto não é experimentado, é possível que suceda como é comum a quem após ter recebido o mandado de soltura, sente-se ainda em seu interior como se estivesse preso, cheio de temores, angústias, perplexidades, dúvidas e até mesmo com desejo de morrer ou tendo o sentimento de que já se acha morto em sua alma. Somente a presença do próprio Deus com a operação direta e atuante da Sua graça na mente e no coração do crente que se acha em tal estado de abatimento pode responder à sua real necessidade de força espiritual, alegria e sobretudo da paz sobrenatural do Senhor que excede todo o entendimento, de maneira que aquela sensação tão conhecida de bem-estar de mente e de espírito prevalece sobre tudo o que se encontrava afligindo antes a sua alma. Nisto se cumpre o grande propósito de Deus nas aflições graves que nos empurram a buscar a Sua face em oração, desejando tão somente que Ele manifeste a Sua presença consoladora, fortificadora e consoladora, para que tenhamos força para viver, já não mais segundo a carne, mas segundo o temor, o amor e a comunhão com Ele, conforme Lhe são devidos. E uma vez alcançada tal condição abençoada, devemos permanecer no exercício da oração incessante para regar e manter a bênção, uma vez que a graça age em continuadas infusões, e aquela que nos tem valido hoje, deve ser renovada por outra amanhã, e assim sucessivamente, de modo que nossa necessidade é a de orar sem cessar, se pretendemos permanecer firmes e inabaláveis por termos a presença abençoadora do próprio Senhor conosco, fortalecendo-nos com o Seu poder.

“2 Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)

3 e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)

4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.

5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas.

6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve.

7 E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.

8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.

9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.

10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (II Coríntios 12.2-10).

Ao lidar com esta doutrina, vou mostrar,

I. O que é que os peticionários encontram no tribunal do céu, sob o qual correm o risco de desmaiar.

II. Por que os peticionários correm o risco de desmaiar com tal tratamento na corte do céu.

III. Portanto, o Senhor dá tal tratamento a qualquer um de seus peticionários.

IV. Qual é a importância desta sugestão feita para este fim.

V. A certeza de tais peticionários serem longamente ouvidos.

VI. Como eles serão ouvidos para o contentamento de seu coração.

VII. Como será rapidamente, apesar da longa demora.

VIII. Aplicação.

I. Em primeiro lugar, devo mostrar o que os peticionários podem encontrar na corte do céu, sob a qual correrão o risco de desmaiar. Mencionei vários detalhes em outra ocasião; eu ofereço agora apenas três coisas em geral.

1. O peso e a pressão de sua própria carga pesada, seja ela qual for, pode ser continuado por muito tempo, apesar de todos os seus pedidos de ajuda, Jer. 8:20, "A colheita passou, o verão acabou, e não fomos salvos." Eles podem vir repetidamente ao trono da graça, com seu fardo nas costas e, com a mesma frequência, carregando-o com eles. E isso é um trabalho desanimador. Uma tribulação curta, embora seja afiada, é apenas "correr com os homens;" mas uma longa e continuada é como "correr com cavalos", estando apto a ficar sem fôlego, Salmo 6: 3, "3 Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando?”

2. Pode não haver aparência de alívio, Salmo 74: 9,10: "Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando. Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome?" Um vislumbre de uma aparência de alívio, embora ainda longe, seria como um consolo para os peticionários cansados, entretanto a noite deles pode ter sido longa e escura, mas nenhum sinal de resposta para ser discernido. Os peticionários podem desmaiar, que embora frequentemente ouçam, não conseguem ouvir nenhuma voz; embora pareçam frequentemente ir ao trono, não podem discernir nenhum movimento em direção ao seu alívio, Salmos. 119: 123, "Os meus olhos desfalecem pela tua salvação e pela palavra da tua justiça."

3. Eles podem receber pesos incidentes sobre eles, como uma carga acima de seus fardos, Sal. 69:26, "Pois perseguem a quem tu feriste e acrescentam dores àquele a quem golpeaste." São como gotas derramadas em um copo cheio, prontas para transbordá-lo; levando alguém a desmaiar.

II. A segunda coisa a ser discutida é por que os peticionários estão em perigo de desmaiar com tal tratamento na corte do céu.

