“6 Vendo a
mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para
dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele
comeu.
7 Abriram-se,
então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de
figueira e fizeram cintas para si.
8 Quando
ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia,
esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as
árvores do jardim.
9 E chamou o
SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
10 Ele
respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me
escondi.
11 Perguntou-lhe
Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de
que te ordenei que não comesses?
12 Então, disse o
homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.”
(Gênesis 3.6-12)
Quando se fala simplesmente a
palavra “pecado”, a grande maioria das pessoas trava, e dificilmente se disporá
a ouvir tudo o que será falado depois, porque é comum se relacionar esta
palavra a um conceito antigo, ultrapassado, anacrônico, medieval, que serviu
apenas para encher a humanidade de terror e culpa em séculos passados.
Senhores feudais e clérigos já não encontram o
espaço que tinham antes da Renascença, para conduzir e aterrorizar a
mentalidade das massas, porque a humanidade ganhou paulatinamente, liberdade de
pensamento e capacidade autocrítica para formar por si mesma, uma noção
relativa à verdade, não mais pelo auxílio de dogmas e regras, mas sobretudo
pelo que é provido pela ciência e tecnologia.
Saindo de um tipo de cativeiro, caiu em outro, pois
a questão básica permanece quanto ao que seja de fato bom, correto, e
verdadeiro, no que se refere ao comportamento que é esperado da humanidade,
pois a resposta não pode ser achada nem em dogmas religiosos, nem na ciência.
Também, será de pouca ou nenhuma ajuda para uma
compreensão correta ontológica, elaborar listas de coisas permitidas, e não
permitidas, porque ainda permanece o pressuposto básico do modo da execução por
parte de seus agentes, que na fonte deve ser também correto e aprovado; em
outras palavras, os impulsos e os motivos devem também ser pesados na execução
dos pensamentos e ações, ou nas omissões.
Não padece dúvida, de que deve haver um julgamento
moral aprovado para tudo o que sentimos, fazemos, ou deixamos de fazer, porque é notório que tem
um reflexo bom ou ruim sobre nós mesmos, ou sobre outros.
Importa então, um retorno às origens, não somente
para descobrir a causa de tudo o que se vive agora, bem como para analisarmos
se haveria uma caminho de volta ao princípio de tudo, quando temos o testemunho
de que tudo era bom, muito excelente, sem qualquer sombra de mal, conforme o
testemunho dado pelo próprio Deus sobre tudo o que fizera na criação original.
“19 Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,
20 a fim de
que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que
já vos foi designado, Jesus,
21 ao qual é necessário que o
céu receba até aos tempos da restauração de todas
as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a
antiguidade.” (Atos 3.19-21).
“9 É isto uma
parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como
sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para
aperfeiçoar aquele que presta culto,
10 os quais não passam
de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas
abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma.
11 Quando,
porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já
realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito
por mãos, quer dizer, não desta criação,
12 não por meio
de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio
sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna
redenção.” (Hebreus 9.9-12).
O texto bíblico que destacamos na abertura responde
em grande parte, quanto ao que aconteceu conosco, quando nossa alma entrou em
um estado ruim, contrário ao que é excelente e correspondente à vontade de
Deus, nosso Criador, estado ruim que a Bíblia
chama simplesmente, pela palavra pecado.
Observe que o primeiro casal se sentiu envergonhado
de estar nu, quando o pecado entrou em seus corações, para ali permanecer para
sempre, bem como em todos os seus descendentes.
Não havia qualquer vergonha antes de terem
desobedecido a Deus, e terem sido separados da união espiritual perfeita que
tinham até então com Ele, formando um só espírito, quando tudo o que desejavam
e faziam era segundo o coração do próprio Deus.
Eles se cobriram com folhas de figueira, porque um
sentimento estranho havia invadido suas mentes, despertando desejos lascivos
que não conheciam antes. A visão de seus corpos nus despertava desejos lascivos
e impuros, simplesmente de posse do corpo do outro, para satisfação unilateral
dos prazeres impuros que desejavam obter.
