segunda-feira, 4 de maio de 2020

Sob a Graça para Viver na Lei de Jesus



A graça, a paz e o amor de Deus sejam com todos aqueles que amam a Jesus e guardam os seus mandamentos.
Estaremos apresentando uma nova mensagem sob o título:
Sob a Graça para Viver na Lei de Jesus
Quando Deus criou o primeiro homem, ele sabia que tanto ele quanto toda a sua descendência ficariam encerrados sob o pecado, porque iriam muito além da obediência aos mandamentos restritivos, como por exemplo, quanto à cobiça, à glutonaria, à luxúria sexual etc. e ficariam muito aquém da obediência aos mandamentos que exigem aumento e crescimento, como por exemplo no amor, na bondade, etc.
O que fez então Deus para que o homem pudesse atender ao propósito da sua criação, para ser à Sua imagem e semelhança, sobretudo em santidade moral e espiritual?
Ele primeiro revelou o Seu próprio caráter e vontade, mediante a lei, para que o homem conhecesse a sua completa miséria espiritual. A lei seria então um servo para nos conduzir a buscar um Salvador que nos libertasse dessa condição, e que não somente fizesse expiação pelo nosso pecado sendo um sacrifício e sacerdote para nós, de modo a reconciliar-nos com Deus, bem como provendo-nos de uma nova natureza santa, pela qual somos aperfeiçoado em santidade por sucessivas infusões de graça, para que a verdade seja implantada em nós, para satisfação da justiça divina.
Assim, o fim, o propósito da lei é o próprio Jesus Cristo, para a justificação daqueles que nele creem, pois é nele que Deus fez habitar toda a plenitude para nos prover tudo o que é necessário para sermos salvos e santificados.
Para bem entender este assunto é muito importante o testemunho que o próprio João Batista deu de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele disse:
16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça.
17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.” (João 1.16,17).
João foi o último profeta representante do Velho Testamento, ou Antiga Aliança, e ao ser colocado para fazer a transição do Velho para o Novo, ele afirma que a plenitude da vida divina está concentrada em Jesus Cristo, e que esta plenitude é comunicada aos crentes pela graça e pela verdade que nos é dada por meio de Jesus, enquanto que na dispensação do Velho Testamento, apenas a Lei foi dada por intermédio de Moisés, e não havia na Lei a promessa da habitação do Espírito Santo nos que cressem. Isto foi prometido para ser cumprido por Jesus Cristo, depois de sua morte e ressurreição.
A Lei de Moisés ensinava e profetizava acerca da verdade de que a cobertura do pecado somente poderia ser feita por meio de um sacrifício cruento. Isto estava tipificado nas várias prescrições e ordenanças relativas aos sacrifícios que deveriam ser apresentados na presença dos sacerdotes, para a aceitação do povo de Israel por Deus. Assim, aqueles que se converteram no período do Velho Testamento, foram aqueles que foram cobertos pelo sacrifício de Jesus, do qual eles davam o testemunho de crerem nele para serem perdoados, nos sacrifícios de animais que eles apresentavam segundo as exigências da Lei.
Quando Jesus morreu na cruz deu-se cumprimento à Lei do sacrifício, e assim, aqueles sacrifícios de animais foram removidos, uma vez que não era por eles que o pecado era coberto, pois eram apenas representativos do único e grande sacrifício que tira o pecado do mundo, a saber, o de Jesus.
A Lei de Cristo à qual o apóstolo Paulo se refere, (I Cor 9.21, Gál 6.2) que os crentes devem observar e cumprir por estarem sob a graça do Senhor, apesar de incluir a lei de Moisés, em seu significado moral e espiritual, inclui também uma nova ordem de culto e adoração a Deus, em espírito e em verdade, sob as condições da graça revelada no evangelho.
Esta lei de Jesus determina a morte do velho homem, para que surja a nova criatura, que deve negar o seu ego e carregar a cruz diariamente, vivendo não mais pela própria energia da carne, mas pela vida ressurreta de Jesus.
A lei de Jesus leva o crente a viver não mais pela própria justiça, mas pela justiça do seu Senhor, que lhe sendo imputada na justificação, há de ser implantada na regeneração e no processo da santificação operados pelo poder do Espírito Santo.
Assim, a graça e a fé confirmam e não anulam a lei, mas o crente não é governado pela lei que foi escrita na pedra, mas pela lei que é escrita em sua mente e coração pelo poder de Deus.
Daí se dizer que não se encontra sob a lei, mas sob a graça, de maneira que não é mais o pecado o senhor que  o governa, mas a graça de Jesus.
A inclinação, o pendor que antes da conversão era para a carne, para a natureza decaída no pecado, agora é para o Espírito Santo.
 O sentido santo e espiritual da lei eterna que foi revelada e dada através de Moisés, é plenamente aberto e entendido quando nos encontramos sob a graça de Cristo. E a lei que antes se encontrava na fria pedra, agora se encontra no coração do crente.
Assim, apesar de não mais estarmos sob a lei e a maldição da lei, porque não estamos mais casados com ela, mas com Jesus, o nosso novo esposo que nos resgatou da maldição, todavia não estamos desobrigados de observar e amar a lei, porque procede de Deus e é santa, boa e espiritual.
Mas alguém indagará: “Porventura alguém pode viver perfeitamente segundo a lei enquanto viver neste mundo?”