Quatro coisas concordam com isso.

1. Fraqueza natural, Is. 40: 6, "Toda carne é erva, e toda a sua glória é como a flor do campo.” Nesta mesma vista o Senhor "tem piedade de seus filhos", Salmos. 103: 13, 14. Temos costas fracas, facilmente curvadas sob um fardo pesado, Salmos. 38:

“1 Não me repreendas, SENHOR, na tua ira, nem me castigues no teu furor.

2 Cravam-se em mim as tuas setas, e a tua mão recai sobre mim.

3 Não há parte sã na minha carne, por causa da tua indignação; não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.

4 Pois já se elevam acima de minha cabeça as minhas iniquidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças.

5 Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa da minha loucura.

6 Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo.

7 Ardem-me os lombos, e não há parte sã na minha carne.

8 Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração.

9 Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta.

10 Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo.

11 Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe.

12 Armam ciladas contra mim os que tramam tirar-me a vida; os que me procuram fazer o mal dizem coisas perniciosas e imaginam engano todo o dia.

13 Mas eu, como surdo, não ouço e, qual mudo, não abro a boca.

14 Sou, com efeito, como quem não ouve e em cujos lábios não há réplica.

15 Pois em ti, SENHOR, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu.

16 Porque eu dizia: Não suceda que se alegrem de mim e contra mim se engrandeçam quando me resvala o pé.

17 Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre perante mim.

18 Confesso a minha iniquidade; suporto tristeza por causa do meu pecado.”

2. Consciência da culpa, Sal. 38: 5, 6. A culpa é a mãe dos medos, e os medos causam desmaios. O pecador vai a Deus com seu caso, ele não é respondido: atualmente há uma luta empreendida, o homem sabe que é um criminoso, e a consciência culpada sussurra em seu ouvido: "Não há esperança."

3. Desconhecimento dos métodos da soberania, Sal. 77:19, "Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas, pelas grandes águas; e não se descobrem os teus vestígios.” Os mistérios da gestão de providência deixou santos perplexos de primeira magnitude, como Asafe, Jeremias, etc. Estamos aptos a medir os caminhos de Deus pelos nossos próprios, o que ocasiona muitos desmaios em provações: ao passo que eles diferem tanto quanto o céu e a terra, Is. 55: 8, 9.

4. Um forte preconceito para a descrença e andar por bom senso, bastante contrário ao nosso dever e interesse, 2 Cor. 5: 7 - “visto que andamos por fé e não pelo que vemos.” Estamos propensos a ficar mais impressionados com o que vemos e sentimos na Providência, do que com o que ouvimos da Palavra. E considerando que devemos expor a Providência pela promessa, a Palavra sendo nossa regra, e assim obtemos a virtude do consolo dela; nós costumamos excluir a promessa da Palavra em relação à Providência, e assim nos colocamos em perigo de desmaios: Lucas 24:20-26:

"20 e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.

21 Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.

22 É verdade também que algumas mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo;

23 e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive.

24 De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram.

25 Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!

26 Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?”

III. A terceira coisa a ser considerada é, portanto, que o Senhor dá tal tratamento a qualquer de seus peticionários.

Primeiro, negativamente.

1. Não é por mera vontade e prazer. Satanás estará pronto para sugerir isso, e colocar questões como essas: Para que serve toda essa demora? Que glória vem a Deus por isso? Que lucro vem para você por isso? O bom povo pode ouvir muito isso. Mas é mentira, que é por mera vontade e prazer, Lam. 3:33, "porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens."

1. Não é porque ele não tem compaixão de você, nem se preocupa com você sob seu fardo; embora Sião, por sugestão de Satanás, possa entreter aquela queixa de seu Deus, que ele recusa categoricamente, Is. 49:14, 15, "Mas Sião diz: O SENHOR me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim. Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.", 1 João 4:16, "E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.", Salmos 111: 4. E é aparente mesmo neste caso, em que não é pior contigo, Lam. 3:22, e que você está sempre obtendo novos apoios sob o seu fardo. Não é para significar para você que você deve desistir, e não mais ir a Ele com sua petição; como o coração incrédulo apressado está pronto para isto e desistir do dever, porque não há aparência de sucesso, Jer. 20: 9. "Quando pensei: não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então, isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer e não posso mais." Ele expressou sua vontade de ser muito pelo contrário, 1 Tes. 5:17. "Orai sem cessar;" e nosso Senhor falou essa parábola para evitar essa má interpretação da demora em ser atendido.