Antes, o homem olhava para a mulher como uma pessoa
amada, e era com uma pessoa à qual era conduzido a ter com ela relações
íntimas, e vice-versa, mas agora havia um impulso diferente. Ele via partes do
corpo e não mais a pessoa amada. Ele desejava as partes íntimas para
descarregar sua lascívia; o que lhe trouxe uma acusação à consciência, porque
não havia paz naquilo, não havia autoaprovação, ele mesmo se condenava pelo que
sentia, e assim procurou cobrir a genitália para que livrando-se da visão
imediata, pudesse ficar livre do desejo lascivo.
Deve ter sido surpreendente para ele, que mesmo
cobertos com folhas de figueira, o problema não foi resolvido completamente,
porque havia um desejo remanescente lascivo em sua imaginação, e ele se sentiu
preso destes sentimentos, não podendo se sentir puro e aprovado em seu coração.
A consciência do homem, não estando ainda
cauterizada, acendeu todas as luzes vermelhas e alertou-o quanto à sua presente
condição.
Sua alma estava em uma condição ruim, e nesta
condição sentia um desejo de se esconder de Deus, de se afastar dEle, porque se
sentia incompatível para estar na Sua santa presença, que ele bem conhecia,
como sendo completamente pura luz, e sem treva alguma.
As trevas estavam nele, e como poderia se aproximar
da luz, que logo as revelariam aos olhos santos do Altíssimo?
Ele não buscaria a Deus, mas este o buscou, e proveu
para ele e sua mulher, algo que vestes superficiais não poderiam resolver, ou
seja, tratar do estado ruim da alma, do pecado, pois isto somente poderia ser
feito por um sacrifício que fosse oferecido para remover a culpa deles e
trazê-los de volta à condição de alma que é aprovada pelo Senhor.
“Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para
Adão e sua mulher e os vestiu.” (Gênesis 3.21).
Animais
foram mortos para que uma cobertura de justiça fosse provida para ambos;
cobertura esta que tipificava a que seria feita pelo sacrifício de Jesus, cujos
benefícios foram antecipados para alcançá-los.
Eles
deveriam crer simplesmente que, o que Deus fizera seria suficiente para
trazê-los de volta à comunhão que havia sido perdida, e a restauração do estado
de suas almas para aquela mesma santidade que havia neles no princípio.
A cura,
proposta por Deus é tão simples e perfeita em seus efeitos, mas ainda assim,
muitos desconfiam de sua eficácia e verdade.
Todavia,
todos os que a têm experimentado sabem muito bem, por experiência própria, que
não há outro remédio para o tratamento do mal do pecado.
Se não for
por este auxílio da graça divina, do poder do Espírito Santo restaurando a
alma; quem seria capaz de atender, por exemplo, à ordenança divina exarada em I
Tessalonicenses 4.
“1 Finalmente,
irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes,
quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais
fazendo, continueis progredindo cada vez mais;
2 porque
estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do
Senhor Jesus.
3 Pois esta é a vontade
de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da
prostituição;
4 que cada
um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,
5 não com o
desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus;
6 e que,
nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque
o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos
claramente, é o vingador,
7 porquanto
Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
8 Desta
forma, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a
Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.”
Veja que no verso 6, se destaca que Deus é o
vingador daqueles que sofreram abusos, por parte de seus cônjuges nesta área
relativa ao sexo, quanto a terem lhes submetido às suas luxúrias.
E, quanto a todas as demais obras da carne, entre as
quais se nomeia a própria lascívia?
“19 Ora, as
obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
20 idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções,
21 invejas,
bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu
vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os
que tais coisas praticam.” (Gálatas 5.19-21).
“Receio que, indo outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e eu
venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da
impureza, prostituição e lascívia que cometeram.” (2 Coríntios 12.21).
Vemos por esta citação do apóstolo, quão seriamente deve ser
considerado, especialmente o pecado que é relativo à área sexual, definido como
impureza, prostituição e lascívia, e não apenas como é comum se pensar, que entre heterossexuais tudo seja permitido
em suas práticas e desejos, pois se estiver presente este quadro de impureza,
prostituição e lascívia, tudo é condenado em sua própria origem, revelando que
a alma não está em um estado bom, sob o governo da santidade em amor pelo
cônjuge.