A resposta para esta indagação é que a perfeição será total no porvir, mas para diversos propósitos, Deus não nos provê uma completa medida de graça aqui embaixo, pela qual poderíamos ser perfeitos, pois ele quer que aprendamos o quanto dependemos de Jesus e da graça que nos é comunicada segundo a nossa fé e obediência. Além disso, a aliança que o Pai fez com o Filho prevê que ele seria longânimo para com as nossas fraquezas e transgressões, na medida em que as confessássemos e abandonássemos, para andar de modo santo perante ele. Assim, a nossa perfeição é evangélica, porque é Jesus que reponde como Fiador da aliança por todas as nossas imperfeições, de maneira que sejamos aceitos pelo Pai, a par de ainda sermos imperfeitos neste mundo.
Então nos é dito pelo apóstolo:
19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;
20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gál 2.19,20).
Assim, estando em Cristo, quanto ao julgamento que é pela lei, já não estamos mais sob este juízo, porque somos considerados por Deus, por termos a justiça de Jesus, como tendo exigido a todas as exigências da lei. Por isso que apesar de sermos corrigidos por nossos pecados presentes, todavia não mais seremos condenados eternamente por causa deles, pois Jesus pagou o preço total exigido pela justiça divina, para a nossa redenção.
Esta é a base da nossa confiança em podermos nos aproximar de Deus no Santo dos Santos celestial, porque o sangue de Jesus é quem nos garante a referida aproximação.
Temos então aqui, uma nova aliança, uma nova lei estabelecida por Deus para aqueles que creem em Jesus. A lei do espírito e de vida que vence a lei do pecado e da morte. É por essa nova lei que a alma que pecar, necessariamente não morrerá, como na antiga dispensação, porque por meio do arrependimento, da confissão e da fé em Jesus, encontrará o perdão e favor de Deus, por causa da obra realizada por Jesus na cruz.
Mas, a importância da lei moral não é removida em face desta nova dispensação inaugurada por Jesus.
Alguém já disse corretamente que a  bondade de Deus aparece na prescrição de regras para a preservação da sociedade humana.
A lei moral consiste, senão de dez preceitos, e há mais deles ordenados para o apoio da sociedade humana, do que para a adoração e honra de Deus (Êx 20: 1, 2); quatro para os direitos de Deus e seis para os direitos do homem e sua segurança em sua autoridade, relações, vida, bens e reputação. Superiores não devem ser desonrados, a vida não deve ser invadida, a castidade não deve ser manchada, bens não devem ser roubados, o bom nome não deve ser infamado por falso testemunho, nem nada pertencente a nosso próximo deve ser cobiçado; e em toda a Escritura, não apenas aquilo que foi calculado para os judeus, mas compilado para todo o mundo; Deus fixou regras para ordenar todas as relações, magistrados e súditos; pais e filhos; maridos e esposas; mestres e servos; ricos e pobres, encontram suas distintas qualificações e deveres.
Haveria um estado paradisíaco, se os homens tivessem a capacidade de observar o que Deus tem a bondade de ordenar para fortalecer os tendões da sociedade humana; o mundo não iria gemer sob a opressão dos tiranos, nem os príncipes tremeriam sob os súditos descontentes, ou poderosos rebeldes; os filhos não seriam provocados à ira pela irracionalidade de seus pais, nem os pais se afundariam sob a tristeza pela rebelião de seus filhos; os senhores não tiranizariam sobre os mais humildes de seus servos, nem os servos invadiriam a autoridade de seus senhores.
Esta condição de mútua submissão e responsabilidade é o que garante a harmonia e paz perfeitas que existem no céu.
O pecado roubou da humanidade a possibilidade de se viver isto em perfeição neste mundo, mas os que creem em Cristo são restaurados e vocacionados para se exercitarem na obediência às autoridades, bem como a todas as demais ordenanças divinas, e tudo isto por meio da graça de Jesus, e movidos pelo temor e amor a Deus.
Se alguém diz ser professante da fé em Cristo, e não se importa com os seus mandamentos, em observá-los e cumpri-los, tal pessoa deveria questionar se é de fato dotada da fé salvadora, que nos inclina de um procedimento carnal e mundano, para um espiritual, celestial e divino.
Cristo, apesar de ter resgatado o seu povo de debaixo da maldição da lei, para que sejam governados pela sua graça, tem todavia, lei para serem cumpridas por eles, com toda a diligência e temor.
De modo que é aos puros de coração que é prometida a bem-aventurança de verem a Deus.
Somente aqueles que se purificarem, sendo santificados pela Palavra, mediante aplicação do Espírito Santo, podem ser vasos de honra para o uso de Deus, conforme dizer do apóstolo Paulo em II Timóteo 2.20 a 22.
A salvação é pelo poder da graça e por meio da fé, exatamente para o propósito de sermos transformados à imagem e semelhança de Jesus, sobretudo quanto à sua santidade e o seu caráter, de modo que isto é expressado por um procedimento de nossa parte que seja obediente aos seus mandamentos, para que a vida do próprio Jesus se manifeste em nós em medidas cada vez maiores.
Até porque, de nós mesmos, pelo nosso próprio poder e capacidade jamais poderíamos viver de modo agradável a Deus. Tudo o que viermos a ser e a fazer que seja segundo a Sua santa vontade, será sempre devido exclusivamente à operação da graça.
Todo bom pensamento, toda boa palavra, toda boa obra, sempre será resultante desta operação sobrenatural da graça de Jesus.
Nosso louvor, nossa adoração, nossas orações, enfim, tudo o que fizermos e que for recebido por Deus como oferta de aroma suave, será sempre pela atuação da graça em nós.
Que Deus nos guarde no seu amor, e aplique a sua palavra aos nossos corações para que possamos viver debaixo da sua benção. Amém.









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