4. Por último, não é porque ele está decidido a não ouvir você de qualquer maneira, clame o quanto quiser. Satanás vai interpretar dessa forma para você, e há muita coisa para ouvir, Hab. 1: 2. "Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?" Ele prometeu o contrário Salmos 50:15, "Clama a mim no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu me glorificarás." Nosso Senhor lhe garante o contrário no texto.

Em segundo lugar, mas positivamente, em geral,

É para fins sagrados e sábios; é necessário para sua glória e seu caso. Acredite nisso com o crédito da palavra, Deut. 32: 4, "Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto." Não há nenhum passo aleatório em todo o seu caminho, Lam. 3:33. É necessário o que ele faz.

OBJEÇÃO. Não consigo ver como o meu caso exige isso, ou que glória Deus pode ter por isso.

Resposta. Você não é um juiz competente do que seu caso exige, e, portanto, você deve deixar isso para o Senhor, Sal. 47: 4, "Ele escolherá a nossa herança para nós;" Jer. 10:23, "Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos." Se você está doente, deixe isso para o seu médico, quanto a como ordenar seu caso: se seus negócios estão confusos, e você tem um fundamento, você deixa para o seu advogado: e quando você tem um processo no tribunal do céu, você não vai deixar isso para o seu Deus? Vocês são juízes pouco competentes de que glória Deus pode ter por tal gestão. Deus pode elevar a glória a si mesmo, onde vocês nada podem ver senão desonra para ele: e ele a terá, Rom. 11:36, "Pois para ele são todas as coisas." Acredite nisso. Glória para Deus na prova de Jó, nem ele nem seus amigos geralmente viam por um longo tempo: ainda assim, surgiu e floresce até hoje. Mas particularmente,

1. É para honra do homem Cristo. Isso contribui para isso,

1º, Na medida em que assim os peticionários se conformam à sua imagem, no sofrer por ele. Ele se encontrou com aquele tratamento no trono, Sal. 22: 1, 2, "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego." E como há recompensa por suportá-lo, é nomeado, deve ser o modo do tribunal para sempre. E portanto nenhum dos filhos de Deus deixará de compartilhar, em maior ou menor medida, mais cedo ou mais tarde, Rom. 8:29, "Porque aqueles que ele de antemão conheceu, ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho.”

Em segundo lugar, ele consegue mais empregos como o grande Intercessor, e é mais seriamente aplicado a isso do que de outra forma ele seria. Fundamentos prolongados causam muito barulho aos defensores; e longos processos na corte do céu trazem muitos negócios para o Mediador, e muita honra.

Em terceiro lugar, proporciona a ele a ocasião mais notável de exibir seu poder em combater e confundir a velha serpente, ao lado daquela que ele tinha na cruz, 2 Cor. 12: 9, "E ele me disse: Minha graça é suficiente para ti: porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Com muito prazer portanto, preferirei me gloriar em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo possa repousar sobre mim." Aqui Satanás e uma criatura fraca estão em jugo, o céu está parado e olhando. A pobre criatura tem um fardo nas costas, e clama, Senhor tira, e clama de novo, mas sem resposta: Satanás se aproveita, trabalha contra ele para fazê-lo desmaiar; mas o combate é mantido, e Satanás fica perplexo, por meio do secreto apoio transmitido ao pecador por Jesus.

2. Mostrar quem deve ser ouvido e quem não deve? Quem tem um devido valor para a misericórdia pedida, e o Deus em cujas mãos ele está? Israel vagou no deserto até que todos os desprezadores da terra agradável, e os incrédulos da palavra caíram: e Calebe e Josué,que seguiram inteiramente o Senhor, foram trazidos. Os desmaiados peticionários ou desprezadores da misericórdia, abandonando-a; ou o próprio Deus, carregando seu processo para outro.