A chamada revolução da liberdade sexual iniciada na década de 60, do
século passado foi uma revolução para o aumento da prisão no pecado sexual.
Não basta que o sexo esteja
restrito ao casamento, mas também que seja santo aos olhos do Senhor, já que
nunca haverá este sexo santo, onde falte um comportamento santo em todas as
áreas por parte dos cônjuges.
O amor pelo outro, e não a cobiça
por partes do corpo deve ser resgatado, como era no princípio, antes da queda
no pecado pelo primeiro casal.
“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem
como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e
adúlteros.” (Hebreus 13.4).
Por esta consideração inicial,
pela área em que o pecado mais revela seus efeitos maléficos, podemos nos
estender um pouco mais pela consideração geral de tudo o mais, a partir de uma
análise dos processos de consciência nele envolvidos.
Nós podemos entender o mais, pelo
menos. Pela parte podemos inferir o todo, porque a causa, no caso é comum, a
saber, o pecado.
Não é coisa fácil, simples, fazer
uma análise devida do que seja o pecado, e o modo de vencê-lo, pois há
necessidade de iluminação espiritual, de concessão de graça e poder da parte do
Senhor para nós, para que possamos fazê-lo.
Por planejamento, por obras, por
verdade, Deus preordenou que todo aquele que viesse a viver em comunhão eterna,
em santidade com Ele deveria estar unido vitalmente a Jesus Cristo; de modo
que, antes mesmo da entrada do pecado no mundo, o homem somente poderia
permanecer em santidade, caso permanecesse ligado a Cristo .
Tendo uma vez pecado, o trabalho
a ser feito para o caminho de volta deve ser necessariamente ligado a Jesus
Cristo, que foi dado por Deus como cabeça a todo ser moral, que viverá em
santidade perante Ele.
Tudo está ligado a Jesus. Tudo
pode viver e subsistir somente nEle. Ele é a vida, o caminho e a verdade.
Não importa o que digam os
muçulmanos, os budistas, os católicos, e nem mesmo os protestantes, porque se o
que for pregado e ensinado não apontar para Jesus como causa e consequência de
toda a nossa vida espiritual, vã será a nossa religião, e o tempo o comprovará
- se não neste mundo, no dia do juízo
final, quando todos comparecerão diante do Seu tribunal.
Se Israel tem rejeitado a Jesus
como o Messias, por séculos seguidos, conforme está profetizado a respeito
deles, como fariam, isto não altera um só milímetro, na verdade de que Ele e
nenhum outro é, ou será o Messias prometido nas Escrituras, porque em nenhum
outro podemos achar a vida renovada e santificada que podemos achar somente
nEle, mediante o Seu poder de sujeitar a si todas as coisas.
Deus rejeitou, até mesmo o testemunho
de Seu próprio povo escolhido, formado a partir da descendência natural de
Abraão, Isaque e Jacó, para que demonstre de forma bastante clara e efetiva,
que não é pelo testemunho de qualquer homem que se chega a conhecer que Jesus é
o Senhor. É o próprio Deus que dá testemunho no coração dos que creem, a
respeito de Seu Filho Unigênito, através do Espírito Santo, de que pela fé em
Jesus foram feitos filhos de Deus.
Somente aqueles que nEle creem, e
são chamados e atraídos por Deus para tal propósito, podem também juntar seu
testemunho ao que é dado pelo Espírito Santo em seus corações; que Jesus é de
fato, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e é Senhor sobre o povo
que Deus tem formado através dos séculos, para ser um povo exclusivamente Seu,
zeloso de boas obras.
Tanto isto é verdadeiro, que o
próprio Jesus afirma nas Escrituras, que aqueles que não recebem o testemunho
que é dado acerca dEle, por aqueles que nEle creem, serão condenados, uma vez
que tal testemunho é a verdade.
Nosso esforço aqui é então,
simplesmente o de levantar algumas reflexões, para que sendo submetidas à luz
de Jesus Cristo, tudo possa fazer sentido, não apenas em nossa mente, mas
sobretudo em nosso coração, para seja efetivamente transformado pela Sua maravilhosa
e poderosa graça.
Muito bem! Primeiro ponto então:
Seria a nossa consciência, o
único árbitro que deve atuar na consideração deste assunto?
É fácil concluir que não, porque
é muito comum observar, que não poucos agem segundo sua consciência para
aprovar exatamente o que é mau.
Se nos fosse dado decidir sobre o
que é bom e aprovado, poderíamos chegar até mesmo ao ponto absurdo de
considerar o adultério, na categoria de algo bom, sob a alegação de que a nossa
consciência em nada nos reprova .
Como a própria consciência foi
atingida pela corrupção do pecado, ela necessita ser restaurada pela renovação
da mente, e pelo poder de Deus, para que possa fazer uma justa e correta
avaliação de todas as coisas.
“1 Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo
por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos
conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.1,2).
Para nos ajudar a entender um
pouco melhor a profundidade da miséria da nossa condição, quando não regenerada
pelo Espírito; nosso Senhor Jesus Cristo apresentou em diversas partes do Seu
ensino, noções que devem ser consideradas para um correto direcionamento da
consciência para o que é aprovado, ou não em nosso comportamento.
Temos isto, especialmente
destacado no Sermão do Monte, no qual Ele define o pecado do assassinato, como
sendo o próprio ato de odiar alguém, pois tem a ver com o desejo de aniquilação
da pessoa odiada, o desejo de que ele sequer existisse, e assim é considerado
aos olhos de Deus, como mais uma forma de o pecado se expressar em nós, pois
tal sentimento é ausente naqueles que se encontram santificados, quando são
conduzidos pelo Espírito Santo.
É interessante observar, que
Jesus não apresentou isto como uma nova lei, como um dogma, como um preceito
para ser cumprido externamente, até mesmo porque não tem como ser totalmente
avaliado externamente, pois tem a ver com os próprios anseios, desejos, e impulsos do coração.
Como Ele haveria de citar, que
todo o mal que praticamos procede de uma fonte má, que é o nosso próprio
coração.
“21 Porque de
dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a
prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios,
22 a avareza,
as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a
soberba, a loucura.
23 Ora, todos
estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7.21-23).
O trabalho da graça de Deus está
dirigido para o coração; para a sua transformação e purificação.
Então dependemos, não apenas dos
preceitos do Senhor em Sua Palavra, como também do poder das operações do
Espírito Santo em nosso interior, tendo nós já sido submetidos à redenção que
há em Cristo, por uma justificação recebida pela fé, para que pudéssemos ser
transformados em novas criaturas, pela regeneração e santificação do Espírito
Santo.
“25 Então,
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
26 Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo;
tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei
dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos,
guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36.25-27).
Sem isto, nem adianta pensar em
um viver santo, que nos leve à origem de tudo, àquele estado bom da alma, que
havia no princípio.
Por isso nos é ordenado, não
apenas andar no Espírito, mas vivermos nEle, porque se não há esta vida de Deus
na alma, será de nenhum efeito tentar viver segundo a Sua boa vontade.
É por um andar na fé, no Senhor e
na Sua Palavra que vai sendo formada aos poucos no crente, uma consciência cada
vez mais restaurada, para que seja uma boa consciência, que saiba discernir a
vontade de Deus e o pecado em nós, para que o submetamos ao trabalho de
mortificação da cruz, que devemos carregar diariamente.
Quão abençoado é, quando somos
dirigidos por uma boa consciência, que foi assim formada em nós pelo Senhor,
mediante a Sua Palavra.
Quando a consciência não é boa e
bem desenvolvida, ela pode nos enganar e nos levar a aprovar comportamentos que
Deus condena, e a rejeitar aquilo que Ele aprova.