3. Para ampliar a promessa. Satanás, no estado de inocência do homem, fixou sua principal força contra a ameaça, para abalar a fé do homem nisso. Agora ele vira sua força principal contra a promessa, para levar pobres pecadores a não se agarrarem a ela. Nesse caso, há uma luta solene sobre isso; a fé se mantém e o diabo atrai. O crente vê que ele cairá se ele desistir; é tudo para ele; e, portanto, embora as enchentes transbordem, ele se esforça para manter a petição.

4. Por último, para manter a misericórdia, até que chegue a hora, com todas as coisas consideradas, será o melhor momento para concedê-lo, Jo 11:14, 15. “Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele."

Aplicação 1. Saiba, então, que uma gestão insignificante e descuidada nada fará na corte do céu. Devem estar profundamente zelosos, decididos a não dar uma palavra negativa. Seja sincero e prepare-se.

2. Isso pode encorajar os pecadores a virem a Cristo, e colocar seus casos em sua mão, e esperar. Particularmente crentes desviados, e quem quer que esteja pressagiando nenhum bem para si da parte dele, pode ser encorajado por esta doutrina.

IV. A quarta coisa a ser falada é: Qual é a importância dessa sugestão feita para esse fim?

1. Que os pecadores estão prontos para atrasar no tribunal do céu por negações. Satanás e seus próprios corações incrédulos dizem que isto é inútil. E, portanto, em oposição a isso, e para evitar o engano, nosso Senhor expressamente dá sua palavra de que não é assim.

2. Essa importunação e determinação persistente, e endereços repetidos para o suprimento da mesma necessidade, são muito bem-vindos e aceitáveis por Cristo e seu Pai. Não há medo de excesso aqui; quanto mais você venha, quanto mais decidido você estiver em sua perseverança, mais bem-vindo será. O intercessor não se cansará de você colocar suas petições em suas mãos, nem seu Pai para tirá-los de suas tribulações.

3. Que a fé de ser ouvido longamente é necessária para manter um suportar sem desmaiar, Salmos. 27:13. "Eu teria desfalecido, a menos que eu tivesse acreditado ver a bondade do Senhor na terra dos viventes." Os peticionários indiferentes se são ouvidos ou não, podem continuar suas orações costumeiras sem a fé de serem ouvidos: mas se os homens forem profundamente sérios com suas petições, eles nunca desmaiarão sem fé, Rom. 4:18, 19, 20.

4. Que a audiência a ser obtida longamente no tribunal do céu, vale bem a pena esperar, por muito tempo. A boa resposta vai mais do que contrabalançar todo o cansaço do processo, que se mantiver por mais tempo em pendência. E a fé disso deve ser mantida, para livrar o peticionário de desmaio.

V. A quinta coisa no método é, a certeza de tais peticionários serem ouvidos depois de tanto tempo. Aqui é necessário repetir o que foi dito sobre o dever de aguentar e não desmaiar, para que possamos ver quem são esses peticionários. Agora, que tais peticionários serão ouvidos, está além da probabilidade, por mais tempo que eles consigam esperar, se você considerar,

1. Eles são, sem dúvida, os próprios filhos de Deus, crentes eleitos, seja o que for que eles pensem sobre si mesmos, Lucas 18: 7. "Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?" Se não fosse assim, eles nunca poderiam receber tal tratamento das mãos de Deus, e ainda assim persistir nisso, João 8:35. "O servo não fica para sempre em casa, mas o filho fica sempre." E Deus não ouvirá longamente os clamores de seus próprios filhos? Certamente ele irá. A semelhança iniciada com seu irmão mais velho deve ser completa, 2 Tim. 2:11, 12. "Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará.”

2. A natureza, o nome e a promessa de Deus unem-se para assegurá-lo. Ele é bom e gracioso em sua natureza, Êxodo. 34: 6–9. Ele tem entranhas de misericórdia e é mais terno do que uma mãe para seu filho, Is. 49:15. Ele é o ouvinte da oração, Salmos. 65: 2 e ele não responderá a essa parte de seu nome? Ele não vai ouvir seus próprios filhos, e ouvi-los depois que eles clamaram muito e ainda continuam clamando? Ele se amarrou por promessa, Sal. 50:15. “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei e tu me glorificarás", e 102: 17.18 "atendeu à oração do desamparado e não lhe desdenhou as preces. Ficará isto registrado para a geração futura, e um povo, que há de ser criado, louvará ao SENHOR; " E ele não cumprirá esta sua promessa?