Importa então, crescer na graça e
no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, para que possamos viver em graus
cada vez maiores, segundo a Sua vontade, que é perfeita, boa e agradável.
A vontade de Deus é, e deve ser o
essencial em todo o nosso modo de pensar e agir, porque se mirarmos tão somente
à letra do mandamento podemos incorrer no erro de uma falsa interpretação, ou
mesmo de uma aplicação inadequada. Necessitamos da direção e instrução do
Espírito Santo, para poder bem discernir qual seja então, esta vontade divina
para nós, especialmente nas situações particulares que somos chamados a viver.
Somente o Espírito Santo conhece
a mente e as coisas de Deus, e ninguém além dEle pode revelá-las para nós. Se
faltar então, a vida do Espírito ou um caminhar no Espírito, a consequência
imediata será um modo de pensar e agir errado, contrário ao que se espera de
nós,
A água será boa, se a fonte for
boa. Faça-se boa a fonte, e a água será também. Da fonte de um coração não
regenerado e santificado, nada que seja da água do Espírito poderá fluir; de
modo que, todas as ordenanças de Jesus e Seus apóstolos para a Igreja devem ser
consideradas à luz deste princípio geral citado anteriormente.
É para uma viver na graça, na fé,
no Espírito, que somos chamados por Deus, pois sem ele nenhuma vida restaurada
haverá de fato.
À medida que vivermos e andarmos
no Espírito, em obediência à Palavra de Deus; mais e mais veremos em nosso
comportamento, as coisas que nos são ordenadas e recomendadas pelo Senhor -
mais veremos da Sua própria vida santa e justa em nós.
Então, se Jesus é para o crente
nada mais do que um líder de uma religião chamada Cristianismo; se a vida deste
crente consiste em guardar preceitos que escolheu guardar, por sua própria
conveniência, ele estará errando completamente o alvo da vocação para a qual
foi chamado por Deus, que é o de ser transformado à imagem e semelhança de
Jesus.
Jesus veio a este mundo para
remover o pecado. Ele não somente é Aquele pelo qual nossos pecados são
perdoados, mas por cuja obra e poder devem ser também removidos e extirpados.
A remoção do pecado, não visa a
uma mera questão formal ou jurídica, relativa à satisfação da justiça ofendida
de Deus, mas à implantação em nós de uma natureza verdadeiramente santa e
justa. Onde isto faltar, não há uma obra de Deus sendo feita, pois ela sempre
terá este objetivo principal.
Por nenhum outro motivo Jesus
teria vindo a este mundo, se não fosse para nos resgatar do pecado e das
trevas, para a luz e para Deus.
Se alguém tiver algum pecado de
estimação, ou que considere pequeno demais para ser digno de sua apreciação,
certamente há de excluir a si mesmo da comunhão com o Senhor, por causa deste
seu posicionamento.
Deus requer um real
comprometimento de nossa parte quanto a vencer tudo o que for pecaminoso em
nós, e não pode admitir o que for contrário, porque onde não há uma verdadeira
disposição de vencer o pecado, não há também uma verdadeira inclinação para
fazer a vontade de Deus, a qual importa ser feita na terra, como é feita no
céu, ou seja, de modo diligente e perfeito.
Se não podemos ter perfeição de
ação, podemos ter perfeição de sinceridade, pela expulsão de toda hipocrisia
que haja em nós em relação ao Senhor.
Podemos ser perfeitos em
confissão sincera, se não podemos ser perfeitos em ações completamente
santificadas, porque sem isso, não pode haver aumento em graus em nossa
santificação.
Deus acrescentará mais graça e
maior fé, onde houver maior empenho em diligência para ser obedecido.
Se nos falta sabedoria para
discernir qual seja a sua vontade, devemos pedir-lhe em oração que nos faça
sábios, e abra o nosso entendimento para compreender a verdade revelada em Sua
Palavra.
Eis aqui uma boa oração a ser
feita de coração: “Senhor faz de mim uma pessoa verdadeiramente santa e piedosa
em todas as coisas.”
Tudo o que for necessário,
certamente será acrescentado por Deus diretamente, ou pela ação de instrumentos
(pastores, mestres etc).
Quando a Bíblia fala de volta à
origem, o que está em foco não é um retorno ao jardim do Éden, e ao estado de
inocência do primeiro casal antes da queda, mas a obter uma real vitória sobre
o pecado em todas as suas formas e manifestações, seja em atos, imaginações,
pensamentos, desejos, omissões, para a restauração da nossa comunhão com Deus,
pela união com Jesus Cristo em um só espírito.
Nosso espírito, nossa mente,
nossa vontade, devem ser renovados e tratados de tal forma, que respondam
harmoniosamente aos atributos e vontade de Deus, pois é Ele, e somente Ele, o
modelo que devemos imitar para que sejamos também perfeitos e santos. (Efésios
5.1,2)
Deus não está nos impondo Sua
vontade ao modo de um ditador terreno, que subjuga as pessoas pelo argumento da
força. Nem mesmo pela força do argumento estamos sendo tornados submissos a
Deus, mas pela atração amorosa do Espirito Santo, de modo que se afirma: “nem
por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito.”
Nada pode Lhe agradar senão a
verdade, de modo que toda a nossa adoração deve ser em espírito e em verdade,
para que seja livre, amorosa, voluntária, verdadeira, justa.
Lisonjas não podem agradar ao
Deus santo, justo e verdadeiro, senão o louvor que procede de um coração santo,
justo e grato.
Somente aqueles que conhecem
verdadeiramente a Deus e Sua vontade, podem agradá-Lo na aproximação que fazem,
seja através da oração ou adoração, porque tudo farão em santo temor, tremor e
reverência Àquele que é a eterna Majestade do céu e da terra.
Em nenhum outro depositarão sua
inteira confiança, mas tributarão adoração e louvor, senão somente Àquele que é
digno de toda a consagração de suas almas e corações.
Tudo isto farão, porque o
Espírito Santo que neles habita lhes inclinará para tal. Ele é o penhor e o
selo de que alcançaram a salvação que há em Jesus Cristo, porque o Espírito
Santo foi derramado desde o dia de Pentecostes, para a formação da Igreja, e
para que por meio dela, toda exaltação fosse dada ao Senhor Jesus, pelo
trabalho que realizou em favor da nossa salvação.
O Pai decidiu que toda a
plenitude deve habitar em Jesus Cristo, e esta é a razão de que se desejamos
ter vida eterna; não devemos ir a nenhum outro, senão somente a Cristo, pois
esta vida foi depositada nEle pelo Pai, para ser compartilhada conosco, sendo
Ele a nossa cabeça, pela qual vivemos e
devemos agir em todas as coisas.
Você vê que é um grande erro,
quando se pensa em Jesus como um mero descendente de Abraão, como um judeu que
foi rejeitado pelo próprio povo judeu, por ter sido considerado um herege pelos
seus líderes, e assim eles têm sido ensinados falsamente através dos séculos,
enquanto todas as previsões da Palavra de Deus, que foi dada à igreja através
deles continuam tendo seu cumprimento, apesar de eles as negarem diretamente,
no esforço de comprovar que Jesus não é de fato, e de modo nenhum o Messias,
que deveria ser aguardado por eles.
Um dos principais motivos desta
rejeição é que o próprio Deus os entregou ao endurecimento, porque sem a
operação da graça, não é possível chegar-se ao conhecimento de Jesus, como
sendo o único Senhor e Salvador de Seu povo.
Outro motivo, é que o modo de
vida a que Jesus nos chama, a saber, em santificação de vida, em sujeição a Ele
e aos Seus mandamentos, que são eminentemente contra um viver cobiçoso e carnal,
em autonegação e paciência nas tribulações, em nada é atrativo para aqueles que
buscam fama e riquezas neste mundo.
Em terceiro lugar, porque Deus
conhece os que são seus, e chama eficazmente para a salvação, somente aqueles
que elegeu antes da criação do mundo, sejam israelitas ou não.