3. Tais orações são o produto de seu próprio Espírito nelas, e portanto, ele não pode deixar de ouvir, Tiago 5:16. "a oração fervorosa de um justo pode muito em sua eficácia." Vós dizeis, tendes clamado por tanto tempo, e nenhuma resposta; e, portanto, suas petições parecem ser produto da natureza, não do Espírito de Deus. Mas eu digo, de acordo com a palavra, você tem clamado por tanto tempo e nenhuma resposta há, e ainda continua clamando, e não desmaiou, e desistiu, mas manteve-se firme e resolutamente; portanto, sua petição não é produto da natureza, mas do Espírito. Pois a oração da natureza é uma cisterna que vai secar em uma longa seca; mas o Espírito de oração é a fonte duradoura, João 4:14. Se você está fortalecido para aguentar e não desmaiar, é um sinal da mão do céu que está te sustentando; como foi o caso com Davi, Salmo 138: 3, "No dia em que eu clamei, tu me acudiste e alentaste a força de minha alma."

4. Nosso Senhor Jesus Cristo deu sua palavra sobre isso, e assim impôs sua honra de que eles serão ouvidos, "Eu digo a você que ele vai vingá-los rapidamente." Agora, ele é o Intercessor na corte do céu, e sua intercessão nunca é impedida ali: portanto, a honra do Mediador, e seu povo sendo ouvido, está para afundar ou nadar juntos; e ele pode garantir sua própria honra: e isso não lhe certifica de que está sendo ouvido? Eu prossigo para mostrar,

VI. Em sexto lugar, como eles serão ouvidos para o contentamento de seu coração.

1. Eles devem finalmente ver se suas orações foram aceitas. Eu não diga que elas serão finalmente aceitas, mas eles verão que elas têm sido assim. Muitos podem pensar que não são aceitas aquelas orações que não voltam logo com uma resposta. Mas isso é um erro; porque as petições daqueles que resistem e não desmaiam, procedentes daquela disposição, são aceitas instantaneamente, embora muitos anos devam decorrer antes que a resposta volte, 1 João 5:14, "E esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve." Deus faz com as petições de seus filhos lutadores, como um pai com cartas às vezes de seu filho em um país distante, ele lê com prazer e carinho sempre que vêm em sua mão, e põe tudo para trás para ser respondido no momento mais conveniente: Mat. 15:28, "Então Jesus respondeu e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu queres."

2. Eles devem obter uma resposta de suas petições aos seus corações com satisfação, Mat. 15:28. Sal. 9:18, "O necessitado não deve ser sempre esquecido: a expectativa dos pobres nunca pereceráca." Deus lhes falará de acordo com a promessa em resposta às suas orações; para que eles mudem sua nota de luta, e digam: "Eu amo o Senhor porque ele ouviu minha voz, e minhas súplicas”, Sal. 116: 1, e veja o que eles encontraram como carregando a assinatura da mão de um Deus que ouve orações. Seu fardo será retirado e eles terão suas petições em espécie,ou equivalente para o contentamento de seu coração, 2 Cor. 12: 9, "E ele disse a mim, a minha graça te basta, porque a minha força se aperfeiçoa na fraqueza."

3. Eles devem estar totalmente satisfeitos quanto ao longo atraso, e todas as etapas do processo na corte do céu, por mais desconcertantes que fossem antes. Apo. 15: 3, "e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!" De pé nas costas do mar revolto, e olhando para o que eles passaram por meio delas dirão: Ele fez todas as coisas bem; e eles verão que nada disso poderia estar faltando.

4. Eles devem obtê-lo com aumento de acordo com o tempo que esperaram, e as dificuldades que sofreram durante a dependência do processo. O fruto da promessa, quanto mais amadurece, mais volumoso é. Abraão e Sara esperaram pelo filho prometido até que eles estavam chegando à extrema velhice, o próximo passo para a morte, Gên 18:11; mas eles trouxeram com ele um acréscimo da renovação de suas idades, Gênesis 21: 7; e 25: 1.5. Por último, seus inimigos espirituais que voavam com toda a força sobre eles no tempo das trevas, serão espalhados no surgimento desta luz, 1 Sam. 2: 5, "Os que antes eram fartos hoje se alugam por pão, mas os que andavam famintos não sofrem mais fome; até a estéril tem sete filhos, e a que tinha muitos filhos perde o vigor." Formidável foi o exército do Faraó enquanto os israelitas tinham o Mar Vermelho diante deles: mas quando eles atravessaram o mar, eles viram os egípcios mortos na costa, Êxodo 14:30.