Uma religião que se dirige ao
âmago do coração, e demanda transformação em nosso modo de viver, não pode de
fato, ser atrativa para aqueles que seguem a inclinação da carne.
Jesus impôs renúncias, até mesmo
da própria vida, para que possamos ser Seus discípulos, e exige fidelidade
absoluta a Ele e a Seus mandamentos. Este não é, portanto um Messias que agrade
a maioria dos judeus, e até mesmo, a maioria das pessoas em todo o mundo.
Por isso Ele disse, que são
poucos os que se salvam; poucos os que entram pela porta estreita da salvação.
Que muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.
Esta resistência a Cristo será
vista em maior parte, naqueles que possuem muitos bens materiais e fama neste
mundo, pois haverá uma maior resistência neles para entregarem o governo de
suas vidas inteiramente nas mãos de Deus.
Um rico dificilmente entra no
reino dos céus. Não são os de nobre nascimento que costumam formar nas fileiras
dos que são salvos, não porque Deus os rejeite por serem nobres e ricos, mas
porque eles mesmos se excluem da chamada divina, por estarem inteiramente
apegados ao modo de vida deste mundo.
“26 Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram
chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos,
nem muitos de nobre nascimento;
27 pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e
escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
28 e Deus
escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para
reduzir a nada as que são;
29 a fim de
que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
30 Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção,
31 para que,
como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (I Coríntios
1.26-31).
Destacamos a seguir alguns textos
bíblicos relacionados a este assunto:
Mateus – 5
21 Ouvistes
que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem
matar estará sujeito a julgamento.
22 Eu, porém, vos
digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a
julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento
do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
23 Se, pois,
ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti,
24 deixa
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então,
voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em
acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele
a caminho, para que o adversário não te
entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade
te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último
centavo.
27 Ouvistes
que foi dito: Não adulterarás.
28 Eu, porém, vos
digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já
adulterou com ela.
29 Se o teu
olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti;
pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja
todo o teu corpo lançado no inferno.
30 E, se a
tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que
se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.
31 Também foi
dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos
digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais
ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada
comete adultério.
33 Também ouvistes
que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas
cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos.
34 Eu, porém, vos
digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus;
35 nem pela
terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser
cidade do grande Rei;
36 nem jures
pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, a tua
palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem
do maligno.
38 Ouvistes
que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39 Eu, porém, vos
digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita,
volta-lhe também a outra;
40 e, ao que
quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.
41 Se alguém te
obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te
pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.
43 Ouvistes
que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos
digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
45 para que
vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre
maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
46 Porque, se
amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os
publicanos também o mesmo?
47 E, se
saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os
gentios também o mesmo?
48 Portanto,
sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Mateus – 6
1 Guardai-vos
de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes
vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.
2 Quando,
pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os
hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens.
Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
3 Tu, porém, ao
dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita;
4 para que a
tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará.
5 E, quando
orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e
nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que
eles já receberam a recompensa.
6 Tu, porém, quando
orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu
Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
7 E, orando,
não useis de vãs repetições, como os gentios; porque
presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.
8 Não vos
assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes
necessidade, antes que lho peçais.
9 Portanto,
vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
10 venha o
teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de
cada dia dá-nos hoje;
12 e
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores;
13 e não nos
deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino,
o poder e a glória para sempre. Amém]!
14 Porque, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará;
15 se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas
ofensas.
16 Quando
jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas;
porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em
verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
17 Tu, porém, quando
jejuares, unge a cabeça e lava o rosto,
18 com o fim
de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará.
19 Não
acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a
ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;
20 mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem
ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
21 porque,
onde está o teu tesouro, aí estará também o teu
coração.
22 São os olhos
a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;
23 se, porém, os teus
olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso
a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
24 Ninguém pode
servir a dois Senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou
se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
25 Por isso,
vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou
beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais
do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?
26 Observai
as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo,
vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as
aves?
27 Qual de vós, por
ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
28 E por que
andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do
campo: eles não trabalham, nem fiam.
29 Eu,
contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se
vestiu como qualquer deles.
30 Ora, se
Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no
forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
31 Portanto,
não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos
vestiremos?
32 Porque os
gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que
necessitais de todas elas;
33 buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas.
34 Portanto,
não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus
cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
Mateus – 7
1 Não
julgueis, para que não sejais julgados.
2 Pois, com
o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes
medido, vos medirão também.
3 Por que vês tu o
argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas
na trave que está no teu próprio?
4 Ou como
dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho,
quando tens a trave no teu?
5 Hipócrita!
Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o
argueiro do olho de teu irmão.
6 Não deis aos
cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas,
para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.
7 Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Pois todo
o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á.
9 Ou qual
dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
10 Ou, se lhe
pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
11 Ora, se vós, que
sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto
mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas
coisas aos que lhe pedirem?
12 Tudo
quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a
eles; porque esta é a Lei e os Profetas.
13 Entrai
pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o
caminho que conduz para a perdição, e são muitos
os que entram por ela),
14 porque
estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os
que acertam com ela.
15 Acautelai-vos
dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em
ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
16 Pelos seus
frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos?
17 Assim,
toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz
frutos maus.
18 Não pode a árvore boa
produzir frutos maus, nem a árvore má produzir
frutos bons.
19 Toda árvore que
não produz bom fruto é cortada e lançada ao
fogo.
20 Assim,
pois, pelos seus frutos os conhecereis.
21 Nem todo o
que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos, naquele
dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em
teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos
muitos milagres?
23 Então, lhes
direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade.
24 Todo
aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um
homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 e caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
26 E todo
aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um
homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia;
27 e caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
28 Quando
Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões
maravilhadas da sua doutrina;
29 porque ele
as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
1 Cor – 4
3 Todavia, a
mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por
tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo.
4 Porque de
nada me argúi a consciência; contudo, nem por isso me dou por
justificado, pois quem me julga é o Senhor.
5 Portanto,
nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual
não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também
manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor
da parte de Deus.
1 Timóteo – 1
5 Ora, o
intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e
de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.
6 Desviando-se
algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola,
7 pretendendo
passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o
que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações.
Hebreus – 10
14 Porque,
com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo
santificados.
15 E disto
nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após
ter dito:
16 Esta é a aliança que
farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as
minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei,
17 acrescenta:
Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades,
para sempre.
18 Ora, onde
há remissão destes, já não há oferta
pelo pecado.
19 Tendo,
pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
20 pelo novo
e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua
carne,
21 e tendo
grande sacerdote sobre a casa de Deus,
22 aproximemo-nos,
com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o
coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.
Efésios – 4
1 Rogo-vos,
pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que
fostes chamados,
2 com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor,
3 esforçando-vos
diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz;
11 E ele
mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
12 com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo,
13 até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
14 para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro.
15 Mas,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 de quem
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a
justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação
de si mesmo em amor.
17 Isto,
portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os
gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
18 obscurecidos
de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em
que vivem, pela dureza do seu coração,
19 os quais,
tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para,
com avidez, cometerem toda sorte de impureza.
20 Mas não foi
assim que aprendestes a Cristo,
21 se é que, de
fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade
em Jesus,
22 no sentido
de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe
segundo as concupiscências do engano,
23 e vos
renoveis no espírito do vosso entendimento,
24 e vos
revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão
procedentes da verdade.
25 Por isso,
deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo,
porque somos membros uns dos outros.
26 Irai-vos e
não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira,
27 nem deis
lugar ao diabo.
28 Aquele que
furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para
que tenha com que acudir ao necessitado.
29 Não saia da
vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem.
30 E não entristeçais o Espírito de
Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
31 Longe de vós, toda
amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.
32 Antes,
sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
“14 Segui a
paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
15 atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,
muitos sejam contaminados;
16 nem haja
algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto,
vendeu o seu direito de primogenitura.
17 Pois
sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi
rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o
tivesse buscado.” (Hebreus 12.14-17).
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