Eu prossigo para mostrar,

VII. Em sétimo lugar, como será rapidamente, não obstante a longa demora.

1. Deve ser rapidamente em relação ao peso e valor do mesmo quando vem: para que o crente aguarde o retorno de sua petição, com um olho de fé percebendo o valor disso, pode se perguntar se ele chegou tão rápido na espera. Esta visão do apóstolo o resume, 2 Coríntios. 4:17, "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação."

2. Deve chegar no momento mais oportuno que puder, Gal. 6: 9, quando pode vir a ser a melhor vantagem para a honra de Deus e seu bem: e o que vem na melhor época, vem rapidamente. Para tudo há uma estação; então a pressa dos tolos não é velocidade. Os tempos e as estações estão nas mãos do Senhor, e todas as suas obras são as melhores cronometradas, Deut. 32: 4 e obedecerão ao mais estrito exame, Ec.3:14.

3. Virá assim que eles estiverem preparados, Salmo 10:17. "17 Tens ouvido, SENHOR, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás." E se isso acontecer mais cedo, será muito em breve. E pode levar muito tempo para se preparar para isso; pode haver muitas lições para aprender, muito trabalho em sua vontade pode ser necessário, antes de estarem preparados para isso.

4. Não deve demorar um momento além do tempo devido e designado, Hab. 2: 3, "Ainda que demore, espere, porque certamente virá, não demorará;" não demorará, ou será adiado além do devido Tempo. Qualquer que seja a direção a que a roda da providência esteja conduzindo, é uma roda dentro de uma roda e, portanto, não precisa perder tempo girando.

5. Por último, será surpreendente, como uma luz forte para alguém trazido de uma masmorra, embora estivesse esperando por isso. Sem dúvida a igreja estava esperando o fim de seu cativeiro na Babilônia no final dos setenta anos: no entanto, tal foi a mudança, foi surpreendente, eles "ficaram como homens que sonham", Salmos 126: 1.

Aplicação 1. Que todos saibam que não é em vão buscar ao Senhor. Confiança de Deus é melhor do que o pagamento manual do mundo. Embora a espera no tribunal do céu possa ser longa, mas é uma maneira segura de obter nossa necessidade fornecida.

2. Todos vocês que agora dirigiram suas faces para o céu, professando sua resolução de abandonar o pecado e o mundo, e permanecer sobre a Mão do Senhor para tudo; não olhem para trás, não se afastem dele, Heb. 10:38, "Se alguém recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Lembre-se que "aquele que perseverar até o fim será salvo".

3. Não pense que é estranho se você receber tratamento nas mãos do Senhor, por meio do qual possa correr o risco de desmaiar. Ele adora provar os seus seguidores. Mas esteja decidido a segurar Sua mão, aconteça o que acontecer, e com certeza acelerará longamente.

4. Vocês que estão partindo de luto por esta comunhão por causa de um Deus oculto, e uma refeição faminta que têm tido; não desanimem; mas investiguem as causas, lamentem por elas e renovem suas petições ao trono vigorosamente; e o que vocês perderam em público, vocês podem receber em segredo.

5. Por último, vocês que estão sob qualquer pressão, que foram abandonados por muito tempo com tempestades e não estão confortados, nem têm qualquer aparência de conforto mostrando-se; confortem-se com as palavras do texto, acreditando nisso; enquanto vocês não podem ter nenhum conforto com a aparência de Providência; e esteja decidido em ficar firme, e não desmaiar. E você que tem a palavra de Cristo para isso, seu caso terá um resultado feliz, embora nunca tenha sido tão desesperado. E quem quer que fosse impedido de desmaiar e animado para aguentar sob a mão do Senhor, creia, que certamente serão ouvidos longamente para o contentamento do seu coração. Pois assim disse o nosso Senhor: "Eu digo-lhes que ele os vingará rapidamente.”

Nota do Tradutor:

Nunca podemos esquecer que o próprio Senhor Jesus Cristo é nosso Intercessor junto ao Pai no tribunal do céu. Ele é nosso Sumo Sacerdote e Advogado de defesa que jamais permitirá que a nossa causa seja perdida naquele tribunal.

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;” (I João 2.1)

“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.” (Romanos 8.34)

“25 Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.

26 Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus,” (Hebreus 7.25,26)

E para nos ajudar a clamar ao nosso grande Sumo Sacerdote e Advogado temos o Espírito Santo nos ajudando em nossas petições:

“26 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8.26)

Quando a praga irrompeu em Israel no caso da contestação de Datã, Coré e Abirão quanto ao sacerdócio de Aarão, Deus não somente confirmou ter sido somente ele a quem escolhera para a referida função com o milagre da vara morta de amendoeira que floresceu e frutificou no interior do Santo dos Santos, como também foi pela intercessão de Aarão com o uso do seu incensário que fez a praga cessar sobre o povo.

O grande ensino que daí se retira para todas as gerações é que necessitamos de um Sumo Sacerdote que interceda por nós junto ao Pai para que sejamos curados de nossas transgressões e tornados aceitáveis a Ele. Ora sabemos que há somente Um que foi escolhido pelo Pai para exercer tal ofício – nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o nosso Grande Aarão. Aquele incensário usado no passado apenas simbolizava as orações doces e suaves que sobem da parte do Intercessor para o trono de Deus, para que sejamos perdoados e curados. A fumaça aromática do incensário que subia no passado era apenas o tipo das intercessões que são realizadas em nosso favor por nosso Senhor. Há muito a ser dito sobre todas as particularidades envolvidas neste grande ofício, mas estas estão devidamente reveladas na Palavra de Deus.

Então, se há esta aparente demora em sermos ouvidos em nossas petições, como por exemplo nas muitas que estão sendo feitas pelo povo de Deus em meio à pandemia do coronavírus, não se pode perder de vista que Ele atua na Providência com Seus juízos no mundo para o cumprimento de todos os Seus santos propósitos, pois nenhum deles pode ser frustrado, no grande conjunto geral de tudo o que deve ocorrer segundo os Seus decretos eternos.

A mão do Senhor encontra-se levantada nesta pandemia e nas muitas consequências dolorosas e enlutantes que ela está trazendo sobre todos, de maneira que por tudo isto, muitos sejam chamados ao arrependimento e procurem melhorar o seu procedimento diante do Senhor de toda a Terra.

Segundo tudo o que foi profetizado quanto aos juízos que devem ocorrer no tempo do fim, este tem sido apenas um alerta para juízos maiores caso a humanidade persevere multiplicando a iniquidade, conforme temos visto em nossos dias, especialmente no que se refere ao desprezo e rejeição de Deus e da Sua santa vontade.

Como se trata de uma grande dissolução destrutiva calamitosa em pleno andamento e que deve seguir o seu caminho até o cabal cumprimento de todas as profecias, ela tem atingido tanto justos quanto ímpios. Aos primeiros, independentemente do que lhes possa suceder (até mesmo a morte física) é prometido a vida eterna, porque o justo viverá por causa da sua fé. Mas, ao segundo grupo, caso não se arrependa, há ainda um juízo pior lhe aguardando depois da morte física, que é a morte espiritual eterna sob uma condenação dolorosa que jamais terá fim.

Essas tribulações não têm em vista nos afastar de Deus, mas exatamente o oposto, de modo que faremos bem em abandonar nossas queixas, e nos colocarmos sob a potente mão de Deus, nos Seus juízos, para que possamos desfrutar da Sua comunhão e consolo em todas as nossas aflições, sabendo que por fim a nossa causa vencerá e prosperará conforme tem sido a experiência de muitos, pois servimos a um Deus fiel que jamais nos deixará ou desamparará. Está exclusivamente em Suas mãos livrar-nos ou não de nossos sofrimentos no tempo de nossa jornada terrena, e caso estes pareçam sucederem uns aos outros, todavia, o livramento total e final é certo, e se sofrermos com Jesus aqui embaixo, seremos glorificados com Ele no porvir.